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Precipitação

Precipitação
• É a principal forma de entrada de água numa bacia hidrográfica;
• Serve como subsídio para quantificar volumes irrigados, controle de
inundações, projetos de infraestrutura hidráulica, abastecimento de
água, erosão do solo.
Formação das chuvas
Uma gotícula de água com raio da ordem de 0,01mm flutua na
atmosfera (nuvens) por efeito das correntes ascendentes e da
turbulência, em contrapartida, uma gotícula de raio dez vezes
maior, consegue vencer esses efeitos e precipita na forma de garoa
ou chuvisco, podendo chegar a 2mm.
Núcleos de condensação
Condensação
Coalescência
Congelamento
Chuvas frontais ou ciclônicas
• Estão associadas com o movimento de massas de ar de regiões de
alta pressão para regiões de baixa pressão. Essas diferenças de
pressões são causadas por aquecimento desigual da superfície
terrestre. As precipitações ciclônicas são de longa duração e
apresentam intensidades de baixa a moderada, espalhando-se por
grandes áreas. Por isso são importantes, principalmente no
desenvolvimento e manejo de projetos em grandes bacias
hidrográficas.
Chuvas convectivas
• São típicas das regiões tropicais. O aquecimento desigual da
superfície terrestre provoca o aparecimento de camadas de ar com
densidades diferentes, o que gera uma estratificação térmica da
atmosfera em equilíbrio instável. Se esse equilíbrio, por qualquer
motivo (vento, superaquecimento), for quebrado, provoca uma
ascensão brusca e violenta do ar menos denso, capaz de atingir
grandes altitudes. As precipitações convectivas são de grande
intensidade e curta duração, concentradas em pequenas áreas
(chuvas de verão). São importantes para projetos em pequenas
bacias.
Chuvas Orográficas
• Resultam da ascensão mecânica de correntes de ar úmido
horizontal sobre barreiras naturais, tais como montanhas. As
precipitações da Serra do Mar são exemplos típicos.
Grandezas e unidade da precipitação
• Altura de chuva
• Duração de chuva
• Intensidade de chuva
• Frequência
Preenchimento de falhas de dados de chuva
• Eventualmente pode haver falha na leitura ou no arquivamento dos
dados pluviométricos de um posto, resultando em falha de
informação para alguns períodos. Em alguns casos, é possível fazer o
preenchimento dessas falhas utilizando dados de postos
pluviométricos na vizinhança. Esse tipo de preenchimento não
substitui os dados originais, e somente poderão ser aplicados os
métodos para séries de dados em intervalos de tempo mensal ou
anual.
Método da ponderação regional

𝑃𝑀𝑌 𝑃𝑀𝑌 𝑃𝑀𝑌 𝑃𝑀𝑌 1


𝑃𝑌 = . 𝑃𝑋1 + . 𝑃𝑋2 + . 𝑃𝑋3 … + . 𝑃𝑋𝑁 .
𝑃𝑀𝑋1 𝑃𝑀𝑋2 𝑃𝑀𝑋3 𝑃𝑀𝑋𝑁 𝑁

Onde, PY é a precipitação no posto Y a ser estimada; PX1, PX2, PX3 são as


precipitações correspondentes ao mês ou ano que se deseja preencher dos
outros três postos; PMy é a precipitação média no posto Y; PMX1, PMX2,
PMX3 são as precipitações médias dos postos vizinhos
Método da regressão linear
• Correlacionam-se nesse método as precipitações do posto com falhas
Y com outro vizinho X. A correlação produz uma equação, cujos
parâmetros podem ser estimados por métodos como mínimos
quadrados, ou graficamente, por meio de plotagem cartesiana dos
pares de valores X e Y, trançando-se uma reta que melhor representa
os pares de pontos.

𝑌 = 𝑎 + 𝑏𝑋
Método das Duplas-Massas
• Esse método é utilizado para verificar a homogeneidade dos dados de
uma determinada estação, comparativamente às estações de
referência, sendo estas localizadas em região climatologicamente
semelhante. Ele compara os valores acumulados anuais (ou sazonais)
da estação X com os valores da estação de referência, que é
usualmente a média de diversos postos vizinhos.
Mudança na declividade: determina duas ou mais retas.
Constitui o exemplo típico da ocorrência de erros
sistemáticos, mudança nas condições de observação ou no
meio físico, como alterações climáticas. Para se considerar
a existência de mudança na declividade é prática comum
exigir-se a ocorrência de pelo menos 5 pontos sucessivos
alinhados segundo a nova tendência. Para corrigir os
valores utilizamos a seguinte equação:

Onde, Iretadesejada corresponde ao coeficiente angular da


reta com a tendência desejada, e Iretaacorrigir o coeficiente
angular da reta que se deseja corrigir. Se uma estação
foi realocada a Iretadesejada será aquela obtida com os dados
atuais e Iretaacorrigir corresponde á inclinação da reta
relativa aos dados anteriores à realocação.
• Alinhamento dos pontos em retas
paralelas: ocorre quando existem erros
de transcrição de um ou mais dados ou
pela presença de valores extremos em
uma das séries plotadas. A ocorrência de
alinhamentos, segundo duas ou mais
retas aproximadamente horizontais (ou
verticais), pode ser a evidência de postos
com diferentes regimes pluviométricos.
Distribuição errática dos pontos: Distribuição dos dados ao longo de
geralmente é resultado da uma única reta, é a situação ideal
comparação de postos com que caracteriza dados sem
diferentes regimes pluviométricos, inconsistência.
sendo incorreta toda associação
que se deseje fazer entre os dados
dos postos plotados
PRECIPITAÇÕES MÉDIAS SOBRE UMA
BACIA HIDROGRÁFICA
• A precipitação medida em um único posto pode se aproximar da
precipitação média sobre uma bacia dependendo de vários fatores.
Quanto mais próximo for o posto do centro da bacia, menor sua área
bacia e mais suave a topografia, mais representativa será a medida
pontual da chuva. Espera-se também que a altura de chuva
média calculada em períodos longos, como um mês ou um ano, em
um único posto, seja mais representativa a altura média de chuva
calculada para um evento de um dia.
Método da média aritmética
• Simplesmente se faz a média aritmética das alturas precipitadas.
Esta média pode ser bastante boa se os postos forem bem
distribuídos na área da bacia. Este método só é recomendado para
bacias menores que 5.000 km², com postos pluviométricos
uniformemente distribuídos e a área for plana ou de relevo suave.
Método de Thiessem
Faz-se uma média ponderada das alturas precipitadas nos postos
pluviométricos existentes na bacia e no seu entorno. O fator de
ponderação é a área de influência do posto de medida. Para traçar a
área de influência de cada posto faz-se o seguinte:
1) Unir os postos por segmento de retas auxiliares, indicados por linha
continua
2) 2) Traçar as mediatrizes aos segmentos de reta
3) Determinam-se então as precipitações de cada área pela equação:
2º Passo
1º Passo
3º Passo
Método das isoietas
• Isoietas são linhas traçadas em planta correspondentes a uma mesma
altura de chuva denominadas isoietas. O traçado das isoietas é feito
unindo os pontos de mesma altura precipitada de chuva. O
número de postos é geralmente pequeno para a definição das
isoietas. Faz-se então a interpolação linear entre postos para
conseguir outros pontos de altura de chuva, a seguir, unem-se os
pontos com a mesma altura pluviométrica que são as isoietas. Uma
vez traçadas as isoietas faz-se também uso da média ponderada
Pmédia, com o fator de ponderação igual a área entre as isoietas (A1,
A2...An) das alturas medias relativas às isoietas (P1+P2)/2 .... (Pn-
1+Pn)/2 , como se segue:
Análise de Frequência dos fenômenos
• Os fenômenos hidrológicos como chuva, vazão, evaporação e outros
processos fazem a água circular e distribuir pelo planeta. Estas
variáveis hidrológicas são medidas em postos e estações
hidrológicas e climatológicas e os dados estão disponíveis em
bancos de dados na internet. Os objetivos desta unidade são
acessar parcela destes dados, realizar algumas análises que nos
permitam entendê-los e dar subsídios importantes para resolver
diversos problemas hidrológicos.
Nas Estações Climatológicas são medidos e registrados dados
de precipitação, temperatura, velocidade do vento, pressão
atmosférica, umidade, radiação solar, insolação, nebulosidade e
outros eventos meteorológicos. Nos postos fluviométricos,
instalados em rios, medem-se as vazões escoadas, níveis e velocidade
da água. Diversas outros dados hidrológicos são medidas e disponíveis
na forma impressa ou digital.
As variáveis hidrológicas podem ser classificadas em contínuas
ou discretas. São contínuas se assumirem qualquer valor em um
intervalo de ocorrência, diferenciando um valor de outro de
infinitésimos, como a altura de chuva de um dia. São ditas
discretas as variáveis cujos valores são inteiros, por exemplo,
número de dias consecutivos sem chuva no ano.
Banco de dados disponíveis
• INMET
• CPTEC
• ANA
• SIGRH (SP)
• HidroWeb
Séries Totais, Anuais e Parciais
As medidas de variáveis hidrológicas em postos e estações
hidrológicas são registradas em gráficos como pluviogramas
(chuvas), limnigramas (níveis de água), anemogramas (velocidade,
direção, rapadas de vento), termohigrogramas (temperatura e umidade
relativa) e outras de variáveis que podem assumir “qualquer” valor
sendo, portanto variáveis contínuas. Para análise dessas medidas,
entretanto, são discretizadas em valores formando uma série de dados.
O tipo de série hidrológica a ser escolhida depende do fenômeno
hidrológico e do objetivo do estudo, se enchentes, se regularização
de vazões, se capacidade de diluição etc. Depende também do valor
da variável eseu intervalo de ocorrência que pode ser em horas, dias,
semanas, mês ou ano, resultando em grande diversidade de séries.
Série Total
Uma série total é o conjunto, por exemplo, de todas as
vazões medidas numa determinada Estação ou Posto fluviométrico.
Essas vazões representam uma amostra da população, portanto, são
um número limitado de dados. A população é formada por todos os
dados possíveis da variável.
Séries Anuais
• Uma série anual é composta de um valor de vazão por ano
(administrativo ou hidrológico), podendo ser o máximo, o mínimo
ou médios. São obtidas das séries totais de dados. Séries de valores
máximos anuais são usadas para cálculo de extravasores de
reservatórios, controle de enchentes e onde grandes volumes de
água e suas vazões são a maior preocupação. Séries de valores
mínimos são utilizados para determinação de volumes outorgáveis,
projetos de abastecimento de água doméstico e industrial, diluição de
poluentes, estudos de estiagem, etc.
Séries Parciais
• Estas séries também são obtidas da série total. A quantidade de
dados da série parcial corresponde, geralmente, ao número de anos
da série total. Não há restrição de um dado por ano como nas séries
anuais, pode haver mais de um dado. A diferença entre séries
anuais e parciais é notada principalmente para os menores
valores, os quais tendem a ser superiores aos da série anual.
Série Anual de Bacabal – jan/2014 a dez/2014
Análise de Frequência Empírica
A análise empírica é realizada com os dados observados ou medidos
por meio dos equipamentos das estações climatológicas ou
fluviométricas. Interessa ao engenheiro saber com que frequência
ocorre uma determinada enchente. Uma enchente ocorre quando
um determinado nível de água é igualado ou excedido. Cada nível
corresponde a uma vazão, então uma enchente acontece quando uma
determinada vazão é igualada ou superada.
Período de Retorno
TEMPO DE RETORNO ou PERÍODO DE RECORRÊNCIA, simbolizado
por Tr, cujo intervalo de tempo médio, expresso em anos, significa a
frequência em que um evento é igualado ou superado ao menos uma
vez. O Tr é calculado simplesmente como o inverso da frequência
de excedência P(X>=x) , como se segue:
Nome Equação
Weibull 𝑛
𝐹=
𝑁+1
Mediana 𝑛 − 0,3175
𝐹=
𝑁 + 0,365
Hosking 𝑚 − 0,35
𝐹=
𝑁
Blom 𝑛 − 0,375
𝐹=
𝑁 + 0,25
Cunnane 𝑛 − 0,40
𝐹=
𝑁 + 0,2
Gringorten 𝑛 − 0,44
𝐹=
𝑁 + 0,12
Harzen 𝑛 − 0,5
𝐹=
𝑁
Ano Q (m³/s) Ano Q (m³/s) Ano Q (m³/s)
1944 377,25 1965 830,59 1986 381,44
1945 400,28 1966 708,86 1987 570,91
1946 537,09 1967 685,13 1988 669,49
1947 832,35 1968 543,5 1989 669,49
1948 588,77 1969 382,46 1990 690,62
1949 393,92 1970 1054,1 1991 946,95
1950 780,49 1971 344,2 1992 404,53
1951 689,12 1972 641,07 1993 472,8
1952 503,5 1973 534,22 1994 539,92
1953 226,2 1974 720,54 1995 967,59
1954 466,24 1975 727,43 1996 613,86
1955 336,63 1976 758,69 1997 672,85
1956 263 1977 624,54 1998 550,19
1957 772,08 1978 363,68 1999 893,18
1958 889,72 1979 311,52 2000 433,14
1959 491,99 1980 381,44 2001 358,16
1960 941,57 1981 667,81 2002 636,1
1961 564,78 1982 652,73 2003 452,88
1962 691,79 1983 1141,5 2004 653,12
1963 708,86 1984 474,8 2005 422,03
1964 601,23 1985 405,17 2006 456,25
20 35.0
18 30.0
16
Frequência absoluta
25.0

Frequência %
14
12 20.0
10 15.0
8 10.0
6
4 5.0
2 0.0
0

Intervalo de Vazões
Intervalos de vazões
70
Frequência absoluta acumulada

60 120.0

Frequência acumulada %
50 100.0
40 80.0
30
60.0
20
40.0
10
0 20.0
0.0

Intervalo de vazões
Intervalos de vazões
Vazão de permanência
Q x %tempo
1400

1200

1000

800

600

400

200

0
0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0
Análise gráfica de uma série
Função Densidade de Probabilidade (FDP)
Frequência Acumulada de Probabilidade (FAP)
Estatística Descritiva de Tendência Central,
Dispersão e Assimentria
Risco hidrológico
Equação de chuva
37,0
250.0
18,5
12,3
9,3
200.0 7,4
6,2
5,3
150.0 4,6
4,1
mm/h

3,7
3,4
100.0 3,1
2,8
2,6
50.0 2,5
2,3
2,2
2,1
0.0 1,9
0 10 20 30 40 50 60 70
Duração
1- Um sistema de drenagem deve ser projetado para coletar o escoamento resultante de uma chuva
com duração (t) e período de retorno (T). Com a equação IDF de São Luís, determine a intensidade
das chuvas para as durações de 1h e 16h, e períodos de retorno de 100 e 1000 anos.

2 - No município de Grajaú, deseja-se aproveitar a água de chuva captando-a em telhados e


reservando-a em tanques, para atender as necessidades de água de um piscicultor calcule a área
de telhado e o volume do tanque necessário para atender a demanda de água do rapaz nos cinco
meses de estiagem (Coeficiente de Runoff do telhado C = 0,85). Considerando que:
a) A precipitação anual média na região, em um período de retorno de 30 anos de observação, é de
1250mm e o desvio padrão é de 170mm; b) O consumo é de 1450litros/dia; e, c) utilizar a altura
de chuva total anual mínima esperada para um período de 10 anos de recorrência; d) Utilize a
frequência de probabilidades de Gauss e que 90% do volume de chuvas caem fora do estio

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