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2 - PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

2.1 – Propriedades do Concreto

a) Classe

A NBR 6118 (2014) refere-se aos concretos compreendidos nas classes de


resistência do Grupo I e II.
Grupo I – (C20 – C25 – C30 – C35 – C40 – C45 - C50)
Grupo II – (C55 –C60 – 65 – C70 – C75 – C80 – C85 - C90)

C20 ou superior – concreto com armadura passiva.


C25 ou superior – concreto com armadura ativa.

C20 ===> = 20 2 ⁄
C50 ===> = 50 5 ⁄

− Resistência característica do concreto à compressão.

b) Massa específica

A ABNT NBR 6118 se aplica aos concretos de massa específica normal, ou


seja massa específica do concreto seco ( ) compreendida entre 2000 kg/m3 e
2800 kg/m3.

Se a massa específica não for conhecida adota-se para:

Concreto simples: 2400 kg/m3


Concreto armado: 2500 kg/m3

Quando se conhece a massa específica do concreto (quando são realizados


ensaios):
= + 100 150 /

c) Coeficiente de dilatação térmica

Para efeito de análise estrutural pode-se adotar: = 10 ℃

d) Resistência à Compressão

Determinando através de ensaios de corpos de prova submetidos à


compressão centrada.
No Brasil são utilizados corpos de prova de 30x15cm de diâmetro e devido à
alta resistência do concreto passou-se a utilizar, também, corpos de prova
cilíndricos de 10x20cm.

Ensaio de corpo de prova

Fonte : Paulo Sérgio dos Santos Bastos

O valor médio da amostragem ( ) não representa a realidade da amostra


uma vez que existe 50% de chance deste valor não ser alcançado. Então a
NBR6118(2014) adota um valor em que existe apenas 5% (quantil de 5%) de
chance do valor do fck não ser alcançado, ou seja 95% de confiança. O
coeficiente de variação ( ) resulta em 1,65, ou seja:

= − 1,65.
fc
m

A
I
C
N
Ê
Cd
ue
r
vR
ae
ds
ei
dt
sn
i
t
r
ba
i
u.
i
ç
ã
o
N
o
r
m
a
l

U
Q
s
ê
c
i

E
R
F
9
5
%
5
%

fc
fc

R
E
S
I
S
T
Ê
N
C
I
A
S

i
k


=

∑ ( − )
=
−1
Na prática, o projetista indica no projeto o ( ) de cálculo e o construtor deve
fabricar (ou comprar) o concreto com especificado pelo projetista.

e) Resistência a Tração

Resistência à tração indireta ===> , ===>ABNT NBR 7222


Resistência à tração na flexão ===> , ===>ABNT NBR 12142

A Resistência a tração direta ( ), pode ser considerada:

= 0,9 ,
= 0,7 ,

P
/
2

P
/
2
F

L
/
3

L
/
3

L
/
3
1
5
1 5
5
= 1
d

6 7
0 0
h
=
3
0
E
NF
S
A
I
O
A
T
R
A
Ç
Ã
O
I
N
D
I
R
E
T
A

E
N
S
A
I
O
A
T
R
A
Ç
Ã
O
N
A
F
L
E
X
Ã
O
M
É
T
O
D
O
B
R
A
S
I
L
E
I
R
O
-
L
O
B
O
C
A
R
N
E
I
R
O

A resistência do concreto à tração indireta por compressão diametral é


determinada pela equação:

2
, =
. .ℎ

A resistência limite à tração na flexão é obtida no instante da ruptura pela


equação:

.
, =
.ℎ

Na falta de ensaios a resistência média à tração direta , pode ser obtida


através da resistência característica do concreto à compressão ( ) e,
consequentemente, pode-se obter os valores característicos de resistência a
tração ( ). As equações estabelecidas em norma são as que se seguem.
Concreto de classe até C50: Concreto de classe C55 até C90:

/ = 2,12 ∙ ln(1 + 0,11 ∙ )


, = 0,3 ∙ ,

, = 0,7 ∙ ,

, = 1,3 ∙ ,

Os valores acima são em MPa.

f) Módulo de Elasticidade

Quando não forem realizados ensaios pode-se estimar o módulo de


elasticidade inicial.

Concreto de classe até C50: Concreto de classe C55 até C90:



= 5600 ∙ ∙
= 21500 ∙ ∙ + 1,25
10

Os valores acima são em (Mpa), onde:

= 1,2 para basalto e diabásio


= 1,0 para granito e gnaisse
= 0,9 para calcário
= 0,7 para arenito

O módulo de elasticidade secante:

= ∙

= 0,8 + 0,2 ∙ ≤ 1
80
fck em MPa.

g) Módulo de elasticidade transversal e Coeficiente de Poisson.

Na aplicação de forças no concreto surgem deformações também na direção


transversal da força aplicada. Então para tensões de Compressão menores
que 0,5 fc e Tração menores que fct o coeficiente de Poisson pode ser tomado
igual 0,2 conforme a NBR 6118.

= 0,2
= =
2 ∙ (1 + ) 2,4

h) Diagrama tensão – deformação na compressão.

Para o dimensionamento no estado limite último (E.L.U.), pode ser empregado


o diagrama tensão-deformação conhecido como diagrama parábola-retângulo
mostrado na figura abaixo, para qualquer classe de resistência do concreto.
c
fc
k
0
,
8
5
.
fc
d

c
2

c
u

c
As tensões de compressão em qualquer ponto da curva são obtidas pela
fórmula geral abaixo para todas as classes de concreto. Os valores a serem
alterados dependentes da classe de concreto são ( ), ( ) e ( ).

= 0,85 1− 1−

Para concretos de classe até C50:

= 2,0‰
= 3,5‰
= 2,0

Para concretos de classe até C55 até C90:

,
= 2,0‰ + 0,085‰ ∙ ( − 50)
90 −
= 2,6‰ + 35‰ ∙
100
90 −
= 1,4 + 23,4 ∙
100
i) Diagrama Tensão-Deformação na Tração
Para o concreto não fissurado, pode ser adotado o diagrama bilinear mostrado
na figura abaixo:

c
t
fc
t
k
0
,
9
.
f c
t
k

E
C
i

0
,
1
5
%

c
t
o
j) Retração

Fenômeno de diminuição do volume de concreto ao longo do tempo:

- Retração Hidráulica: A água não utilizada na reação química de hidratação do


cimento se evapora (evaporação capilar), sendo esta a principal causa da
diminuição do volume de concreto.

- Retração química: A própria reação de hidratação do cimento ocorre com


diminuição de volume do concreto.

- Retração por carbonatação: Diminuição do volume de concreto pela reação


do gás carbônico presente na atmosfera com componentes secundários do
concreto.

l) Fluência
- Fenômeno Reológico de deformação do concreto sob as cargas de longa
duração, as quais ocasionam tensões de compressão permanentes e
constantes. É mostrado abaixo o gráfico de deformação imediata ( ) e
fluência do concreto ( ) em função do tempo.

Fonte: Paulo Sérgio dos Santos Bastos


2.2 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS - AÇO

a) CATEGORIAS

Ao aços são classificados pela NBR 7480 de acordo com a resistência


característica de escoamento nas categorias:

CA25; CA50; CA60

Aços CA 25 e CA 50 são obtido após tratamento térmico a quente (Laminação).


 Melhor soldabilidade
 Alta ductilidade

Aços CA 60 são obtido após tratamento térmico a frio (Trefilação ou Laminação


a frio).
 Maior resistência mecânica e dureza
 Menor ductilidade

b) BARRAS E FIOS

Barras – São os produtos fornecidos com diâmetro nominal (Ø) - bitolas - entre
6,3mm e 40mm – São exclusivamente laminados a quente (CA25 e CA50).

6,3 8,0 10,0 12,5 16,0 20,0 22,0 25,0 32,0 40,0

FIOS – São os produtos fornecidos com diâmetro nominal (bitola)- Ø>=2,4mm


e Ø<=10mm– obtidos por trefilação ou laminação a frio, por exemplo,
estiramento (CA60).

4,2 4,6 5,0 5,5 6,0 6,4 7,0 8,0 9,5 10,0

Existem ainda os de 2,4mm, 3,4mm e 3,8mm.

Em geral os aços utilizados em estrutura são:


CA60 – 5,0mm e 4,6mm (tela soldada)
CA50 – 6,3mm ao 32mm (22mm não é encontrado no mercado)

Observações:

O Aço CA25 não possuem nervuras (morsas), as barras devem ser somente
lisas.

O Aço CA50 possuem obrigatoriamente nervuras.


O Aço CA60 as barras podem ser com nervuras, entalhadas ou lisas, sendo
que para ∅ = 10 as barras devem obrigatoriamente nervuradas.

c) Massa Específica

Pode-se adotar para massa específica o valor de: = 7850 /

d) Coeficiente de Dilatação Térmica


Pode-se adotar o valor de: = 10 , para intervalos de temperatura
entre −20 e 150 .

e) Módulo de Elasticidade

Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante: = 210

f) Diagrama Tensão-Deformação na Compressão e na Tração.

Observação: para o aço que não possui patamar de escoamento definido


(CA60) o valor de fyk é o da tensão correspondente a uma deformação
específica permanente de 0,2%.

A NBR 6118 (2014) permite utilizar para os Estados Limites de Serviço (ELS) e
Último (ELU) o diagrama tensão-deformação simplificado mostrado na figura
abaixo, tanto para aços com patamar de escoamento definido (CA25 e CA50)
como para aços sem patamar de escoamento definido (CA60).
s


fy fy
k
d


1
0
%o
y
d

 
s
Pode-se criar uma tabela dos valores de tensão e deformação para os aços.

Aço fyk (MPa) fyd (MPa) εyd(%)


CA25 250 217 0,104
CA50 500 435 0,207
CA60 600 522 0,248

−deformação específica de escoamento do aço.

g) Ductilidade:

Capacidade do material se deformar antes da ruptura.


CA25 e CA50 maior ductilidade e CA60 menor ductilidade.

Observação: Os limites de deformação do aço e concreto podem ser vistos nas


retas seccionais dos domínios de deformação na Flexão.

c
2

c
u
B
d
'

)
h
c
u

c
2
c
u
C
d

h
2
a

b
4

5
A

4
a
y
d
1
,
0
%

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