de caso. Maria Elisa de Siqueira Monteiro FAP Difere de outras terapias comportamentais principalmente no que se refere ao papel e importância do relacionamento terapêutico. Antes de Kohlemberg e Tsai publicarem sobre a FAP em 1987, a relação terapêutica sempre tinha ficado relegada a um papel menor: 1)como uma variável produzindo efeitos não específicos 2) ou como base de um bom relacionamento para se obter cooperação durante o tratamento. FAP Os behavioristas radicais puderam entender a real importância da relação terapêutica já enfocada pelas abordagens psicodinâmicas Foco da FAP relação terapêutica Adoção integral dos princípios do behaviorismo radical na prática clínica FAP Os cptos do cliente que são relevantes para a terapia ocorrem na sessão, no decorrer do processo terapêutico. São 3 os comportamentos do cliente que são relevantes: CRB1: cptos que indicam problema CRB2:cptos que indicam melhora CRB3:cptos que indicam aprendizado da análise funcional FAP Ênfase no aqui e agora behaviorismo radical -observação dos cptos do cliente. -as contingências liberadas pelo terapeuta estão próximas em tempo e espaço ao cpto do cliente. FAP O cpto problema do cliente que ocorre fora da clínica também ocorre na sessão similaridade funcional entre os dois ambientes
Equivalência funcionalcptos funcionalmente
semelhantes ocorrem na sessão e são observados e compreendidos
Permite a aplicação da FAP
(é quase uma leitura cptal do fenômeno de transferência descrito na psicanálise.) Na FAP Os cptos problema do cliente nunca são definidos a priori é necessária a análise do contexto da história de vida do cliente. Todo evento cptal deve ser entendido no contexto da vida do cliente e No contexto da sessão terapêutica. FAP evita definições arbitrárias evita o uso de regras inapropriadas pelo terapeuta. Ponto Central da FAP Identificar os CRBs Analisá-lo com o cliente no momento exato em que está ocorrendo
Ex: cliente com medo de progredir no
tratamento reações negativas perante os elogios do terapeuta técnicas x FAP Relação Terapêutica É situação natural relacionamento interpessoal problemas e resultados são apresentados na sessão. melhora mudança cptal que ocorre sob condições de estímulo que causavam os sintomas ou queixas. FAP Pode ser usada associada com a abordagem comportamental tradicional Ou pode ser a principal estratégia de tratamento. Exemplos Trechos de sessões Caso Clínico 1 – confrontação é adequada? -homem, 42 anos, alcoolismo, desempregado, sustentado pela mãe. -desenvolveu uma relação de dependência com a terapeuta: -cobra atenção e privilégios Caso Clínico – confrontação? quer que a terapeuta o favoreça em tudo hipótese clínica: deseja alguém que assuma suas responsabilidadesCRB1:deve diminuir de freqüência no decorrer das sessões. sessão 20 - cliente chega depois de ter faltado na sessão anterior sem avisar e diz para a terapeuta: C- “sua secretária disse que você pode repor a sessão que faltei, porém eu nem tinha pensado nisso”. caso clínico-opções do terapeuta Alternativa 1 T- Ela se enganou, isso não é possível, você já sabe que deve pagar sempre que faltar sem avisar, não foi isso que combinamos? C- Ok. Alternativa 2 T- Não é a primeira vez que isso acontece. Eu me sinto mal, parece que você está esperando que eu arque com o seu esquecimento. Por que eu deveria fazer isso de novo? C-Eu já estou gastando muito; minha mãe aliás: eu fico com pena dela. T- Mas você está pedindo para eu fazer algo por ela? Não deveria ser você a ajudá-la. Alternativa 2 C-Talvez você tenha razão, mas está sendo muito intransigente. T- Não é bem assim, penso que você deveria assumir responsabilidades por seus atos e perceber que te poupar disso só atrapalha o seu progresso. Além do mais, ficaria irritada por pagar por algo que eu não fiz. C-É acho que não vou ter saída, estou sendo imaturo, vou economizar em outras coisas. T- É uma boa idéia. Alternativa 3 T-Tenho observado, através de seus relatos e por seu comportamento na sessão, que você deseja que as pessoas a sua volta se responsabilizem por suas dificuldades ou que elas resolvam seus problemas. Você acha que isto realmente acontece? C- Não sei, talvez. Você tem um exemplo para eu entender melhor? Alternativa 3 T- Tenho sim.Outro dia você me contou que estava preocupado em gastar o $ da sua mãe, no entanto, não vejo você empenhado em procurar emprego. Aliás você também não desmarcou a sessão da semana passada e faltou. Alternativa 3 C- É realmente isso aconteceu, mas não foi intencional.Eu me preocupo muito com ela. Não sei por que faço isso. T- É, há uma enorme diferença entre dizer e fazer. O que você pode fazer para ser mais coerente com o que você diz? Alternativa 4 T- A secretária dificilmente diria isso. Você estava querendo pedir para não pagar a sessão que faltou? C-É isso, estou gastando muito. T-Entendo, mas considerando que você poderia ter desmarcado e não fez, eu não posso liberar o pagamento, eu perderia com isso. Alternativa 4 C- Você está sendo intransigente T- Veja bem, não é a primeira vez que isso acontece e quero que você seja mais responsável com relação a seus horários, pois isso facilitaria o seu tratamento e não impediria que eu atendesse outra pessoa nos horários vagos. Alternativa 4 C- Pode ser, mas dessa vez você poderia perdoar. T-Lá fora, as pessoas sempre te poupam ou te perdoam? C- Acho que sim T-Mas eu realmente não estou me sentindo bem em fazer isso. Você consegue aceitar meu sentimento. C- Ok, tudo bem. FAP Os diálogos 2 e 4 demonstram formas de intervenção mais próximas da FAP. Supõe-se que elas forneçam possibilidades concretas do cliente identificar seus CRB1 e saber dos efeitos que eles causam no comportamento do outro. FAP É adequada no tratamento de crianças e adolescentes. Caso clínico 1- criança de 10 anos não queria vir à sessão naquele dia. fala mal de qualquer coisa que a terapeuta propunha ou fazia, acusa-a de burlar o jogo injustamente, chama de burro outro cliente. Caso Clínico Agressão verbal à T de várias maneiras. T- sente-se irritada, com vontade de encerrar a sessão. Hipótese: CRB1: a frustração/punição geram respostas coercitivas e fuga da situação aversivaremoção da sit. aversiva com volta da situação reforçadora interrompida ou impedida. Caso Clínico Hipótese: a criança não apresentava antes resistência à terapia e nem à terapeuta ou aos jogos. Provavelmente a criança apresenta respostas agressivas que não são decorrentes do contexto clínico. Terapia: aumentar CRB2expandir repertório de expressar sentimentos e habilidades interpessoais. Caso Clínico CRB3analisar mais apropriadamente o problema e mesmo sua percepção sobre o cpto dos pais. Expressão clara de suas necessidades aos pais. Autoconhecimento. Caso Clínico T. descreve o cpto da criança confrontando-a: t: Você está diferente t: Está irritado hoje.Teve que vir na marra? t: Estou sentindo que está bravo comigo, está? t: O que você perdeu? você tem que fazer muitas coisas que não gosta? Caso Clínico C:Tô de férias pô! -conta para T que tem que se interessar em ir trabalhar com o pai dele. A família nunca está satisfeita. -demonstra a sua raiva e tristeza por estar impedido de ter acesso a atividades reforçadoras esperadas nas férias por exigência dos pais de que ele goste de trabalhar. Caso Clínico neste caso a fuga e a esquiva seriam decorrentes de exigência comportamental imprópria dos pais, bem como um resultado da criança ter seu acesso a atividades reforçadoras impedido. sua resposta provável nesses casos era a agressividade. Modelagem t: eu ficaria mais feliz se você tivesse me dito isso diretamente, não sei se deixaria você ir embora ou não, ou se isso resolveria o problema, mas poderíamos fazer um acordo, tentar resolver o problema. Você acha que comigo não adianta falar? Modelagem modelar respostas mais assertivas da criança e colocar a agressividade sob controle de estímulos mais apropriados. alterar o padrão de relação coercitiva com os pais pais:expectativas mais realistas quanto ao filho; permitir o seu acesso a atividades reforçadoras e o desenvolvimento da assertividade. FAP Na interação a terapeuta bloqueia a tentativa de fuga da sessão e das emoções associadas à frustração e ajuda o garoto a apresentar respostas emocionais e operantes mais apropriadas. t. valida os sentimentos da criançaadesão e confiança da criança