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DIREITO PENAL

A Ciência Penal
• Controle Social, Ciências Penais e Estado democrático
de Direito;
• O Direito Penal: Conceito, fontes, missões ou funções,
características;
• Direitos Humanos, Direitos Fundamentais, Garantismo-
Penal e o controle social-penal;
• Legitimidade. O direito penal e as demais ciências
jurídicas.
Ciência Penal

Objeto de Estudo

O Crime O Criminoso

A Sanção Penal
Ciência Penal

É o segmento do ordenamento jurídico que detêm


a função de selecionar comportamentos humanos
mais graves e perniciosos à coletividade capazes
de colocar em risco valores fundamentais para a
convivência social.
Ciência Penal busca

Explicar a razão, a essência e o alcance das


normas jurídicas

Impedir a descrição de condutas inofensivas que


não lesem os bens jurídicos penais
Missão e Limites

Luta contra o crime;

Luta ético-social
Dogmática Penal

Interpretação, sistematização e
aplicação lógico-racional do
Direito Penal.
Controle Social, Ciências Penais e Estado
Democrático de Direito

Direito Penal

Penas e Medidas de
Normas Jurídicas
Segurança

Controle Social Intervenção do Estado

tutela de bens jurídicos


Controle Social

a) viver de acordo com


normas sociais;

b) aplicar sanções aos


desvios em relação a
estas normas; e

c) respeitar, para tanto,


determinadas normas
procedimentais.
Exercício do Controle Social

O controle social é exercido pelo conjunto de


instituições, estratégias e sanções sociais que
objetivam manter os indivíduos dentro de
determinados modelos e normas de comportamento
comunitário.
Direito Penal e Sistema Penal
Direito Penal Sistema Penal
Conjunto de normas jurídicas que Grupo de instituições que, segundo as
preveem os crimes e lhes cominam regras jurídicas pertinentes, se
sanções. incumbe de realizar o direito penal.
Direito Penal, Direito Processual Instituição policial, instituição judiciária
Penal, Lei de Execução Penal, e a instituição penitenciária.
regulamentos penitenciários...
Diferença entre
Direito Penal Ciência Penal ou Poder Punitivo
Dogmática Penal
Conjunto de normas Estudar, sistematizar e É o poder do estado de
penais em vigor que se buscar aprimorar as perseguir e punir quem
impõem coercitivamente disposições penais, viola uma norma penal
por meio de uma assim como as opiniões incriminadora. O exercita
legislação escrita. (forma cientificas do campo por meio de seus vários
de exteriorizar o direito penal sem perder de órgãos.
penal). vista a referencia
normativa (Leis ,
Constituição e Tratados
Internacionais).
(Estudiosos e Interpretes
do Direito Penal).
Direito Penal

Conjunto de normas jurídicas que tem por objeto


a determinação de infrações de natureza penal e
suas sanções correspondentes:

Medidas de
Penas
Segurança
Direito Penal

Disciplinação sistemática dos meios de prevenção,


repressão e punição das condutas consideradas
atentatórias à ordem social.
Direito Penal ou Direito Criminal?

Uma conduta humana passa a ser chamada


“ilícita” quando se opõe a uma norma jurídica ou
indevidamente produz efeitos que a ela se opõem.

A sanção

Quando a sanção é uma pena, espécie


particularmente grave de sanção, o ilícito é chamado
de crime.
Direito Penal ou Direito Criminal?

O que transforma o ilícito em crime?

O ato legislativo
Direito Penal ou Direito Criminal?

1º. Código Criminal do Império- 1830

1º. Código da Penal da República - 1890


Função do Direito Penal

Proteção Garantia

Inerente e Necessária
Função do Direito Penal

Instrumento

Convivência dos homens em sociedade


Função do Direito Penal

Proteção de bens Instrumento de controle


jurídicos social

garantia
Objeto de Estudo do Direito Penal

Conduta Humana
Pretensão do Direito Penal

Preventiva Punitiva
Finalidade

Combater

Crime Contravenção Penal

O direito Penal tem finalidade preventiva.


Características Direito Penal

Ciência Cultural

Valorativa Finalista

Sancionador Fragmentário
Características do Direito Penal
É ciência cultural normativa, valorativa e finalista

Normativo - porque o direito positivo tem


como objeto a norma.
Valorativo - porque estabelece a sua própria
escala de valores. Valoriza as suas próprias
normas.
Finalista - porque visa à proteção dos bens
jurídicos fundamentais, como garantia de
sobrevivência da ordem jurídica
Características do Direito Penal

Zaffaroni

Sancionador porque protege a ordem jurídica


cominando sanções, penas.

Fragmentario porque escolhe as matérias a serem


tuteladas.
Bem jurídico Penal

São bens jurídicos fundamentais por


referência à Constituição, aqueles que visam
o bom funcionamento da sociedade e das
suas valorações éticas, sociais e culturais.
Tais como: vida, saúde, família...
Teoria do Bem Jurídico

Os bens jurídicos não são realidades


palpáveis, concretas, são antes valores da
existência social.
Ramo do Direito

Direito Público
Direito Penal e outros ramos do direito

Processual Penal Constitucional

Administrativo Civil

Internacional
Divisão do Direito Penal

Direito Penal Direito Penal


Fundamental Complementar

Direito Penal Comum Direito Penal especial

Direito Penal Geral Direito Penal Local


Direito Penal Fundamental

é o conjunto de normas gerais, aplicáveis a


todos os crimes, inclusive àqueles previstos
em leis diversas do CP. É composto
principalmente pelas normas da Parte
Geral do CP (art. 1° a 120), admitindo
também as normas de conteúdo
abrangente da Parte Especial do CP, como
o art. 327, que conceitua funcionário
público.
Direito Penal Complementar

formado pelas normas que definem crimes e


cominam penas – estão presentes na Parte
Especial do CP (art. 121 a 354-H) e nas leis
extravagantes, como a Lei de Tortura e a Lei de
Crimes Hediondos.
Direito Penal Comum

é aquele aplicável às pessoas em geral,


Direito Penal Especial

é aquele cuja aplicabilidade é restrita a


determinada categoria de pessoas, julgada por
um órgão judiciário específico, que se utiliza de
procedimentos peculiares.
Direito Penal Geral ou Nacional

Aplicável em todo o território nacional. É a


regra, uma vez que a competência para editar
normas penais é privativa da União (CF, art.
22, I)
Direito Penal Local ou Regional

aplicável apenas em determinada região do


País. Apesar de não existir atualmente, pode
vir a ser criado, uma vez que a União pode
delegar competência aos Estados para
legislarem sobre questões específicas (CF,
art. 22, parágrafo único).
Direito Penal do Cidadão x Direito Penal
do Inimigo
Direito Penal do Cidadão Direito Penal do inimigo
O individuo que comete Neste o individuo não é
crime desrespeita a tratado como pessoa, mas
NORMA e receberá uma como inimigo a ser
SANÇÃO – Pena ou Med. eliminado e privado do
Segurança. Respeito aos convívio social (pena de
Direitos Fundamentais caráter perpetuo, morte).
Básicos. Ausência de Direitos.
Fontes do Direito Penal

Materiais Formais

Competência da União – Imediatas


art. 22, I da CF) e
excepcionalmente art.
22, p. único Mediatas
Fonte Formal do Direito Penal.
Imediata Mediata
São as leis penais. Não são leis.
Normas penais incriminadoras; e analogia, costumes e princípios gerais
Não incriminadoras. do direito.
Histórico Positivista brasileiro
Ano
Ordenações do reino de Portugal Vigoraram até os códigos internos
Código Criminal do Império 1830
Código Penal 1890
Código Penal brasileiro 1940
1ª. reforma do Código Penal (parte 1984
Geral)
Estado de Direito e Estado Democrático
de Direito
Estado de Direito Estado Democrático
de Direito
Igualdade Formal. Igualdade Formal;
Principio da dignidade
da pessoa humana;
Garantia aos direitos
fundamentais.
Estrutura do Código Penal brasileiro

Parte Geral Parte Especial

8 títulos 11 títulos
Artigo 1º. da Carta da República

Titulo I - Dos Princípios Fundamentais


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana;


Principio da Intervenção Mínima do
Estado

O individuo humano possui direitos


constitucionalmente assegurados e a intervenção
jurídico-penal retira alguns destes direitos, não todos,
logo, a intervenção do Estado ocorre somente em
ultima ratio.
Principio da Intervenção Mínima

Subsidiariedade Fragmentariedade
Garantismo Penal

Visa ampliar a liberdade públicas e diminuir o


poder punitivo do estado.
Princípios que norteiam o Garantismo
Penal
• a) nulla poena sine crimine (princípio da retributividade ou da
consequencialidade da pena em relação ao delito);
• b) nullum crimen sine lege (princípio da reserva legal);
• c) nulla lex (poenalis) sine necessitate (princípio da necessidade ou da
economia do direito penal);
• d) nulla necessitas sine injuria (princípio da ofensividade ou da
lesividade do resultado);
• e) nulla injuria sine actione (princípio da materialidade ou da
exterioridade da ação);
• f) nulla actio sine culpa (princípio da culpabilidade ou da
responsabilidade pessoal);
• g) nulla culpa sine judicio (princípio da jurisdicionalidade);
• h) nullum judicium sine accusatione (princípio acusatório ou da
separação entre juiz e acusação);
• i) nulla accusatio sine probatione (princípio do ônus da prova ou da
verificação; e
• j) nulla probatio sine defensione (princípio do contraditório ou da defesa,
ou da falseabilidade).
Os Princípios do Garantismo

São princípios que se destinam a embasar uma


espécie de modelo-limite, e que apenas
colaboram, jamais sendo absolutamente
capazes de atender todos os direitos e garantias
do ser humano, mas irradiam reflexos em todo o
sistema, sobretudo sobre as regras do Direito
Penal
Finalidade do Garantismo

O garantismo representa a tutela dos direitos


fundamentais, ou seja, valores, bens e interesses
que fundam e justificam a existência do Direito e
do Estado.
Os Garantistas

O movimento garantista, por sua vez, relaciona-se


com a garantia do mínimo sofrimento necessário
decorrente da intervenção punitiva do Estado.
Antítese do Garantismo
Estado Anti Liberal Abolicionismo
Ditador Ausência de regras
Abuso Direito de Punir Anarquia
Assim,

Concordar com a afirmação de diversos


segmentos da atual sociedade, os quais
prelecionam que a problemática da criminalidade
repousa na qualidade das leis ou na brevidade das
penas, trata-se de um comportamento ingênuo. O
modelo político-criminal de alta repressão,
baseado na vingança privada executada pelo
Poder Público, já demonstrou não ser capaz de
equacionar o binômio crime-ressocialização.
Bibliografia:
Obra Autor Ano
Tratado de Direito Penal. São BITENCOURT, Cezar Roberto 2009
Paulo: Saraiva. v 1., 15 ed.
Curso de Direito Penal. 14. ed CAPEZ, Fernando. 2010
São Paulo: Saraiva.v.1
Curso de Direito Penal PRADO, Luiz Regis 2014
Brasileiro. 13ª. edição revista e
ampliada. São Paulo. Revista
dos Tribunais
Manual de direito penal ZAFFARONI, Eugenio Raúl; 2004
brasileiro: parte geral. 5. ed. PIERANGELI, José Henrique
rev. e atual. São Paulo: RT (Coord.)

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