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Contabilidade II

Contabilidade II – 2019/2

Balanço Patrimonial – Patrimônio Líquido

1
Patrimônio Líquido

No balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos


e dos passivos representa o Patrimônio Líquido,
Líquido que é o
valor contábil pertencente aos acionistas ou sócios.

Normalmente, somente por coincidência o valor pelo qual o


PL é apresentado no balanço patrimonial será igual ao valor
de mercado das ações da companhia, ou igual à soma que
poderia ser obtida pela venda dos seus ativos e liquidação
de seus passivos isoladamente, ou da entidade como um
todo.
2
Patrimônio Líquido

a) Capital Social-
Social representa valores recebidos pela empresa dos sócios,
ou por ela gerados e que foram formalmente incorporados ao Capital
(lucros a que os sócios renunciaram e incorporaram como capital);

b) Reservas de Capital - representam valores recebidos que não


transitaram pelo resultado como receitas;

c) Ajustes de Avaliação Patrimonial – representam as contrapartidas de


aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do
passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência;

3
Patrimônio Líquido

d) Reservas de Lucros - representam lucros obtidos pela empresa,


retidos com finalidade específica;

e) Dividendos adicionais propostos - esta conta apresenta o valor de


dividendos propostos para distribuição que excedem ao dividendo
mínimo obrigatório (previsto no Estatuto da empresa ou definido pela
Lei Societária). (ICPC 08)

f) Ações em Tesouraria - representam as ações da companhia que são


adquiridas pela própria sociedade (podem ser quotas, no caso das
sociedades limitadas);

g) Prejuízos Acumulados - representam resultados negativos gerados


pela entidade à espera de absorção futura.

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Capital Social

O investimento efetuado na companhia pelos acionistas é representado


pelo Capital Social.
Social Este abrange não só as parcelas entregues pelos
acionistas como também os valores obtidos pela sociedade e que, por
decisões dos proprietários, se incorporam ao Capital Social,
representando uma espécie de renuncia a sua distribuição na forma de
dinheiro ou de outros bens.

Capital Realizado - o valor que deve constar do PL no subgrupo de


Capital é o do Capital Realizado, ou seja, o total efetivamente
integralizado pelos acionistas. 0 art. 182 da Lei 6.404/76 estabelece que
"a conta do capital social discrimina o montante subscrito, e, por
dedução, a parcela ainda não realizada". Dessa forma, a empresa deve
ter a conta de Capital Subscrito e a conta devedora de Capital a
Integralizar,
Integralizar sendo que o líquido entre ambas representa o Capital
Realizado.
Realizado
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Capital Social

Capital Social = Ações (S.A Capital Aberto)

Ações Ordinárias = Ações com direito a voto

Ações Preferenciais = Ações com preferência no


recebimento de dividendos
O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a
restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50%
(cinquenta por cento) do total das ações emitidas.
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Capital Social

Valor nominal da ação é o resultado da divisão do capital social da S/A


pelo número de ações que esta emitiu.
Exemplo: capital social = R$ 100.000,00
Número de ações emitidas = 1.000
Valor nominal das ações = R$ 100,00.

Valor patrimonial da ação é o resultado da divisão do valor em reais do


PL pelo número de ações. É a parcela do PL correspondente a cada
ação, obtido pela diferença entre o ativo e o passivo da empresa.

Valor de negociação da ação é aquele contratado, por livre


manifestação de vontade, entre quem vende e quem compra. É o preço
pago pela ação no mercado de capitais secundário e é fixado pela
oferta e procura das ações no mercado.
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Capital Social

Contabilização

Na subscrição
D – Capital a integralizar 100.000
C – Capital subscrito 100.000

Na integralização
D – Bancos 80.000
C – Capital a integralizar 80.000

Capital a integralizar Capital subscrito Banco

100 80 100 80

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Capital Social

Algumas S.A. tem Capital Autorizado que é o limite estabelecido em valor ou


em número de ações, pelo qual o Estatuto autoriza o Conselho de
Administração a aumentar o capital social da companhia, independentemente
de reforma estatutária, dando mais flexibilidade a empresa, o que
é particularmente útil em época de expansão, que periodicamente requer
novas injeções de capital.

A informação do valor do Capital Autorizado é útil e deve ser divulgada nas


Demonstrações Contábeis, podendo ser dada no próprio balanço, na descrição
da conta Capital, ou também ser mencionada no topo das Demonstrações
Contábeis,
Contábeis como segue:

EMPRESA BRASILEIRA S.A. CAPITAL AUTORIZADO = $ 500.000.000

Esse valor do Capital Autorizado pode constar ainda de uma Nota Explicativa.

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Capital Social

Contabilização

A empresa pode controlar contabilmente o Capital Autorizado e a parcela do


mesmo ainda não subscrita por meio da própria conta Capital Subscrito.

Alternativamente, pode ser mantido controle contábil mediante contas de


compensação para o valor do Capital Autorizado e para a parcela a subscrever.

Nesse caso, a conta Capital Subscrito no Patrimônio Líquido não precisa ter a
divisão nas subcontas mencionadas.

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Capital Social
Contabilização quando há capital autorizado

Capital autorizado – 500.000


Capital subscrito - 300.000
Capital integralizado – 200.000

D – Capital a subscrever 500.000


C – Capital autorizado 500.000

D – Capital a integralizar 300.000


C – Capital a subscrever 300.000

D – Banco 200.000
C – Capital a integralizar 200.000

PL
Capital Realizado 200.000
Capital autorizado 500.000
(-) Capital a subscrever (200.000)
(-) Capital a integralizar (100.000)
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Reservas de Capital
São constituídas de valores recebidos pela companhia e que não
transitam pelo Resultado como receitas, por se referirem a valores
destinados a reforço de seu capital, sem ter como contrapartidas
qualquer esforço da empresa em termos de entrega de bens ou de
prestação de serviços.

 Ágio na emissão de ações

 Alienação de partes beneficiárias

 Alienação de bônus de subscrição

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Reservas de Capital
Reserva de ágio na emissão de ações

Na conta Capital Social, as ações devem figurar somente por seu valor nominal.

O excedente (diferença que os acionistas pagam e o valor nominal) é registrada na


conta de Reserva de Capital.

Ex: Uma Companhia tem ações ao valor nominal de $ 1,00 e faz um aumento de Capital
de $ 50.000,00 ao preço de $ 1,30 cada uma.
Capital (50.000 ações a $ 1,00) $ 50.000,00
Reserva de Capital - Ágio na Emissão de Ações (50.000 ações a $ 0,30) $ 15.000,00
Total recebido pela Companhia $ 65.000,00

D – Bancos 65.000,00
C – Capital 50.000,00
C – Reserva de ágio 15.000,00

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Reservas de Capital
Reserva de alienação de partes beneficiárias

Partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao


capital social, criados a qualquer tempo pela sociedade por ação.

Conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia,


consistente na participação nos lucros anuais – no máximo 10%.

Poderão ser alienadas pela Cia ou atribuídas a empregados, fundadores, dentre


outros, por serviços prestados à Cia.

O prazo de duração das partes beneficiárias atribuídas gratuitamente, salvo as


destinadas a sociedades ou fundações beneficentes dos empregados da
companhia, não poderá ultrapassar 10 (dez) anos.

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Reservas de Capital
Reserva de alienação de partes beneficiárias

É vedado às cias abertas emití-las, apenas as fechadas.

Contabilização

Registro contábil da subscrição de partes beneficiárias que visam a obtenção de


recursos financeiros no valor de $ 420.

Banco/Caixa Reserva de Capital – Alienação de


Partes Beneficiárias
420
420

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Reservas de Capital

Reserva de alienação de bônus de subscrição

Bônus de subscrição são títulos de crédito emitidos no limite do


capital social autorizado no estatuto e dão aos titulares o direito de
subscrever ações da companhia.

Esse direito será exercido mediante apresentação do título à


companhia e pagamento do preço de emissão das ações.

Os acionistas da companhia gozarão de preferência para subscrever a


emissão de bônus.

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Reservas de Capital
Reserva de alienação de bônus de subscrição

Contabilização

A empresa emite 21.000 bônus de subscrição a $1,00 cada.

Reserva de Capital –
Alienação de Bônus de
Banco/Caixa Subscrição
21.000 21.000

1 ano depois lança ações com valor nominal de $ 2,00

Capital Banco
42.000 42.000

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Reservas de Capital

Destinação das reservas de capital

 Absorver prejuízos quando estes ultrapassarem as reservas de


lucros;
 Resgate, reembolso ou compra de ações;
 Resgate de partes beneficiárias;
 Incorporação ao capital;
 Pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa
vantagem lhes for assegurada.

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Ajuste de Avaliação Patrimonial
A conta Ajustes de Avaliação Patrimonial foi introduzida na contabilidade brasileira
pela Lei 11.638/07 para receber as contrapartidas de aumentos ou diminuições de
valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a
valor justo, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao
regime de competência.

São registradas nessa conta, por exemplo, as variações de preço de mercado dos
instrumentos financeiros, quando destinados à venda futura, e as diferenças no valor
de ativos e passivos avaliados a preço de mercado nas reorganizações societárias,
societárias
podendo o seu saldo ser credor ou devedor.

A conta Ajustes de Avaliação Patrimonial não corresponde a uma conta de reserva,


uma vez que seus valores não transitaram pelo resultado. Sendo assim, ela não deverá
ser considerada quando do cálculo do limite referente à proporção das reservas de
lucros em relação ao capital.

Como regra geral, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos para o
resultado do exercício à medida que os ativos e passivos forem sendo realizados.
realizados
Reservas de Lucro

São contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia, como


previsto pelo § 4º do art. 182 da lei 6.404/76.

0 somatório das Reservas de Lucros, excetuando-se as Reservas para Contingências, de


Incentivos Fiscais e de Lucros a Realizar, não pode ser superior ao montante do Capital
Social da sociedade. Caso o referido somatório ultrapasse o Capital Social, caberá a
assembléia deliberar sobre a aplicação do excedente,
excedente que poderá ser utilizado para
integralização ou aumento de capital, desde que com a devida fundamentação, ou
distribuído como dividendos.
 Reserva legal
 Reservas estatutárias
 Reservas para contingências
 Reservas de lucros a realizar
 Reservas de lucros para expansão
 Reservas de incentivos fiscais
 Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído

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Reservas de Lucro

Reserva legal

Do lucro líquido do exercício (após compensação de prejuízos), 5% serão aplicados, antes de


qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá 20% do
capital realizado.

A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa
reserva, acrescido do montante das reservas de capital, exceder a 30% do capital social.

A utilização da reserva legal está restrita à compensação de prejuízos e ao aumento do


capital social.

A incorporação ao capital pode ser feita a qualquer momento.

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Reservas de Lucro
Reservas estatutárias
Constituídas por determinação do estatuto da companhia,não previstas em lei, como
destinação de uma parcela dos lucros da companhia.

É preciso estabelecer no estatuto:


estatuto
 Definir sua finalidade de modo preciso e completo;
 Fixar critérios para determinar a parcela anual do lucro líquido a ser utilizada;
 Estabelecer seu limite máximo.

Não podem restringir o pagamento de dividendos.

Ex:
Ex Estatuto da companhia definiu a criação da reserva estatutária, com base no lucro
líquido do exercício a uma alíquota de 10%, após reserva legal.

Lucro líquido do Exercício $1.000


(-) Prej. Acumulados $ (200)
Lucro Líquido $800
(-) Reserva Legal (40)
Reserva estatutária $760 x 10% = 76
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Reservas de Lucro
Reserva para contingência

A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do


lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a
diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.

§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e


justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva.

§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que


justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.

O objetivo da constituição dessa reserva é segregar uma parcela de lucros, inclusive com a
finalidade de não distribuí-la como dividendo, correspondente a prováveis perdas
extraordinárias futuras, que acarretarão diminuição dos lucros (ou até o surgimento de
prejuízos) em exercícios futuros.

No exercício em que ocorrer tal perda efetivamente, e o lucro será menor, efetua-se a
reversão da Reserva para Contingências anteriormente constituída para a conta de Lucros
Acumulados. 23
Reservas de Lucro

Exemplo

Reserva para Contingências


Lucro Líquido do Exercício Base de cálculo dividendo
Constituição Reversão

1° Ano 1.000 300 700

2° Ano 400 300 700

3° Ano 1.000 300 700

4° Ano 400 300 700


Reservas de Lucro
Reservas de lucros a realizar

De constituição optativa. Busca evidenciar e retirar da base de cálculo dos dividendos


obrigatórios parcela de lucros não realizados financeiramente, como por exemplo, resultado
positivo de equivalência patrimonial, ganho com operações a se realizarem após o exercício
(vendas a longo prazo). Só pode ser revertida (para LPA) para pagamento de dividendos
obrigatórios, adicionando-se a esses e não à sua base.

Será constituída no exercício em que o dividendo obrigatório for maior que a parcela
realizada do lucro líquido. A Reserva de Lucros a Realizar será constituída quando não
existirem lucros realizados suficientes para o pagamento do dividendo obrigatório. Portanto,
antes do cálculo da Reserva de Lucros a Realizar, os dividendos obrigatórios devem ser
calculados, pois são parâmetros a serem utilizados no cálculo da reserva.

25
Reservas de Lucro
Exemplo

Resultado do exercício 150.000


Reserva legal 5% 7.500
Dividendo obrigatório 25% 35.625
Ganho de equivalência 130.000
Lucro realizado 20.000
Parcela destinada a reserva de lucros a realizar (35.625 – 20.000) 15.625

26
Reservas de Lucro
Reservas de incentivos fiscais

A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a
reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou
subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo
do dividendo obrigatório.

A partir do exercício social de 2008, conforme Pronunciamento Técnico CPC 07 - Subvenção


e Assistência Governamentais, as doações e subvenções recebidas pela companhia deverão
transitar pelo resultado, e terão seus registros contábeis determinados em função das
condições estabelecidas para recebimento dessas doações e subvenções.

27
Reservas de Lucro
Reservas de lucros para expansão

Optativa e não interfere no pagamento de dividendos obrigatórios. Deve ser aprovada em


assembléia geral e tem duração de 5 exercícios. O orçamento, submetido pelos órgãos da
administração com a justificativa da retenção de lucros proposta, deverá compreender
todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a
duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto
de investimento.

O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o
balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício
social.

28
Reservas de Lucro
Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído

Quando a companhia apurar dividendos obrigatórios e não possuir condições financeiras de


pagá-los, deverá constituir essa reserva. Não havendo prejuízos futuros que a absorva,
esses dividendos são pagos quando houver situação financeira que permita.

Nesse caso, o dividendo deixa de ser pago naquele exercício e, para tanto, já no balanço,
deve-se apurar o valor do dividendo obrigatório e apropriá-Io para essa reserva especial de
lucros a débito de Lucros Acumulados.

Tais dividendos serão pagos aos acionistas no futuro, assim que a situação financeira o
permitir,
permitir desde que não tenham sido absorvidos por prejuízos dos exercícios seguintes.

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Ações em Tesouraria
Devem ser destacadas no balanço como redutora da conta do patrimônio líquido que
registrou a origem dos recursos aplicados nas suas aquisições.

A Instrução CVM 268/97 ressalta que as companhias abertas não poderão manter em
tesouraria ações da própria empresa em quantidade superior a 10% de cada classe de ações
em circulação no mercado, incluindo aquelas mantidas na tesouraria de controladas
e coligadas.

O preço de aquisição das ações não poderá ser superior ao valor de mercado e, na hipótese
de aquisição de ações que possuam prazo prédeterminado para resgate, o preço de compra
não poderá ser superior ao valor fixado para resgate. As ações, enquanto mantidas em
tesouraria, não terão direitos patrimoniais ou políticos.

As ações que excederem o saldo de lucros e reservas disponíveis (com exceção das reservas
legal, de lucro a realizar e a especial de dividendos obrigatórios não distribuídos) devem ser
vendidas no prazo de três meses, a contar da aprovação do balanço em que se apurar o
excesso, findo o qual as ações excedentes serão canceladas.
canceladas

A operação de compra de ações pela própria companhia é como se fosse uma devolução de
patrimônio líquido, motivo pelo qual a conta que as registra (devedora) deve ser
apresentada como conta redutora do patrimônio. 30
Prejuízos Acumulados

A partir da vigência da Lei 11.638/07 foi extinta a possibilidade de manutenção e


apresentação de saldos a título de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial, mas apenas
para o caso das sociedades por ações, o que não significa que a referida conta deverá ser
eliminada dos planos de contas dessas entidades.

A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados que, na maioria dos casos, representa a


interligação entre Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício,
continuará sendo utilizada pelas companhias para receber o resultado do período,
período se
positivo, e destiná-Io de acordo com as políticas da empresa, servindo de contrapartida
para as constituições e reversões de reservas de lucros, assim como para a distribuição
de dividendos.

No balanço patrimonial, só poderá aparecer quando tiver saldo negativo,


negativo e será
denominada de Prejuízos Acumulados.

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Dividendos

Montante do lucro que se divide pelo número de ações;

Parcela de lucro relativa a cada ação;

Rendimento proporcionado pela ação.

Dividendos representam destinações do lucro líquido do exercício de lucros


acumulados ou de reserva de lucros, para os acionistas da sociedade.

A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do


exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de
capital, no caso das ações preferenciais.
preferenciais

32
Dividendos

É proibida a distribuição de dividendos que não resultem de lucros obtidos pelas


operações da empresa ou anteriormente acumulados por ela.

O dividendo obrigatório surgiu como um dos instrumentos de fomento à cultura de


mercado de capitais que no Brasil florescia, idealizado pelos responsáveis pela
elaboração da Lei nº 6.404/76.

Tanto acionistas preferenciais quando ordinários tem o direito aos dividendo


obrigatório.

Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a


parcela dos lucros estabelecida no estatuto.

33
Dividendos

Diminuem a conta Lucros Acumulados no Patrimônio Líquido e são transferidos para as


seguintes contas:

 Dividendos a Pagar (Passivo Circulante): somente o valor correspondente aos


dividendos mínimos obrigatórios previstos no estatuto da empresa ou de acordo com a
Lei das Sociedades por Ações (se não for previsto no estatuto).

 Dividendos adicionais propostos (conta específica do Patrimônio Líquido): o valor


proposto que exceder aos dividendos mínimos obrigatórios deve ser mantido no
Patrimônio Líquido até que ocorra a aprovação pela assembléia geral da empresa. Após
a aprovação o valor deve ser transferido desta conta do Patrimônio Líquido para a conta
Dividendos a Pagar (Passivo Circulante).

34
Dividendos

Poderão ser utilizados para a distribuição dos dividendos:


dividendos

 Lucro do exercício

 Reservas de lucros

 Reservas de capital (somente para ações preferenciais, em casos específicos)

35
Dividendos

Caso o estatuto não fixe de modo preciso e minucioso o cálculo do dividendo, este
será de:

I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores

a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e


b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e
reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores;

II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado


ao montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a
diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197);

III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não


tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser
acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização.

36
Dividendos

Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir


norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e
cinco por cento) do lucro líquido ajustado.

O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital


social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com
precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de
administração ou da maioria.

 Porcentagem do capital social;


 Dividendos com valores fixos por ação;
 Outros critérios estabelecidos pelos acionistas, desde que exaustivamente
regulados no estatuto, e que sejam equitativos e não arbitrários.

37
Dividendos

Cálculo do dividendo obrigatório

(+) Lucro Líquido do Exercício


(-) Prejuízos Acumulados
(-) Reserva Legal (constituída)
(-) Reserva para Contingência (constituída)
(+) Reversão de Reserva para Contingência
(-) Reserva de Incentivos Fiscais
(=) Lucro Líquido Ajustado antes da RLR
(x) Percentual Estabelecido no Estatuto (ou 50% se estatuto omisso)
(=) Dividendo Obrigatório Antes da RLR
(-) Reserva de Lucros a Realizar (constituída)
(+) Realização de Reserva de Lucros a Realizar
(=) Dividendo Obrigatório
38
Dividendos
Exemplo
Número de ações (Estatuto)
Ações ordinárias 8.000 ações
Ações preferenciais 1.000 ações

(+) Lucro Líquido do Exercício 11.200,00


(-) Prejuízos Acumulados (5.940,00)
(-) Reserva Legal (constituída) (263,00)
(-) Reserva para Contingência (constituída) (2.000,00)
(+) Reversão de Reserva para Contingência 800,00
(=) Lucro Líquido Ajustado antes da RLR 3.797,00
(x) Percentual Estabelecido no Estatuto (25%) 949,25
(-) Reserva de Lucros a Realizar (constituída) -
(+) Realização de Reserva de Lucros a Realizar 1.000,00
(=) Dividendo Obrigatório 1.949,25
1949,25/ 9.000 (número total de ações em circulação
Dividendo obrigatório por ação 0,21658 39
Dividendos
O dividendo previsto não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da
administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a
situação financeira da companhia.

O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e,


na companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores
Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição
justificativa da informação transmitida à assembléia.

O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da assembléia-geral, no


prazo de 60 (sessenta) dias da data em que for declarado e, em qualquer caso, dentro
do exercício social.

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Observações

Se a assembleia aprovar as demonstrações financeiras com modificação no montante


do lucro do exercício ou no valor das obrigações da companhia, os administradores
promoverão, dentro de 30 (trinta) dias,
dias a republicação das demonstrações, com as
retificações deliberadas pela assembléia;

Se a destinação dos lucros proposta pelos órgãos de administração não lograr


aprovação (artigo 176, § 3º), as modificações introduzidas constarão da ata da
assembleia.

Exercícios 4, 5, 5a e 6

41

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