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ÁREAS DA

FILOSOFIA

Profº: Rodrigo Carvalho


INTRODUÇÃO
 Podemos considerar a filosofia como sendo a mãe
de todas as áreas de estudos, uma vez que quase
todos os campos eram objeto de inquisição e
reflexão dos primeiros filósofos. Por isso, podemos
encontrar em seus escritos, principalmente
durante o período da Grécia Clássica,
preocupações e dissertações em Medicina, Física,
Matemática, Política, História, Teologia, Psicologia,
Astronomia e outras.
 Claro que nessa época estas divisões de áreas de
estudo eram bem diferentes das atuais, e a
maioria delas nem sequer eram denominadas por
estes termos. Com o desenvolvimento do
conhecimento humano, os diversos campos foram
sendo delimitados, se tornando foco de uma área
específica. citar: 2
COM BASE NA VISÃO ATUAL DOS
ASSUNTOS QUE SE REFEREM À ÁREA DE
ATUAÇÃO DA FILOSOFIA, DESTACA-SE

Metafísica
Epistemologia
Lógica
Ética
Filosofia política
Estética
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METAFÍSICA
Aristóteles (384-322 a.C.)
DE QUE TRATA?
 Significa o que está além da natureza.
 Para os gregos, natureza é tudo o que possui
forma física: árvores, casas, animais. Já aquilo
que não se pode medir é considerado
metafísico, ou seja, a dimensão humana do
mundo: o ser, o conhecer, o relacionar-se com
os outros, os afetos.

 Filósofos destacados: Platão, Aristóteles,


Tomás de Aquino, Leibniz, Hegel, Russell,
Heidegger, Kripke, Van Inwagen.
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 A metafísica busca dar explicações sobre
a essência dos seres e as razões de
estarmos no mundo. Outro campo de
análise da Metafísica são as relações e
interações dos seres humanos com o
Universo e o cosmos.

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EXEMPLOS DE PROBLEMAS
 Há verdades absolutas?
 O que é o tempo?
 Será que somos, na realidade, livres?
 O que faz cada um de nós continuar a ser a
mesma pessoa ao longo do tempo?
 Será que a vida tem algum sentido?

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EXEMPLOS DE PROBLEMAS
 Será que tudo o que na realidade existe são
coisas concretas ou também há entidades
abstratas?
 Há um sentido último para a existência do
mundo?
 A organização do mundo é necessariamente
essa com que deparamos, ou seriam possíveis
outros mundos?
 Existe um Deus? Se existe, como podemos
conhecê-lo? Existe algo como um “espírito”? Há
uma diferença fundamental entre mente e
matéria? Os seres humanos são dotados de
almas imortais? São dotados de livre-arbítrio?
Tudo está em permanente mudança, ou há 8
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EPISTEMOLOGIA
Descartes (1596-1650)

Ou seja, teoria do conhecimento


DE QUE TRATA?
 Estudo de problemas acerca do conhecimento, da crença e
da justificação (não de como o mundo é realmente, mas
de como podemos saber isso).
 O nome da disciplina deriva do termo grego episteme, que
significa precisamente conhecimento. Por exemplo,
importa distinguir conhecimento de ilusão, assim como
determinar em que condições temos justificação para
acreditar em algo. 
 É uma das disciplinas centrais da filosofia porque muitos
dos problemas de outras disciplinas filosóficas têm um
caráter epistemológico.
 Filósofos destacados: Platão, Aristóteles, Descartes,
Locke, Berkeley, Hume, Kant, Russell, Quine.
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EXEMPLOS DE PROBLEMAS
 O que é conhecer algo?
 O que podemos conhecer?
 Como justificamos as nossas crenças?
 A informação obtida pelos nossos cinco sentidos é uma
fonte fiável de conhecimento?
 Haverá coisas que podemos saber sem usarmos os
nossos sentidos?

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LÓGICA
Frege (1848-1925)
DE QUE TRATA?
 A lógica estuda todos os aspetos relacionados com a
correção do raciocínio.
 Tem sido desenvolvida como disciplina independente,
mas também como disciplina matemática e como
disciplina filosófica.
 A lógica filosófica é o estudo dos aspetos filosóficos da
lógica, como as noções de validade, de implicação, de
consistência, de possibilidade e necessidade.

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DE QUE TRATA?
 É uma das disciplinas centrais da filosofia porque
 É usada como instrumento crítico importante para a
clarificação de teses e avaliação de raciocínios
filosóficos;
 Muitos dos problemas de outras disciplinas
filosóficas levantam questões de caráter
crucialmente lógico (por exemplo, se a existência da
divindade das principais religiões é logicamente
compatível com a existência do mal no mundo). 
 Filósofos destacados: Aristóteles, Crisipo,
Abelardo, Ockham, Frege, Russell, Tarski, Kripke.

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 10.º ANO 14


EXEMPLOS DE PROBLEMAS
 Em que circunstâncias um raciocínio é válido ou inválido?
 Será que todas as afirmações são verdadeiras ou falsas?
 Qual é a forma lógica genuína de «se…, então…»?
 O que é a possibilidade relativa?
 Quais são os critérios de validade dos raciocínios
indutivos?

50 LIÇÕES DE FILOSOFIA 10.º ANO 15


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ÉTICA
Kant (1724-1804)

Ou filosofia moral
DE QUE TRATA?
 Estudo de como devemos viver e como
distinguir o que é moralmente correto ou
incorreto.
 A ética inclui três subdisciplinas principais:
 Metaética: questões relativas à própria natureza da
ética.
 Ética normativa: o que é a ação correta e o que é o
bem.
 Ética prática: ética aplicada a casos concretos, como
o estatuto moral dos animais, a manipulação genética,
a eutanásia, a pena de morte, o aborto, etc. 

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DE QUE TRATA?
 Embora não tão central quanto a metafísica e a
epistemologia, a ética não deixa de ser uma
disciplina filosófica central, pois muitas outras
disciplinas filosóficas (como a filosofia da
ciência, a filosofia política, a filosofia da religião
e a estética) tratam de problemas de caráter
ético.
 Filósofos destacados: Aristóteles, Epicuro,
Hume, Kant, Stuart Mill, Nietzsche, Bernard
Williams, Peter Singer.

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EXEMPLOS DE PROBLEMAS
 Será que devemos pensar apenas no nosso
bem pessoal quando agimos?
 Os nossos juízos morais têm um caráter
meramente subjetivo?
 Temos a obrigação de ajudar os outros, sempre
que isso esteja ao nosso alcance?
 Os animais não humanos têm direitos? Se sim,
quais?
 Será sempre moralmente errado matar pessoas
inocentes?
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FILOSOFIA
POLÍTICA
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Locke (1632-1704)
DE QUE TRATA?
 É o estudo do modo correto de estruturar a
nossa vida coletiva enquanto membros de
uma sociedade.
 Os políticos são executores, ao passo que os
filósofos políticos refletem sobre os princípios
gerais em que os políticos se baseiam, ainda
que tenham consciência disso.
 Filósofos destacados: Platão, Aristóteles,
Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau, Hegel,
Marx, Arendt, Popper, Rawls, Nozick, Sandel.

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EXEMPLOS DE PROBLEMAS
 A que princípios gerais deve obedecer uma
sociedade para ser justa?
 Haverá alguma justificação para a autoridade
do Estado sobre as pessoas? Se há, qual é?
 Quem deve governar e porquê?
 Uma sociedade com grandes desigualdades
na distribuição da riqueza pode ser justa?
Porquê?
 Há circunstâncias em que é moralmente
justificado desobedecer à lei?
 Os cidadãos devem ser tratados sempre de
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modo igual?
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ESTÉTICA
Goodman (1906-1998)

& filosofia da arte


ESTÉTICA
 Do grego: aisthésis; que quer dizer percepção
ou sensação. Estuda basicamente e,
primordialmente, a natureza do que é belo e
das características e fundamentos da arte.
 É o estudo da arte, em suma, seja ela criada ou
natural. A estética estuda o julgamento frente
ao belo, observando as percepções individuais
e coletivas de uma reação gerada por um
fenômeno estético, desde a admiração da
natureza em si, até as obras criadas por mãos
humanas.

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DE QUE TRATA?
 É o estudo do que faz de certas coisas objetos de
apreciação por si mesmas, quer essas coisas sejam
obras de arte ou certos aspetos da natureza.
 Algumas noções importantes: beleza, gosto e arte.
 A filosofia da arte ocupa-se de problemas que
emergem apenas nas artes, sendo que alguns
deles têm um caráter estético.
 Filósofos destacados: Aristóteles, Hume, Kant,
Collingwood, Dickie, Danto, Goodman, Scruton.

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COMO SE DEFINE O QUE É BELO?
 De um lado, dentro de uma tradição iniciada com Platão (séc. IV
a.C), na Grécia, há os filósofos que defendem a existência do "belo
em si", de uma essência ideal, objetiva, independente das obras
individuais, para as quais ser­ve de modelo e de critério de
julgamen­to. Existiria, então, um ideal universal de beleza que seria
o padrão a ser se­guido. As qualidades que tornam um objeto belo
estão no próprio objeto e in­dependem do sujeito que as percebe.
 Defendendo o outro lado, temos os filósofos empiristas, como
David Hume (séc. XVIII), que relativizam a bele­za, reduzindo-a ao
gosto de cada um. Aquilo que depende do gosto e da opi­nião
pessoal não pode ser discutido ra­cionalmente, donde o ditado:
"Gosto não se discute". O belo, dentro dessa perspectiva, não está
mais no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito.
 Hegel, no século seguinte, introduz o conceito de história. A beleza
muda de face e de aspecto através dos tem­pos. E essa mudança
(chamada devir), que se reflete na arte, depende mais da cultura e
da visão de mundo presentes em determinada época do que de
uma exigência interna do belo.
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EXEMPLOS DE PROBLEMAS

 O que é afinal a arte?


 Haverá juízos estéticos objetivos?
 O que é uma entidade ficcional?
 A beleza é apenas uma questão
de gosto?
 Por que razão a arte é valiosa?

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