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FATORES DE RISCO

PARA DAC
O infarto agudo do miocárdio é a
principal causa de morte no mundo

Profa. MSc. Daniela Nascimento


DAC
Anatomia
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
Relevância epidemiológica

Aprimoramento dos métodos diagnósticos, técnicas

intervencionistas, farmacologia e dispositivos para suporte;


Século XXI: DAC como 1º causa de morte nos países

desenvolvidos e em grande parte das nações em


desenvolvimento.
DAC & Aterosclerose
Aterosclerose é um processo inflamatório que afeta seletivamente

artérias e tem alta prevalência em ♀ e ♂;


Athero (sopa, mingau); Esclerose (endurecimento);

Núcleo Central (lipídeo); Capa Fibrosa;

Principal Causa de Morte nos Países Ocidentais;

Processo Patológico Progressivo;

Início geralmente na infância: Estrias Gordurosas;

Complicações decorrentes de trombos-oclusivos, incluindo AVE e

IAM são as maiores causas de morbi-mortalidade.


DEFINIÇÃO – Fatores de Risco
Pessoas saudáveis com características que se relacionam

ou não à ocorrência de DAC;

Estudo de Framingham;

Modificáveis: Estilo de vida, características bioquímicas e

fisiológicas;
Não-Modificáveis: Idade, sexo e história familiar;

Na doença: progressão e pior prognóstico.


NÃO-MODIFICÁVEIS
Sexo: maior prevalência em ♂;

Idade:
♂ ≥ 45 anos

♀ ≥ 55 anos

HF: DAC ou outra doença aterosclerótica prematura

em parentes de primeiro grau:


♂ < 55 anos

♀ < 65 anos
MODIFICÁVEIS
HAS

Dislipidemia

Triglicerídeos aumentados

Diabete Mellitus (DM)

Obesidade

Estilo de Vida: dieta, álcool, tabagismo, sedentarismo


FATORES DE RISCO
INDEPENDENTES

Tabagismo

HAS

Dislipidemia

DM

Idade Avançada
Menor risco de morte por DAC

Exercício → Saúde:
* Aptidão cardiorrespiratória
* Composição corporal
* Força muscular
* Resistência muscular

CDC/ACSM (1995)

“Cada americano deve exercitar-se por 30 min ou mais,


em intensidade moderada, preferencialmente todos os
dias da semana.”
Pirâmide das Atividades
European guidelines on cardiovascular
Disease: prevention in clinical practice

• Aterosclerose: causa freqüente de DCV.


• Desenvolve-se insidiosamente por muitos anos e
quando os sintomas ocorrem a doença já encontra-se em
estágio avançado.
• DAC: origem multifatorial → Controle dos Fatores de
Risco.
• Indivíduos com DCV diagnosticada e aqueles com alto
risco em desenvolvê-la: ↑ atividade física.

European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation.


2003;10:S1–10
Estudos Epidemiológicos
MORRIS JN et al. Lancet, 1953.
PAFFENBARGER Jr RS et al. NEJM, 1986.

Exercício Físico Estilo de Vida

Benefícios Volume Total de Atividades

Formal Informal
Doenças tabaco-relacionadas
Acetona Terebintina Formol

Fósforo
Naftalina
P4
Amônia
Substâncias que compõem
o cigarro
Doença coronariana

O risco de fumantes
desenvolverem doença
coronariana é 2 a
4x maior do que
os não-fumantes
Benefícios de parar de fumar

20 min: a pressão arterial volta ao normal.


8 h: os níveis de monóxido de carbono voltam ao normal,
↑ a oxigenação.
24 h: o risco de IAM relacionado ao fumo ↓ .
48 h: melhora do paladar e do olfato.
2 sem: melhoria da circulação sanguínea.
1 a 9 m: ↓ tosse, rouquidão, fadiga e dispneia.
1 ano: os risco de DCV cai pela metade.
5 anos: a taxa de mortalidade por câncer ↓ em 50%.
200
8x
Fatores de risco
para doenças
coronarianas:
150
• Tabagismo
• Colesterol alto
coronariana/1.000 hab.
Incidência de doença

• Hipertensão
4x

100

2x

50

0
Nenhum Tabagismo Tabagismo +1 Tabagismo +2
Obesidade
• Altas taxas de morbimoralidade por DAC;
• HVE, Resistência à Insulina e Hiperinsulinemia.

Classificação de peso pelo IMC,

Classificação IMC (kg/m2) Risco de Comorbidades


Baixo peso < 18,5 Baixo
Peso normal 18,5-24,9 Médio
Sobrepeso ≥ 25 -
Pré-obeso 25,0 a 29,9 Aumentado
Obeso I 30,0 a 34,9 Moderado
Obeso II 35,0 a 39,9 Grave
Obeso III ≥ 40,0 Muito Grave
Obesidade

Combinação das medidas de circunferência abdominal e


IMC para avaliar obesidade, risco para diabetes e DCV,
Circunferência abdominal(cm)
Risco de complicações IMC(kg/m2) Homem: 94-102 102+
metabólicas Mulher: 80-88 88+

Baixo peso < 18,5 - -


Peso saudável 18,5-24,9 - aumentado
Sobrepeso 25-29,9 aumentado alto
Obesidade ≥ 30 alto muito alto
Obesidade

Relação Cintura-Quadril,
Homens: ≥ 0,90
Mulheres: ≥ 0,85
Diabete Mellitus

Atenção ao DM Tipo 2 !
Diet & Light
Associação Americana de Diabetes,
 os valores de diagnóstico são:
glicemia em jejum ≥ 125 mg/dl OU
≥ 200 mg/dl e acompanhado de sintomas (vol. urinário aumentado, sede
exagerada, fome devoradora, emagrecimento inexplicável) OU
≥ 200 mg/dl, 2 horas após ingesta de 75 g de glicose.
os valores para pré-diabéticos são:
glicemia em jejum entre 100-125 mg/dl OU
entre 140-200 mg/dl, 2 horas após ingesta de 75 g de glicose.
Tipos de Gorduras
Gorduras Totais - soma de todos os tipos de gordura do alimento.
Gorduras Saturadas - Ao lado das gorduras trans, são as mais prejudiciais à
saúde. Alimentos de origem animal: carnes, bacon, pele de frango, ovos, leite,
óleo de côco, óleo de dendê e chocolate. Devem ser consumidas em pequenas
quantidades, de 18 g a 20 g diárias.
Gorduras Transaturadas – alimentos industrializados após processo de
hidrogenação: gordura vegetal (margarina, bolacha recheada, sorvete).
Gorduras Insaturadas - Não favorecem o aparecimento de doenças
cardiovasculares. Ajudam na absorção de vit. A, D, K e E. Divididas em
monoinsaturadas, (azeite de oliva, óleo de canola e de girassol, abacate) e
poliinsaturadas (peixes, soja e grãos).
Dislipidemia

Objetivo Colesterol LDL- Triglicerídeos


Total Colesterol
Prevenção 2º < 200 < 100 < 150

Prevenção 1º sem ou < 200 < 160 < 150


apenas 1 FR
Prevenção 1º com 2 < 200 < 130 < 150
ou mais FR

HDL- Colesterol
♂: >40mg/dl
♀:>50mg/dl
CHOCOLATE: HUMMMM!!!!!!!!

Flavonóides
HAS
 Condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e

sustentados de PA.
 Associa-se a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo e a

alterações metabólicas: do risco de eventos cardiovasculares fatais e não


-fatais.
 É um dos principais fatores de risco modificáveis e um dos mais

importantes problemas de saúde publica.


 A mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a

elevação da PA a partir de 115/75 mmHg de forma linear, continua e


independente.
Estrias Gordurosas
Podem ser precursoras das placas;

Manchas amareladas: < 1mm diâmetro; 1-2 mm largura; 1

cm comprimento;
Geralmente achatadas;

Depósitos de lipídeos na íntima;

Aorta de crianças > 1 a;

Coronárias em todos > 10 a.


Hipótese de Reação à Lesão
 Tríade de Virchow:
 Lesão Endotelial (hiperlipidemia crônica)
 Alterações Hemodinâmicas
 Hipercoagulabilidade

 Exposição da camada subendotelial

 ↑ permeabilidade endotelial

 Adesão de plaquetas (LEC) e macrófagos

 Migração e proliferação céls. musc. lisas (LEC)

 Células espumosas
PLACA ATEROSCLERÓTICA
CAMADA ADVENTÍCIA
ARTERÍOLA
MEMBRANA ELÁSTICA EXTERNA
ENDOTÉLIO CAMADA MÉDIA
MEMBRANA ELÁSTICA INTERNA
LÂMINA PRÓPRIA
LUZ

DEPÓSITO DE
GORDURA

ATEROMA
PLACA
FIBROSA
OXIDAÇÃO DA LDL
Síndrome Coronariana
Aguda e Crônica Isquemia Miocárdica:
Desequilíbrio entre o consumo e

Angina Pectoris e suas Variações; a oferta de oxigênio. A redução


da oferta ocorre por redução do
Infarto do Miocárdio;
fluxo ou mesmo por redução do
Morte Súbita; conteúdo arterial de oxigênio.

Cardiopatia Isquêmica Crônica + IC.


Síndrome Coronária
Isquemia Miocárdica
Insidiosa – síndromes crônicas e estáveis.
Lesões ateroscleróticas com obstruções significativas ao

fluxo arterial;
Limitação da oferta de oxigênio;

Com o aumento da demanda, por exemplo, durante

exercícios físicos, a oferta torna-se insuficiente, gerando


isquemia.
Síndrome Coronária
Isquemia Miocárdica
Aguda – Síndromes instáveis;
Redução abrupta do fluxo;
Isquemia ocorre em situação de baixa demanda –
repouso
Fissura ou rotura da superfície fibrosa Ativação e Agregação
Plaquetária
da placa aterosclerótica

Ativação do Sistema Intrínseco Trombo


da Coagulação Oclusivo
Não Oclusivo
Síndrome Coronária
Elevação do consumo de oxigênio
Taquicardia – ansiedade, febre, dor e insuficiência
cardíaca
Aumento da Contratilidade – exercício, efeito de
drogas vasoativas e descarga adrenérgica
Elevação da pressão intraventricular – hipertrofia
ventricular, sobrecarga de volume e complacência
reduzida
Freqüência Equilíbrio Espasmo
cardíaca Oferta/Demanda Colaterais
Tempo de
diástole
Contratilidade Demanda Oferta Fluxo
de O² de O² Coronário Gradiente
Pressão
Tensão Ao-Pd² VE
parietal
Auto
regulação
Pressão Volume local
sistólica
Isquemia

Acidose láctica Alteração no ECG Contratilidade Dor

Tratado de Cardiologia da Socesp – 2005, pág. 595


Síndrome Coronária
Mecanismos de Oclusão
Trombo não oclusivo sobre placa pré existente;

Obstrução dinâmica (espasmo coronariano ou

vasoconstrição);
Obstrução mecânica progressiva;

Inflamação;

Rotura da placa aterosclerótica.


Síndrome Coronária
Angina Estável

Sensação de dor ou desconforto (aperto, peso, pressão ou queimação) precordial ou

torácico;

Menos freqüentemente, localizado na mandíbula ou membro superior esquerdo;

Em geral ocorre em pacientes com doença aterosclerótica obstrutiva (> 70% da luz

do vaso);

Desencadeada ou agravada por esforço físico e emoções e aliviada com repouso e

nitrato sub lingual;

Dura de 2 a 10 minutos

Pode acompanhar-se de manifestações relacionadas ao SNC (> gravidade);

Equivalente anginoso em idosos, diabéticos e já revascularizados.


Síndrome Coronária
Angina Instável
Ocupa espaço importante entre angina estável e infarto

agudo do miocárdio;
Pode ocorrer por diminuição da luz do vaso decorrente:

FISSURA DA PLACA, TROMBO OU ALTERAÇÕES DA


VOSOMOTRICIDADE.
Síndrome Coronária
Angina Instável – Classificação
Gravidade dos Sintomas
Classe I – Angina de início recente (menos de 2 meses),
freqüente ou de acentuada intensidade ( 3 vezes ou mais ao
dia), acelerada (evolutivamente mais freqüente ou
desencadeada por esforços progressivamente menores)
Classe II – Angina de repouso subaguda ( 1 ou mais episódios
em repouso nos últimos 30 dias, o último episódio ocorrido há
mais de 48 horas)
Classe III – Angina de repouso aguda (um ou mais episódios
em repouso nas últimas 48 horas)

Classificação de Braunwald – Arq Bras Cardiol 2001; supl II


Síndrome Coronária
Infarto do Miocárdio sem Supra de ST
Não ocorre necrose transmural e não há benefícios
com a terapia trombolítica
Recomenda-se eletrocardiograma seriado e o
diagnóstico é confirmado por alterações enzimáticas
Risco de arritmia aumentado
Síndrome Coronária
Infarto do Miocárdio com Supra de ST
É a limitação do fluxo sangüíneo de tal magnitude e
duração que leva à necrose do músculo cardíaco
Em 90% dos casos ocorre um evento trombótico, que
se instala após a fissura da placa de ateroma
TODO PACIENTE COM DOR TÍPICA DEVE SER
CONSIDERADO DE RISCO
Síndrome Coronária
Infarto com Supra de ST
A dor é intensa acompanhada de sudorese profusa,
palidez e sensação de angústia, durando mais do que
30 minutos
Em pacientes revascularizados, idosos e diabéticos a
manifestação clínica pode ser equivalente anginoso
A primeira manifestação pode ser com AVC ou ICE
Síndrome Coronária
Marcadores Injúria Aguda
Marcador Elevação
Mioglobina 2 a 3 horas
Troponina I 3 a 12 horas
Troponina T 3 a 12 horas
CK MB – massa 3 a 6 horas
CK MB – atividade 4 a 6 horas
CK Total 4 a 6 horas
Síndrome Coronária
Avaliação Complementar
Eletrocardiograma
Teste Ergométrico
Ecocardiograma
Ecocardiograma de stress
Cintilografia Miocárdica
Tomografia (Escore de cálcio)
Ressonância Nuclear Magnética
Hemodinâmica – Cateterismo cardíaco
Síndrome Coronária
Eletrocardiograma
Corrente de Lesão
É representada por um vetor que se dirige para a
zona lesada
Lesão subendocárdica – infradesnível
Lesão subepicárdica – supradesnível

Tranchesi – Eletrocardiograma
normal e patológico 2001
Síndrome Coronária
Eletrocardiograma
Infarto agudo do miocárdio com Supra de ST –
Evolução

Tranchesi – eletrocardiograma normal e patológico 2001


Síndrome Coronariana
Morte Súbita Cardíaca

Morte inesperada que ocorre dentro de 1h do início dos sintomas;

EUA: 300 mil mortes anuais;

40% ou mais das vítimas morrem antes de chegar ao hospital;

Apenas 25-30% das v´timas em ambiente extra-hospitalar sobrevivem;

Sobreviventes: alto índice de incidência;

Não há preditores para o primeiro evento de FV;

Para Cardíaca: colapso súbito comperda da consciência e circulação

efetiva que antecede a morte biológica.


158 pacientes avaliados (2004) – IPA/ Santa Casa

Mulheres Homens
40.5% 59.5%
59.7+14.6 60.4+12.2 anos
C. Congenita Tx. Cardíaco
4.8% 3.2%
C. Isquêmica Cardiopatia Isquêmica
+ D. Valvar 49.6%
5.6%

DVP
12.8%

Doença Valvar
13.6%
Menos de 2
Fatores de Risco
23%

Mais de 2
Fatores de Risco
77%

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