Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FORMAÇÃO DE
SARGENTOS
FUNDAMENTOS DA GESTÃO PÚBLICA
APLICADO À SEGURANÇA PÚBLICA
INSTRUTOR: SD MARTINE
GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
GRADUADO EM DIREITO
CURSO DE CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM - ESMARN
CURSO APRENDER A EMPREENDER – SEBRAE
CURSO DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO - SENASP
1 - INTRODUÇÃO
"Gestão Pública é um campo de conhecimento peculiar. Trata-se de uma área
por definição interdisciplinar e que depende de conhecimento advindo da
ciência política, da economia, da administração, da sociologia, do direito, da
história e da cibernética" (ABRUCIO e GAETANI).
Logo a partir desta assertiva pensar gestão pública sobre qualquer esfera é
necessário correlacionar aspectos que compõem as relações humanas em
ambiente de compartilhamento de espaço, ideias e valores que muitas vezes
são determinados por imposição constitucional, em locais que deveriam ser
de participação da população, mas que poucos percebem que possuem
"poder" de opinar, observando o desenho dos procedimentos que
viabilizam e instituem as leis que regem o país.
Cabe acrescentar ao conceito interdisciplinar de gestão pública
conceitos de motivação para elevar a participação, interesse e
sensação de pertencimento dos cidadãos, utilizando processos
psicológicos que estimulam os populares a participar da moralidade
da sociedade brasileira, mas para isso ocorrer, informar-se sobre o
que impede o povo de sugerir e participar dos processos de
gestão é a questão ,para daí, partir para o universo complexo do
aumento do poder de policia ou da conscientização que as políticas
sociais podem abranger.
Essa discussão conduz a busca por uma sociedade democrática
em que as forças de vários indivíduos corrobora para a
concretização de estratégias visando o sucesso da coletividade.
1.1 - Organização e Estrutura do Estado
Estado
A palavra Estado foi utilizada pela primeira vez na obra O Príncipe, de Maquiavel, em 1513. Estado refere-se à convivência humana,
à sociedade política, e detém o significado de poder, força, direito.
A organização do Estado brasileiro é assunto tratado no Direito Constitucional, no que concerne à sua divisão político-territorial, à
sua forma de governo, à estrutura dos poderes, ao modo de aquisição e exercício do poder e aos direitos e garantias individuais e
sociais dos governados.
Os principais artigos da Constituição Federal de 1988, sobre a organização político administrativa do Estado e sobre as
competências comuns, privativas e concorrentes, da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, encontram-se no final deste
item – Estado. Há outros artigos também importantes: são os que tratam da organização dos poderes e da Administração Pública;
do exercício da atividade econômica pelo Estado; da descentralização de competências e recursos nas áreas de Educação, Saúde e
Assistência Social; e da gestão associada de serviços públicos mediante consórcio ou convênio. No que concerne à repartição de
competências, o Brasil adotou o princípio da predominância do interesse; assim, o legislador constituinte deixou a cargo da União
as competências de interesse nacional/geral; as competências regionais, e eventualmente locais, atribuiu aos Estados-membros; e
destinou aos Municípios as competências de caráter local.
Atenção: Embora haja a repartição de competências, em sua grande maioria essas competências permaneceram centralizadas e
atribuídas à União.
A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. Constitui um
Estado Democrático de Direito, e possui três poderes independentes e harmônicos entre si: Legislativo, Executivo e Judiciário.
A Administração pública compreende todo o aparato existente
(estrutura e recursos; órgãos e agentes; serviços e atividades) à
disposição dos governos para a realização de seus objetivos políticos e
do objetivo maior e primordial do Estado: a promoção do bem comum
da coletividade.
LIMPE
O LIMPE é uma combinação interessante de letras, formada por alguns princípios encontrados na
Constituição Federal da República Federativa do Brasil. São eles, respectivamente, os princípios:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Esses apresentados, são referentes à Administração Pública e estão presentes no artigo 37 da Constituição
Federal de 1988. Através dele, todas as pessoas que fazem parte dessa administração devem se pautar, em
obediência à Constituição Brasileira. É importante ressaltar, que os princípios citados não são os únicos,
mas há referência de outros princípios em leis esparsas e específicas.
Princípios aplicáveis à Administração Pública Princípios basilares do regime jurídico-
administrativo:
Princípio da Legalidade
Princípio da Moralidade
O princípio da moralidade exige do servidor público o elemento ético de sua
conduta. Assim, não terá de decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto.
Princípio da Publicidade
Esse princípio consagra o dever administrativo de manter a transparência em seus
comportamentos. A finalidade da publicação é dar conhecimento dos atos/ações ao público em
geral, e iniciar a produção de seus efeitos.
Princípio da Eficiência
o princípio da eficiência requer direcionamento da atividade e dos serviços públicos à
efetividade do bem comum, cujas características de imparcialidade, neutralidade, transparência e
eficácia encontram-se ligadas ao conceito formal de eficiência.
Este princípio exige que o agente público execute os serviços com perfeição, presteza e rendimento
funcional (Hely Lopes Meirelles).
Esse princípio anteriormente não estava previsto na Constituição e foi inserido após a Emenda
Constitucional nº 19/98, relativo a Reforma Administrativa do Estado.
Segundo Grupo
Dados tais princípios, pertencentes ao chamado 1º grupo, da administração pública. Agora
vem o 2º grupo, que são os explícitos ou implícitos no texto constitucional, além dos que
estão no art. 37, também são conhecidos como princípios infraconstitucionais e derivam de
outras legislações esparsas e específicas.
Princípio do Interesse Público
O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é intimamente
unido em toda e qualquer sociedade organizada. Segundo a própria CF, “todo o poder
emana do povo”, por isso, o interesse público irá trazer o benefício e bem-estar à população.
Princípio da Finalidade
É dever do administrador público buscar os resultados mais práticos e eficazes. Esses
resultados devem estar ligados as necessidades e aspirações do interesse do público.
Princípio da Igualdade
O art. 5º da CF, prevê que todos temos direitos iguais sem qualquer distinção. Para o
administrador não é diferente. Ele não pode distinguir as situações. Sendo obrigado, por lei,
a agir de maneira igual em situações iguais e desigual em situações desiguais.
Princípio da Lealdade e boa-fé
O princípio da legalidade e boa-fé, resume-se que o administrador não deve agir com malícia
ou de forma astuciosa para confundir ou atrapalhar o cidadão no exercício de seus direitos.
Sempre deve agir de acordo com a lei e com bom senso.
Princípio da Motivação
Para todas as ações dos servidores públicos, deve existir uma explicação, um fundamento de
base e direito. O princípio da motivação é o que vai fundamentar todas as decisões que serão
tomadas pelo agente público.
Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
O princípio da razoabilidade tem o objetivo de proibir o excesso, com a finalidade de evitar as
restrições abusivas ou desnecessárias realizadas pela Administração Pública. Esse princípio
envolve o da proporcionalidade, assim as competências da Administração Pública devem ser
feitas proporcionalmente, sendo ponderadas, segundo as normas exigidas para cumprimento
da finalidade do interesse público.
1.3 - Diferenciação entre administração pública e administração
privada
Gestão por Resultados caracteriza-se por ser o ciclo que começa com o estabelecimento dos
resultados desejados, a partir da tradução dos objetivos de governo; prescreve o
monitoramento e a avaliação do desempenho da organização ou da política pública a partir
do alcance desses resultados; e retro-alimenta o sistema de gestão, propiciando ações
corretivas decorrentes dessa avaliação (Gomes, 2009).
Independente do modelo de administração por resultados adotado, o planejamento
estratégico deve orientar a atuação administrativa amparada numa visão de longo prazo
(Paludo, 2013, p. 227).
A gestão por resultados é uma das principais recomendações da Nova Gestão Pública. Isso
decorre do argumento de ser este modelo apropriado a, simultaneamente:
focar na efetividade ou no que de fato interessa ao cidadão e a sociedade;
flexibilizar a condução dos processos e assim remediar as disfunções
burocráticas, relacionadas ao apego excessivo às normas e procedimentos;
e propiciar mais eficiência e accountability.
Em qualquer modelo de gestão por resultados deverá ser definida a missão, a visão, os
objetivos, as metas e os indicadores (Paludo, 2013, p. 227).
2.3 - QUALIDADE EM SERVIÇOS
A qualidade de um serviço é percebida diferentemente da qualidade de um produto porque:
o serviço é intangível;
não pode ser armazenado;
não pode ser inspecionado;
não tem tempo médio de vida;
envolve relacionamento entre pessoas;
em geral, sua qualidade é subjetiva.
Não podemos falar em serviço sem relacioná-lo a cliente, toda organização possui clientes internos e
externos. Os clientes internos são os funcionários da organização, que utilizam resultados de processos
criados por outros colaboradores da empresa, enquanto os clientes externos, são os que pagam pelo produto
final, ambos são importantes e devem ser atendidos com qualidade.
Algumas empresas cobram de seus funcionários excelência em qualidade na prestação do serviço, como esse
funcionário poderá prestar um serviço de qualidade e atender realmente as necessidades do cliente se as
entradas do seu processo tem pouca qualidade? A qualidade oferecida ao cliente interno, acaba refletindo na
hora da prestação do serviço ao cliente externo.
O que pode ser um serviço de qualidade para um cliente, pode ser considerado de má qualidade por outro,
vamos então identificar alguns elementos da qualidade de serviço:
ELEMENTOS DA QUALIDADE DE UM SERVIÇO
Confiabilidade: prestar um serviço confiável ao cliente, por exemplo, quando contratar um
prazo de entrega, esse terá que ser respeitado para que o serviço seja considerado confiável.
Cortesia: ser gentil e paciente com o cliente, procurando entender suas necessidades.
Comunicação: usar uma linguagem clara e acessível, simplificando a prestação do serviço.
Capacidade para entender as necessidades dos clientes: colocar-se no lugar do cliente e
procurar entender o que realmente ele precisa para atendimento de suas necessidades.
Credibilidade: fazer com que o cliente acredite naquilo que está lhe oferecendo.
Competência: apresentar competência, mostrando ser conhecedor do serviço prestado.
Segurança: transmitir segurança ao cliente na prestação do serviço.
Rapidez na resposta: sanar todas as dúvidas do cliente no momento em que for solicitado.
Aspectos visíveis: percepção do serviço prestado, envolvendo vários aspectos que vão desde
a aparência do vendedor e do local onde o serviço é prestado, até os aspectos sentidos pelo
cliente na prestação do serviço.
3 - Novas Tecnologias Gerenciais
Com o aumento da competitividade entre as empresas (e por que não dizer entre as nações?),
houve uma intensa busca por inovações – amparadas em grande parte nas novas tecnologias –
como forma de superação dos concorrentes na procura por novos mercados, melhoria de
produtos, novos produtos, redução de custos, melhoria da qualidade, aumento da eficiência,
incremento nos lucros etc.
As organizações se tornaram sistemas abertos sujeitas a mudanças como forma de se
adaptar ao ambiente e como meio de garantir a própria sobrevivência no longo prazo.
A competitividade, a globalização, as novas tecnologias tornaram-se um desafio a ser
enfrentado também pelas entidades públicas. Em decorrência dessas fortes mudanças
oriundas das empresas privadas, constatou-se a necessidade de novas formas de
administrar/gerir a coisa pública, pois esta encontrava-se incapacitada de dar conta das novas
demandas impostas pela reestruturação produtiva e pela mundialização da economia.
As estruturas governamentais foram fortemente afetadas pelas inovações tecnológicas, pelo
ritmo intenso/contínuo das mudanças, pelo surgimento de uma economia global pós-industrial e
por uma sociedade baseada no conhecimento e na informação. Com as inovações tecnológicas,
não só as organizações privadas, mas também as públicas, mudaram suas configurações.
3.1 - Melhoria contínua (Kaizen)
A melhoria contínua é uma técnica de mudança organizacional lenta, suave e
ininterrupta, centrada nas atividades em equipes. Visa aumentar a qualidade
dos produtos e serviços dentro de programas a longo prazo. Seu foco é a
melhoria gradual e contínua, através da colaboração e participação das pessoas,
para realizarem suas tarefas um pouco melhor a cada dia.
O Kaizen promove a melhoria através da eliminação de problemas
identificados, objetivando fazer melhor as atividades/tarefas e conquistar
resultados específicos relacionados à satisfação dos clientes, ou relacionados com
a redução de custos de fabricação, estoques e distribuição.
3.2 - Downsizing (Enxugamento)
A teoria que fundamenta o uso dessa ferramenta surgiu no final do século XX. O downsizing promove
redução de níveis hierárquicos (mediante a fusão de departamentos ou gerências intermediárias) e o
enxugamento organizacional, para reduzir as operações ao essencial do negócio (core business); e
transfere as operações não essenciais para terceiros com capacidade de fazê-lo melhor e mais barato
(terceirização).
O foco do downsizing é concentrar as atividades da empresa no que ela tem de melhor: na sua
competência principal (core business).
O downsizing reduz custos e aumenta a flexibilidade da organização e a capacidade de resposta às
constantes mudanças no ambiente.
3.3 - Ciclo PDCA
O Ciclo PDCA teve origem na década de 1920, com Shewhart, nos Estados Unidos, mas tornou-se conhecido
como ciclo de Deming a partir de 1950, no Japão. Para o glossário do GesPública, Ciclo PDCA é uma
ferramenta que busca a lógica para fazer certo desde a primeira vez.
PDCA é uma “ferramenta oficial da qualidade”, utilizado em processos de trabalho com vistas a maximizar a
eficiência e alcançar a excelência de produtos e serviços. Em regra, quando aplicado na melhoria de
processos, significa estabelecer uma nova diretriz de controle, da qual decorre um novo nível de controle.
O PDCA parte da insatisfação com o “estado atual das coisas” e analisa os processos com vistas a realizá-
los de maneira otimizada. Inclui as seguintes etapas: planejamento (Plan): estabelecer objetivos, metas e os
meios para alcançá-los; execução (Do): executar as atividades propostas no planejamento;
controle/verificação (Check/Control): monitora/controla a execução e verifica o grau de cumprimento do que
foi planejado; Ação Avaliativa/Corretiva (Act to corret): identifica eventuais falhas e corrige-as, a fim de
melhorar a execução das atividades
3.4 - Programa 5S
Criado no Japão, o Programa 5S proporciona melhor organização, arrumação, limpeza, asseio e disciplina, eliminando os
desperdícios, aumentando a produtividade e criando um excelente ambiente de trabalho. Senso significa faculdade de apreciar,
sentir, julgar. Os cinco sensos estão promovendo mudanças nas organizações e dando sustentação aos programas de Qualidade
e Produtividade.
Várias palavras diferentes vêm sendo utilizadas para definir as palavras japonesas que compõem os 5S: Seiri – senso de
utilização, seleção; Seiton – senso de ordenação, arrumação; Seisoh – senso de limpeza; Seiketsu – senso de asseio, saúde,
padronização; Shitsuke – senso de autodisciplina, harmonia, educação.
O 5S é um programa voltado para os funcionários, que busca promover os bons hábitos no ambiente de trabalho, como
forma de melhorar a produtividade.
3.5 - Diagrama de Pareto
Diagrama ou princípio de Pareto é uma forma especial de gráfico de barras verticais (histograma) que
permite determinar quais problemas resolver e qual a prioridade. Esse histograma direciona os esforços para
os problemas mais importantes, visto que permite selecionar e visualizar itens ou fatores em sua ordem
crescente de importância, e utilizá-los para melhora da qualidade, redução de custos etc.
O diagrama de Pareto baseia-se em fatos e dados e poderá ser usado sempre que for preciso ressaltar a
importância relativa entre os vários problemas ou condições, no sentido de escolher o ponto de partida
para a solução de um problema: identificar a causa básica de um problema ou avaliar o progresso de uma
operação. Identifica as causas que mais se repetem nos problemas que estão continuamente sendo
enfrentados pela organização.
3.6 - Diagrama de Ishikawa
Criado pelo químico japonês Kaoru Ishikawa, e também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou
Diagrama Espinha de Peixe, esse diagrama expressa, de modo simples e fácil, a série de causas e efeitos
de um processo ou um problema. O diagrama é uma forma sequencial e ordenada para se descrever ou
separar todas as fases e partes de um problema.
Parte-se dos efeitos dos problemas para a identificação das causas que o provocaram, colocando-as em
grau de importância da esquerda para a direita. Toda a equipe deve participar na identificação das causas,
como forma de garantir que todas as causas potenciais sejam consideradas.
O diagrama pode ser utilizado para identificar as causas de qualquer problema. O nome “espinha de peixe”
vem da semelhança do desenho gráfico com um peixe.
Vítimas Infratores Órgãos de
Segurança
Certeza de
Demanda impunidade Combate ineficiente
Falta de Valores Boa opção de renda
Morais Dificuldade de
acesso
Desestruturação
Familiar
Tráfico
Desemprego Dificuldade de de
Pobreza acesso Desestruturação Drogas
Falta de Familiar
Má distribuição Omissão
capacitação
de renda Pobreza
Ociosidade dos Lotes baldios Desemprego
Medo
jovens
Falta de lazer Prédios abandonados
Falta de políticas
sociais
Instituições Meio-ambiente Comunidade
Governamentais (local e horário) (família, vizinho etc.)
3.7 - Orçamento participativo
O orçamento participativo é uma técnica orçamentária em que a alocação de alguns recursos contidos no orçamento
público é decidida com a participação direta da população, ou através de grupos organizados da sociedade civil , como a
associação de moradores.
É um importante espaço de debate e decisão político-participativa. Nele, a população interessada decide as prioridades de
investimentos em obras e serviços a serem realizados, a cada ano, com os recursos do orçamento. Essa técnica orçamentária
estimula o exercício da cidadania, o compromisso da população com o bem público, e gera responsabilização entre governo e
sociedade sobre a gestão dos recursos públicos.
Vale ressaltar que somente são colocados para decisão da população uma parte dos recursos disponíveis para
investimentos, e a participação do cidadão ocorre no momento de elaboração e muito timidamente na fiscalização de sua
execução.
Esse mecanismo foi reforçado pela LRF
Art. 48, parágrafo único: a transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de
audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, Lei de Diretrizes Orçamentárias e
orçamentos.
O Orçamento participativo aplica-se apenas aos municípios e de forma facultativa.
4 - Noções de políticas públicas
“Políticas Públicas são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder
público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e
sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso,
políticas explicitadas, SISTEMATIZADAS OU FORMULADAS EM
DOCUMENTOS (leis, programas, linhas de financiamentos) que orientam
ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos.”
Por que estão aqui ouvindo falar sobre políticas públicas?
Porque tudo isso interfere em nossas vidas de alguma forma!.
1) Leis
2) Programas
3) Linhas de financiamento.
Para quê tudo isso?
Para orientar as ações que normalmente envolvem a aplicação de recursos
públicos!
Elaborar uma política pública significa definir QUEM
DECIDE O QUÊ, QUANDO, COM QUE CONSEQUÊNCIAS E PARA QUEM?
Planejamento, execução e
avaliação
Objetivos das políticas públicas
• “As políticas públicas visam responder a demandas, principalmente dos setores
marginalizados da sociedade, considerados como vulneráveis.
Essas demandas são interpretadas por aqueles que ocupam o poder, mas influenciadas
por uma agenda que se cria na sociedade civil através da pressão e mobilização social.”
• “Os objetivos das políticas têm uma referência valorativa e exprimem as opções e visões
de mundo daqueles que controlam o poder, mesmo que, para sua legitimação, necessitem
contemplar certos interesses de seguimentos sociais dominados, dependendo assim da sua
capacidade de organização e negociação.”
Redução dos espaços de atuação dos criminosos (como?)
As fases da construção de uma “política pública”:
1) Conscientização;
2) Metodológica;
3) Ações
Ações individuais e coletivas = políticas públicas
“As políticas públicas são um processo dinâmico, com negociações, pressões,
mobilizações, alianças ou coalizões de interesses. Compreende a formação de uma
agenda que pode refletir ou não os interesses dos setores majoritários da população, a
depender do grau de mobilização da sociedade civil para se fazer ouvir e do grau de
institucionalização de mecanismos que viabilizem sua participação.”
4.1 - Segurança pública no Brasil, planos de combate à
violência
Constituição Cidadã de 1988
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Contextualizando a polícia nos
séculos XX e XXI:
A polícia, diferentemente de
todas as outras organizações
de policiamento (caso, por
exemplo, no Brasil, dos órgãos
de fiscalização sanitária e do
meio ambiente), se destaca
em função de duas razões
principais:
Contextualizando a Polícia
primeiro, por ter acesso ao uso legítimo da força;
segundo, pelo fato de ela ser um serviço público permanente de atendimento de
emergência, ao menos teoricamente, disponível para todos, em qualquer lugar, 24 horas por
dia.
A Polícia:
Nos séculos XIX e XX
protetora do patrimônio,
subsidiariamente protege a vida;
Proteger a elite;
Conter a plebe;
A Revolução de 64 “abduziu a polícia da sociedade”
Segundo a mídia a polícia brasileira é:
Mal paga;
Mal treinada;
Violenta;
Corrupta; e incompetente, porque não se fala.
“POLICIA” é um vocábulo de origem grega, “politeia”, e derivou para o latim, “politia”,
ambos com o mesmo significado: governo de uma cidade, administração, forma de governo.
Com o passar dos tempos o termo “POLÍCIA” assumiu um sentido mais restrito, particular,
passando a representar a ação do governo enquanto exerce sua missão de tutela da ordem
jurídica, assegurando a tranquilidade pública e a proteção da sociedade contra as violações e
malefícios.
A gestão da política de segurança pública envolve, necessariamente,
o exercício da governança.
Gerência de redes interorganizacionais auto-organizativas.
Restrições claras à capacidade dos governos de gerência do sistema
de justiça criminal.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE MANUTENÇÃO DA ORDEM
PÚBLICA
Questão central :
Política pública é capaz de impactar a incidência da criminalidade ?
Não há consenso na expertise acadêmica quanto á real capacidade
do aparato estatal de reduzir os indicadores de criminalidade.
O acúmulo de conhecimento científico sobre o tema é fundamental.
Políticas públicas não são caracterizadas, necessariamente, por alto grau de racionalidade ou
mesmo planejadas e executadas de forma sistemática.
A implementação de políticas públicas não está sujeita apenas à dualidade Estado-Mercado.
Muito da atividade política está direcionada para a manutenção do status quo e não para a
realização de mudanças a participação da sociedade civil deve ser também considerada neste
processo, além dos novos mecanismos de parceria público-privada.
O principal debate no âmbito das políticas de segurança pública diz respeito à indefinição
quanto à eficiência comparativa entre estratégias repressivas e estratégias preventivas.
Este debate está contaminado por uma perspectiva ideológica, dificultando qualquer esforço
de compatibilização teórica e prática destas estratégias.
As evidências empíricas disponíveis não permitem afirmar que estratégias preventivas de
controle da criminalidade são mais eficientes do que estratégias repressivas, e vice-versa.
À medida que prevenção e repressão são concebidas como pólos opostos, reduz-se a
capacidade do Estado em prover ordem pública com efetividade.
Escassas experiências internacionais de políticas públicas que tenham alcançado resultados
relevantes em termos de redução dos indicadores de criminalidade.
Tolerância Zero
Combate imediato aos pequenos delitos.
Focou em viaturas e discursos duros contra o crime.
Sucateamento de postos existentes para focar em viaturas.
Policiamento Inteligente
Busca da eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais
tendo como base os anseios da comunidade. Busca a redução da
área de atuação do criminoso. Utiliza-se do espalhamento de
postos e ações sociais, viaturas, bases móveis, análises criminal,
divisão territorial, protocolos, treinamento, qualificação
profissional, monitoramento de câmeras...
Está sucateando os postos e retornando as viaturas de maneira
disfarçada por meio do hibrido “Bases móvel”
4.2 - Redemocratização e paradoxos nas políticas de segurança
pública
Em termos históricos:
Observa-se que o policiamento pode não ser realizado apenas pela polícia, ainda que o
trabalho dela seja imprescindível para a manutenção e reprodução da lei e da ordem nas
sociedades modernas.
No mundo contemporâneo, entretanto, passou-se a entender que o trabalho policial (“da
polícia...”) não deva ser conduzido sem uma estreita "colaboração organizada" da cidadania.
A forma mais comum dessa organização da segurança pública, por intermédio da cidadania,
dar-se-ia no seio da própria comunidade – daí a expressão gestão comunitária da segurança
pública.
Consenso
Com o intuito de evitar equívocos de interpretação, pode ser considerado que a expressão
“policiamento comunitário” equivale a de “gestão comunitária da segurança pública”.
Sistema de segurança pública no Brasil.
Qual a natureza da identidade da polícia brasileira?
Civil? Humanista? Militar? Governamental? Judiciária? Social? Cidadã? Investigativa? Ostensiva?
Preventiva? Nacional? Estadual? Municipal?
QUEM PRODUZ SEGURANÇA PÚBLICA?
Os atores sociais;
As agências públicas e civis que prestam serviços essenciais à população;
As agências de segurança pública e justiça criminal, em especial as polícias.
INTERSETORIALIDADE;
Parcerias;
E PARCERIAS INSTITUCIONAIS.
Para começar, há um vácuo jurídico acerca do tema segurança pública, avalia Renato Sérgio de
Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
"Nossa Constituição não diz o que é segurança pública, nenhuma lei diz que segurança pública é
proteger a população ou investigar criminoso, só diz por quem a segurança vai ser exercida“.
"Então segurança é um conceito que ganha significado no dia a dia da prática policial. Se
olharmos para a história das instituições policiais hoje, muitas estão reguladas por outro
conceito de segurança, que é a manutenção de um modelo de ordem pública, de uma situação
em que o Brasil tem um inimigo interno. A lógica é que o tráfico é o inimigo a ser combatido e
deixamos de lado uma série de problemas ligados à preservação da vida", explica.
Para Lima, um bom conceito de segurança pública seria prevenção, investigação e punição de
responsáveis por atos de violência e criminalidade e administração de conflitos para garantir
direitos básicos da população para que ela possa exercer outros direitos da cidadania, como sair
de casa, ir ao médico e trabalhar.
2. Precariedade do sistema penitenciário
As rebeliões em várias unidades prisionais do Brasil nas primeiras semanas de 2017 que
provocaram mais de 130 mortes evidenciaram a precariedade do sistema penitenciário.
Atualmente o Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo, com 622 mil
detentos e apenas 371 mil vagas, de acordo com o Ministério da Justiça. De 2000 para cá, a
população carcerária mais que dobrou de tamanho.
"O problema de fundo é que o Brasil encarcera muito e encarcera mal. O país adotou uma
política de guerra às drogas, qualquer um que é pego com drogas é preso. Se o menino entra
um contraventor, vai para a universidade do crime. Não é pelo encarceramento que se causa
melhoria da segurança", disse à BBC Julio Jacobo Waiselfisz, sociólogo, autor do Mapa da
Violência e coordenador de estudos sobre Segurança Pública da Faculdade Latino-Americana
de Ciências Sociais (Flacso).
E ainda há o problema da guerra entre facções criminosas dentro das prisões.
"Todos sabem que há facções dentro das prisões, facções violentas que dominam o sistema
carcerário. Estamos de crises em crises que podemos chamar de anunciadas e para cada
período desses o governo cria um plano que nunca se concretiza", diz Waiselfisz.
3. Reformas que não saem do papel
Este é outro problema apontado por ambos os especialistas em segurança pública.
"O plano nacional de segurança pública de hoje é (semelhante ao) de 2002, então temos uma
série de reformas que se discutem mas não foram concretizadas até hoje, como reforma do
código penal, desmilitarização da polícia, mais recursos para políticas públicas", explica
Waiselfisz.
Para Lima, esse problema está ligado a uma desconexão de instituições que compõem o
sistema de segurança pública.
"Como não há uma clareza sobre o que é segurança pública, quem dá sentido a isso são as
instituições, em especial a polícia, mas também tribunais, delegacias, Ministério Público. Cada
uma faz um pedaço em uma profunda desconexão tanto administrativa quanto republicana,
envolvendo judiciário com executivo e defensoria", diz.
"Nesse quadro de baixíssima eficácia institucional, que afeta a resolução do que poderíamos
pensar como segurança pública, ninguém se sente dono do problema, fica um jogo político de
empurra com uma baixíssima governança da vida pública", afirma.
4. Falta de investigação
O estudo "Diagnóstico da Investigação de Homicídios no Brasil", realizado pelo Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP) e divulgado em 2012, apontou que a média nacional
de resolução de homicídios é de apenas de 5%. No Reino Unido, esse número é de 93%.
"Não temos pesquisas, não temos polícia técnica judiciária e sofremos com um deficit
impressionante de investigação e ocorrência. As polícias não prestam contas e têm dificuldade
de construir uma relação de confiança com a população", afirma Waiselfisz.
Segundo o sociólogo, a ineficiência da polícia em termos de investigação está ligada a outro
fator que explica a crise de segurança pública, que é a falta de recursos.
5. Recursos
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2016, o Brasil gasta 1,5% do PIB em
segurança pública, um pouco menos dos gastos da França na área (1,7% do PIB). "Precisamos
de muito mais dinheiro", afirma.
Outro problema é a forma como esse valor é repassado.
"Os mecanismos de finanças precisam ser revisados. Atualmente esse dinheiro é repassado por
convênios, mas o custo do repasse é caro porque passa por impasses burocráticos. A segurança
precisa de dinheiro constante e planejamento, o comandante precisa saber quanto dinheiro vai
receber a cada ano para pensar em um plano de trabalho. Isso não acontece hoje", explica o
especialista.
“Com planejamento cuidadoso e detalhado, pode-se
vencer; com planejamento descuidado e menos
detalhado, não se pode vencer. A derrota é mais do
que certa se não se planeja nada! Pela maneira como
o planejamento antecipado é feito, podemos predizer
a vitória ou a derrota.”
Sun Tzu
A Arte da Guerra