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Bem estar e saúde é um estado de completo bem-

estar físico, mental e social, e não consiste apenas


na ausência de doença ou de enfermidade” (OMS
1946).
Um dos caminhos para se chegar a esse desejado
estado de bem-estar físico, mental e social é
garantir que os indivíduos participem ativamente
da vida social, podendo assim ter voz ativa na
sociedade a qual pertencem, dizendo de si nas
atividades pessoais de vida diária, no trabalho e
lazer, com acesso aos bens e serviços, bem como
adquirirem capacidade para tal.
O empreendedorismo social como a prática que
permita (pelo menos é o que se anseia) a
diminuição da vulnerabilidade pela via da
capacitação e garantia de oportunidades indo ao
encontro dos processos de empowerment
(autonomia, motivação (auto-estima),
participação, responsabilização,
desenvolvimento/capacitação, transformação,
liberdade, bem estar individual e coletivo) .
Por empowerment entende-se um processo intencional
e contínuo, centrado na comunidade local, abarcando o
respeito mútuo, a reflexão crítica, a atenção e a
participação, por meio do qual as pessoas a quem falta o
acesso a uma parcela dos recursos possam ter maior
acesso e controle sobre eles, ou ainda como um
processo pelo qual as pessoas ganham controle sobre
suas vidas, a participação democrática na vida da
comunidade e uma compreensão crítica do seu
ambiente Visa, pois, a constituição de comunidades
responsáveis, nas quais os indivíduos que as compõem
adquiram maior controle sobre suas vidas e participem
democraticamente da vida quotidiana tendo em conta
os diferentes arranjos coletivos e o seu contexto.
O conceito de empowerment como um processo de
intervenção no qual:

• Há acréscimo de poder pessoal, interpessoal e


político de maneira que os indivíduos possam agir
em prol de melhorias em suas vidas;
• Há acréscimo de controle através do qual
indivíduos, grupos e/ou comunidades se tornam
capazes de controlar circunstâncias de vida e de
atingir os seus objetivos, de modo a ajudarem-se
mutuamente e maximizarem a qualidade de vida –
processo social multidimensional;
• Visa participação com aprendizagem crítica e
transformação de sentimentos, pensamentos e ações
individuais, bem como da organização da sociedade,
partilhando equitativamente poder e recursos;
• Visa o acesso a recursos valorizados e redistribuídos pela
sociedade, uma vez que o acesso aos recursos é
condicionado pelo poder dos sujeitos;
• Há reconhecimento, criação e utilização de recursos e
de instrumentos pelos indivíduos, grupos e
comunidades em sim mesmo, e no meio onde vivem,
traduzindo em acréscimo de poder (psicológico,
sociocultural, político e económico) que permite
aumentar a eficácia do exercício da sua cidadania;
• É transformação das relações de poder,
potencializando a ultrapassagem de
obstáculos, desenvolvendo potencialidades,
celebrando a vida, construindo e
trabalhando em conjunto para a mudança
das estruturas sociais;
• É manifestação de poder social aos níveis
individual, organizacional e comunitário.
O empowerment é, portanto, um processo ativo.
Sua forma é determinada pelas circunstâncias e
eventos, e sua essência é a atividade humana na
direção da mudança de um estado passivo para
um estado ativo. O processo traz uma integração
da auto aceitação e autoconfiança, compreensão
social e política e uma capacidade pessoal de
tomar uma parte significativa na tomada de
decisões e no controle sobre os recursos no
ambiente. O sentido da capacidade pessoal
conecta-se com o compromisso cívico. O que
implica necessariamente o desenvolvimento de
uma consciência critica.
Os três caminhos para o desenvolvimento de uma
consciência crítica:
1) desenvolvimento de uma consciência
coletiva na qual o indivíduo não é o único a ter
um problema;
2) desenvolvimento de uma consciência social,
ou seja, os problemas sociais e coletivos são
influenciados pela organização social;
3) desenvolvimento de uma consciência política
na perspetiva de que a solução dos problemas
requer uma mudança social.
O empreendedorismo social pode aproximar-se dos
processos de empowerment quando proporcionarem não
só capacitações, mas também estruturas de oportunidade
para essas capacidades serem colocadas em prática e
assim mobilizar as competências individuais e coletivas.
As formas bem como os níveis de participação são
estruturantes das ações. Quanto mais participativo for o
processo, mais empoderados serão os resultados.
Portanto, uma busca contínua de partilha de lideranças,
de envolvimento dos clientes em todos os níveis do
processo, distribuindo tarefas de acordo com as
competências adquiridas ou resgatadas, é elemento
fundamental para obtenção de resultados
emancipatórios.
Itens a ter em consideração no desenvolvimento /
implementação de um projeto social:
• Sustentabilidade;
• Marketing;
• Participação - é benéfica na gestão dos projetos sociais
uma vez que favorece a sustentabilidade das ações,
potencia a aproximação à comunidade, permite a
inovação dando oportunidade ao desenvolvimento do
poder propositivo por parte dos profissionais, favorece
a obtenção de resultados mais abrangentes, potencia a
disseminação de boas práticas e de resultados da
parceria, favorece a partilha de informação, fortalece o
trabalho em rede e a mediação entre pares na
resolução de divergências e conflitos.
Para que o processo de empowerment
ocorra e consequentemente haja
transformação na própria pessoa e que
essa mudança seja projetada para a
comunidade onde vive e assim poder
influenciá-la e automaticamente
também ser influenciada, é necessário
que haja abertura social para a
participação das pessoas.

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