Você está na página 1de 2

Sociologia 33.01/33.

02
Sociedade de Consumo
Entende-se por sociedade de consumo a era contemporânea do capitalismo em que o
crescimento econômico e a geração de lucro e riqueza encontram-se predominantemente
pautados no crescimento da atividade comercial e, consequentemente, do consumo. Para
manter esse desenvolvimento, incentiva-se o consumo de várias maneiras, principalmente a
fetichização das mercadorias e o crescimento dos meios publicitários.
O desenvolvimento da sociedade de consumo ocorreu de forma mais completa a partir da
expansão da atividade industrial ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX. As frequentes invenções e
modernizações produtivas provocaram um crescimento sem igual no nível de consumo, bem
como na difusão cada vez mais ampla da publicidade no meio de vida da população, com a
divulgação dos mais diversos produtos, sendo eles úteis ou não.
Podemos dizer que o ápice do consumismo encontra-se nos dias atuais, mas que o ponto
máximo para o seu desenvolvimento ocorreu ao longo do século XX, quando o sistema
fordista de produção e a necessidade de absorver a produção industrial em massa desse
modelo demandaram um aumento do nível de consumo.
Assim, desenvolveu-se o American Way of Life (o “estilo de vida americano”), que se pautava
na melhoria das condições de vida em razão da forte intervenção do Estado em infraestruturas
a fim de gerar mais emprego e também na modernização dos sistemas industriais de produção.
Desse modo, a expressão mais significativa dessa época foi a expansão descontrolada do
consumismo, em que se apregoava que quanto mais se consumia, mais felizes as pessoas se
encontravam.
Nesse contexto, gerou-se um círculo vicioso no seio da estrutura social: precisa-se produzir
mais para poder gerar mais empregos; para absorver essa produção, era preciso consumir
mais; mas para haver mais consumo, era preciso gerar mais empregos, produzindo ainda mais
mercadorias...
Atualmente, não vivemos mais na predominância do sistema fordista de produção, cuja
premissa principal era a produção em massa (embora muitas fábricas ainda o utilizem). O
toyotismo, desenvolvido e ampliado a partir do final do século XX, articula o equilíbrio entre a
demanda e a produção, produzindo em grande quantidade apenas quando a procura por um
produto é elevada. No entanto, ainda procura manter o consumo e, consequentemente, a
demanda no máximo patamar possível a fim de que mais lucros sejam gerados nas várias áreas
da economia.
Para manter o elevado consumismo da sociedade, são criados vários mecanismos. Um dos
principais, como já frisamos, é o crescimento da publicidade tanto em termos qualitativos
quanto em um viés quantitativo, ou seja, há formas cada vez mais criativas, abrangentes e
chamativas de divulgar um produto, como há também um crescimento do número de
publicidades espalhadas no contexto social. Algumas ONGs chegam a afirmar que, nos dias
atuais, vemos em um dia o mesmo número de propagandas que uma pessoa da década de
1950 assistia durante o ano todo.
Há, assim, muitas críticas à sociedade de consumo, dentre elas, a perspectiva de que,
economicamente, esse modelo não se sustenta, pois é contraditório desde o seu início e tende
a chegar a um limite, a um fim, estabelecendo-se, então, cíclicas e temíveis crises econômicas,
com geração de miséria e desemprego. Outras posições colocam que a difusão do
consumismo, além de inviável, é insustentável na perspectiva ambiental, pois demanda a
exploração de cada vez mais recursos naturais e gera cada vez mais lixo e poluição para o
ambiente.

Você também pode gostar