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ECN 023

MICROECONOMIA III

Aula 3
1. Equilíbrio Geral na
Caixa de Edgeworth
Tópicos Aula 1

 Equilíbrio Geral na Caixa de


Edgeworth
 Equilíbrio de Trocas
 Equilíbrio Walrasiano e Eficiência de
Pareto
 Teoremas de Bem-Estar
Referências

 PINDYCK, R. S., RUBINFELD, D.L. Microeconomia.


São Paulo: Prentice Hall, 2002. (quinta edição)
 capítulo 16

 VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. Rio de


Janeiro: Campus,1994.
 capítulos “Trocas” e “A Produção”

 Apresentação de Dionísio Dias Carneiro ao


“Compendio dos Elementos de Economia
Política” de Leon Walras (série Os Economistas,
Editora Nova Cultural, pg 1 a 19, 1996).
Análise de Equilíbrio Geral

 A análise de equilíbrio parcial


pressupõe que as atividades em um
mercado sejam independentes das
atividades em outros mercados.
Análise de Equilíbrio Geral

 Na análise de equilíbrio geral, os


preços e quantidades de todos os
mercados são determinados
simultaneamente, sendo a
interdependência entre os mercados
considerada explicitamente.
Análise de Equilíbrio Geral

 Um efeito de retroalimentação é um
ajustamento de preço ou quantidade
em um mercado causado por
ajustamentos de preço e quantidade
em outros mercados.
Análise de Equilíbrio Geral

 Dois Mercados Interdependentes –


Rumo ao Equilíbrio Geral
 Situação
 Mercados competitivos de:
 Aluguel de fitas de vídeo
 Ingressos de cinema
Dois Mercados Interdependentes:
Ingressos de Cinema e Aluguel de Fitas de Vídeo
Suponha que o governo imponha Análise de Equilíbrio Geral :
um imposto de $1 sobre O aumento nos preços dos ingressos de
Preço cada ingresso de cinema. Preço
cinema aumenta a demanda por fitas de vídeo.

S*M SM SV

$3,50
$6,35

$3,00
$6,00 D’V

DM DV

Q’M QM Número de QV Q’V Número


Ingressos de Cinema de fitas de vídeo
Dois Mercados Interdependentes:
Ingressos de Cinema e Aluguel de Fitas de Vídeo
O aumento no preço das fitas de
vídeo aumenta a demanda Os efeitos de retroalimentação
Preço por ingressos de cinema. Preço continuam.

S*M SM SV
$6,82
$6,75 $3,58
$3,50
$6,35
D*V
$3,00
D*M
$6,00 D’V
D’M

DM DV

Q’M Q”M Q*M QM Número de QV Q’V Q*V Número


Ingressos de Cinema de fitas de vídeo
Dois Mercados Interdependentes:
Ingressos de Cinema e Aluguel de Fitas de Vídeo

 Observação
 Se o efeito de retroalimentação não
fosse considerado, o impacto do
imposto seria subestimado
 Esta é uma observação importante para
os formuladores de políticas públicas.
Dois Mercados Interdependentes:
Ingressos de Cinema e Aluguel de Fitas de Vídeo

 Perguntas
 Qual seria o efeito de retroalimentação
de um imposto sobre o consumo de um
bem complementar?
 Quais seriam, nesse caso, as
implicações de política do uso da
análise de equilíbrio parcial em
detrimento da análise de equilíbrio
geral?
Mercados interdependentes: inflação agrícola
do etanol
 Qual a relação de uma greve e conflitos na
Nigéria com o café-da-manhã nos Estados
Unidos?
 Elevação do preço do petróleo >
aumento da demanda por substitutos: etanol >
aumento da demanda por milho (insumo) >
elevação no preço das rações animais >
elevação do preço dos ovos e cereais >
elevação do custo do café-
da-manhã (agginflation)
 E se o etanol virar commodity?

From The Economist print edition


Agricultural commodities: Biofuelled, Jun 21st 2007
Grain prices go the way of the oil price
Modelos aplicados de equilíbrio geral

 Aplicações da análise de equilíbrio geral para


economias reais
 Milhares de equações implementadas em
computador
 Simulações indicativas de efeitos de políticas ou
fenômenos econômicos
Modelos aplicados de equilíbrio geral

 Aplicações incluem: políticas de abertura


comercial, políticas tributárias, protocolo de
Kyoto, investimentos em infraestrura, etc..
 Para o Brasil, inúmeros modelos e trabalhos
publicados
 Exemplo: qual o impacto das diferentes
alternativas de política comercial sobre a
economia brasileira?
Impacto de diferentes alternativas de política comercial
sobre a economia brasileira

Outros Acordo
Simulação Alca UE-Mercosul
Mercados Amplo
PIB Real (var. %) 0,359 0,347 0,064 0,607
Consumo Real das Famílias (var. %) -0,441 -0,389 -0,705 -1,478
Saldo Comercial Externo (var. R$ bi)* 2,327 1,932 2,897 6,613
Exportações (var. %) 4,290 4,367 4,891 12,538
Importações (var. %) 0,167 0,855 -0,193 0,781
Investimento Real (var. %) 0,634 0,719 -0,353 0,735
Uso de Fator Trabalho (var. %) 0,187 0,185 0,032 0,291
Uso de Capital (var. %) 0,234 0,239 0,190 0,617

Domingues, E.P. e M.B. Lemos, Impactos Inter-Regionais de Estratégias


de Política Comercial para o Brasil. Economia, 5 (3), p. 183-207. 2004.
Modelo SPARTA

Tipo EGC inter-regional Bottom-up


 Monash-MRF (Peter et al, 1996)

 B-MARIA (Haddad, 1999)

Setores 84
Produtos 378
Fatores primários Trabalho e capital
Regiões 2 (São Paulo, Demais Regiões)
Origem dos produtos 9
Usuários 12
Ano Base 1996
Uso do modelo Estática Comparativa
Equações 380.762
Variáveis 388.319

Domingues, E.P. e M.B. Lemos, Impactos Inter-Regionais De Estratégias


De Política Comercial Para O Brasil. Economia, 5 (3), p. 183-207. 2004.
Modelo SPARTA – Visão Geral
São Famílias Famílias Demais
Paulo Regiões

VCHA,B VCHB,A

VCHA,A
VCHB,B
VCIA,B

VCIB,A
Produtores Produtores

VCIA,A VCIB,B

VMIE,A VXA,E VXB,E


VMIE,B VMFE,B
VMFE,A

BRASIL
Argentina, Resto do Mercosul, Nafta, Resto da
Alca, União Européia, Japão, Resto do Mundo
Análise de Equilíbrio Geral

1. Modelo simples de trocas


(comércio) de bens entre 2 agentes
i. Trocas aumentam a eficiência da
economia
Eficiência nas Trocas

 As trocas aumentam a eficiência, levando


a uma situação a partir da qual não é
possível aumentar o bem-estar de
qualquer indivíduo sem que alguma outra
pessoa seja prejudicada (eficiência de
Pareto).
 As Vantagens do Comércio
 O comércio é mutuamente benéfico para
ambas as partes envolvidas.
Eficiência nas Trocas

 Premissas
 Dois consumidores (países)
 Dois bens
 Ambos os consumidores conhecem as
preferências do outro
 As trocas não envolvem custos de transação
 James & Karen podem dispor, juntos, de 10
unidades de alimento e 6 unidades de
vestuário.
As Vantagens do Comércio

Alocação Inicial Individual Trocas Alocação Final

James 7A, 1V -1A, +1V 6A, 2V


Karen 3A, 5V +1A, -1V 4A, 4V

A TMgS de Karen de alimento por vestuário é 3.


A TMgS de James de alimento por vestuário é 1/2.
Karen e James estão dispostos a realizar trocas: por exemplo, Karen
trocaria 1V por 1A. Quando as TMgS não são iguais,
o comércio é mutuamente benéfico. A alocação eficiente
do ponto de vista econômico ocorre quando as TMgS são iguais.
Eficiência nas Trocas

 Diagrama da Caixa de Edgeworth


 O conjunto de trocas possíveis e de
alocações eficientes pode ser ilustrado
através de um diagrama conhecido
como Caixa de Edgeworth.
Trocas na Caixa de Edgeworth
Unidades de alimento de Karen
10A 4A 3A 0K
6V

A alocação inicial, antes


A alocação após a
da troca, é A: James troca é B: James
possui 7A e 1V & Karen tem 6A e 2V & Karen
possui 3A e 5V. tem 4A e 4V.

Unidades de Unidades de
Vestuário Vestuário
de James B de Karen
2V 4V
+1V
1V 5V
-1A A
6V
0J 6A 7A 10A
Unidades de alimento de James
Eficiência nas Trocas

 Alocações Eficientes
 Se, no ponto B, as TMgS de James e
Karen são iguais, a alocação é
eficiente.
 Isso depende do formato de suas
curvas de indiferença.
Eficiência nas Trocas
Unidades de alimento de Karen
10A 0K
6V
A: UJ1 = UK1,
mas as TMgS
não são iguais.
Todas as
combinações
na área D
Unidades de sombreada são Unidades de
Vestuário preferidas a A. Vestuário
C
de James de Karen
B UJ 3

UJ2
Ganhos do A
comércio UJ1
UK3 UK2 UK1 6V
0J Unidades de alimento de James 10A
Eficiência nas Trocas
Unidades de alimento de Karen
10A 0K
6V

B é eficiente?
Dica: as
TMgS são
iguais em B?
D
Unidades de Unidades de
Vestuário Vestuário
C
de James de Karen
B UJ 3
C é eficiente?
D é eficiente?
UJ2
A
UJ1
UK3 UK2 UK1 6V
0J Unidades de alimento de James 10A
Eficiência nas Trocas
 Alocações Eficientes
 Qualquer troca que leve a um
ponto fora da área sombreada
reduzirá o bem-estar de um dos
10A Unidades de alimento
0 de Karen
consumidores (que estará mais 6V
K

próximo da sua origem).


 B corresponde a uma troca
mutuamente vantajosa –ambos se Unidades de
D
Unidades de
encontram numa curva de Vestuário C Vestuário
de James de Karen
indiferença mais alta. B UJ3

 O fato de uma troca ser vantajosa A


UJ2
UJ1
para ambos não significa que ela UK3 UK2 UK1 6V
seja necessariamente eficiente. 0J Unidades de alimento de James 10A

 As TMgS são iguais quando as


curvas de indiferença são
tangentes; nesse caso, a
alocação é eficiente.
Eficiência nas Trocas

 A Curva de Contrato
 O conjunto de todas as possíveis
alocações eficientes de alimento e
vestuário entre Karen e James é dado
pelos pontos de tangência entre todas
as suas curvas de indiferença.
A Curva de Contrato
E, F, & G são eficientes Unidades de alimento de Karen
no sentido de Pareto . 0K
Para que uma mudança
aumente a eficiência,
todos devem se Curva de
beneficiar. Contrato

G
Unidades de F Unidades de
Vestuário Vestuário
de James E de Karen

0J
Unidades de alimento de James
Eficiência nas Trocas

 Observações
1) Todos os pontos de tangência entre as
curvas de indiferença são eficientes.
2) A curva de contrato mostra todas as
alocações que são eficientes no sentido
de Pareto.
 Uma alocação eficiente no sentido de
Pareto ocorre quando não são possíveis
trocas que aumentem o bem-estar de todos
os consumidores.
Eficiência nas Trocas

 Aplicação: Implicações de política da


eficiência de Pareto no caso da eliminação
de quotas de importação:
1) Eliminação das quotas
 Consumidores ganham bem-estar
 Alguns trabalhadores perdem bem-estar

2) Concessão de subsídios para os


trabalhadores em valor inferior ao ganho
dos consumidores
Eficiência nas Trocas

 Equilíbrio do Consumidor em um
Mercado Competitivo
 Os mercados competitivos têm muitos
vendedores e compradores efetivos ou
potenciais. Isso significa que um
indivíduo que não esteja satisfeito com
os termos de troca propostos por outro
indivíduo pode procurar uma terceira
pessoa que ofereça condições
melhores para a troca.
Eficiência nas Trocas

 Equilíbrio do Consumidor em um
Mercado Competitivo
 Existem muitos indivíduos iguais a
James e muitos iguais a Karen.
 Todos são tomadores de preço
 Preço do alimento e do vestuário = 1
(os preços relativos determinarão as
trocas)
Equilíbrio Competitivo
Unidades de alimento de Karen
10A 0K
6V Partindo de A:
Linha de preços
PP’ é a linha de preço, Cada James compra
que mostra as possíveis P 2V e vende 2A, movendo-se
de A para C e, portanto, de Uj1
combinações; a inclinação é -1 para Uj2, que é uma curva
mais alta.

Unidades de C Unidades de
Vestuário Vestuário
de James de Karen
Partindo de A:
Cada Karen compra 2A e
vende 2V, movendo-se
UJ 2
de A para C e, portanto,
de UK1 para UK2, que é
uma curva mais alta.
A
UJ1

UK 2 UK1 P’ 6V
0J 10A
Unidades de alimento de James
Equilíbrio Competitivo
Unidades de alimento de Karen
10A 0K
6V
Linha de preços
Aos preços escolhidos:
P A quantidade demandada
de alimento (Karen) é
igual à quantidade
ofertada (James)
--equilíbrio competitivo.

Unidades de C Unidades de
Vestuário Vestuário
de James de Karen
Aos preços escolhidos:
A quantidade demandada de
vestuário (James) é igual à UJ 2
quantidade ofertada (Karen)
--equilíbrio competitivo. A
UJ1

UK 2 UK1 P’ 6V
0J 10A
Unidades de alimento de James
Eficiência nas Trocas

 Perguntas
 De que forma o mercado atingiria o
equilíbrio?
 O que diferencia o resultado das trocas
entre muitos indivíduos e o resultado
das trocas entre apenas dois
indivíduos?
Eficiência nas Trocas

 A Eficiência Econômica em
Mercados Competitivos
 É possível verificar que no ponto C (na
próxima transparência) a alocação
associada a um equilíbrio competitivo é
economicamente eficiente.
Equilíbrio Competitivo
Unidades de alimento de Karen
10A 0K
6V
Linha de preços
P

Unidades de C Unidades de
Vestuário Vestuário
de James de Karen

UJ 2

A
UJ1

UK 2 UK1 P’ 6V
0J 10A
Unidades de alimento de James
Eficiência nas Trocas

 Observações relativas a C:
1) Dado que as duas curvas de
indiferença são tangentes, a
alocação referente ao equilíbrio
competitivo é eficiente.
2) A TMgSAV é igual à razão dos
preços, ou TMgSJAV = PA/PV =
TMgSKAV.
Eficiência nas Trocas

 Observações relativas a C:
3) Se as curvas de indiferença não
fossem tangentes, não haveria
troca.
4) O equilíbrio competitivo é
alcançado sem intervenção do
governo.
Eficiência nas Trocas

 Observações relativas a C:
5) Em um mercado competitivo, todas
as trocas mutuamente vantajosas
serão realizadas e a alocação de
equilíbrio resultante será
economicamente eficiente (este é o
primeiro teorema da economia do
bem-estar)
Álgebra do Equilíbrio
(Varian, cap. 27)
Pessoa B

Bem 1 x1B w1B 0B


Bem 2

Pessoa
B

Alocação de
Equilíbrio
x2A x2B

Pessoa A
w 2 W = dotação w2B
A
Bem 2
0A
Pessoa A x1A w1 A Bem 1
Álgebra do Equilíbrio
   
x (p , p ) x (p , p )  w  w
1
A 1 2
1
B 1 2
1
A
1
B

   
x (p , p ) x (p , p )  w  w
2
A 1 2
2
B 1 2
2
A
2
B

re - escrevendo :

x 1
A

1

2 A 
(p , p )w  x (p , p )w  0
1 1
B

1

2  1
B

x 2
A ( p , p )  w   x

1

2
2
A
2
B (p , p )w   0

1

2
2
B
Álgebra do Equilíbrio
Excesso de demanda líquida (e):

e ( p1 , p2 )  x ( p1 , p2 )  w
1
A
1
A
1
A

e ( p1 , p2 )  x ( p1 , p2 )  w
2
A
2
A
2
A

e ( p1 , p2 )  x ( p1 , p2 )  w
1
B
1
B
1
B

e ( p1 , p2 )  x ( p1 , p2 )  w
2
B
2
B
2
B
Álgebra do Equilíbrio
Excesso de demanda agregada (z):

z1 ( p1 , p2 )  e ( p1 , p2 )  e ( p1 , p2 )
1
A
1
B

 x ( p1 , p2 )  x ( p1 , p2 )  w  w
1
A
1
B
1
A
1
B

z 2 ( p1 , p2 )  e ( p1 , p2 )  e ( p1 , p2 )
2
A
2
B

 x ( p1 , p2 )  x ( p1 , p2 )  w  w
2
A
2
B
2
A
2
B
Álgebra do Equilíbrio
* *
Excesso de demanda agregada no equilíbrio ( p , p ) :
1 2

z1 ( p , p )  0
*
1
*
2

z2 ( p , p )  0
*
1
*
2

Lei de Walras :
p1 z1 ( p1 , p2 )  p2 z 2 ( p1 , p2 )  0 É verdade ?

 ( p1 , p2 )  (0,0)
Álgebra do Equilíbrio
Lei de Walras

Restrições orçamentárias dos agentes A e B:

A) p1 x ( p1 , p2 )  p2 x ( p1 , p2 )  p1 w  p2 w
1
A
2
A
1
A
2
A

p e ( p1 , p2 )  p e ( p1 , p2 )  0
1
1 A
2
2 A
(1)

B) p1 x1B ( p1 , p2 )  p2 xB2 ( p1 , p2 )  p1 w1B  p2 wB2

p e ( p1 , p2 )  p e ( p1 , p2 )  0
1
1 B
2
2 B (2)
Álgebra do Equilíbrio
Lei de Walras
Somando (1) e (2):

p1 e1A ( p1 , p2 )  p2 e A2 ( p1 , p2 ) 

p e ( p1 , p2 )  p e ( p1 , p2 )  0
1
1 B
2
2 B

p e ( p , p )  e ( p , p ) 
1
1
A 1 2
1
B 1 2

p e ( p , p )  e ( p , p )  0
2
2
A 1 2
2
B 1 2

  
 p1 z1 ( p1 , p2 )  p2 z 2 ( p1 , p2 )  0  Lei de Walras
Álgebra do Equilíbrio
Se z1 ( p , p )  0
*
1
*
2

Pela lei de Walras :


p1* z1 ( p1* , p2* )  p2* z 2 ( p1* , p2* )  0

Logo, se p  0  z 2 ( p , p )  0
*
2
*
1
*
2

z1 ( p , p )  0  z 2 ( p , p )  0
*
1
*
2
*
1
*
2

O que significa este resultado?


Álgebra da Eficiência
(Varian, cap. 27)
Alocações factíveis, que não são equilíbrios, seriam eficientes
no sentido de Pareto?

(1) y  y w w
1
A
1
B
1
A
1
B y : Alocações factíveis
pela disponibilidade
(2) y A2  y B2  wA2  wB2 total de bens

1 2 1 2
( y , y ) A ( x , x )
A A A A Alocações factíveis são
preferidas às alocações
( y1B , y B2 ) B ( x1B , xB2 ) de equilíbrio

Alocações Alocações de
factíveis equilíbrio
Álgebra da Eficiência
(3) p1 y1A  p2 y A2  p1w1A  p2 wA2 alocações factíveis custam
mais do que o orçamento
(4) p1 y1B  p2 y B2  p1w1B  p2 wB2 de cada indivíduo

somando :3 e 4:
p1 y1A  p2 y A2  p1 y1B  p2 y B2  p1w1A  p2 wA2  p1w1B  p2 wB2

p1 ( y  y )  p2 ( y  y )  p1 ( w  w )  p2 ( w  w )
1
A
1
B
2
A
2
B
1
A
1
B
2
A
2
B

substituin do :1 e 2:

p1 ( w1A  w1B )  p2 ( wA2  wB2 )  p1 ( w1A  w1B )  p2 ( wA2  wB2 ) ???


Álgebra da Eficiência
Logo: contradição se afirmo que alocações
factíveis, que não são equilíbrios, seriam
eficientes no sentido de Pareto.
Segue que todos os equilíbrios de mercado
competitivo são eficientes de Pareto:
Primeiro Teorema do Bem-Estar

Garante que o mercado competitivo


esgota todos os ganhos de comércio
Primeiro Teorema do Bem-Estar

Todos os equilíbrios de mercado


competitivo são eficientes de
Pareto
Mercado competitivo esgota
todos os ganhos de comércio.
Distribuição dos benefícios do
comércio é “justa” ?
Teoremas do Bem-Estar

 Primeiro Teorema do Bem-Estar:


Equilíbrios de mercado competitivo
são eficientes de Pareto

 E o contrário?
Alocações eficientes de Pareto
podem ser equilíbrios de mercado?
Segundo Teorema do Bem-Estar
B
Bem 2
dotação

X Curva de
Indiferença de A

Curva de
Reta
Indiferença de B
Orçamentária
A Bem 1
Segundo Teorema do Bem-Estar

 Posso alcançar X a partir da dotação


 Existe uma restrição orçamentária dos
agentes que permite alcançar a
alocação eficiente X
 Relação de preços de equilíbrio que

passa pela dotação e a alocação X


 Quais condições para isso?
 Preferências convexas
Segundo Teorema do Bem-Estar
B
Bem 2
dotação

X Curva de
Indiferença de A:
preferências não-
convexas
Y
Curva de
Indiferença de B

A Bem 1
X é eficiente de Pareto mas não é equilíbrio: não pode ser
obtida por mercados competitivos
Segundo Teorema do Bem-Estar
 Preferências convexas
 Alocação eficiente gera conjuntos
preferidos disjuntos
 Reta pode separar os dois conjuntos
 Inclinação da reta determina o preço
relativo
 Qualquer dotação nessa reta leva ao
equilíbrio e à alocação eficiente de
Pareto
Teoremas do Bem-Estar
 Primeiro Teorema do Bem-Estar: equilíbrios de
mercado competitivo são eficientes de Pareto
 Decorre de definições
 Requer: ausência de externalidades de
consumo; comportamento competitivo;
existência de equilíbrio
 Segundo Teorema do Bem-Estar: alocações
eficientes de Pareto podem ser alcançadas via
equilíbrios de mercado
 Requer preferências convexas
Teoremas do Bem-Estar:
implicações
 Primeiro Teorema do Bem-Estar
 Eficiência
obtida por mecanismos
de mercado competitivo
 Agentes individuais só precisam
olhar preços
 Decisões tomadas
individualmente
Teoremas do Bem-Estar:
implicações
 Segundo Teorema do Bem-Estar:
 Problemas de distribuição e
eficiência podem ser separados
 Dotações determina a riqueza
individual
 Preços indicam escassez
relativa
Teoremas do Bem-Estar:
implicações
 Segundo Teorema do Bem-Estar
 Políticade distribuição de renda pela
redistribuição de dotação
 E não pela manipulação de preços
(subsídios)
 Eficiência
alcançada pelo mercado
competitivo
 Enorme dificuldade de implementação
prática
Segundo Teorema do Bem-Estar
B
Bem 2 Dotação Dotação
inicial após
transferência

Y
Curva de
Indiferença de A
X

Curva de
Indiferença de B

A
Bem 1
X: alocação eficiente e de equilíbrio inicial
Y: alocação eficiente desejada, obtida via transferência e
mercado competitivo
Eqüidade e Eficiência

 Segundo Teorema da Economia do


Bem-estar
 Se as preferências individuais são
convexas, toda alocação eficiente é um
equilíbrio competitivo para alguma
alocação inicial dos bens.
Eqüidade e Eficiência

 Segundo Teorema da Economia do


Bem-estar
 Pense no custo dos programas de
redistribuição de renda e no dilema
entre eqüidade e eficiência.

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