Você está na página 1de 15

Análise linguística:

trajetória e concepções
Jordana Thadei
Análise
Linguística

Até o século Final Séc. XX e


XX Início do XXI

Usos e
Discrição da Estruturas da Normas da
funcionamento
língua língua língua
da língua
Análise linguística no final do século XX

Final dos anos 70 e início de 80 Final dos anos 80 e anos 90

Início do estudo do texto como


Tendência à análise de unidades materialidade linguística
menores da língua ▼
Gênero textual / discursivo
tomado como objeto de estudo da
Análise Linguística.
O termo “análise
linguística” até a
década de 80

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC


Ênfases

•Nomenclatura (metalinguagem).
•Variante padrão da língua
•Higienização do texto do aluno
•Prescrição gramatical
•Palavra isolada
•Frase isolada
Um divisor de
águas
João Wanderley Geraldi
1986
Linguística
de texto
Sociolin Mudanças na
guística concepção de
análise linguística,
na década de 90

Análise do
Discurso
Semântica
A nova concepção de análise linguística reforça a
reflexão epilinguística sobre as configurações textuais,
afastando-se do foco da frase isolada – com o intuito
de simplesmente ser refeita para atender à norma
padrão – e aproximando-se da formulação do texto
considerando as relações interlocutivas nele
envolvidas.
(REINALDO & BEZERRA, 2013).
Para Geraldi (1993):
Atividades de AL com base em reflexões epilinguísticas
favorecem o domínio de recursos linguísticos dos quais os
alunos ainda não fazem uso, sem desprezar a variedade
linguística dominada por eles.
Isso favorece a aprendizagem de novos recursos expressivos.
Nesta perspectiva de AL, o autor elenca diversas operações
discursivas, como objeto de ensino, tais como: argumentação,
classificação, nominalização, condensação, explicitação,
inclusão de falas de terceiros e outros.
A partir da década de 90

• Texto como recurso para a reflexão para leitura, escrita e o próprio


fenômeno linguístico.
• Valorização da variante linguística do aluno.
• Oficialização como eixo de ensino da língua portuguesa nos Parâmetros
Curriculares Nacionais.
• Evolução no conceito, de mera correção e reescrita do texto do aluno
para correção e reescrita do texto do aluno + leitura e produção textual
orientadas pelas teorias de gênero.
Décadas de 2000 e 2010

Análise Linguística como


reflexão sobre recursos
linguístico-textual-enunciativos,
tanto em relação à leitura e
produção de textos orais e
escritos, quanto em relação ao
sistema da língua.
Diferenças no tratamento da norma-padrão no ensino de
gramática e na prática de análise linguística (Mendonça, 2006).

Ensino de gramática

Objeto de ensino Estratégia mais usada Competência esperada

Sujeito e predicado Exposição de frases e períodos para Identificar e classificar os termos


identificação e classificação dos termos. em orações e períodos.

Concordância verbal Resolução de exercícios estruturais com frases Utilizar as formas verbais corretas
e períodos para escrita da forma verbal correta. em frases e períodos geralmente
preenchendo lacunas .
Justificar a concordância,
explicitando a regra prescrita pela
gramática normativa.
Análise Linguística
Objeto de ensino Sugestões de estratégias Competências esperadas
Concordância verbal Análise e comparação de textos, especialmente Perceber a que termo o verbo se
e referência produções dos alunos, com posterior reescrita; refere (qual é o sujeito), para
consulta a gramáticas para compreender por que efetuar a concordância de acordo
determinada concordância se faz de certa forma com a norma-padrão.
etc. Habituar-se a consultar gramáticas
para dirimir dúvidas nos casos
menos comuns.
Compreender as regras aí
apresentadas para ser capaz de
recorrer às gramáticas com
autonomia em momentos de
dúvida.
Para finalizar

A análise linguística inclui tanto o trabalho sobre questões tradicionais da


gramática quando questões amplas a propósito do texto, entre as quais
vale a pena citar: coesão e coerência internas do texto: adequação do
texto aos objetivos pretendidos; análise dos recursos expressivos
utilizados (metáforas, metonímias, paráfrases, citações, discurso direto e
indireto etc.); organização e inclusão de informações etc. essencialmente,
a prática de análise linguística não poderá limitar-se à higienização do
texto do aluno sem seus aspectos gramaticais e ortográficos limitando-se
a “correções”. Trata-se de trablhar com o aluno o seu texto para que ele
atinja seus objetivos junto aos leitores a que se destina.
(GERLDI, 1994, p. 74)
Referências bibliográficas

GERALDI. João W. (Org.) O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2006.
136p.
MENDONÇA, Márcia. Análise Linguística no Ensino Médio: um novo
olhar, um novo objeto. In.: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M. Português no
ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006. p. 199-
226.
REINALDO, Maria A.; BEZERRA, Auxiliadora. Conceitos de análise
linguística associados a teorias de gênero. In.: APARÍCIO, A. S. M.; SILVA,
S. R. (Orgs.) Ensino de língua materna e formação docente: teoria, didática
e prática. Campinas: Pontes Editores, 2013. 49-78p.

Você também pode gostar