Você está na página 1de 25

Prof.

Fernanda Sell de Souto


Goulart Fernandes
 Toda execução tem que ser real. Ou seja, tem
que atingir o patrimônio do devedor (ver art.
591, CPC).
 Exceção a esta regra: (ver art. 791, III, CPC) à
pensão alim.
 Significa dizer que a tutela jurisdicional
executiva só poderá incidir sobre o patrimônio
do devedor quanto aqueles bens considerados
pela lei penhoráveis na ausência de bens,
suspende-se a execução (ver art. 591 c/c art.791,
III, CPC)
 Processo voltado a satisfação do credor.
 Desigualdade das partes.
 Arts. 592 e 569
 Somente haverá a realização da penhora, se for
evidenciado que o produto da execução
absorvem ao menos o pagamentos das custas
(ver art. 659, §2º, CPC)
 A execução deve incidir somente sobre os bens
do devedor suficientes para quitar a dívida.
 Art. 620
 Significa que quando o credor tiver mais de um
meio para satisfazer o seu direito, deverá optar
pelo modo menos gravoso ao devedor.
 Todavia, este princípio preza a dignidade da
pessoa humana do devedor, por isso, tem que
ser analisado com certo equilíbrio com o
interesse do credor. Nunca devendo o direito
do devedor se sobrepor ao direito do credor
sob pena de não se recolocar o credor
satisfeito,.
 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PENHORA SOBRE O
FATURAMENTO DA EMPRESA. POSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE
OBSERVÂNCIA A PROCEDIMENTOS ESSENCIAIS À CONSTRIÇÃO
EXCEPCIONAL, EXISTENTES, IN CASU. PRECEDENTES. 4. Na
verdade, a jurisprudência mais atualizada desta Casa vem-se firmando no
sentido de restringir a penhora sobre o faturamento da empresa,
podendo, no entanto, esta ser efetivada, unicamente, quando observados,
impreterivelmente, os seguintes procedimentos essenciais, sob pena de
frustrar a pretensão constritiva: - a verificação de que, no caso concreto, a
medida é inevitável, de caráter excepcional; - a inexistência de outros
bens a serem penhorados ou, de alguma forma, frustrada a tentativa de
haver o valor devido na execução; - o esgotamento de todos os esforços na
localização de bens, direitos ou valores, livres e desembaraçados, que
possam garantir a execução, ou sejam os indicados de difícil alienação; - a
observância às disposições contidas nos arts. 677 e 678 do CPC
(necessidade de ser nomeado administrador, com a devida apresentação
da forma de administração e esquema de pagamento); - fixação de
percentual que não inviabilize a atividade econômica da empresa. 5.
Autos que evidenciam a observância das formas elencadas. Na hipótese,
restou comprovado que: a) a dívida gira em torno de R$ 177.222.464,05
(cento e setenta e sete milhões, duzentos e vinte e dois mil, quatrocentos e
sessenta e quatro reais e cinco centavos) e a executada, por ser sociedade
de economia mista, não dispõe de outros bens passíveis de penhora; b)
nomeou-se representante legal (diretor-presidente), como administrador,
consoante determina o art. 678 do CPC. REsp 841506 / AL. Ministro JOSÉ
DELGADO. j. 05/10/2006. DJ 26.10.2006 p. 248
 PROCESSO CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL - EXECUÇÃO -
PENHORA - NOMEAÇÃO DE BEM IMÓVEL - RECUSA DO CREDOR -
POSSIBILIDADE - INOBSERVÂNCIA DA ORDEM ESTABELECIDA NO
ART. 655 DO CPC - EXISTÊNCIA DE DINHEIRO SUFICIENTE EM
CONTA BANCÁRIA PARA A GARANTIA DO DÉBITO - MAIOR
ONEROSIDADE AO DEVEDOR - REEXAME DE PROVAS - VEDAÇÃO -
SÚMULA 7/STJ - AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
MENOR ONEROSIDADE DA EXECUÇÃO PREVISTO NO ART. 620 DO
CPC - DIVERGÊNCIA COM JULGADOS DESTE STJ - AUSÊNCIA DO
INTEIRO TEOR DOS ACÓRDÃOS PARADIGMAS - DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO - DESPROVIMENTO. 1 -
Tendo a empresa-executada nomeado à penhora bem imóvel de sua
propriedade, não observando a ordem estabelecida no art. 655 do Código
de Processo Civil, é admissível a recusa do credor com a conseqüente
indicação à penhora de dinheiro em conta bancária, cuja utilização não
afeta o funcionamento da empresa, face à grandeza econômica da
agravante. 2 - In casu, o Tribunal a quo entendeu que a penhora da
referida quantia em dinheiro não se configura como sendo a mais onerosa
para o devedor. Infirmar tal posicionamento implicaria, necessariamente,
o revolvimento do conjunto fático-probatório apresentado nos autos, o
que encontra óbice na Súmula 07 desta Corte. 3 - Este Tribunal de
Uniformização, realizando interpretação sistemática dos arts. 620 e 655 da
Lei Processual Civil, já se manifestou pela possibilidade do ato constritivo
incidir sobre dinheiro depositado em conta bancária de titularidade de
pessoa jurídica, sem que haja afronta ao princípio da menor onerosidade
da execução disposto no art. 620 da Norma Processual (cf. REsp nºs
528.227/RJ e 390.116/SP). AgRg no Ag 770585 / RJ. Ministro JORGE SCARTEZZINI. J. 24/10/2006 . DJ
 PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO
DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. NOMEAÇÃO
DE BEM À PENHORA. GRADAÇÃO (ART. 11 DA LEI
6.830/80 E ART. 655 DO CPC). RELATIVIZAÇÃO.
PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE (ART. 620 do
CPC). 1. O art. 620 do CPC expressa típica regra de
sobredireito, cuja função é a de orientar a aplicação das
demais normas do processo de execução, a fim de evitar a
prática de atos executivos desnecessariamente onerosos ao
executado. 2. Embora não tenha força para, por si só,
comprometer a ordem legal da nomeação dos bens à
penhora estabelecida no artigo 11 da Lei nº 6.830/80 e no
artigo 655 do Código de Processo Civil, o princípio da menor
onerosidade (art. 620 do CPC) pode, em determinadas
situações específicas, ser invocado para relativizar seu
rigorismo, amoldando-o às peculiaridades do caso concreto.
AgRg no Ag 483789 / MG. Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI. J. 23/09/2003. DJ 13.10.2003 p. 235.
RSTJ vol. 173 p. 77
3 CORRENTES

Existe contraditório,
pois se for negado se
estaria negando a Os processualistas
própria existência do Amaral Santos e Já para Alfredo Buzarol
processo. Arruda Alvim entendem não existe
O contraditório tem ser que existe contraditório princípio do
analisado sob a ótica de uma contraditório e ampla
jurídica, sendo uma forma atenuada, ou seja, defesa, pois este
garantia constitucional esta última expressão processualista
(art. 5º, LV, CF). E quer dizer que fundamenta-se que
em uma ótica política, o poucos atos são abertos à dentro da tutela
contraditório é um fator vista, alguns inclusive, jurisdicional o juiz não
de legitimação da são vai questionar a dívida
atividade estatal dentro resolvidos de ofício pelo do devedor.
de um estado magistrado.
democrático do direito.
(Alexandre Câmara e
Cândido Dinamarco)
 Concede ao credor o bem especificamente
desejado por ele.
 Obrigações de fazer, não fazer e entrega.
 Art. 461 e 461-A
 Não acarreta o início de um processo de
execução, pois ela é a continuação do processo
de conhecimento.
Requisitos adicionais:

 O inadimplemento do devedor.
 O titulo executivo.

Sem esses requisitos impõe-se a extinção do


processo. Onerando o credor com o
pagamento das custas processuais e dos
honorários advocatícios em favor do seu
opositor.
 Art. 586. A execução para cobrança de crédito
fundar-se-á sempre em título de obrigação
certa, líquida e exigível.
 Não observância: art. 187 CC e art. 574 do CPC.
 Liquidez: perfeita identificação do objeto da
execução.
 Não possuindo liquidez → liquidação de
sentença.
 PROCESSUAL CIVIL. TÍTULOS EXECUTIVOS
EXTRAJUDICIAIS. DOCUMENTO PÚBLICO. CÁLCULOS
ARITMÉTICOS. LIQUIDEZ DO TÍTULO. PRECEDENTES DESTA
CORTE. De acordo com o disposto no art. 585, II, do CPC,
consideram-se títulos executivos extrajudiciais: “a escritura
pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o
documento particular assinado pelo devedor e por duas
testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo
Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados
dos transatores”. A melhor interpretação para a expressão
documento público é no sentido de que tal documento é aquele
produzido por autoridade, ou em sua presença, com a respectiva
chancela, desde que tenha competência para tanto. Destarte, o
contrato de prestação de serviço firmado com a administração
pública é documento público, hábil a embasar a competente ação
de execução. Se o contrato juntado aos autos da ação executiva
revela o valor e a forma de pagamento do serviço, corroborado
por notas fiscais demonstrando sua realização, perde subsistência
o argumento de incerteza e iliquidez do título. Consoante
precedentes jurisprudenciais desta Corte, a simples necessidade
de realização de cálculos matemáticos para se chegar ao montante
real da dívida não possui o condão de retirar a liquidez do título.
Recurso Especial provido. REsp 487913 / MG. Ministro JOSÉ
DELGADO. DJ 09.06.2003
 Exigibilidade: titulo vencido.

 Titulo judicial: a obrigação não pode ter o seu


cumprimento sujeito à condição ou a termo. Ex:
sentença cível condenatória recorrida.

 Titulo extrajudicial: passa a ser exigível a partir


do vencimento da obrigação.
 Certeza: inexistência de dúvida a respeito da
perfeição do ato jurídico que gerou a criação do
documento e seus aspectos formais.

 A incerteza denota a necessidade de melhor


investigação do Negócio jurídico que ensejou a
sua formação reclamando instrução probatória.
 Súmula 233 STJ: “O contrato de abertura de
crédito ainda que acompanhado de extrato de
conta corrente não é titulo executivo”.
 PROCESSUAL CIVIL. ACÓRDÃO ESTADUAL.
NULIDADE NÃO CONFIGURADA. MANDATO. CÓPIA
AUTENTICADA DE PROCURAÇÃO REGISTRADA EM
CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS. VALIDADE.
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL REGULAR.
ESCRITURA PÚBLICA DE CONTRATO DE ABERTURA
DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE.
IMPRESTABILIDADE COMO TÍTULO EXECUTIVO.
SÚMULA N. 233/STJ. I. Não padece de nulidade o acórdão
que enfrenta suficientemente as questões essenciais ao
deslinde da controvérsia, apenas que com decisão
desfavorável à parte. II. Suficiente a juntada aos autos de
cópia autenticada de procuração registrada em cartório de
títulos e documentos, para fins de representação processual.
III. O contrato de abertura de crédito em conta corrente,
ainda que celebrado por escritura pública, é inservível como
título executivo, ao teor da Súmula n. 233 do STJ. IV.
Recurso especial dos primeiros recorrentes conhecido em
parte e provido. Extinção do processo, nos termos do art.
267, VI, do CPC. Prejudicado o recurso do embargado. REsp
268692 / SP. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR. DJ
11.12.2006.
 DIREITO E PROCESSO CIVIL. CONTRATO DE PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS HOSPITALARES. TÍTULO EXECUTIVO.
NECESSIDADE DE PROVA DO CUMPRIMENTO DA
OBRIGAÇÃO, PELO CREDOR. PRECEDENTES DO
TRIBUNAL. MONITÓRIA. VIA HÁBIL À PRETENSÃO.
EMENDA DA INICIAL ENSEJADA. RECURSO
DESACOLHIDO. I - Por expressa dicção legal, considera-se
título executivo extrajudicial o contrato particular, subscrito
por duas testemunhas. Todavia, para tornar-se hábil a instruir
o processo de execução, é necessário que ele represente
obrigação líquida, certa e exigível, nos termos do art. 586 do
Código de Processo Civil. II - Nos casos de contrato bilateral,
incumbe ao credor provar o cumprimento de sua obrigação
(art. 615, IV, CPC), a fim de tornar o instrumento hábil a
instruir o processo de execução como título executivo
extrajudicial. III - Dependendo a apuração do valor da
execução que sejam verificados fatos posteriores à emissão do
contrato, como o tempo da internação, o material utilizado ou a
natureza e a complexidade dos serviços médicos e de
enfermagem, carece o documento do requisito da certeza,
tornando adequada a via da monitória. REsp 252013 / RS.
Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA. DJ 04.09.2000
 DIREITO E PROCESSO CIVIL. CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS.
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA.
TÍTULO EXECUTIVO. NECESSIDADE DE PROVA
DO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO, PELO
CREDOR. PRECEDENTES DO TRIBUNAL.
RECURSO PROVIDO. I - Por expressa dicção legal,
considera-se título executivo extrajudicial o contrato
particular, subscrito por duas testemunhas. Todavia,
para tornar-se hábil a instruir o processo de
execução, é necessário que ele represente obrigação
líquida, certa e exigível, nos termos do art. 586 do
Código de Processo Civil. II - Nos casos de contrato
bilateral, incumbe ao credor provar o cumprimento
de sua obrigação (art. 615, IV, CPC), a fim de tornar o
instrumento hábil a instruir o processo de execução
como título executivo extrajudicial. REsp 196967 /
DF. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA .
DJ 08.03.2000.
 1.Feita a penhora dos bens do devedor, se os
bens do devedor não forem suficientes para nem
ao menos pagar as custas da execução, ela
poderá prosseguir? Com base em qual princípio
do processo de execução e em qual texto legal?
 1.Silvio, através de contrato, fica obrigado a
entregar a Raul um Del Rey ano 1986. No prazo
pactuado Silvio não cumpriu com sua obrigação.
Questionado por Raul, o devedor disse que
somente poderia entregar-lhe um Fiat 147 ano
1982. O credor lhe procura questionando como
poderia obter o bem contratado. Explique a ele
qual peça processual e qual fundamento legal e
principiológico a ser utilizados.

Você também pode gostar