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Idade Média

•Baixa Idade Média - 5


•Feudalismo - 8
•Igreja - 12
•Trovadorismo - 13
•A poesia medieval portuguesa - 18
•Cantigas de amor - 20
•Cantigas de amigo - 24
•Gênero satírico - 31
•Cantigas de Escárnio - 33
•Cantigas de Maldizer - 34
•Novelas de Cavalaria - 35
•Arte Medieval - 38
Idade Média

Período compreendido entre o fim do


Império Romano do Ocidente (476) e a
conquista de Constantinopla pelos turcos
(1453). Divide-se em duas fases: Alta
Idade Média e Baixa Idade Média.
Alta Idade Média – Estende-se do século
V ao XI.
Organizam-se em reinos, conhecidos como reinos
bárbaros, dos quais se sobressai o dos francos, que
dá origem ao Império Carolíngio (século VIII).
Após a morte de Carlos Magno, o império se
divide.
Acentua-se a ruralização da economia, já praticada
desde os dois últimos séculos do Império Romano,
com a retração do comércio e da vida urbana. É o
período de formação do feudalismo, para o qual
contribuem instituições romanas (o colonato) e
germânicas (comitatus).
A Igreja promove a cristianização dos povos
bárbaros e realiza alianças com as monarquias
feudais, transformando-se também em grande
proprietária de terras. É responsável pela
preservação da língua latina e da cultura antiga,
principalmente por meio da multiplicação dos
mosteiros em toda a Europa. Funciona como um
elemento de unidade e de estabilidade: numa época
caracterizada pelo particularismo, o Papa exerce sua
autoridade sobre todos os cristãos. Essa influência
estende-se também à arte medieval, dominada pela
religiosidade.
Baixa Idade Média – Estende-se do século XI
ao XV. É um período de transformações e crises
no feudalismo. Cessam as invasões bárbaras. As
inovações tecnológicas (como o uso do arado de
ferro e de moinhos de vento), a diversificação de
culturas e a incorporação de novas áreas para o
cultivo permitem o incremento da produção
agrícola. Como conseqüência, a população
aumenta. Surgem as Cruzadas , que permitem a
expansão do cristianismo em direção ao Oriente
e a retomada do comércio em larga escala no
Mar Mediterrâneo.
As cidades (burgos) crescem e multiplicam-se.
Seus habitantes, os burgueses, desenvolvem o
comércio e o artesanato, organizados em
corporações de ofício. Os dois principais pólos
de crescimento urbano são o norte da Itália e o
litoral do Mar do Norte. As cidades italianas
(Gênova, Veneza, Milão, Pisa, Amalfi, Florença,
Siena e outras) fazem o comércio de especiarias e
artigos de luxo com o Oriente, através do mar
Mediterrâneo. O aumento do volume de trocas
obriga os comerciantes a aperfeiçoar os
instrumentos de troca.
Criam, então, letras de câmbio, cheques, papéis de
crédito. Nas feiras, que se realizam periodicamente
em várias cidades da Europa, principalmente na
região de Champagne (França), surge um novo
personagem no mundo dos negócios: o banqueiro,
especializado na avaliação e troca de moedas, bem
como no empréstimo a juros. A rica burguesia
dessas cidades controla o governo e domina a massa
da população, constituída de trabalhadores
assalariados. Mas a vida urbana é marcada pela
liberdade, em contraste com os laços de
dependência pessoal que caracterizam as relações
feudais.
Feudalismo

Feudalismo é o sistema de organização


econômica, política e social característico da
Europa Ocidental na Idade Média. Com as
invasões bárbaras e a desagregação do
regime político de Roma, a partir do século V,
a Europa inicia uma profunda reestruturação,
marcada pela descentralização do poder,
ruralização e pelo emprego de mão-de-obra
servil, que é a base do feudalismo.
O feudalismo tem como característica a
integração das estruturas do mundo romano e
do germânico (bárbaro).
A sociedade é estabelecida em relações de
dependência pessoal, ou vassalagem, que
abrangem desde o rei até o camponês livre. O
vassalo, ou subordinado, oferece ao senhor,
ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca
de proteção e de um lugar no sistema de
produção.
Camponeses – São responsáveis por toda a
atividade produtiva do feudo.
Nobreza feudal – Os senhores feudais formam a
nobreza rural e têm poderes para fazer os servos e
camponeses livres cumprirem as normas vigentes.
Vivem em castelos, a melhor representação do
poder civil e militar, símbolo da nobreza feudal.
São os cavaleiros armados que garantem o
domínio do senhorio sobre a terra. A supremacia
dessa classe de guerreiros especializados é uma
característica primordial da classe dominante do
feudalismo.
O feudo, patrimônio real cedido em usufruto a
membros da nobreza e do clero, constitui a
unidade territorial da economia feudal.
Caracteriza-se pela autarquia e pela ausência quase
total do comércio e de intercâmbios monetários. A
produção dos feudos é de subsistência, e as trocas
são feitas com produtos, não com dinheiro. As
cidades deixam de ser centros econômicos, e os
ofícios e o artesanato passam a se realizar nos
próprios castelos.
Igreja – Esta se integra ao sistema feudal por
meio dos mosteiros, que reproduzem a estrutura
dos feudos. A Igreja transforma-se em grande
proprietária feudal, e os membros do alto clero
recebem domínios, tornando-se ao mesmo
tempo suseranos e vassalos.
Trovadorismo

Esse movimento literário compreende o período que


vai, aproximadamente do século XII ao século XIV.
A partir desse século, Portugal começava a afirmar-se
como reino independente, embora ainda mantivesse
laços econômicos, sociais e culturais com o restante da
Península Ibérica. Desses laços surgiu, próximo à
Galícia (região ao norte do rio Douro), uma língua
particular, de traços próprios, chamada galego-
português. A produção literária dessa época foi feita
nesta variação lingüística.
A cultura trovadoresca refletia bem o panorama
histórico desse período: as Cruzadas, a luta contra
os mouros, o feudalismo, o poder espiritual do
clero.
O Feudalismo que consistia numa hierarquia
rígida entre senhores: um deles, o susserano, fazia
a concessão de uma terra (feudo) a outro
indivíduo, o vassalo. O susserano, no regime
feudal, prometia proteção ao vassalo como
recompensa por certos serviços prestados.
Essa relação de dependência entre susserano e
vassalo era chamada de vassalagem.
Além da nobreza e a classe dos vassalos ou servos,
havia ainda uma outra classe social: o clero.
Os conventos eram verdadeiros centros difusores da
cultura medieval, pois era neles que se escolhiam os
textos filosóficos a serem divulgados, em função da
moral cristã.
A religiosidade foi um aspecto marcante da
cultura medieval portuguesa. A vida do povo
lusitano estava voltada para os valores
espirituais e a salvação da alma. Nessa época,
eram freqüentes as procissões, além das próprias
Cruzadas - expedições realizadas durante a
Idade Média, que tinham como principal
objetivo a libertação dos lugares santos, situados
na Palestina e venerados pelos cristãos. Essa
época foi caracterizada por uma visão
teocêntrica (Deus como o centro do Universo).
Até mesmo as artes tiveram como tema motivos
religiosos.
Na literatura, desenvolveu-se em Portugal um
movimento poético chamado Trovadorismo.
Os poemas produzidos nessa época eram
feitos para serem cantados por poetas e
músicos.
A poesia medieval portuguesa

A produção poética medieval portuguesa pode


ser agrupada em dois gêneros:
- gênero lírico: em que o amor é a temática
constante, são as cantigas de amor e as
cantigas de amigo.

A canção da Ribeirinha
"No mundo nom me sei parelha, / mentre me for' como
me vai, / ca ja moiro por vos - e ai / mia senhor
branca e vermelha, / queredes que vos retraia /
quando vos eu vi em saia! / Mao dia que me levantei,
que vos enton nom vi fea! ”
No mundo ninguém se assemelha a mim / enquanto a
minha vida continuar como vai / porque morro por ti e
ai / minha senhora de pele alva e faces rosadas, /
quereis que eu vos descreva (retrate) / quanto eu vos vi
sem manto (saia : roupa íntima) / Maldito dia! me
levantei / que não vos vi feia (ou seja, viu a mais bela).
Cantigas de Amor
Características Formais das Cantigas de Amor
Cansó - poesia mais longa, os galegos
portugueses deram preferência aos poemas de três
ou quatro estrofes.
Maestria - ausência de refrão.
Palavra Perduda - rima isolada que se repete na
mesma posição das estrofes seguintes.
Atafinda - Também conhecida por
encadeamento ou enjambement : por esse
processo métrico, o final de um verso liga-se
sem interrupção ao verso seguinte preservando
a continuidade do ritmo e do sentido.
Fiinda - Dístico de arremate (espécie de chave
de ouro). Os dois versos finais arrematam a
cantiga.

Exemplo:
Cansó

Quant´ eu, fremosa mha senhor, a


de vós reveuy a veer b
muyt´ er sey que non ey poder b
de mágora guardar que non c (palavra perduda)
Veja, mays [a] zal confort´ ey: d
que aquel dia morrerey d
e perderey coytas d´amor a
Atafinda
E, como quer que eu mayor a
pesar non podesse veer b
de que enton verey, prazer b
ey ende, se Deus mi perdon c palavra perduda
por que por morte perderey d
aquel dia coita que ei, d
qual nunca fez Nostro Senhor. a
E, éro ei tan gram pavor a
d´aquel dia grave veer, b
qual vos sol non posso dizer, b
confort´ey no meu coraçon, c palavra perduda
porque por morte sayrey d
aquel dia do mal que ei, d
seyor dos que Deus fez peyor. a
Cantigas de Amigo
s ã o A De que morrerdes, filha, a do corpo velido?
ten
B Madre, moiro d´amores que mi deu meu amigo
R Alva e vai liero

a De que morrerdes, filha, a do corpo loução?


b Madre, moiro d´amores que mi deu meu amado.
R Alva e vai liero

b Madre, moiro d´amores que mi deu meu amigo,


c quando vej´ esta cinta, que por seu amor cingo.
R Alva e vai liero
b Madre, moiro d´amores que mi deu meu amado,
c quando vej´ esta cinta, que por seu amor trago.
R Alva e vai liero.
c Quando vej´ esta cinta, que por seu amor cingo,
D e me nembra, fremosa, como falou comigo.
R Alva e vai liero
c Quando vej´ esta cinta, que por seu amor trago
fiinda d e me nembra, como falamos ambos
R Alva e vai liero

Leixa pren: retomada dos versos ao longo da cantiga,


repare que o 2º verso da 1ª estrofe é o 1º da 3ª estrofe
e o 2º verso da segunda estrofe é o 1º da quarta
estrofe.
Cantigas de amor
Nesta cantiga o eu-lírico é masculino e o autor é
geralmente de boa condição social. É uma cantiga
mais "palaciana", desenvolve-se em cortes e palácios.
Quanto à temática, o amor é a fonte eterna, devendo
ser leal, embora inatingível e sem recompensa. O
amante deve ser submetido à dama, numa vassalagem
humilde e paciente, honrando-a com fidelidade,
sempre (Cá entre nós, a época que os homens ainda
eram inteligentes.. : )))
O nome da mulher amada vem oculto por força das
regras de mesura (boa educação extrema) ou para
não compromete-la (geralmente, nas cantigas de
amor o eu-lírico é um amante de uma classe social
inferior à da dama).
A beleza da dama enlouquece o trovador e a falta de
correspondência gera a perda do apetite, a insônia e
o tormento de amor. Além disso, a coita amorosa
(dor de amor) pode fazer enlouquecer e mesmo
matar o enamorado.
Cantigas de amigo
As cantigas de amigo apresentam eu-lírico feminino,
embora o autor seja um homem.
Procuram mostrar a mulher dialogando com sua mãe, com
uma amiga ou com a natureza, sempre preocupada com seu
amigo (namorado). Ou ainda, o amigo é o destinatário do
texto, como se a mulher desejasse fazer-lhe confidências de
seu amor. (Mas nunca diretamente a ele. O texto é dialogado
com a natureza, como se o namorado estivesse por perto, a
ouvir as juras de amor). Geralmente destinam-se ao canto e
a dança.
A linguagem, comparando-se às cantigas de amor é mais
simples e menos musical pois as cantigas de amigo não se
ambientam em palácios e sim em lugares mais simples e
cotidianos.
Conforme a maneira como o assunto é tratado, e
conforme o cenário onde se dá o encontro amoroso, as
cantigas de amigo recebem denominações especiais
-Alvas (quando se passam ao amanhecer):
Levantou-s'a velida (a bela) / Levantou-s'à alva; / e vai
lavar camisas / e no alto (no rio) / vai-las lavar à alva
(de madrugada). - D. Dinis.
-Bailias (quando seu cenário é uma festa onde se
dança):
E no sagrado (local sagrado, possivelmente à frente de
uma igreja), em Vigo / bailava corpo velido (uma linda
moça) amor ei! - Martim Codax.
- Romarias (sobre visitas a santuários, enquanto as "madres
queymam candeas"):
Pois nossas madres van a San Simon / de Val de Prados
candeas queimar (pagar promessas) / nós, as menininhas,
punhemos d'andar (vamos passear). - Pero de Viviães.
- Barcarolas ou Marinhas (falam do temor de que o "amigo"
vá às expedições marítimas; do perigo de que ele não volte
mais.
Vi eu, mia madr' , andar / as barcas e no mar, / e moiro de
amor! - Nuno Fernandes Torneol
- Pastorelas (quando seu cenário é o campo, próximo a
rebanhos):
Oi (ouvi) oj'eu ua pastor andar, / du (onde) cavalgava per ua
ribeira, / e o pastor estava i senlheira, (sozinha) / a ascondi-
me pola escuitar... - Airas Nunes de Santiago.
-Gênero satírico: em que o objetivo é criticar alguém,
ridicularizando esta pessoa de forma sutil ou grosseira; a
este gênero pertencem as cantigas de escárnio e as
cantigas de maldizer.
São composições que expressam melhor a psicologia do
tempo, onde vêm á tona assuntos que despertam grandes
comentários na época, nas relações sociais dos trovadores;
são sátiras que atingem a vida social e política da época,
sempre num tom de irreverência; são sátiras de grande
riqueza, uma vez que se apresentam num considerável
vocabulário, observando-se, muitas vezes o uso de
trocadilhos; fogem às normas rígidas das cantigas de amor
e oferecem novos recursos poéticos.
Os principais temas das cantigas satíricas são: a fuga
dos cavaleiros da guerra, traições, as chacotas e
deboches, escândalos das amas e tecedeiras, pederastia
(homossexualismo) e pedofilia (relações sexuais com
crianças), adultério e amores interesseiros e ilícitos.
Obs: Tanto nas cantigas de escárnio quanto nas de
maldizer, pode ocorrer diálogo. Quando isso acontece,
a cantiga é denominada tensão (ou tenção). Pode
mostrar a conversa entre a mãe a moça, uma moça e
uma amiga, a moça e a natureza, ou ainda, a discussão
entre um trovador e um jogral, ambos tentando provar
que são mais competentes em sua arte.
Cantigas de Escárnio
Apresentam críticas sutis e bem-humoradas
sobre uma pessoa que, sem ter nome citado, é
facilmente reconhecível pelos demais
elementos da sociedade.
Ai, dona fea, fostes-vos queixar / que vos
nunca louv' en [o] meu cantar; / mais ora
quero fazer um cantar / en que vos loarei toda
via; / e vedes como vos quero loar; / dona fea,
velha e sandia!
Cantigas de Maldizer
Neste tipo de cantiga é feita uma crítica pesada,
com intenção de ofender a pessoa ridicularizada. Há
o uso de palavras grosseiras (palavrões, inclusive) e
cita-se o nome ou o cargo da pessoa sobre quem se
faz a sátira:
Maria Peres se mãefestou (confessou) / noutro dia,
ca por pecador (pois pecadora) / se sentiu, e log' a
Nostro Senhor / pormeteu, pelo mal em que andou, /
que tevess' um clérig' a seu poder, (um clérigo em
seu poder) / polos pecados que lhi faz fazer / o
demo, com que x'ela sempr'andou. (O demônio,
com quem sempre andou)
As novelas de cavalaria

Nem só de poesia viveu o Trovadorismo. Também floresceu


um tipo de prosa ficcional, as novelas de cavalaria,
originárias das canções de gesta francesas (narrativas de
assuntos guerreiros), onde havia sempre a presença de heróis
cavaleiros que passavam por situações perigosíssimas para
defender o bem e vencer o mal.
Sobressai nas novelas a presença do cavaleiro medieval,
concebido segundo os padrões da Igreja Católica (por quem
luta): ele é casto, fiel, dedicado, disposto a qualquer
sacrifício para defender a honra cristã. Esta concepção de
cavaleiro medieval opunha-se à do cavaleiro da corte,
geralmente sedutor e envolvido em amores ilícitos.
A origem do cavaleiro-herói das novelas é feudal e nos
remete às Cruzadas: ele está diretamente envolvido na
luta em defesa da Europa Ocidental contra sarracenos,
eslavos, magiares e dinamarqueses, inimigos da
cristandade.
As novelas de cavalaria estão divididas em três ciclos e
se classificam pelo tipo de herói que apresentam. Assim,
as que apresentam heróis da mitologia greco-romana são
do ciclo Clássico (novelas que narram a guerra de Tróia,
as aventuras de Alexandre, o grande); as que apresentam
o Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda
pertencem ao ciclo Arturiano ou Bretão (A Demanda
do Santo Graal); as que apresentam o rei Carlos Magno e
os doze pares de França são do ciclo Carolíngeo (a
história de Carlos Magno).
Geralmente, as novelas de cavalaria não
apresentam uma autoria. Elas circulavam pela
Europa como verdadeira propaganda das
Cruzadas, para estimular a fé cristã e angariar
o apoio das populações ao movimento. As
novelas eram tidas em alto apreço e foi muito
grande a sua influência sobre os hábitos e os
costumes da população da época.
Arte medieval
Artes Plásticas – . Predominam temas bíblicos e a
simetria é a base das composições. Entre os séculos VIII
e X surgem novas atividades, como a iluminura
(ilustração manual de livros), a tapeçaria, a ourivesaria e
os esmaltes.
No século XII, surge a arte gótica, principal marco do
período medieval. Sua origem é discutível, mas é na
França que assume suas características mais marcantes.
. Na pintura e na escultura, representadas principalmente
na decoração de templos , as figuras são esguias e
delicadas e as composições hierarquizadas. Os tamanhos
dos personagens dependem de sua importância social ou
religiosa.
Música- No século VI, a Igreja estimula a
representação gráfica dos sons (notação) para unificar a
liturgia, segundo regras do papa São Gregório I, o
Magno (540?-604). As composições devem se basear na
simplicidade, na austeridade e na homofonia – todos os
cantores entoam a mesma melodia a uma só voz. O
canto gregoriano , sempre em latim, língua oficial do
catolicismo, é o único aceito nas igrejas.
No século XIV, desenvolve-se na França a ars nova
(arte nova), movimento que busca romper com as regras
até então aceitas.
Nessa época desenvolve-se uma forma mais
precisa de escrita dos ritmos musicais, o que
favorece uma composição mais trabalhada. Em
plena crise da Igreja, a música secular predomina
sobre a sacra.
Com uma maior liberdade de ritmo, aparecem
novas formas vocais profanas, como rondó,
balada e madrigal. Na área religiosa, a novidade
são as missas.
Teatro – Apesar de o teatro escrito no modelo greco-
romano estar vetado pela Igreja Católica, a manifestação
teatral sobrevive no início do período medieval com as
companhias itinerantes de acrobatas, jograis e menestréis. A
partir do século X, a Igreja o adapta à pregação católica e às
cerimônias religiosas. Dramas litúrgicos são encenados pelo
clero dentro das igrejas. Depois desenvolvem-se outras
formas, como Milagres (sobre a vida dos santos), Mistérios
(discutem a fé e misturam temas religiosos com profanos) e
Moralidades (questionam comportamentos). As encenações
passam a ser ao ar livre por volta do século XII e chegam a
durar vários dias. Aos poucos, os espectadores assumem
papéis de atores, conferindo às apresentações um tom
popular. ). Nessa época, em geral, os textos são anônimos.
No século XIII, surgem os autos na Espanha,
peças alegóricas que tratam de temas religiosos
em palcos provisórios. A proibição pela Igreja de
misturar temas religiosos e profanos – processo
que se consolida no fim do século XIV – tem
como efeito o surgimento das comédias
medievais totalmente profanas, entremeadas de
canções.
Se quiser saber mais...

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