Você está na página 1de 61

Como pregar a

Palavra de Deus?
Prof. Rudy A. de Assunção
1 Coríntios 1,17

De fato, Cristo não me


enviou para batizar,
mas para pregar a boa
nova da salvação, sem
me valer dos recursos
da oratória, para não
privar a cruz de
Cristo da sua força
própria.
PASSOS DO
ENCONTRO
PARTE I: CONHECIMENTO

• A interpretação da Bíblia na
Igreja.
• Ler, rezar e estudar a Bíblia.

PARTE 1I: COMUNICAÇÃO

• O que é mais importante numa


apresentação?
• O medo de falar em público
•Comunicação verbal
• Comunicação não-verbal
Parte I

A interpretação da
O ESPÍRITO SANTO,
INTÉRPRETE DA ESCRITURA
Não há Bíblia sem a
Igreja
… o lugar originário da
interpretação da Escritura é a vida
da Igreja (VD, n. 29).

O Espírito Santo, que anima a vida


da Igreja, é que torna capaz de
interpretar autenticamente as
Escrituras. A Bíblia é o livro da
Igreja e, a partir da imanência dela
na vida eclesial, brota também a
sua verdadeira hermenêutica. (VD,
n. 29).
Aliás, é
precisamente a fé
da Igreja que
reconhece na Bíblia
a Palavra de Deus;
como
admiravelmente diz
Santo Agostinho,
“não acreditaria no
Evangelho se não
me movesse a isso
a autoridade da
Igreja Católica”
(VD, n 29).
São Jerônimo recorda que, sozinhos,
nunca poderemos ler a Escritura. (...) A
Bíblia foi escrita pelo Povo de Deus e
para o Povo de Deus, sob a inspiração
do Espírito Santo.

Somente com o “nós”, isto é, nesta comunhão


com o Povo de Deus, podemos realmente entrar
no núcleo da verdade que o próprio Deus nos
quer dizer. (VD, n. 30)
Cristo,
Palavra de Deus
... por isso Jesus Cristo,
nascido da Virgem
Maria, é realmente o
Verbo de Deus que Se
fez consubstancial a
nós. Assim a expressão
“Palavra de Deus”
acaba por indicar aqui a
pessoa de Jesus Cristo,
Filho eterno do Pai feito
homem. (VD, n. 7).
Cristo,
Palavra de Deus

“Fez-Se criança, para que


a Palavra possa ser
compreendida por nós”.
Desde então a Palavra já
não é apenas audível, não
possui somente uma voz;
agora a Palavra tem um
rosto, que por isso mesmo
podemos ver: Jesus de
Nazaré. (VD, n. 12).
CRITÉRIOS DE
INTERPRETAÇÃO
DA SAGRADA
ESCRITURA
(nn. 112-114)
Prestar grande
atenção “ao conteúdo
e à unidade de toda a
Escritura”.
Ler a Escritura na
“tradição viva de
toda a Igreja”.
Estar atento “à
analogia da fé”.
OS SENTIDOS DA
ESCRITURA
(nn. 116-118)
O sentido literal. É o
expresso pelas palavras da
Escritura e descoberto pela
exegese segundo as regras
da reta interpretação.
O sentido espiritual.
Graças à unidade do
desígnio de Deus, não só o
texto da Escritura, mas
também as realidades e
acontecimentos de que
fala, podem ser sinais.
Ler,
rezar e
estudar
a Bíblia
LER
Clique no ícone para um texto é tirar dele
adicionar uma imagem um sentido para
mim, leitor de hoje:
“Esse texto me diz
isso ou aquilo”. Mas
há um perigo, o de
pensar que podemos
tirar qualquer
sentido de um texto.
LEITURA É aqui que entra o
estudo.
O ESTUDO, isto é, o
aprofundamento do texto
com diferentes métodos
de análise, tem a
finalidade de levar-nos a
descobrir que há uma
distância entre nós e o
texto, que não devemos
entrar nele de uma vez e
que é arriscado irmos
ESTUDO logo projetando nele
nossos sentimentos e
nossa psicologia.
ORAÇÃO
Como diz Santo
Agostinho: “A tua
oração é a tua
palavra dirigida a
Deus. Quando lês,
é Deus que te fala;
quando rezas, és tu
que falas a Deus”.
(VD, n. 86).
Uma “caixa de ferramentas”
(como estudar o texto bíblico)

1. PRIMEIRO CONTATO

2. ESTUDO DO TEXTO

O texto em si mesmo
O texto em seu contexto
O texto em seu tempo
Verificação

3. LER O TEXTO
Elogio à
Bibliotec
a
LECTIO
Começa com
a leitura do texto,
que suscita a
interrogação
sobre um autêntico
conhecimento do
seu conteúdo:
o que diz o texto
bíblico em si?
MEDITATIO
Segue-se depois a
meditação,
durante a qual nos
perguntamos:
que nos diz o texto
bíblico?
ORATIO
Sucessivamente
chega-se ao
momento
da oração, que
supõe a pergunta:
que
dizemos ao Senhor,
em resposta à sua
Palavra?
CONTEMPLATIO

Finalmente, conclui-
se
com a contemplação
durante a qual
assumimos como dom
de Deus o seu próprio
olhar, ao julgar a
realidade, e
interrogamo-nos:
qual é a conversão da
mente, do coração e
da vida que
o Senhor nos pede?
PARTE II
COMUNICAÇÃO
O QUE É MAIS DETERMINANTE NUMA
APRESENTAÇÃO?

Corpo: 55%
Voz: 38%
Palavra: 7%
SOBRE O MEDO
Princípio 1: todos,
mesmo os oradores
mais experientes,
sentem nervosismo.

Princípio 2: o pior é o
medo de ter medo.

Dica importante:
sentar-se no meio do
auditório.
COMUNICAÇÃO
VERBAL
A VOZ

Sua velocidade e seu


volume:
ao falar orador deve
harmonizar volume e
velocidade de sua voz
com a natureza da
mensagem.
ÊNFASE

VOCÊ VIU A ISABEL SAIR DAQUI?


VOCÊ VIU A ISABEL SAIR DAQUI?
VOCÊ VIU A ISABEL SAIR DAQUI?
VOCÊ VIU A ISABEL SAIR DAQUI?
VOCÊ VIU A ISABEL SAIR DAQUI?
DICÇÃO
 Num prato de trigo comem três tigres.

 A frota de frágeis fragatas foi fretada por frustrados


franco-atiradores enfreados de frio, naufragou na
refrega com frementes frecheiros africanos.

 Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que


não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos
se somos sábios, sabidos ou simplesmente
saberemos se somos sabedores.
Roteiro para a Pregação
PARTES DO ROTEIRO
1.Introdução 2. Desenvolvimento 3. Conclusão
Preparando a Pregação…
Passo 1 - Faça o estudo do texto (Texto:
Caixa de ferramentas).

Passo 2 - Reze o texto (Lectio Divina)

Passo 3 - Sente-se para escrever.

Passo 4 - Deixe o começo para o final.

Passo 5 - Identifique o assunto.


Preparando a Pregação…
Passo 6 - Restrinja o seu assunto de
modo a preencher o tempo à sua
disposição.

Passo 7 - Identifique os objetivos.

Passo 8 - Elabore a linha de


argumentação. Organize as suas ideias
em sequência: Divida-as em três tópicos.
Preparando a Pregação…
Passo 9 - Prepare a Conclusão: elabore
uma oração a partir do tema exposto.
Construa a oracão segundo o seguinte
critério:

Passado – Presente – Futuro


Modelo de Oração
Ó Deus, por vosso Filho Unigênito,
vencedor da morte, abristes hoje para
nós as portas da eternidade. Concedei
que, celebrando a ressurreição do
Senhor, renovados pelo vosso Espírito,
ressuscitemos na luz da vida nova. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.
(Domingo de Páscoa – Missa do Dia).
Preparando a Pregação…
Passo 10 – Prepare a Conclusão.

a) Apresente um exemplo próprio:


Comece com um detalhe do seu exemplo.
Cite os detalhes relevantes.
Torne a viver a sua experiência enquanto a relata.

b) Destaque uma citação, um versículo:


 Destaque do texto a parte mais significativa.
 Explore os elementos da citação.
Fazendo a Pregação…

Esquema:
Diga o que vai dizer.
Diga.
Diga o que você
disse.
INTRODUÇÃO
Nunca:
 Prolongue a introdução.
 Comece com o caso “engraçado”.
 Comece pedindo desculpas.
 Diga que não teve tempo para preparar a pregação.

Sempre:
 Facilite a compreensão dos ouvintes: revele a eles qual o assunto que irá
expor.

DESENVOLVIMENTO
 Enumere seus pontos à medida que os apresenta.
 Compare o desconhecido com o que é familiar:

a) Transforme o fato em imagem.


b) Evite termos técnicos.

CONCLUSÃO
 Retome o aspecto mais importante de sua pregação.
Faça a oração.
VÍCIOS
DE
LINGUAGEM
AMBIGUIDADE
"Onde está a vaca da
sua avó?" (Que vaca?
A avó ou a vaca
criada pela avó?)
"Onde está a cachorra
da sua mãe?" (Que
cachorra? A mãe ou a
cadela criada pela
mãe?)
CACOFONIA
Ele beijou a boca dela."
"Bata com um mamão para mim, por favor."
"Deixe ir-me já, pois estou atrasado."
"Não tem nada de errado a cerca dela"
"Vou-me já que está pingando. Vai chover!"
"Instrumento para socar alho."
"Daqui vai, se for dai."
"preocupa-me se for dos seus."
PLEONASMO VICIOSO

"Grande maioria”.
"Ele vai ser o protagonista principal da peça".
"Meninos, entrem já para dentro!"
"Estou subindo para cima."
"Não deixe de comparecer pessoalmente."
"Meio-ambiente" - o meio em que vivemos = o
ambiente em que vivemos.
Panorama geral.
OUTROS VÍCIOS DE LINGUAGEM
INÍCIOS…
 “Bom”
 “Bem”
 “Daí”
 “Então”
“Acho que”
 “Olha”
MEIOS…

Humm
Hããã
FINS…
“Tá”
“Nãoé mesmo?””
“Viu”
“Sabe”
“Percebe?”
O pior de todos…
COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL
Postura das pernas e dos pés
A distância de um
pé para o outro deve
ser de,
aproximadamente,
20 cm. Não se deve
jogar todo o peso do
corpo sobre uma das
pernas, apenas.
Uma das pernas
deve ser levemente
dobrada, enquanto a
outra descansa.
Movimento das
pernas e dos pés

O orador não deve: ficar


balançando as pernas como se
ela estivesse vibrando como
uma corda de violão; ficar
batendo os pés nos chão,
como se marcasse o compasso
de uma música; não deve
parecer uma estátua; não deve
balançar o corpo todo, como
se fosse uma gangorra.
Gesticulação

 O movimento de mãos e braços ao deve ser exagerado.


 Gesticulação para iniciantes: usar apenas uma das mãos
(a direita, por exemplo), enquanto o antebraço e a mão
esquerda ficam posicionados horizontalmente um pouco
acima da cintura e diante do abdômen.
Mãos nos
bolsos:
Jamais!!!
EXPRESSÃO FACIAL

o sorriso leve e sincero é a


regra básica.
 olhar que prenda a
atenção. O olhar não deve
ser fugidio e fixo.
 o orador não deve se fixar
num único ponto, seja ele
o teto, as paredes ou
mesmo um ouvinte.
 O olhar tem a função de
integrar toda a plateia. É o
olhar que diz para o
ouvinte que a mensagem
também é para ele.
VISUAL
Deve-se evitar: cores gritantes,
acessórios (brincos, anéis,
pulseiras, tornozeleiras, cintos,
piercings) muito grandes, em
grande número e ruidosos. E, é
claro, nada de brilho. Partes do
corpo à vista, nem pensar. A roupa
deve manifestar equilíbrio. O
orador deve se apresentar com uma
roupa leve, discreta. Vale o traje
passeio (um “social mais leve”) e
mesmo o traje esporte, com um
jeans discreto, brim ou sarja. O
preto e o azul (em várias
tonalidades) formam uma
combinação extremamente eficaz.
Lucas 19, 39-40

Neste momento, alguns fariseus interpelaram a Jesus no


meio da multidãö: “Mestre, repreende os teus
discípulos”. Ele respondeu: “Digo-vos: se estes se
calarem, clamarão as pedras”.

Você também pode gostar