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Previdência Complementar

e Previdência Complementar
dos Servidores Públicos
Almira
Augusto Teixeira Modesto
Davi Pires Santana
Glaucia Bizone
Paula Pires do Prado
Agenda
• Introdução
• Previdência Complementar
• Diferenças entre Regime Aberto e Fechado
• Tributação
• Regime Próprio de Previdência
• Previdência Complementar dos Servidores
públicos;
• Jurisprudência;
• Nichos de Trabalho
Cenário Demográfico Brasileiro
Pirâmide demográfica brasileira em 1980
Cenário Demográfico Brasileiro
Pirâmide demográfica brasileira em 2015
Cenário Demográfico Brasileiro
Pirâmide demográfica brasileira em 2040
Cenário Demográfico Brasileiro
Envelhecimento da
População nas faixas
de idade:
- 80 anos ou mais e
- 60 a 64 anos
Contexto Histórico
1534 – Casa de Misericórdia de Santos (1ª
Organização de caráter assistencial)
1755 – planos de benefícios para órfãos e viúvas dos
funcionários da marinha
1923 – Lei Eloy Chaves – determinou a criação de
Caixas de Aposentadoria e Pensões especificamente
para os empregados de cada empresa ferroviária;
• Financiamento: empregados, empresa e estado.
(empregados contribuíam com um percentual sobre seus
vencimentos, empregadores contribuíam com um
percentual sobre a renda bruta anual da empresa e o
Estado revertia parte de uma arrecadação de uma taxa
cobrada pelo serviço prestado pelas empresas)
Dados sobre previdência
• 12,8 % do PIB
complementar
• 699 bi
• 312 Entidades
• 2. 542.505 de Participantes ativos
• 3.908.049 de dependentes
• 735.569 de Assistidos
• 1101 Planos de benefícios
• 2671 Patrocinadores
• 491 Instituidores
• Valor do Benefício médio: R$ 3.911,12
Referência: 12/2014
10 Maiores Entidades
Natureza dos Patrocinadores

Referência: 06/2015
Regulação
3º Ciclo
2º Impulso
Marco Inaugural Estrutural Lei 12618/2012
Lei n.º 6435/1977 LC 109/2001 Previdência do
Servidor Público
Cria Instituidores
(Funpresp)

• 1980: explosão dos planos – Competitividade


entre as empresas
• Incentivos criados para constituição
• Fase do “milagre econômico”
• Pressão de trabalhadores com salários maiores
• Pioneiras: Petrobrás, Telebrás, Banco do Brasil,
CEF e Correios.
Principais Normativos
• EC n.º 20/98
• LC 109/2001 – regime de previdência
complementar
• LC 108/2001 – Patrocinadoras públicas,
autarquias, entidades de economia mista.
• Decreto 4942/2003 – processo administrativo
– responsabilidade por infração
• Resolução CMN n.º 3.792/2009 –
investimentos
• Lei n.º 11.053/2004
Principais características
• “Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
complementar e organizado de forma autônoma em relação
ao regime geral de previdência social, será facultativo,
baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício contratado, e regulado por lei complementar.

i) Complementar;
ii) autônoma em relação ao Regime Geral de Previdência
Social;
iii) Facultativa;
iv) Custeio através da constituição de reservas;
v) transparência e acesso à informação;
vi) Natureza contratual;
Porque oferecer um plano de previdência?

• Incentivo fiscal: Empresas podem deduzir as


contribuições do seu lucro, para fins de IR.
• Plano de previdência como política de RH:
- Atração de pessoal qualificado
- Retenção de pessoal qualificado
- Manter empresa competitiva em relação ao
mercado de trabalho
EFPC – Características dos Planos
• CD (37,51%) – Contribuição definida: regime de
capitalização. Participante recebe o valor
acumulado acrescido da rentabilidade. Possui
Maior estabilidade e baixo grau de
comprometimento para as empresas;
• CV (32,79%) – Contribuição Variável: CD no custeio
e BD na concessão
• BD (29,70%) – Benefício definido: Benefício
calculado atuarialmente, vitalício e representa um
custo maior para a Patrocinadora, uma vez que
qualquer risco deve ser registrado em seu balanço
EAPC – Entidades Abertas de Previdência Complementar

• Empresas com finalidades lucrativas, geralmente


S/A (Bancos, instituições financeiras ou
seguradoras)
• Planos: renda continuada ou resgate único
• Reverte-se 100% da rentabilidade para os
participantes e desconta-se a taxa de
administração/carregamento
• Regulados pela SUSEP
• PGBL
• VGBL
Tributação
Tributação Progressiva Tributação Regressiva
Tributação
PGBL VGBL

• Admite-se a dedução das • Não é admitida qualquer


contribuições em até 12% tipo de dedução.
do rendimento tributável.
• A base de cálculo é o valor
• A base de cálculo é o valor do rendimento do benefício
total do benefício recebido. recebido.
NO SERVIDORISMO PÚBLICO O REGIME DE PREVIDÊNCIA ESPECIAL
DIVIDE-SE EM DUAS VERTENTES

• 1) REPARTIÇÃO SIMPLES: Uma geração contribui


para o pagamento da geração aposentada. Aqui
também está considerada a contribuição dos
inativos, mais a patronal e o que faltar é
complementado pelo Estado (sociedade).
• 2) FUNDOS DE PENSÃO: Aplicados no mercado
financeiro (Capitalização)
Motivação para criação da Previdência
Complementar do Servidor Público

• Regime de Repartição Simples


• Toda contribuição dos servidores ativos e da
União é destinada ao pagamento dos inativos
e pensionistas;
• Necessidade de 4 servidores ativos para cada
inativo para se manter equilibrado;
• Na União essa relação está em 1,17 (1,1 mi de
ativos para 950 mil inativos)
Algumas razões:

• Fenômenos demográficos (longevidade/fecundidade)


• Entrada tardia no setor público
• Aposentadoria precoce
• Incerteza dos tetos constitucionais
Quem é o responsável pelo déficit?
Sociedade, uma vez que o custeio vem do
Tesouro Nacional.

• QUESTÃO: A SOCIEDADE DEVE E/OU


QUER CONTINUAR PAGANDO?

• PROBLEMA: O desequilíbrio será cada vez


maior no futuro.
NOS REGIMES PRÓPRIOS:

• Foi uma decisão dos governos não adotarem para a


aposentadoria dos seus servidores o mesmo modelo dos
fundos de pensão.

• Caso o Estado de São Paulo tivesse criado um fundo para


aposentadorias em regime de capitalização, hoje os
servidores públicos do Estado administrariam um
patrimônio de R$ 285 bilhões (cerca de US$ 165 bilhões).

• Esse patrimônio corresponderia a quase o dobro do


patrimônio da PREVI, seria o maior fundo de pensão do país
e estaria entre os maiores do mundo.
ALTERNATIVA: PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR

• A previdência privada é considerada uma


aposentadoria, mas a melhor maneira de
enxergá-la é como um investimento de longo
prazo.
Vantagens
• a) Flexibilidade para o servidor decidir a sua aposentadoria: o sistema
complementar oferece a vantagem ao servidor de planejar, da forma que melhor
lhe aprouver, como será sua vida após a aposentadoria.
• b) As contribuições constituem patrimônio individualizado do servidor: ao
contrário do sistema do pacto de gerações, as contribuições – tanto do servidor
como a contrapartida da União Federal – integram o seu patrimônio, são
individualizadas, sendo, inclusive, transmissível aos seus herdeiros.
• c) Existem vantagens de natureza tributária para o servidor: não incidem
contribuições previdenciárias sobre os benefícios da complementação de
aposentadoria (diferentemente do que ocorre no RPPS quando a aposentadoria
ou pensão ultrapassa o teto). Durante o período laborativo (de acumulação), a
contribuição ao plano é dedutível da base de cálculo do imposto de renda de
pessoa física, limitada a dedução a 12% (doze por cento) da renda tributável. Por
fim, os benefícios da previdência complementar podem ter tributação regressiva
na forma da Lei nº 11.053/2004, podendo a alíquota chegar a 10% (dez por cento)
na hipótese de prazo de acumulação superior a 10 (dez) anos, o que deve ser o
caso da maior parte dos servidores públicos.
Regime Jurídico
• § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será
instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber,
por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar,
de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes
planos de benefícios somente na modalidade de contribuição
definida.

• Em âmbito Federal há legislação especifica, Lei N° 12.618/2012.

• Referida norma institui o Regime de Previdência Complementar para


os servidores federais e autoriza a criação de 3 (três) entidades
fechadas de previdência complementar, denominada Funpresp, uma
para cada Poder.
Governança
• A Lei 12.618/12 define que a estrutura organizacional das
referidas entidades de previdência complementar, será
constituída de conselho deliberativo, conselho fiscal e diretoria
executiva, observadas as disposições da Lei Complementar 108,
de 29 de maio de 2001.

• Convém destacar, ainda, que a Lei 12.618/12 responsabiliza a


União, suas autarquias e fundações, na qualidade de
patrocinadores, pelo aporte de contribuições e pelas
transferências às entidades fechadas de previdência
complementar das contribuições descontadas dos seus
servidores.
Governança - Fiscalização
Funpresp
• Estabelecida a Previdência Complementar
para os novos servidores públicos
(ingressantes no serviço público pós 2012), o
valor das aposentadorias e pensões terá como
teto o limite máximo dos benefícios do RGPS.
• Já para os servidores que ingressaram antes
da criação da Funpresp, haverá a prévia e
expressa opção a aderir ao regime.
Perspectivas
• NO ÂMBITO ESTADUAL: A Previdência Complementar implantará o teto do
INSS para NOVOS SERVIDORES QUEM INGRESSAREM NO SERVIÇO PÚBLICO
APÓS 23/12/2011.

• Não implicará em NENHUMA MUDANÇA PARA ANTIGOS SERVIDORES.

• Para 70% DOS NOVOS SERVIDORES TAMBÉM NÃO HAVERÁ NENHUMA


MUDANÇA com a implantação da Previdência Complementar.

• Para os 30% que ganharão acima do teto, desde o início ou no decorrer da


carreira, a Previdência Complementar significará a possibilidade de
capitalização das suas contribuições em contas individuais, sem depender
da capacidade financeira do Estado, ou seja, desonerará o ente Público já
assoberbado por custear proventos de milhares de servidores.
Discussões Judiciais
Competência para julgar ações contra EFPC
EMENTA Recurso extraordinário – Direito Previdenciário e Processual Civil – Repercussão geral reconhecida –
Competência para o processamento de ação ajuizada contra entidade de previdência privada e com o fito de obter
complementação de aposentadoria – Afirmação da autonomia do Direito Previdenciário em relação ao Direito do
Trabalho – Litígio de natureza eminentemente constitucional, cuja solução deve buscar trazer maior efetividade e
racionalidade ao sistema – Recurso provido para afirmar a competência da Justiça comum para o processamento da
demanda - Modulação dos efeitos do julgamento, para manter, na Justiça Federal do Trabalho, até final execução, todos
os processos dessa espécie em que já tenha sido proferida sentença de mérito, até o dia da conclusão do julgamento do
recurso (20/2/13). 1. A competência para o processamento de ações ajuizadas contra entidades privadas de
previdência complementar é da Justiça comum, dada a autonomia do Direito Previdenciário em relação ao Direito do
Trabalho. Inteligência do art. 202, § 2º, da Constituição Federal a excepcionar, na análise desse tipo de matéria, a norma
do art. 114, inciso IX, da Magna Carta. 2. Quando, como ocorre no presente caso, o intérprete está diante de controvérsia
em que há fundamentos constitucionais para se adotar mais de uma solução possível, deve ele optar por aquela que
efetivamente trará maior efetividade e racionalidade ao sistema. 3. Recurso extraordinário de que se conhece e ao qual
se dá provimento para firmar a competência da Justiça comum para o processamento de demandas ajuizadas contra
entidades privadas de previdência buscando-se o complemento de aposentadoria. 4. Modulação dos efeitos da decisão
para reconhecer a competência da Justiça Federal do Trabalho para processar e julgar, até o trânsito em julgado e a
correspondente execução, todas as causas da espécie em que houver sido proferida sentença de mérito até a data da
conclusão, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, do julgamento do presente recurso (20/2/2013). 5.
Reconhecimento, ainda, da inexistência de repercussão geral quanto ao alcance da prescrição de ação tendente a
questionar as parcelas referentes à aludida complementação, bem como quanto à extensão de vantagem a aposentados
que tenham obtido a complementação de aposentadoria por entidade de previdência privada sem que tenha havido o
respectivo custeio.

RE 586.453/SE. Relatora: Ellen Gracie. DJ 20/02/2013. Tribunal Pleno. Repercussão Geral


Discussões Judiciais
CDC não se aplica às EFPC

Resp 1.536.786/MG. Valia


Acórdão não publicado
Cases
• Caso Postalis

• Caso Petrobrás
Nichos de Trabalho

• Fundos de Pensão
• Consultorias/Escritórios especializado em
atendimento às EFPC
• Concursos: PREVIC, SPPREV, cargos comissionados
• Especialidades
- Processos Regulatórios
- Consultorias Tributárias
- Contencioso
- Reflexos Trabalhistas
- Consultivo
Obrigada!

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