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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

IMUNOLOGIA
Imunidade Humoral

Prof. Hermínio Maurício da R. Sobrinho


COMPONENTES DA
IMUNIDADE ESPECÍFICA
Maturação de
Linfócitos
Ativação de Linfócitos B
A ativação das células B e sua diferenciação em células
secretoras de anticorpos é desencadeada pelo antígeno e
requer células T auxiliares (citocinas).
Receptor de antígeno do Linfócito B - BCR :
Formado por IgM ou IgD, cadeias Igα e Igβ (transdução dos
sinais da membrana para o citoplasma do LB.

Complexo co-receptor da Célula B:

CR2, CD19 e CD81.


Auxilia no processo de transdução de sinais antigênicos
para a ativação da célula B.
CR2 interage com moléculas C3d do complemento
Ativação de Linfócitos B
Linfócitos virgens antígeno-específicos não podem ser
ativados por antígenos isolados.
Eles requerem um sinal co-estimulatório das células
apresentadoras de antígeno profissionais (B7 x CD28).
Sinais acessórios (citocinas) que podem ser de uma célula
T auxiliar ativada ou, em alguns casos, diretamente dos
constituintes microbianos, são requeridos.
As respostas de anticorpos aos antígenos protéicos
requerem o auxílio das células T antígeno-específicas.
Assim, as células T auxiliares ativadas somente auxiliam
as células B cujos receptores se ligam ao antígeno
contendo o peptídeo que elas reconhecem.
Ativação de Linfócitos B

Uma molécula efetora particularmente importante, que tem


como uma de suas funções dirigir todas as fases da resposta
das células, é a molécula de superfície da célula T conhecida
como ligante CD40 (CD40L) que se liga à molécula CD40 de
superfície da célula B. A ligação do CD40 ao seu ligante ajuda
a estimular a célula B em repouso a retomar o ciclo celular, e é
essencial para as respostas da célula B aos antígenos timo-
dependentes (Ags protéicos).
Embora as células T auxiliares ativadas peptídeo-específicas sejam
necessárias paras as respostas de células B a antígenos protéicos, muitos
constituintes dos micróbios, como os polissacarídeos bacterianos podem
induzir as células B a produzirem anticorpos na ausência de células T
auxiliares peptídeo-específicas. Esses antígenos microbianos são
conhecidos como antígenos timo-independentes. O segundo sinal
necessário para ativar a produção de anticorpos a antígenos timo-
independentes é fornecido diretamente pelo reconhecimento de um
constituinte microbiano comum ou por uma célula acessória não derivada
do timo.
Ativação de Linfócitos B
Anticorpos são produzido com a função principal de neutralizar
e eliminar o antígeno que estimulou a sua produção. Esse
processo de eliminação é feito de diversas formas, através da
fixação do complemento, opsonização, reação anafilática
(desgranulação de mastócitos), neutralização da substância,
aglutinação, etc.

A Célula B ou linfócito B (LB) é capaz de reconhecer o antígeno


diretamente pela ligação com receptores de superfície, como IgM
monomérica e IgD. Após o reconhecimento, há uma seleção de
imunoglobulinas. O epítopo ligado à IgM monomérica forma um complexo,
que é então fagocitado pelo LB. Este complexo dentro da célula vai até ao
núcleo e ativa genes específicos para produzir endonucleases, que são
enzimas que vão deletar (apagar) genes de diversas imunoglobulinas e
deixar somente um isotipo específico. Esse isotipo, como por exemplo a
IgG, é produzido pelo gene restado e lhe são acrescentados as
características que a tornam específicas contra o antígeno. Após isso, as
imunoglobulina específicas são liberadas.
A RIH não é feita somente por células B, mas necessita da
participação (cooperação) de linfócito T helpers que vão
regular a atividade da resposta ( através das interleucinas),
sendo os LT então de extrema importância. O SMF (fagócitos
mononucleares) são importantes na apresentação do antígeno
ao LTh, mas também as células B tem a capacidade de
apresentar o antígeno ao LTh.
Ativação do LB LTh

CD40L

Antígeno MHC IL-4

.
CD40
Igα e BCR
IgD Igβ
BCR
LB

. LB

Ag
.
Para se desenvolver uma RIH, é necessária apresentação do
antígeno ao linfócito B. Isso é feito de forma direta , ou seja, o
LB entra em contato direto com o antígeno sem a
necessidade de célula apresentadora de antígeno. Nesse
contato, há interação do antígeno com o receptor de
superfície IgM. Como veremos adiante, essa interação
antígeno-IgM participa da ativação para proliferação e síntese
de imunoglobulinas pelos LB. Esse mecanismo básico de RIH
é eficaz contra antígenos de natureza lipídica, polissacáride
ou glicídica.
Quando o antígeno é proteico, o mecanismo inicial para a
ativação da RIH não é apenas a interação LB-antígeno, mas
também a extrema participação dos linfócitos T helpers. As
APCs (células apresentadoras de antígenos) ou os LB vão
apresentar o antígeno protéico aos LTh que vão se ativar, e
produzir interleucinas.
Essas interleucinas vão interagir com os LB e estimular o
segundo sinal para ativar o LB.
O primeiro sinal é gerado na interação LB (IgM) com
antígeno.
As interleucinas mais importantes são : IL-4 e IL-2. A IL-4 é a
mais importante de todas e fundamental para o
desenvolvimento dos linfócitos B, sendo produzidas pelos
LTh2 (LThelpers-2).
O antígeno proteico necessita da participação dos LTh.
Se o paciente tiver deficiência de linfócitos T (síndrome de Di
George) ou ausência de timo, terá muita deficiência na
resposta imune humoral ( e celular) contra antígenos
proteicos. Por isso esses antígenos são denominados
antígenos timo-dependentes.
Os antígenos não-proteicos, que podem ser eliminados pelas
RIH sem o auxílio dos LTh são denominados anítgenos timo-
independentes, de natureza lipídica, polissacáride ou glicídica.
Conseqüências pós Ativação dos Linfócitos B:

 Proliferação;
 Aumento da enpressão de B7.1 e B7.2;
 Aumento da expressão dos receptores para citocinas
(IL-2 e IL-4, IL-5, etc.);
 Migração dos linfócitos B dos folículos linfóides para
as áreas ricas em células T;
 Apresentação de antígenos;
 Expansão de clones de linfócitos B Ag-específicos;
 Produção de anticorpos específicos;
 Formação de clones de memória.
Resposta Imune
Ativação da Via Clássica do
Complemento Via Clássica

C4a
C2a

C2
C4 C3a

C3b

C4b
C2b
C3 C3b
C3 convertase

C5 convertase
C4b2b3b
de via Clássica
ADCC
Célula NK

GrB
ADCC
Célula NK
Desordens da função imunológica são causas de muitas
doenças.
A unidade básica de todas as imunoglobulinas consistem de 4
cadeias de polipeptídeos ligados por pontes dissulfeto. São
duas cadeias pesadas (55.000-70.000 daltons) idênticas e
duas cadeias leves (23.000 daltons )idênticas.
Tanto as pesadas quanto as leves tem na região carboxi-
terminal uma região constante e na extreminade amino-
terminal, um região variável. Na região variável de todas as
cadeias de todas as imunoglobulinas possui uma região
hipervariável, que juntamente com sua conformação
tridimensional, é responsável pela interação com o antígeno
( especificidade).
Estrutura de Imunoglobulina
Funções dos Anticorpos
IgM - Perfaz aproximandamente 10% do conjunto de
imunoglobulinas. Sua estrutura é pentamérica, sendo que as
cadeias pesadas individuais têm um peso molecular de aprox.
65.000 daltons e a molécula completa tem peso de 970.000
daltons.
As 5 cadeias são ligadas entre si por pontes dissulfeto e por
uma cadeia polipeptídica inferior chamada de cadeia J. A IgM
é encontrada principalmente no intravascular, sendo uma
classe de anticorpos "precoces" (são produzidas agudamente
nas fases agudas iniciais das doenças que desencadeiam
resposta humoral).
É uma proteína que não atravessa a placenta ( por ser
grande). É encontrada também na superfície dos linfócitos B
de forma monomérica, realizando a função de receptor de
antígenos.
Funções dos Anticorpos
IgA - Representa 15-20% da simunoglobulinas do soro
humano. No homem, mais de 80% da IgA ocorre sob a forma
monomérica e está presente sangue nesta forma. A IgA é a
imunoglobulina predominante em secreções: saliva, lágrima,
leite, mucosas do trato gastrointestinal, trato respiratório e
genitourinário. Nestas secreções ela se uni a um componente
secretor (70.000 daltons), e forma a IgA secretora.
Esta é composta por 2 unidades ( dimérica) ligadas a uma
cadeia J unida na sua porção FC no componete secretor. A
função desse componente é proteger a molécula das enzimas
hidrolíticas (destrutivas).
O principal papel da IgA é proteger o organismo de invasão
viral ou bacteriana através das mucosa.
IgG - É uma imunoglobulina monomérica simples de 150.000
daltons, cadeias pesadas tipo g, que perfaz 80% das
imunoglobulinas do organismo. Esta igualmente distribuída nos
compartimentos extracelulares e é a única que é normalmente
atravessa a placenta. É o anticorpo principal nas resposta
imunes secundárias e a única classe antitoxinas.
A região FC realiza ativação de complemento ( quando unida
ao antígeno) e auxilia a fagocitose por se ligar a macrófagos.
Com a ativação do complemento, há geração de quimiotaxia
de neutrófilos, aumento da permeabilidade vascular e
amplificação da resposta inflamatória.
IgE - Está presente no soro em baixas concentrações. É
encontrada na membrana de superfície de basófilos e
mastócitos em todos os indivíduos. Tem um papel importante
na imunidade ativa contra parasitas helmintos, atraindo os
eosinófilos. Cinqüenta porcento dos pacientes com doenças
alérgicas tem altos níveis de IgE. A específica interação entre o
antígeno e a IgE ligada no mastócito resulta em liberação de
histamina, leucotrienos, proteases, fatores quimiotáxicos e
citocinas. Esses mediadores podem produzir broncoespasmo,
vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, contração
de músculo liso e quimioatração de outras células inflamatórias
( eosinófilos p. exemplo).
IgD - IgD está presente no soro em concentrações muito
baixas. É encontrada na superfície de muitos linfócitos assim
como IgM, onde provavelmente serve como receptor de
antígeno. A função dela não está muito bem definida.
Funções dos Anticorpos

Anticorpo de Membrana como receptor de linfócito B -


Linfócitos B maduros expressam IgG e IgM na superfície. O
encontro do antígeno com esses receptores desencadeia uma
reação dentro de linfócito, ativando proteínas citoplasmáticas
que ativam a resposta imune, multiplicação e diferenciação em
plasmócitos para produzir mais anticorpos.

Neutralização do antígeno pelo anticorpo secretado. -


Toxinas bacterianas, drogas, agentes virais e outros parasitas,
iniciam a lesão celular pela ligação a receptores específicos da
superfície celular. Os anticorpos podem impedir esta interação,
neutralizando o processo tóxico ou infeccioso.
Ativação do complemento por IgG ou IgM - O sistema complemento
consiste numa família de proteínas séricas ( produzidas pelo fígado) que
podem ser ativadas por uma cascata proteolítica, para a geração de
moléculas efetoras. A ativação da cascata pela via clássica é inicia pela
ligação do componente C1q do complemento com a região CH2 ( na
região FC) do anticorpo. O C1q faz parte de um complexo C1 que é
dependente de Cálcio ionizado ( Ca++).Com a interação com a fração FC
do anticorpo, há uma ativação deste complexo C1 , que vai então clivar o
componete C4 do complemento em C4a e C4b. O C4b vai se ligar ao
componente C2. Surge assim o complexo C4bC2, chamada de enzima
convertase. Esta vai clivar o C3 em C3a e C3b. O C3a tem várias funções
como p.exemplo ativar a degranulação de mastócitos e realizar
quimiotaxia. O C3b é um dos componentes que mais tem função no
complemento. Ele se liga aos C4bC2 e forma C4bC2C3b. Esta é a via
clássica , que vai então, converter o C5 na superfíce na bactéria ou
qualquer que seja o corpo estranho ( antígeno). Por isso, o C4bC2C3b é
chamada de C5 convertase. Começa agora a via lítica, uma seqüência de
ativação de componentes do complemento ( C5 ativa C6, que ativa C7,
que ativa C8, que ativa C9) que vai literalemente "rasgar" a bactéria. Vai
arrebentar a membrana da célula alvo, fazendo com que entre água dentro
do citoplasma , e saia substâncias vitais.Isso tudo mata bactéria, e ocorre

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