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Introdução à Economia

Thiago Rios
Evolução da Ciência Econômica
• A maioria dos autores está de acordo quanto à
época em que apareceu a Ciência Econômica:
a partir de 1750, com a Fisiocracia.
• Marco: 1776 com a Riqueza das Nações 
Smith.
Das origens até 1750 - A fase pré-científica
da economia
• "econômico" (oikos, casa, e nomos, lei). Os gregos
trataram apenas de conhecimentos práticos de
administração doméstica.
• Na antiguidade romana, assim como na Grécia, não
houve um pensamento econômico geral e
independente.
• Filósofos pensaram sobre algumas questões que
envolviam a economia.
• Mercantilismo (1450-1750)  destaque no acúmulo
de metais precisos.
A criação científica da economia: de 1750 a
1870
• Dr. Quesnay (1758) e a Riqueza das nações
(1776).
• A Fisiocracia empolgou algumas pessoas entre
1760 e 1770, mas na década seguinte já estava
esquecida e Quesnay foi um “teórico”
fundamental. Grupo de pensadores franceses.
• FISIOCRACIA governo da natureza.
• Ordem Natural: o Universo é regido por leis
naturais; Providência divina
Fisiocracia
• Principais ideias econômicas:
– estudar as causas (origem, fonte) da riqueza, sua
circulação global e sua distribuição entre as
classes sociais;
– Defensores do laissez-faire, laissez-passer;
– crítica ao mercantilismo;
– somente a agricultura cria valor e gera excedente
– o excedente é uma dádiva da natureza;
– Indústria e comércio são úteis, mas estéreis
A Escola Clássica
• Smith: Theory of Moral Sentiments (1759) e
An Inquiry into the Nature and Causes of the
Wealth of Nations (1776)
• Para Smith, a liberdade natural foi considerada
uma questão essencial ao desenvolvimento.
• A propensão da natureza humana: trocar.
Smith
• “Não é da benevolência do açougueiro, do
cervejeiro ou do padeiro que esperamos
nosso jantar, mas da consideração que eles
têm pelo seu próprio interesse” (SMITH, 1776,
p. 74).  egoísmo inato x harmonia social
• Os preços das mercadorias eram considerados
por Smith como a soma de três custos:
Salários, lucros e aluguéis.
Smith
• Preço natural (soma dos três custos de
produção)x preço de mercado (oscila em torno
do preço natural decorrente da OxD)
• Chave do desenvolvimento: divisão do trabalho.
Por quê?  gera especialização e aumenta a
produtividade
• Mão invisível
• Os benefícios do desenvolvimento seriam
partilhados por toda a sociedade.
Malthus
• Malthus: A população, quando não
controlada, cresce a uma taxa geométrica.
Os alimentos crescem a uma taxa aritmética.
Isso causaria problemas graves.
• Ele subestima o progresso tecnológico.
David Ricardo
• Ricardo: Defende a livre competição no
comércio internacional, com a especialização
dos países na produção de determinados bens.
• Teoriza sobre a renda da terra:
– Inglaterra  terras inférteis importa trigo 
preço cai.
– Produtores de trigo não querem isso.
– Para não importar, deve-se produzir mais trigo em
terras menos férteis (< produtividade)
David Ricardo
– Precisa-se de mais trabalhadores, pois as terras são
menos férteis
– Sabendo disso, os proprietários das terras férteis
passavam a cobrar uma renda maior  encarece a
produção de trigo  aumentar salários  a população
não cresce.
• Quem ganha com esse processo? PT
• Mas, permitir a importação  os preços dos cereais
caem = reduz os custos de vida dos trabalhadores
• A renda dos proprietários de terra iria para as mãos dos
industriais que produzem.
A Teoria das Vantagens Comparativas

• Os países devem trocar mercadorias que eles


sejam capazes de produzir com o menor custo
possível em termos de quantidade de trabalho
 especializar no produto em que tenho mais
vantagem comparativa.
• Exempo: No Brasil, um trabalhador consegue
produzir 2 sapatos / hora ou 3 bolsas / hora.
Na Inglaterra, um trabalhador consegue
produzir 8 sapatos / hora ou 4 bolsas / hora.
• A Inglaterra é mais eficiente tanto na produção
de sapatos quanto na produção de bolsas, mas
ela é relativamente mais eficiente na
produção de sapatos. E, por isso, segundo a
Teoria das Vantagens Comparativas, ela deverá
se especializar na produção de sapatos.
• Brasil produz bolsa e Inglaterra sapato. Por
quê?
• Em 4 horas de trabalho.
–  Na Inglaterra:  8 sapatos / h  x 4 h = 32 sapatos
–  No Brasil: 3 bolsas / h x 4 h = 12 bolsas
– A sociedade como um todo produz 32 sapatos e 12 bolsas
• Sem especialização: (suponha que cada país trabalhe 2 horas
na produção de sapatos e 2 horas na produção de bolsas)
– Na Inglaterra: 8 sapatos / h x 2 h = 16 sapatos      -      4 bolsas / h x
2 h = 8 bolsas
– No Brasil: 2 sapatos / h  x 2 h = 4 sapatos      -       3 bolsas / h x 2h =
6 bolsas
–  A sociedade como um todo produz 20 sapatos e 14 bolsas.
O Marxismo
• Sua principal obra foi O capital, sendo que
apenas o primeiro volume foi publicado em
vida de Marx. Após sua morte, em 1883,
Friedrich Engels, um grande amigo de Marx,
publicou os outros dois volumes desta obra.
• O sistema capitalista foi um processo natural?
• Capitalismo surge quando tudo se torna uma
mercadoria, inclusive a força de trabalho.
• Modo de produção capitalista: os meios de
produção são de propriedade privada.
• Os trabalhadores são obrigados a aceitar as
condições impostas pelos empregadores porque
não dispõem de fontes alternativas de renda. Eles,
então, trabalham mais do que necessitariam para
receber o suficiente para a sua subsistência. O
capitalista não paga ao trabalhador esse trabalho
“extra” e se apropria desse valor gerado: mais valia
• A substituição dos homens pelas máquinas faz
aumentar o exército de reserva  a tendência
dos salários se manterem ao nível de
subsistência.
• Capital não é uma coisa, mas sim uma relação
social.
• Os trabalhadores são alienados e explorados.
• Valor é a quantidade de trabalho socialmente
necessária à produção de um bem.
Marxismo
• Na sociedade mercantil simples: M – D – M’.
Mas, no modo de produção capitalista a
situação é outra. A mercadoria torna-se um
meio: D – M – D’, pois o capitalista vai ao
mercado e compra mercadorias (força de
trabalho e meios de produção) com a
finalidade de aumentar o dinheiro. O processo
pelo qual D’ se torna maior que D é explicado
pela mais-valia.
Marxismo
• Queda tendencial da taxa de lucros 
capitalismo teria um fim.
A Escola de Viena (ou Escola Psicológica
Austríaca) e a teoria da utilidade marginal
• Desenvolvida a partir de 1870 e teve teóricos
importantes como Jevons (187 1) e Walras
(1874).
• Da preocupação com a riqueza (ou com a
maneira como a riqueza é produzida,
distribuída e consumida), típica dos autores
clássicos, passou à análise econômica das
necessidades dos homens, sua satisfação e
valoração subjetiva dos bens.
• O indivíduo classifica seus desejos de acordo com
a importância que a eles atribui. Ideia da
maximização da utilidade (bem estar).
• “homem econômico-, motivado pelo desejo de
maximização da utilidade, tende a supervalorizar
as necessidades presentes e a subestimar a
intensidade dos desejos futuros; daí a necessidade
de se recompensar a poupança presente com o
pagamento de taxa de juros porque ela significa o
sacrifício de satisfações presentes”
A Escola de Lausanne (ou Escola
Matemática) e a teoria do equilíbrio geral
• Walras e Pareto.  Walras construiu um
sistema matemático para demonstrar o
equilíbrio geral, enfatizando a
interdependência de todos os preços dentro
do sistema econômico, bem como da micro e
da macroeconomia.  as atividades das
unidades de produção (famílias, firmas,
empresas) não podem ser compreendidas
isoladas.
A Escola de Cambridge e a teoria do
equilíbrio parcial
• Marshall (1842-1924): Considerava a
economia como a ciência do comportamento
humano e não ciência da riqueza.
• Utilizou o método dedutivo ou abstrato para
separar uma variável ou setor da economia
de cada vez (ceteris paribus).
• PRINCIPAL AREA DE INVESTIGAÇÃO: estudo
dos preços
A Escola Neoclássica Sueca*
• Wicksell (1851-1926)  Deu ênfase ao papel da
moeda e do crédito na atividade econômica.
• A base está na escola clássica.
• Caracterizou-se igualmente pela abordagem
microeconómica e pelo forte instrumental
matemático
• Manteve os princípios clássicos da “mão invisível”
da concorrência e a liberdade de mercado
(laissez-faire)
• a utilidade de um produto determina o valor dos
bens e não pelo valor trabalho
• Neoclássicos: quanto mais raro e útil for um
produto, mais ele será demandado e valorizado e
tanto maior será o seu preço -- é diferente dos
clássicos (valor-trabalho)
• Economia é formada por agentes atomizados.
• Concepção hedonista: o homem procura o
máximo prazer, com um mínimo de esforço.
• Dados os preços de mercado, os produtores
adquirem os fatores de produção necessários a
fim de combiná-los racionalmente e produzir
as quantidades que maximizarão seus lucros.
• salários passaram a ser flexíveis (determinados
pela interação entre a oferta e a demanda de
trabalho) e não mais de subsistência (fixos),
como no pensamento clássico.
• Teoria da utilidade: a utilidade que as pessoas
têm no consumo dos bens, determinada por
seus gostos, influencia as quantidades
demandadas de cada bem e, então, seus
preços.
• racionalidade: as firmas e consumidores
maximizam lucro ou satisfação e não agem por
impulso, capricho ou por objetivos
humanitários.
• 1- quanto maior a utilidade do bem, tanto mais
ele será procurado pelas pessoas e tanto maior
será o seu valor e seu preço;
• 2- quanto maior for o preço, tanto mais as
firmas querem produzir e vender tal produto;
• 3- o equilíbrio do mercado é aquele em que há
um preço único para vendedores e
compradores, em que a quantidade demandada
é igual à quantidade ofertada
• Quando os preços são altos, as empresas
desejam produzir e vender maiores
quantidades.
• Quando os preços são mais baixos, os
consumidores compram mais.
A Escola Institucionalista
• Opôs-se à metodologia das Escolas Clássica e
Neoclássica.
• Veblen (1857-1929)  Rejeitou o pressuposto
neoclássico fundamental de que o
comportamento humano, na esfera econômica, é
racionalmente dirigido, que o homem tem
habilidade para calcular os ganhos e as perdas
econômicas associadas a escolhas alternativas
disponíveis, ou melhor, que o homem é um
calculador dos prazeres e dos sofrimentos.
• As instituições influenciam o comportamento
humano.
• padrões de consumo não são propriamente o
resultado do cálculo racional dos ganhos e
perdas marginais, mas sim o resultado do
hábito  “pobre quer imitar o padrão de
consumo do rico”.
A fase atual da Ciência Econômica: de 1929
aos nossos dias
• As críticas apresentadas às teorias
neoclássicas, a partir de 1920, atingiram,
seu ponto culminante no decênio de 1930.
• Por quê? Com a crise, a ideia da liberdade
econômica cai por terra.
A Revolução Keynesiana
• Proposta de um programa de ação
governamental para a promoção do pleno
emprego que não seria alcançado pela livre
atuação das formas de mercado.
• Interessou-se pelos problemas da
instabilidade a curto prazo e procurou
determinar as causas das flutuações
econômicas.
• No longo prazo todos estaremos mortos.
• Ao contrário de Marx, acreditava que o capitalismo
poderia ser preservados se reformas fossem feitas.
• defendeu déficits públicos propositais para inflar a
procura agregada, reinterpretou a taxa de juro;
analisou a poupança e o consumo; estudou sob
novo enfoque a determinação do investimento e
o equilíbrio agregativo; atribuiu papel ativo à
política fiscal,
• Inflação x deflação. O que é pior?
• EM SUMA:
• na fase pré-científica (das origens até 1750), a
economia esteve subordinada à filosofia e à política .
• De sua criação científica até 1929, a economia passou
gradativamente da consideração da natureza
(fisiocratas) ao homem (Adam Smith), depois às
coisas (autores clássicos) e, em seguida, aos
mecanismos econômicos (neoclássicos).
• Com a crise, começa a ressurgir uma
preocupação humanística e ambiental.

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