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Trauma e Ressucitação Materna

A parada cardíaca ocorre em 1/30 000 gestações;

Muitas mortes maternas resultam de causas


potencialmente curáveis;

A fisiologia da gestação influencia a avaliação e os


esforços de reanimação;

Os resultados para o bebê estão diretamente


relacionados com o bem-estar materno
Suscetibilidade hemodinâmica
O fluxo sanguíneo uterino é determinado pela pressão
de perfusão e diminui com a queda da PA materna;

O útero recebe 20-30% do débico cardíaco;

A compressão aorto-cava responde por 30% do desvio


do débito cardíaco;

O deslocamento uterino aumenta o débito cardíaco em


25%;
Infuências hormonais
Estrogênio:
Aumento da excitabilidade das fibras musculares
uterinas;
Aumento da suscetibilidade às catecolaminas;
Progesterona:
Aumento de volume corrente e frequência respiratória;
Hiperventilação causa diminuição de CO2 e alcalose
respiratória compesada;
Regra dos 4 minutos
A apnéia materna está associada com a rápida
diminuiçãp dp pH arterial e da PaO2;

O feto de mulher apnéica e com assistolia tem < 2


minutos de reserva de oxigênio;

Depois de 4 minutos sem restauração da circulação,


deve-se optar por uma conduta mais agressiva;
Morte materna na gestação

Hipertensão 24%
Embolia 23%
Hemorragia 21%
Infecção 12%
Miocardiopatia 6%
Anestesia 3%
Outras causas 11%
Etiologia da parada cardíaca
Patologia Complicações associadas
DHEG e eclâmpsia Convulsão, edema cerebral
Embolia TEP, CIVD
Hemorragia Hipovolemia, hipotensão
Terapia tocolítica Arritmias, hipermagnesemia,
hipocalemia
Trauma Hemorragia, hipovolemia
Cicatriz uterina prévia Rotura uterina, placenta acreta
Infecção Choque séptico, corioamnionite
Anestesia Hipertermia maligna, arritmias
Cardíaca Diminuição do débito cardíaco,
arritmias
Abuso de drogas Overdose, arritmias, DPP
Polidrâmnio ELA, rotura uterina
Endocrinopatias Crise tireotóxica, AVC
ABCD primário
Airway: permeabilidade de vias aéreas

Breathing: ventilação com pressão positiva

Circulação: massagem cardíaca

Desfibrilação: cardioversão na FV ou TV sem pulso,


até 3 vezes
ABCD secundário
Airway:
Intube assim que possível

Breathing:
Confirme o posicionamento correto
Fixe o tubo
Confirme a oxigenação adequada
ABCD secundário
Circulação
Estabeleça o acesso venoso
Identifique o ritmo e monitore
Administre drogas apropriadas

Diagnóstico diferencial
Pesquise e trate as causas reversíveis identificadas
Drogas para FV ou TV sem pulso
Epinefrina 1mg IV, repetir a cada 3 a 5 minutos
OU
Vasopressina 40 UI IV, dose única

tente novamente a desfibrilação

considere o uso de drogas antiarritmicas


(amiodarona, lidocaína, Mg, procainamida)

considere o uso de tampões


Vias aéres
Apoio humano
Compressões torácicas
27º de decúbito lateral
Gestante desacordada

Chamar 3x pelo nome e estimular articulação esterno clavicular


Observando respiração ou gasping

Chamar ajuda/iniciar RCP

C: 30 compressões
Lateralizar 30º ou desviar manualmente o útero para E

A: retificar viar aéreas

B: 2 ventilações

DEA ou verificar ritmo (FV ou TVSP)


Repetir a cada 2 minutos
Compressões torácicas 30 comp e 2 ventilações (100/min)
Imediatamente após choque (5 ciclos)

FV ou TVSP Checar ritmo Ritmo sinusal novo choque

Manter ventilação

Reiniciar comp adrenalina Repetir a cada 3-5


(30:2) 100/min (1 mg EV) min
Pré-requisitos para cesárea perimortem
Equipe treinada e material preparado
Ausência de circulação materna espontânea durante 4
minutos
Possível viabilidade fetal: feto único de 23 semanas ou
mais
Equipe e meios disponíveis para cuidar da mãe e do
recém nascido após a cesárea.
 Equipamento de proteção individual

 Técnica estéril modificada

 Incisão vertical mediana ou incisão abdominal “Joel-Cohen”


modificada

 Incisão uterina vertical

 Secar e aquecer o RN

 Envolva o útero com compressas, retire o decúbito lateral e


continue a RCP

 Reconstrução anatômica quando a paciente estabilizada


Fisiologia materna no trauma
Sinais de hipovolemia ocultos até 1 500 ml de perda
sanguínea
Aumento do consumo de oxigênio (manter a saturação
de oxigênio > 90%) PaCO2 de 35-40 mmHg pode
indicar a falência respiratória
Considere estômago cheio (descompressão gástrica
precoce)
Diminuição da uréia e creatinina
Conduta no trauma fechado
Avaliação materna e fetal iniciais

Avaliação laboratorial inclui: Tipagem e Rh,


hemoglobina, coagulograma e teste de Kleihauer Betke

Considere a realização de ultrassom obstétrico

Se Rh negativo, administrar a dose completa de


imunoglobulina Rh (principalmente se indicado pelo
KB)
Conduta na alta após trauma fechado
Controle das contrações se IG >20 semanas:
Se <3/hora: monitorar por 4 horas e alta
Se 3-7/hora: monitorar por 24 horas e alta
Critérios de alta:
Resolução das contrações
Batimentos cardíacos fetais tranquilizadores com
membranas íntegras
Ausência de sensibilidade dolorosa uterina ou
sangramento vaginal
Avaliação materna inicial
Suplementação de oxigênio

Suporte ventilatório

Suporte de volume

Transfusão sanguínea
Avaliação fetal inicial
 Altura uterina e posição fetal

 Atividade uterina

 Padrão dos batimentos cardíacos fetais

 Presença de sangramento vaginal

 Estado em que se encontram as membranas

 Avaliação cervical
Avaliação materna secundária
 Estudo radiológico apropriado

 USG

 Lavagem peritoneal diagnóstica

 Débito urinário

 Considerar PVC

 Laboratório: hemoglobina, eletrólitos e coagulograma


Acidente automobilístico
 O uso de cinto de segurança na gravidez diminui a gravidade
das lesões e a mortalidade em 50%
 Uso correto do cinto
A faixa abdominal passa abaixo do abdome, transpassado
na altura das espinhas ilíacas anterior e superior
A faixa do ombro posicionada entre as mamas

 O acionamento do “airbag” não está associado ao aumento de


lesões maternas ou fetais
Embolia do líquido amniótico (ELA)
1:20 000 gestações
Mortalidade materna atinge 85%, com a terapia
intensiva 26,4%

Fatores de risco:
Multiparidade ou trabalho de parto tumultuado
DPP
Obito fetal intra-útero
Hiperestimulação pela ocitocina
Quadro clínico
 Desconforto respiratório

 Agitação, cianose, náusea e vômito

 Convulsão em até 30% dos casos

 Colapso cardiovascular inesperado

 CIVD, coma e morte

 A progressão pode ser muito rápida


Diagnóstico da ELA
 Clínico baseado nos sintomas

 Laboratório: hemg, gasometria, eletrólitos, uréia/creatinina


e coagulograma

 Dignóstico diferencial:
Embolia pulmonar maciça
Pneumotórax bilateral
Infarto agudo do miocárdio
Rotura uterina ou inversão uterina
Choque séptico
Eclâmpsia
Conduta na ELA
ABC
Dois acessos venosos de grosso calibre
Débito urinário monitorado através de cateter
Raio X e ECG
Monitorização hemodinâmica
PEEP, dopamina, furosemida, hidratação
Tratamento agressivo do broncoespasmo
44-50% das mortes maternas são preveníveis

RCP deve ser modidicada de acordo com as mudanças


fisiológicas da gravidez

A cesárea “perimortem” pode salvar as duas vidas

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