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RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8 407

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Ressuscitação
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Diretrizes do Conselho Europeu de Ressuscitação 2021:

Educação para ressuscitação

Robert Greif uma,*, Andrew Lockey b, Jan Breckwoldt c, Francesc Carmona d, Patricia
Conaghan e, Artem Kuzovlev f, Lucas Pflanzl-Knizacek g, Ferenc Sari h, Salma
Shammet eu, Andrea Scapigliati j, Nigel Turner k, Joyce Yeung eu, Koenraad G.
Monsieurs m
uma Departamento de Anestesiologia e Medicina da Dor, Hospital Universitário de Berna, Universidade de Berna, Berna, Suíça; Escola de Medicina da Universidade
Sigmund Freud de Viena, Viena, Áustria
b Departamento de Emergência, Calderdale Royal Hospital, Halifax, Reino Unido
c Instituto de Anestesiologia, Hospital Universitário de Zurique, Zurique, Suíça
d Sistema d'Emergències Mèdiques, Barcelona, Espanha
e Faculdade de Biologia, Medicina e Saúde da Universidade de Manchester, Manchester, Reino Unido
f Negovsky Research Institute of General Reanimatology of the Federal Research and Clinical Center of Intensive Care Medicine and
Rehabilitology, Moscow, Russia
g Divisão de Endocrinologia e Diabetologia, Departamento de Medicina Interna, Universidade Médica de Graz, Graz, Áustria
h Departamento de Emergência, Hospital Skellefteå, Suécia
eu Karary University, Medical College, Khartoum, Sudão
j Instituto de Anestesia e Terapia Intensiva, Universidade Católica do Sagrado Coração, Fondazione Policlinico Universitario A. Gemelli, IRCCS, Roma,
Itália
k Departamento de Anestesia Pediátrica, Divisão de Funções Vitais, Hospital Infantil Wilhelmina do Centro Médico Universitário, Utrecht,
Holanda
eu Warwick Clinical Trials Unit, Warwick Medical School, University of Warwick, Coventry, Reino Unido
m Departamento de Emergência, Hospital Universitário de Antuérpia e Universidade de Antuérpia, Edegem, Bélgica

Resumo
Estas diretrizes educacionais do European Resuscitation Council são baseadas no Consenso Internacional de 2020 sobre a Ciência da Ressuscitação Cardiopulmonar com
Recomendações de Tratamento. Esta seção fornece orientação aos cidadãos e profissionais de saúde no que diz respeito ao ensino e aprendizagem de conhecimentos,
habilidades e atitudes de ressuscitação com o objetivo final de melhorar a sobrevida do paciente após uma parada cardíaca.
Palavras-chave: Reanimação, educação, simulação, desenvolvimento do corpo docente, aprendizagem aprimorada por tecnologia, suporte básico e avançado de vida

Introdução e escopo aborda o segundo componente-chave da fórmula de sobrevivência de

Este capítulo fornece orientação baseada em evidências para cidadãos e
profissionais de saúde (HCPs) no que diz respeito ao ensino e aprendizagem de
conhecimentos, habilidades e atitudes de ressuscitação com o objetivo final de
melhorar a sobrevida do paciente após a parada cardíaca. A orientação
Utstein, ou seja, 'eficiência educacional' (Figura 1)1 Como as abordagens
educacionais são os elos críticos entre as descobertas científicas e sua
implementação na prática, apresentamos os componentes da educação
em ressuscitação com mais detalhes, com base na fórmula original de
sobrevivência (Figura 2) Os efeitos das intervenções educacionais em

* Autor correspondente. Endereço de e-mail:

robert.greif@insel.ch (R. Greif).
https://doi.org/10.1016/j.resuscitation.2021.02.016

0300-9572 /© 2021 Conselho Europeu de Ressuscitação. Publicado por Elsevier BV Todos os direitos reservados
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Fig. 1 - A fórmula de sobrevivência de Utstein.

a ressuscitação é maximizada pela incorporação da teoria educacional. Este capítulo
aborda a educação em todos os ambientes onde as pessoas podem ensinar e
aprender ressuscitação, incluindo todos os níveis, do suporte básico ao avançado de
vida e para todas as idades dos alunos, bem como todas as idades de vítimas de
parada cardíaca. As principais partes interessadas a serem visadas incluem
autoridades governamentais (saúde, educação, etc.) e políticas que gerenciam os
sistemas de saúde nacionais e / ou regionais.
Os princípios básicos da educação médica adotados para os cursos de
ressuscitação ERC englobam teorias de aprendizagem e estratégias de ensino
para construir uma estrutura educacional para os diferentes tipos de alunos e
abordagens para ensinar ressuscitação. Essas diretrizes abordam o ensino de
diferentes grupos-alvo, bem como o aprendizado de habilidades para
fornecer ressuscitação de alta qualidade. Na última década, a tecnologia e a
simulação para educar a ressuscitação ganharam

Fig. 2 - Abordagem educacional do ERC para melhores práticas e melhora na sobrevida do paciente.
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importância crescente promovendo mudanças na forma como os cursos ERC são
ministrados. Portanto, este capítulo destaca o desenvolvimento do corpo docente
que precisa ser implementado por cada instituição de ensino. O capítulo termina
com uma visão sobre o resultado da educação em ressuscitação, lacunas
encontradas na pesquisa e a direção futura da educação em ressuscitação. Um
resumo das estratégias educacionais referidas neste capítulo é apresentado em
Figura 2. As diretrizes de ressuscitação ERC COVID-19 publicadas recentemente
incluem recomendações para educação em ressuscitação durante a pandemia.2
Essas diretrizes do COVID-19 são constantemente atualizadas, com base no
conhecimento e na experiência em evolução com a doença. Essas mudanças e
orientações sobre como reiniciar os cursos ERC podem ser acessados por meio da
página da web do ERC (www.erc.edu)
Para o propósito deste capítulo, o termo CPR se refere às habilidades técnicas
específicas de ressuscitação cardiopulmonar (por exemplo, métricas de
desempenho de RCP), enquanto a ressuscitação é usada como um termo genérico
que cobre uma gama mais ampla de habilidades e intervenções. O termo
espectador é usado para descrever os socorristas que por acaso estão no local para
fornecer ajuda, e o termo primeiro socorrista é usado para aqueles que têm
treinamento adicional e são alertados para comparecer ao local de uma
ressuscitação. Profissionais de saúde (HCP) são definidos como aqueles que
trabalham em qualquer setor de saúde. Finalmente, qualquer forma de educação de
ressuscitação além do BLS (definida como o início da cadeia de sobrevivência,
compressão torácica, ventilação, uso de um AED) é descrita genericamente como
suporte avançado de vida (neonatal, pediátrico e adulto

Fig. 3 - Infográfico de resumo da educação.

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Fig. 4 - Abordagens para educar a reanimação.
suporte de vida). Onde o termo 'ALS' é usado, isso se refere especificamente
ao curso de Suporte Avançado de Vida ERC.
Essas diretrizes foram elaboradas e aprovadas pelos membros do
Grupo de Redação Educacional. A metodologia usada para o
desenvolvimento das diretrizes é apresentada no sumário executivo.2a
As diretrizes foram postadas para comentários públicos em outubro de
2020. O feedback foi revisado pelo grupo de redatores e as diretrizes
foram atualizadas quando relevante. A Diretriz foi apresentada e
aprovada pela Assembleia Geral do ERC em 10 de dezembro de 2020.
As principais mensagens dessas diretrizes são apresentadas em Fig. 3.
Diretriz concisa para a prática educacional
Os princípios da educação médica aplicados à ressuscitação
O ERC, como uma organização de base científica, fundamenta suas diretrizes
nas evidências médicas atuais. O mesmo se aplica às diretrizes de educação
do ERC para ressuscitação. A abordagem ERC para a educação pode ser
agrupada em 4 temas (4 'eus): (1) Idéias (teorias da educação e como
aprendemos), (2) Investigação (pesquisa que tanto se desenvolve a partir das
idéias mencionadas como informa), (3) ) Implementação (abordagens
baseadas na pesquisa) e (4) Impacto (resultado dessas abordagens
educacionais tanto para a aprendizagem quanto para a prática clínica) (Fig. 4)
Educação em ressuscitação para diferentes grupos-alvo
Cada cidadão deve aprender a fornecer as habilidades básicas para salvar
uma vida. Aqueles com o dever de responder a emergências precisam ser
competentes para realizar a reanimação, dependendo do nível de resgate que
fornecem, de BLS a suporte avançado de vida, para crianças e / ou adultos,
407 391
de acordo com as diretrizes atuais do ERC. As competências de ressuscitação são
mais bem mantidas se o treinamento e o retreinamento forem distribuídos ao longo
do tempo, e o retreinamento frequente é sugerido entre dois e doze meses. Para
HCPs, o treinamento de suporte avançado de vida credenciado é recomendado, bem
como o uso de recursos cognitivos e dispositivos de feedback durante o treinamento
de reanimação. O treinamento específico para membros da equipe e liderança de
equipe deve fazer parte dos cursos de suporte avançado de vida, e um debriefing
baseado em dados e focado no desempenho precisa ser ensinado.
Os pontos-chave na educação em ressuscitação para espectadores e
socorristas são:
aumentar a disposição para realizar RCP;
reforçar a cadeia de sobrevivência;
ensinar reanimação usando dispositivos de feedback;
distribuir treinamento de ressuscitação ao longo do tempo (educação espaçada);
manter as competências de ressuscitação por meio de reciclagem frequente.
Os pontos-chave na educação em ressuscitação para profissionais de saúde são:
ensinar a todos os profissionais de saúde RCP de alta qualidade (de BLS ao nível de
suporte avançado de vida, crianças e / ou adultos, circunstâncias especiais dependendo
do local de trabalho e da combinação de pacientes);
ministrar cursos de suporte avançado de vida credenciados e incluir
treinamento de equipe e liderança em tais cursos;
usar ajudas cognitivas;
ensinar e usar o debriefing.
Ensinar habilidades para realizar ressuscitação de alta qualidade
É muito importante ensinar as habilidades técnicas para realizar a ressuscitação em
todos os níveis. Igualmente importante, no entanto, é o ensino dos fatores
humanos: por exemplo, comunicação, colaboração em equipes e com diferentes
profissões, consciência da situação crítica, etc. Humano
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fatores são cruciais para alcançar RCP de alta qualidade e boas práticas
clínicas. O ensino desses fatores aumentará a disposição dos respondentes
treinados para ajudar as vítimas em uma situação de risco de vida, melhorar o
início da cadeia de sobrevivência ao iniciar o BLS e dar aos participantes dos
cursos de RCP a confiança para tentar a ressuscitação sempre que necessário.
Educação aprimorada por tecnologia para ensinar ressuscitação
Aprender CPR pode ser suportado pelo uso de smartphones, tablets, etc. usando aplicativos
e mídia social, bem como dispositivos de feedback. Essas modalidades de aprendizagem
podem ser independentes do professor. Eles melhoram a retenção e facilitam a avaliação da
competência em RCP. A aprendizagem gamificada (por exemplo, realidade virtual e
aumentada, aplicativos para tablet simulando monitores, etc.) pode envolver muitos alunos.
Os ambientes de aprendizagem virtuais são recomendados para serem usados para e-
learning pré-curso, como parte de uma abordagem de aprendizagem combinada, ou para
opções de autoaprendizagem de aprendizagem independente do tempo e local para todos
os níveis de cursos de RCP.
Simulação para educar a ressuscitação
A simulação de alta e baixa fidelidade na educação em ressuscitação facilita o
aprendizado contextualizado para uma variedade de alunos. Integra
competências técnicas e não técnicas e considera o ambiente ou contexto de
grupos de alunos específicos e os diferentes níveis de especialização.
Conseqüentemente, a simulação oferece a oportunidade de aprender a lidar
com fatores humanos em situações críticas. Treinamento específico de
liderança de equipe ou deve ser incluído na simulação de suporte avançado
de vida. A aprendizagem profunda ocorre durante a fase de reflexão no
debriefing de uma ressuscitação simulada.
Desenvolvimento do corpo docente para melhorar a educação
Em muitas áreas da educação, a qualidade do professor tem um grande impacto na
aprendizagem, e isso pode ser melhorado com o treinamento e o desenvolvimento
contínuo do corpo docente. As evidências para esses efeitos no treinamento de
ressuscitação são escassas e muitas recomendações sobre o desenvolvimento do
corpo docente são, portanto, extrapoladas de outras áreas. Três aspectos do
desenvolvimento do corpo docente são importantes: seleção de instrutores
adequados, treinamento inicial de instrutores e manutenção e atualização regular
de sua qualidade de ensino.
Efeito da educação em ressuscitação no resultado
O treinamento acreditado em ALS e o treinamento em ressuscitação neonatal (NRT)
para profissionais de saúde melhoram o resultado dos pacientes. O efeito de outros
cursos de suporte de vida no resultado do paciente é menos claro, mas é razoável
recomendar outros cursos de suporte de vida credenciados. Mais pesquisas são
necessárias para quantificar seu impacto real nos resultados dos pacientes.
Lacunas de pesquisa e direções futuras na pesquisa educacional
Há uma falta de pesquisas de alta qualidade na educação em ressuscitação para
demonstrar se o treinamento de RCP melhora a qualidade do processo (por
exemplo, taxa de compressão, profundidade ou fração) e os resultados do paciente
(por exemplo, retorno da circulação espontânea, sobrevivência à alta ou
sobrevivência com resultado neurológico favorável). Estratégias bem-sucedidas para
melhorar a eficiência educacional da literatura médica mais ampla devem ser
consideradas para estudar seu valor para a educação em ressuscitação.
407
O treinamento de RCP contextualizado e personalizado pode prevenir a diminuição
da competência em ressuscitação. Existe um potencial para que os cursos de
ressuscitação se tornem menos genéricos e se concentrem mais nas necessidades
individuais do aluno. As futuras áreas de pesquisa incluem a investigação do
treinamento ideal e do suporte fornecido aos treinadores de reanimação e o papel
da educação na redução do trauma emocional e psicológico para o salvador.
Evidências que informam as diretrizes
Os princípios da educação médica aplicados à ressuscitação
A fórmula Utstein de sobrevivência na ressuscitação exige que os educadores
“criem experiências de aprendizagem com alta probabilidade de resultar na
aquisição e retenção de habilidades, conhecimentos e atitudes necessárias
para um bom desempenho”.1 As diretrizes do ERCEducation for Resuscitation
usam uma estrutura que se baseia em quatro componentes (ideia,
investigação, implementação, impacto) para atingir esse objetivo.
1. Idéia as teorias da educação e como aprendemos
Muitas teorias educacionais surgem da sociologia, psicologia,
antropologia, neurociência e, mais recentemente, do crescimento de
novas tecnologias. Todas essas teorias tentam explicar como
aprendemos e, portanto, como devemos ensinar.3 Não existe uma teoria
única que englobe as muitas disciplinas envolvidas na educação. No
entanto, há uma semelhança entre as teorias que podem ser
encapsuladas em cinco paradigmas principais (Fig. 4)
uma. O comportamentalismo pressupõe que os alunos são como um pedaço
de papel em branco, com a aprendizagem ocorrendo como resposta à
aplicação de um estímulo. A aprendizagem é uma atividade dirigida
externamente, resultando em uma mudança no comportamento do
indivíduo. Resulta da aplicação repetida do estímulo ou reforço, seja ele
positivo ou negativo, isto é, punição ou recompensa. Não há
consideração do estado mental ou habilidade do indivíduo. O principal
defensor do behaviorismo é Skinner.4
b. O cognitivismo argumenta que a aprendizagem é mais do que uma
resposta a um estímulo e se concentra nas atividades mentais que
permitem a aprendizagem. Esses processos governam como o
conhecimento é recebido, organizado, armazenado e recuperado.
Memória, atitudes e crenças desempenham um papel importante na
teoria cognitiva. O processamento interno no cérebro é o foco principal
do cognitivismo, não tanto a resposta. As abordagens cognitivistas
enfatizam a necessidade de tornar a aprendizagem significativa e de
relacionar os novos conhecimentos aos anteriores.5 7 A Teoria da Carga
Cognitiva é baseada em como adquirimos e armazenamos diferentes
tipos de conhecimento. Ele distingue entre conhecimento biologicamente
primário (aquele que evoluímos para aprender) e conhecimento
biologicamente secundário (que é mais recentemente exigido pela
sociedade por razões culturais). O conhecimento secundário é mais difícil
de adquirir. Devido à forma como a informação é processada, a memória
de trabalho pode ficar sobrecarregada e o design instrucional deve,
portanto, ser baseado no gerenciamento da carga cognitiva.8
c. O construtivismo se concentra na experiência de mundo do indivíduo
e como eles constroem significado refletindo sobre isso. O construtivismo
exige experiências da vida real para permitir que o aluno construa novas
competências a partir de suas próprias experiências anteriores. Os alunos
são participantes ativos em seu aprendizado. Um exemplo é o Discovery
Learning de Bruner.9 Os alunos são colocados em situações de resolução
de problemas em que devem construir significado
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Fig. 5 - Teorias e abordagens educacionais.
baseando-se na experiência e no conhecimento anteriores para criar
novos conhecimentos. Vygotsky argumentou que o contexto social ao
redor do aluno impacta sua aprendizagem à medida que ele aprende por
meio de sua interação com os outros.10 Este 'construtivismo social' é a
chave para o que podemos aprender por conta própria e o que podemos
aprender quando guiados e apoiados por um parceiro experiente, a
diferença entre os dois é conhecida como a “Zona de desenvolvimento
Proximal”. Bruner desenvolveu as ideias de Vygotsky descrevendo o apoio
e a ajuda do parceiro qualificado como um andaime, inicialmente usado
para apoiar o aluno na zona de desenvolvimento proximal, mas
gradualmente retirado à medida que o aluno progride.
d. O humanismo vê a aprendizagem como um ato pessoal para alcançar a
realização. O aprendizado é centrado no aluno e personalizado, não é
apenas sobre o intelecto, mas sobre a pessoa como um todo, suas
necessidades e jornada para a autoatualização. Deve-se dar atenção à
dignidade e às emoções do aluno, mais do que ao intelecto.11,12
e. O conectivismo é uma teoria de aprendizagem do século 21 baseada na ideia de
aprendizagem por meio de comunidades e redes. Fortemente influenciado pelo
surgimento da internet e das plataformas digitais, o conectivismo vê a
aprendizagem não mais como algo sobre o indivíduo, mas sobre conexões com
a tecnologia e outros. Afasta-se da visão cognitiva do processamento interno e,
em vez disso, depende de uma rede de pessoas ou tecnologia para armazenar,
acessar e recuperar conhecimento.13
A aplicação dessas teorias a cursos de suporte avançado de
vida, em particular, foi descrita em uma revisão narrativa (Fig. 5)14
Ao lado dessas teorias, três conceitos descrevem como as pessoas aprendem:
pedagogia, androgogia e heutagogia.15,16 Esses conceitos se concentram em
407 393
a relação entre aluno e professor, que foi descrita como um
continuum17:
A pedagogia envolve a aprendizagem centrada no professor: o aluno é o
destinatário do que o professor deseja que o aluno aprenda. A
androgogia envolve a aprendizagem centrada no aluno: o aluno e o
professor negociam a aprendizagem.18
Heutagogia significa autodescoberta e, portanto, envolve a
aprendizagem do aluno: o aluno determina o que deseja aprender.19
A aprendizagem entre pares, conhecida como paragogia, foi descrita nos últimos anos.
159 Inicialmente, a teoria da aprendizagem ponto a ponto veio da educação online dos
conectivistas e se desenvolveu além da educação online para qualquer educação ponto a
ponto e também com sucesso no treinamento de ressuscitação.20
A abordagem da ERC à educação demonstra o movimento ao
longo deste continuum, com a introdução do ambiente virtual de
aprendizagem (aconchegante https://cosy.erc.edu/), educação
modular (padronização x individualização do treinamento em RCP),
aprendizagem ao longo da vida, aprendizagem combinada e cursos
presenciais práticos, métodos de feedback para apoiar o ensino e
aprendizagem, treinamento e recertificação em RCP. culminando
em um sistema conectado onde os alunos individuais determinam
o que e quando desejam aprender.
2. Investigar a pesquisa que se desenvolve a partir de e
informa as ideias mencionadas
As diretrizes de educação do ERC usam as evidências existentes de pesquisas
educacionais para informar a abordagem da educação. É importante que
todos os aspectos da oferta educacional estejam sujeitos ao
394 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8
mesmo escrutínio acadêmico que as diretrizes científicas clínicas. Este guia é
produzido após uma série de revisões sistemáticas e narrativas da literatura
internacional para informar as melhores práticas educacionais. Para obter
informações mais detalhadas, consulte a publicação ILCORConsensus of
Science and Treatment Recommendation (CoSTR) para
2020.21
3. Implementação das abordagens baseadas na pesquisa
Esta diretriz sobre educação para ressuscitação discute uma série de
abordagens baseadas nas teorias fundamentais da educação (Fig. 4) As
especificações com relação à implementação também são abordadas com
mais detalhes no Capítulo Systems SavingLives destas diretrizes ERC.22
4. Impacto no resultado dessas abordagens educacionais
tanto para o aprendizado quanto para a prática clínica
A pesquisa revelou que quase qualquer abordagem de aprendizagem pode
funcionar.23 É importante deixar de apenas identificar o efeito de diferentes
abordagens para identificar o impacto que cada abordagem tem em relação a
outra. Hattie comparou esta abordagem à prática clínica, onde os
tratamentos são constantemente monitorados para garantir que estão
levando ao sucesso e a evidência é a chave para a tomada de decisão
profissional adaptativa.23 Após uma meta-análise de 800 estudos, ele
identificou os dez fatores mais eficazes que influenciam a aprendizagem: (1)
notas de autoavaliação do aluno, (2) avaliação formativa, (3) clareza do
professor, (4) ensino recíproco (onde os alunos se tornam o professor em um
pequeno grupo), (5) feedback, (6) relações professor-aluno, (7) estratégias
metacognitivas (para ajudar os alunos a compreender a maneira como
aprendem), (8) auto-verbalização / questionamento, (9) desenvolvimento
profissional do professor e (10) ensino de resolução de problemas. Uma
consequência é que a aprendizagem se torna visível quando os professores
veem a aprendizagem pelos olhos de seus alunos.24 Os professores
desenvolvem uma abordagem de ensino que envolve ter a mentalidade certa,
ser um planejador cooperativo e crítico, ser um especialista em aprendizagem
adaptativa e um receptor de feedback. No final das contas, o papel dos
professores é conhecer seu impacto e ajudar os alunos a se tornarem seus
próprios professores.
Educação em ressuscitação para diferentes grupos-alvo
Inicialmente, a RCP foi ensinada a HCPs e a socorristas, como
socorristas e organizações de resgate. Posteriormente, surgiram
evidências sobre a importância da intervenção do sistema para
promover tentativas precoces de ressuscitação como uma chave
para aumentar a sobrevida após a parada cardíaca. Isso levou à
expansão da educação em RCP para grupos populacionais maiores:
de crianças e seus professores, de cidadãos e transeuntes, de
programas de primeiros socorros organizados, a HCPs em
diferentes níveis de resposta e dever (por exemplo, pessoal de
serviços médicos de emergência pré-hospitalar (EMS) e
despachantes, bem como pessoal da enfermaria do hospital,
unidade de terapia intensiva e médicos e enfermeiras do
departamento de emergência). As necessidades educacionais
específicas desses grupos encontram-se em um continuum,
dependendo das necessidades individuais e organizacionais de
competência em RCP (por exemplo, do nível básico ao avançado).
Espectadores e socorristas
Os objetivos primários do treinamento de ressuscitação para não-HCPs (variando de
crianças em diferentes grupos etários a espectadores e primeiros respondentes) são
aumentar as taxas de RCP, uso de BLS e DEA eficaz e EMS oportuno
407
ativação para parada cardíaca fora do hospital. Aumentar a disposição para
realizar RCP como parte do programa de ensino de RCP nessa população
pode ter um impacto direto nas taxas de sobrevivência de parada cardíaca
fora do hospital.21 Além disso, uma parte essencial da RCPeducação por
espectador é o reconhecimento de parada cardíaca (indiferença, não
respirando normalmente), alertando o EMS e o desempenho de BLS (que
inclui o uso de um AED) de acordo com as Diretrizes ERC
2020.25
A evidência identificada no ILCORCoSTR sugere que o uso de dispositivos de
feedback que fornecem feedback diretivo sobre a taxa de compressão,
profundidade, liberação e posição da mão pode ser benéfico durante o treinamento
de RCP profissional e observador (recomendação fraca, evidência de baixa certeza).
Na ausência de tais dispositivos, a orientação tonal incluindo música ou
metrônomos pode ser usada, mas eles apenas melhoram a taxa de compressão.21 O
ILCOR CoSTR para aprendizagem espaçada (educação ou retreinamento separados
por períodos mais longos de tempo) identificou 17 estudos (13 estudos
randomizados, 4 estudos de coorte). Uma síntese narrativa dessas descobertas
mostrou que a aprendizagem espaçada parece ser mais eficaz do que a
aprendizagem massiva (educação fornecida junto no tempo), levando a uma
recomendação fraca, baseada em evidências de muito pouca certeza que apóiam o
uso da aprendizagem espaçada.21,26 A recomendação para aumentar o uso de
aprendizagem espaçada na educação em ressuscitação é válida tanto para não-
HCPs quanto para HCPs. A revisão sistemática do ILCOR encontrou dados
insuficientes para sugerir a favor ou contra o uso de recursos cognitivos em
treinamento sem HCP.21 Outro ILCOR CoSTR encontrou evidências insuficientes para
recomendar um intervalo ou método ideal para o retreinamento de BLS para não-
HCPs. As habilidades de BLS diminuem dentro de 3 a 12 meses após a educação
inicial em RCP, mas as evidências sugerem que o (re) treinamento mais frequente
melhora as habilidades de RCP (recomendação fraca, evidência de certeza muito
baixa), confiança do respondente e vontade de realizar RCP, levando a uma
recomendação fraca , com base em evidências de qualidade muito baixa que
apóiam o retreinamento frequente.21
O programa KIDS SAVE LIVES iniciado pelo ERC tem como principal objetivo
estratégico atingir o maior número possível de crianças em todo o mundo com
educação em RCP nas escolas.27,28 As competências em RCP devem ser adaptadas à
idade dos alunos, desde a pré-escola até o nível universitário, devido às suas
diferentes habilidades para executar a habilidade e compreender a teoria
subjacente.29 33 Os professores são muito favoráveis ao treinamento em BLS, mas
geralmente não possuem o conhecimento adequado do conteúdo.34,35 Os
professores só precisam aprender as habilidades específicas de reanimação que irão
posteriormente ensinar aos seus alunos, pois eles já são especialistas no ensino.36
Incluir esse ensino de reanimação nos currículos de formação de professores é
altamente recomendado.33 Não existe evidência sobre qual estratégia educacional
para ensinar crianças em idade escolar é a mais eficaz.37 Portanto, o formato de
ensino da RCP irá variar dependendo dos requisitos e circunstâncias locais. Um
exemplo de abordagem bem-sucedida para o ensino de crianças em idade escolar é
a de alunos de medicina atuando como professores de reanimação. Isso é muito
eficaz tanto para crianças em idade escolar quanto para os próprios estudantes de
medicina.38 40 Os estudantes de medicina melhoraram suas próprias competências
de ressuscitação, aprenderam ao mesmo tempo como atuar como futuros
instrutores de RCP e melhoraram a educação da comunidade em RCP.
Profissionais de saúde em diferentes níveis de resposta e dever
A educação em ressuscitação de alta qualidade é obrigatória para HCPs em
todos os níveis, de BLS a suporte avançado de vida, para ressuscitação de
crianças e / ou adultos, dependendo dos requisitos de seu local de trabalho
para competências em RCP. A educação de BLS para HCPs não é, em
princípio, diferente de ensinar reanimação para não-HCPs, mas em especial
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competências específicas de circunstâncias precisam ser adicionadas ao ensino de
BLS padrão (por exemplo, neonatos, COVID-19, ambientes hospitalares específicos,
como salas de cirurgia, etc.). O ILCOR CoSTR identificou que o fornecimento de
educação ALS de adultos credenciados para HCPs é recomendado, pois esses cursos
melhoram o resultado do paciente (recomendação fraca, evidência de certeza muito
baixa).21,41 Uma atualização de evidência no ILCOR CoSTR apóia que manequins de
baixa fidelidade são sugeridos como aceitáveis para treinamento de suporte
avançado de vida padrão em um ambiente educacional.21 Manequins de alta
fidelidade também podem ser usados para educação em ressuscitação se a
infraestrutura, pessoal treinado e recursos para manter o programa estiverem
disponíveis. A revisão sistemática do ILCOR sobre treinamento de liderança e equipe
específica sugere bases em evidências de certeza muito baixa para incluir esse
treinamento como parte do treinamento de suporte avançado de vida para HCPs.21
Em contraste, uma revisão sistemática do ILCOR sobre o uso de ajuda cognitiva não
encontrou evidências para o seu uso na educação de reanimação de espectadores
ou socorristas, evidências indiretas de atendimento clínico ao trauma e de simulação
em escala real sugerem que ajudas cognitivas (por exemplo, lista de verificação,
fluxogramas , mnemônicos, etc.) devem ser usados durante o treinamento de
ressuscitação de HCPs.21 Uma recomendação fraca do ILCOR CoSTR com base em
evidências de certeza muito baixa sugere que o debriefing baseado em dados e
focado no desempenho deve ser usado pelos socorristas após cada ressuscitação.
Portanto, sugerimos que tal debriefing deve ser integrado à educação de suporte
avançado de vida para HCPs durante o treinamento e como uma meta de ensino a
ser aplicada durante a ressuscitação real de vítimas de parada cardíaca.21,42
Treinamento do despachante para fornecer RCP de alta qualidade
Identificar uma situação de parada cardíaca por meio de um telefonema nem
sempre é fácil. Os despachantes identificam com precisão a parada cardíaca
em cerca de 70% dos casos.43,44 Se o diagnóstico suspeito de parada cardíaca
estiver errado, os pacientes receberão compressões torácicas inadequadas ou
a RCP não será iniciada.45 Outros desafios significativos para os despachantes
são a identificação da respiração agonal,46 como envolver espectadores para
aplicar a RCP e aumentar sua disposição para realizar a RCP e como encurtar
o tempo para o início das compressões torácicas.43,44 Os programas que
melhoram a qualidade da RCP assistida por telefone e o feedback dos
médicos aos despachantes melhoraram o resultado dos pacientes com
parada cardíaca.47
O treinamento específico de despachantes sobre como aplicar RCP assistida por
telefone pode levar a um melhor reconhecimento de parada cardíaca, redução da
interpretação errônea da respiração agonal, aumento da taxa de pacientes
recebendo compressões torácicas e um tempo mais curto até a primeira
compressão ser aplicada.48 Mesmo sessões curtas de treinamento baseadas em
simulação podem melhorar as taxas de reconhecimento de paradas cardíacas e a
velocidade com que a RCP é iniciada.49
Não existe um curso estruturado para educar despachantes, e
os EMSs tendem a ensinar seus despachantes por meio de
programas de treinamento internos. Sugere-se que qualquer
instrução do despachante deve cobrir as tarefas mais desafiadoras
para os despachantes quando confrontados ao telefone com uma
possível situação de parada cardíaca: (1) reconhecimento da parada
cardíaca, (2) aumentar a disposição dos socorristas para realizar
RCP e avisar socorristas sobre sua segurança, (3) fornecer
instruções para realizar RCP somente com compressão torácica, (4)
alertar os socorristas quando um DEA pode estar disponível e usar
o DEA quando ele chegar, e (5) como ajudar o SME a chegar ao local
do incidente. Finalmente,
407 395
Ensinar habilidades para realizar reanimação de alta qualidade
Para melhorar a sobrevivência do paciente após uma parada cardíaca, habilidades
essenciais essenciais na ressuscitação precisam ser definidas e aprendidas. Os
objetivos de aprendizagem para a educação em suporte avançado de vida incluem
todas as competências de BLS definidas e competências avançadas, como
gerenciamento das vias aéreas e acesso vascular. Nos últimos anos, a importância
dos fatores humanos tem sido cada vez mais reconhecida.
Objetivos educacionais em BLS
Independentemente do histórico do socorrista (por exemplo, espectador, socorrista,
HCP), a educação em BLS precisa ensinar compressões torácicas eficazes e o uso
seguro de um DEA. No SBV pediátrico, as habilidades de ventilação devem ser
ensinadas junto com as compressões torácicas. Estudos mostram que as
compressões torácicas podem ser ensinadas desde a infância, mas a eficácia das
compressões torácicas depende das habilidades físicas do socorrista, que devem ser
levadas em consideração no ensino de crianças.30,31 Existem evidências de que o uso
de dispositivos de feedback durante a educação em RCP pode melhorar a qualidade
das compressões torácicas durante o treinamento,21 mas, infelizmente, isso não leva
a melhores resultados para os pacientes.50 Devido ao seu design orientado ao
usuário, mesmo um usuário não treinado, incluindo crianças, pode seguir as
instruções para usar um DEA com segurança.51 A segurança do salvador é um ponto
chave para o treinamento de AED.
Tradicionalmente, os cursos do BLS ensinam ventilação boca a boca / nariz e
boca a máscara para cada socorrista, e ventilar os pulmões é uma habilidade
importante a ser aprendida, particularmente em certas circunstâncias (por exemplo,
crianças, afogamento ou asfixia). Em alguns pacientes (por exemplo, risco de
infecção), ventilação com bolsa e máscara é preferível, e essa situação apresenta um
novo conjunto de habilidades a ser aprendido por muitos não-HCPs e a maioria dos
HCPs. Eles podem não ser tão competentes quanto aqueles HCP que usam
ventilação com bolsa-máscara na prática clínica diária. Com isso, enfatizamos o valor
de fornecer potencialmente algum grau de ventilação dos pulmões que, por sua vez,
é melhor do que nenhuma ventilação.
A ventilação com duas pessoas, uma segurando a máscara com as duas
mãos (ventilação com máscara com as duas mãos) e a outra apertando a
bolsa pode melhorar a vedação da máscara e a chance de oxigenação e
ventilação eficazes e, portanto, é a técnica recomendada.2,52 É razoável
recomendar o ensino desta técnica relativamente simples de ventilação com
bolsa-máscara para socorristas e HCPs que normalmente fornecem SBV,
especialmente quando há risco de disseminação de infecção (por exemplo,
durante uma pandemia de COVID). Em contraste com a ventilação boca-a-
boca, a prática da ventilação com bolsa-máscara durante o treinamento em
manequins não apresenta risco de infecção. Alunos de BLS e cursos de
suporte avançado de vida precisam entender como evitar lesões e quais
medidas devem ser aplicadas para minimizar o risco de infecção.2 Os cursos
de BLS devem incluir o ensino de socorristas em potencial como se comunicar
de maneira eficaz com o despachante do EMS, fornecendo e recebendo
informações adequadas para evitar atrasos desnecessários no início da
ressuscitação. Os primeiros respondentes podem obter insights sobre como
conduzir a comunicação de transferência estruturada para o EMS ou outros
HCPs.
A educação sobre a comunicação durante o SBV é importante para
superar as barreiras que os socorristas podem enfrentar ao realizar a RCP.53
Existem três barreiras principais: fatores pessoais (barreiras emocionais, na
maioria das vezes “pânico”, mas também fatores socioeconômicos e fatores
físicos como “capacidade de colocar o paciente na horizontal”); Conhecimento
de RCP (déficits de habilidade, medo de causar lesões ou fazer algo errado); e
questões processuais (barreiras de comunicação e linguagem e
reconhecimento de parada cardíaca).21,54 Uma síntese narrativa resumiu os
seguintes fatores que aumentam a disposição dos socorristas para realizar
396 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8
RCP (apesar das instruções do despachante, iniciativas da comunidade e
tecnologias de mídia social): treinamento prévio em RCP, programas
comunitários de conscientização sobre RCP, programas somente de
compressão torácica em treinamento em massa e socorristas treinados em
RCP com um grau educacional mais alto. A ventilação boca-a-boca não foi
uma barreira para os espectadores realizarem a RCP, embora este estudo seja
anterior à pandemia de COVID-19.21 Abordar essas barreiras e facilitadores
para iniciar a RCP pode aumentar a vontade de ajudar aqueles em uma
situação de risco de vida. Finalmente, o BLSeducation tem um papel
importante para incentivar a participação mais ampla de socorristas em
programas comunitários que visam fornecer ajuda para pessoas em situações
de risco de vida (por exemplo, primeiros socorros, primeiros socorros,
programas públicos de AED, programas de RCP para crianças em idade
escolar), resumidos em um ILCOR Revisão narrativa do CoSTR.21,55
A duração dos cursos de BLS é uma questão de debate. Não existe uma duração
que se adapte a todos os alunos, pois depende da educação prévia em ressuscitação
dos socorristas, dos objetivos de aprendizagem específicos para um determinado
grupo de alunos e de fatores educacionais sociais e culturais locais. Os exemplos
variam de sessões introdutórias de BLS muito curtas a cursos de 2 horas e cursos de
BLS tradicionais para não-HCPs de 4 horas.56,57
Parte da teoria nesses cursos poderia ser ensinada online como parte de uma abordagem
de aprendizado combinado para economizar o tempo presencial para o treinamento prático.
Objetivos educacionais em suporte avançado de vida
Todas as habilidades de BLS acima mencionadas são parte
integrante da educação de suporte avançado de vida e precisam
ser adaptadas ao grupo-alvo de pacientes (por exemplo, neonatais,
crianças, adultos, trauma). Objetivos de aprendizagem específicos
para suporte avançado de vida são o manejo das vias aéreas,
desfibrilação manual, acesso vascular, uma abordagem estruturada
para o manejo do paciente crítico, a aplicação de abordagens de
ressuscitação avançada para situações e circunstâncias especiais,
bem como o tratamento de arritmias peri-parada e imediatas
cuidados pós-reanimação. O ensino dessas competências pode
exigir mais tempo e esforço, dependendo da profissão e das
funções clínicas dos alunos, e precisa ser adaptado às suas
necessidades de aprendizagem e ao nível de competências
anteriores. Por esta razão,
Uma característica específica dos cursos ERC ALS é a integração de
liderança e treinamento de equipe, conforme descrito detalhadamente em
uma revisão sistemática do ILOCT CoSTR, que inclui a importância dos fatores
humanos durante a ressuscitação.21,58,59 As competências teóricas e práticas
de fatores humanos em ressuscitação podem ser ensinadas em sessões de
simulação baseada em cenários, destacando a importância desses fatores
humanos, como consciência da situação, gerenciamento de tarefas e de
treinamento e tomada de decisão.
Não há evidências sobre a melhor maneira de ensinar essas habilidades
não técnicas. As abordagens de ensino precisam considerar os fatores sociais
e culturais locais, bem como a consciência prévia dos participantes do curso
de ALS. O uso de briefing e debriefing foi abordado em uma revisão
sistemática ILCOR CoSTR incentivando a aplicação de feedback de apoio,
correção e construtivo durante a educação ALS.21 Com base em evidências
muito baixas, uma recomendação fraca foi emitida para usar o debriefing
orientado por dados e focado no desempenho de socorristas dentro e fora do
hospital. A aplicação da comunicação em circuito fechado em equipe é uma
forma adequada para os alunos integrarem esses comportamentos em sua
prática clínica.60 O aumento da aplicação de fatores humanos durante o
atendimento ao paciente pode reduzir os erros médicos e melhorar a
segurança do paciente.
407
Como ensinar essas habilidades?
Existem várias maneiras de aprender a teoria das habilidades de ressuscitação por
trás das competências mencionadas. Os exemplos incluem a leitura de um manual,
seguindo um programa de e-learning interativo,61,62 ou participando de um
workshop ou webinar baseado na Internet.63 Uma abordagem de aprendizado
combinado se tornou comum para o treinamento de ressuscitação.64 Nenhuma
abordagem didática específica é superior a outra no ensino de habilidades. Os
fatores que mais influenciam as habilidades de ensino são o grau de envolvimento
do instrutor com o conteúdo e com os alunos, e o grau de feedback verdadeiro
sobre o desempenho.65 Workshops práticos sobre habilidades de RCP usando
manequins de baixa ou alta fidelidade, autoaprendizagem interativa baseada em
vídeo,66
e-learning baseado na Internet, simulação de cenário e reflexão sobre a
prática durante as discussões de caso são formas de ensinar e aprender
essas competências. Os diferentes cursos ERC colocam o conceito de
aprendizagem combinada em prática usando todas essas diferentes
modalidades educacionais. Para obter mais detalhes, visite o site do ERC
e o aconchegante ambiente virtual de aprendizagem do ERC (www.erc.
eduou https://cosy.erc.edu/en/login)
O uso de simulação de cenário de parada cardíaca parece ser uma
estratégia adequada para a educação de fatores humanos.67 Os instrutores
precisam reconhecer o valor do debriefing, uma vez que o aprendizado
acontece durante as fases de reflexão sobre a experiência. Ao mesmo tempo,
a simulação de parada cardíaca pode fornecer oportunidades para que os
alunos desenvolvam e apliquem novas estratégias para melhorar o
desempenho anterior.
Tradicionalmente, a educação em ressuscitação é comumente ministrada
durante eventos de ensino ou cursos em um único período de tempo e sem
interrupção, também chamado de aprendizagem em massa.68 A evidência de
um CoSTR do ILCOR sugere que o aprendizado espaçado (treinamento ou
retreinamento distribuído ao longo do tempo) pode melhorar o desempenho
das habilidades de RCP entre a conclusão do curso e 1 ano após um curso em
comparação com o aprendizado em massa (evidência de evidência muito
baixa).21,26 Além disso, a 'prática deliberada de ciclo rápido' tem se mostrado
uma estratégia educacional muito eficaz para melhorar o desempenho da
equipe na educação de ressuscitação simulada.69 71 A prática deliberada de
ciclo rápido divide as partes complexas em habilidades individuais mais fáceis.
Essas habilidades são repetidas quantas vezes forem necessárias com 'ciclos
rápidos' de feedback corretivo até que o nível de desempenho esperado seja
obtido e o próximo nível de dificuldade da habilidade seja abordado. Isso
permite feedback individualizado sobre as melhorias ajustadas ao nível de
competência do aluno.
Essas estratégias educacionais movem a educação em ressuscitação dos
eventos de um único curso para o aprendizado distribuído ao longo do tempo.
Seguindo esses princípios, o ERC desenvolveu uma estratégia de aprendizagem ao
longo da vida (LLL) permitindo que todas as pessoas educadas em ressuscitação
mantenham suas competências de ressuscitação, desde que passem nos módulos
de recertificação a cada 6 a 12 meses (Fig. 6)
A avaliação formativa com feedback corretivo é necessária para
fornecer uma visão externa do desempenho dado ao aluno, além da
autoavaliação de competências. O treinamento e a avaliação das
competências de um socorrista para fornecer RCP de alta qualidade
garantem que a ajuda adequada será fornecida sempre que necessário.
Uma revisão sistemática ILCOR CoSTR emitiu uma recomendação
fraca com base em evidências muito baixas para fornecer cursos ALS
padronizados com instrutores devidamente treinados, visto que esses
cursos ALS mostraram melhorar os resultados dos pacientes.21,41 O
ensino de pares também foi relatado como uma estratégia educacional
altamente eficaz para BLS20,72,73 bem como para programas avançados
de ressuscitação.74
 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8
Fig. 6 - Aprendizagem ao longo da vida (VR = realidade virtual, AR = realidade aumentada).
Educação aprimorada por tecnologia para ensinar ressuscitação
Nos últimos anos, muitas novas tecnologias tornaram-se disponíveis para
ensinar RCP, mas seu impacto real no ensino e aprendizagem é menos claro.
O acesso ao conteúdo médico nunca foi tão fácil devido à disponibilidade
onipresente da Internet. Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) dão
suporte à educação médica e, desde 2015, o cosy se consolidou como o
ambiente virtual de aprendizagem do ERC e como parte de todos os cursos do
ERC. Smartphones e tablets podem realizar várias tarefas e eles mudam a
forma como ensinamos e aprendemos RCP: eles podem ser transformados
em um dispositivo de feedback de compressão ou um monitor simulado. Uma
revisão sistemática ILCOR CoSTR com base em evidências de baixa certeza
sugere que o feedback em tempo real de aplicativos fornecidos durante o
ensino de RCP melhora o desempenho das habilidades com prompts visuais
e / ou sonoros.21 Jogos sérios em dispositivos móveis envolvem os alunos de
RCP de maneira diferente do ensino tradicional em sala de aula (por exemplo
https://life-saver.org.uk Resuscitation Council UK; http://sauveunevie.be
Universidade de Liege, Bélgica; www.ircouncil.it/relive/Relive e
www.ircouncil.it/picnic tanto o Conselho Italiano de Ressuscitação, ou https: //
www.erc.edu/news/a-breathtaking-picnic-app através do site ERC).
32,75 77 Portanto, tais dispositivos e programas devem ser incluídos em
futuras abordagens educacionais de RCP e combinados com a educação
face a face.
A grande variedade e facilmente acessível de plataformas de mídia social
têm o potencial de ensinar grandes públicos em uma variedade de
configurações, horários e áreas remotas. A mídia social permite a adição
instantânea de comentários ou conteúdo e promove a comunicação e o
aprendizado imediatos,78 mas pouco se sabe sobre o efeito do social
407 397
mídia sobre o ensino e a aprendizagem da ressuscitação. Um pequeno estudo
relatou a utilidade de um aplicativo de mensagens instantâneas (Telegram) na
manutenção da teoria de BLS entre estudantes de medicina.79 O Twitter promoveu o
aprendizado durante os cursos e foi capaz de rastrear as barreiras do treinamento
de RCP.80 O YouTube contém muitos vídeos sobre educação em RCP, mas esses
vídeos fornecem informações insuficientes sobre SBV e suporte avançado de vida
em adultos e crianças de acordo com as diretrizes atuais de RCP.81,82 Em uma revisão
sistemática de aplicativos de telefones celulares (Apps) disponíveis gratuitamente
que fornecem instruções para realizar RCP em adultos, apenas 15% aderiram às
diretrizes atuais da AHA ou ERC.83
A educação médica de acesso aberto e gratuito (FOAMed) é uma coleção dinâmica de
recursos.84 FOAMed (por exemplo, Twitter, blogs, etc.) promove conceitos clínicos, medicina
baseada em evidências e circula material de conferências, mas conteúdo errôneo pode ser
espalhado de forma rápida e ampla, mesmo após uma correção rápida.85 Os AVAs oferecem
aos alunos a flexibilidade de adaptar seu tempo e local para a aprendizagem e a maioria dos
participantes tem uma atitude positiva em relação ao seu uso.86 As evidências sobre o uso
do e-learning para ensinar SBV não são esmagadoras. A maioria dos estudos compara
cursos padrão com e-learning. Em um ensaio clínico randomizado, Castillo et al.
compararam um curso de BLS de 4 horas padrão do ERC com aprendizado combinado
(treinamento virtual de 2 horas e instrução presencial de 2 horas) e não encontraram
nenhuma diferença em RCP de alta qualidade ou conhecimento em BLS 9 meses depois.87
Outros implementaram o aprendizado combinado em seus cursos de BLS para
espectadores e HCPs usando um fone de ouvido de realidade virtual e feedback em tempo
real de RCP de qualidade e prática de manequim de BLS.88 Adicionar e-learning ao BLS
pediátrico melhorou os resultados da aquisição de habilidades práticas em estudantes de
medicina no final do curso.64 Não há evidências suficientes para sugerir a favor ou contra o
aprendizado combinado de BLS.
398 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8
Uma abordagem de aprendizagem combinada, incluindo e-learning e redução
do tempo de ensino presencial para o curso ALS, foi considerada tão bem-sucedida
quanto os cursos presenciais padrão, especialmente para os participantes que
gostaram do formato de ensino do e-learning.89 91 Uma revisão sistemática ILCOR
CoSTR recomenda fortemente, com base em evidências de certeza muito baixa a
baixa, o fornecimento de e-learning como parte de uma abordagem de
aprendizagem combinada para reduzir o tempo de treinamento presencial em
cursos de ALS (Fig. 6)21
Simulação para ensinar ressuscitação
A simulação na educação em ressuscitação é amplamente utilizada e é uma
estratégia educacional bem estabelecida. Ele facilita o aprendizado contextualizado
relacionado ao ambiente do mundo real de cada aluno, desde o primeiro a
responder até equipes de ressuscitação complexas. A simulação inclui o ensino de
habilidades técnicas (por exemplo, gerenciamento das vias aéreas, desfibrilação,
etc.) e fatores humanos (por exemplo, habilidades interpessoais e cognitivas não
técnicas). O ensino de suporte avançado de vida inclui simulação de situações peri-
parada e parada cardíaca. A simulação permite o gerenciamento de recursos de
crise visando uma equipe específica ou comportamento de liderança durante a RCP.
O equipamento de simulação abrange treinadores de tarefas parciais para BLS e
tecnologia complexa de alta fidelidade na educação de suporte avançado de vida.
Levando em consideração essas características, objetivos de aprendizagem
precisam ser definidos para os indivíduos ou equipes participantes, bem como a
escolha dos equipamentos adequados. Uma atualização de evidências ILCOR CoSTR
apóia que a educação baseada em simulação de ressuscitação in situ (diretamente
no local de trabalho dos indivíduos) ou em um centro de simulação dedicado pode
ser incluída nos programas de educação contínua de cursos de suporte de vida.21 O
aprendizado de uma experiência de simulação é bastante aprimorado durante o
debriefing reflexivo cognitivo de uma ressuscitação simulada.
Fidelidade de simulação
A fidelidade dos manequins de simulação, em comparação com humanos
reais, pode ser classificada de baixa a alta. Manequins de baixa fidelidade ou
treinadores de tarefas parciais fornecem oportunidades de treinamento para
procedimentos e habilidades básicas (por exemplo, gerenciamento das vias
aéreas usando cabeças, compressões torácicas e ventilações usando torsos
BLS) sem quaisquer outros recursos tecnologicamente avançados. Os
manequins de alta fidelidade compreendem simuladores controlados por
computador que oferecem diferentes recursos (por exemplo, achados físicos,
exibição de sinais vitais, sons específicos, realismo de procedimento para
intervenções como controle das vias aéreas ou acesso vascular) semelhantes
aos pacientes reais. O uso de manequins de alta fidelidade pode fornecer um
envolvimento mais intenso com o aluno e melhorar a consistência da
experiência de aprendizagem. Além disso, independentemente da fidelidade
do manequim,92,93
Uma revisão sistemática comparou o uso de manequins de alta e baixa
fidelidade durante o treinamento de ressuscitação nos resultados do paciente,
desempenho de habilidades ou conhecimento cognitivo.94 Uma atualização de
evidência ILCOR CoSTR em 2020 descobriu que o grupo de alta fidelidade
demonstrou habilidades moderadamente aprimoradas imediatamente após a
conclusão do curso e melhor retenção de conhecimento 6 meses depois.21,94,95 Não
houve benefício para o uso de manequim de alta fidelidade para conhecimento na
conclusão do curso, desempenho de habilidade em 1 ano ou entre a conclusão do
curso e 1 ano. Portanto, a seleção de equipamentos adequados permanece uma
questão de objetivos e recursos da simulação, levando em consideração primeiro o
objetivo educacional e, em segundo lugar, o nível de competências dos indivíduos
participantes. Com base na certeza de evidência muito baixa, o ILCOR CoSTR 2020
emitiu uma recomendação fraca para usar alta
407
manequins de fidelidade quando o local de treinamento tiver infraestrutura, pessoal
treinado e recursos para manter o programa.21 Nos casos em que manequins de alta
fidelidade não estão disponíveis, sugere-se que o uso de manequins de baixa
fidelidade seja aceitável para treinamento de suporte avançado de vida em um
ambiente educacional (recomendação fraca com base em evidências de baixa
qualidade). Além disso, aplicativos modernos de simulação baseados em tablets,
combinados com o uso de manequins de baixa fidelidade, podem ser uma
alternativa adequada a um custo razoável para simulação durante a educação de
ressuscitação.
Ensino de fatores humanos
A simulação oferece a oportunidade de experimentar o efeito dos fatores humanos
no desempenho e aprender como melhorar habilidades não técnicas específicas em
uma situação crítica simulada de uma parada cardíaca. Os fatores humanos incluem
fatores interpessoais e cognitivos, como comunicação eficaz, consciência situacional,
liderança e colaboração em equipe, gerenciamento de tarefas e tomada de decisões.
O trabalho em equipe e a liderança são cada vez mais reconhecidos como fatores
importantes que contribuem para a segurança do paciente e os resultados na área
de saúde.96
Além disso, a liderança durante a ressuscitação está associada a um melhor
desempenho da equipe.97 Além disso, um estudo observacional de situações de ELA
intra-hospitalar gravadas em vídeo sugere que boas habilidades não técnicas podem
estar associadas a um melhor desempenho de habilidades técnicas, como qualidade
de compressão torácica, qualidade de ventilação e qualidade de desfibrilação.98 O
treinamento de liderança e de equipe pode ser ensinado usando vários métodos,
como e-learning, treinamento baseado em vídeo, instrução, demonstração usando
modelos de comportamento ou por meio de simulação com ou sem listas de
verificação específicas (por exemplo, Medida de Avaliação de Emergência de Equipe
(ferramenta TEAM) )99 No entanto, o uso de listas de verificação e ferramentas de
avaliação precisa ser validado antes do uso, a fim de ser capaz de direcionar
especificamente os respectivos conjuntos de habilidades correspondentes aos
objetivos de aprendizagem.100 O treinamento de liderança e equipe, bem como a
educação sobre fatores humanos, podem ser ministrados em sessões dedicadas
como um complemento aos cursos, bem como incorporados como um tema
longitudinal ao longo. No entanto, uma revisão sistemática do ILCOR CoSTR
identificou uma falta de evidências em termos de eficácia e eficiência do
treinamento de equipe e liderança ao comparar diferentes modalidades de ensino.21
Na ausência de ensaios clínicos randomizados, o efeito da liderança específica e do
treinamento da equipe sobre os resultados dos pacientes permanece obscuro. Os
estudos até agora têm se concentrado principalmente em HCPs, mas o treinamento
em fatores humanos, bem como o treinamento de equipe e liderança, deve se
estender para incluir os primeiros respondentes ou observadores também. Em
resumo, sugere-se que o treinamento específico de equipe e liderança deve ser
integrado como parte dos cursos de suporte avançado de vida para HCPs (evidência
de evidência muito baixa). Conseqüentemente, a equipe e a liderança devem ser
tratadas como uma competência central ao lado das habilidades técnicas ao educar
a ressuscitação.
Briefing e debriefing do desempenho de ressuscitação
Briefing e debriefing representam dois aspectos vitais relacionados ao
treinamento de simulação e à prática real de ressuscitação. Briefing é definido
como uma revisão e comunicação de fatos pertinentes sobre a ressuscitação
antes do evento.101 Ele estabelece uma estrutura para equipes profissionais
de ressuscitação para preparar as funções e tarefas dentro da equipe de
ressuscitação e antes do contato com o paciente e desempenho. Debriefing é
uma discussão, reflexão e análise de um desempenho entre os indivíduos
após a reanimação ou treinamento com o objetivo de melhorar o
desempenho futuro.102.103 Especificamente, os insights críticos e a reflexão
sobre o desempenho após uma simulação ou
 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8
As paradas cardíacas reais são analisadas criticamente e este é um aspecto crucial no
processo de aprendizagem.
As características do debriefing incluem: (1) um facilitador (que pode ou
não ter sido um membro da equipe de ressuscitação, e com ou sem
treinamento dedicado sobre como realizar um debriefing) e os participantes
(indivíduos até uma equipe inteira ou unidade de cuidados);
(2) o formato (feedback individual, ou envolvendo partes de uma sessão de
grupo inteira); (3) o conteúdo (qualidade do atendimento, por exemplo,
diretriz, protocolo ou adesão ao processo; métricas objetivas de qualidade da
RCP, como taxa e profundidade de compressão torácica, fração de fluxo;
fatores humanos e aspectos emocionais); (4) o momento (imediatamente
após o debriefing a quente do evento; mais tarde no debriefing a frio); (5) a
duração (de alguns minutos até uma extensão maior).104 107 Devido às
dificuldades na autoavaliação e na lembrança de eventos, o uso de dados
objetivos registrados de RCP pode contribuir para uma revisão sem
preconceitos durante o debriefing e muitos desfibriladores / monitores já
oferecem essas opções.108 110
Uma revisão sistemática do impacto do briefing e debriefing no
desempenho da ressuscitação em comparação com nenhum briefing ou
debriefing revelou, em primeiro lugar, que nenhuma evidência foi identificada
em relação ao briefing antes da parada cardíaca. Em segundo lugar, as
métricas de qualidade de RCP no debriefing após uma parada cardíaca em
hospital em adultos111.112 e filhos,113 e depois de uma parada cardíaca fora do
hospital em um adulto pode ser analisada.114 Todos os estudos incluíram
gravações baseadas em dados e focadas no desempenho de diferentes fontes
no debriefing. A meta-análise demonstrou efeitos significativos do debriefing
baseado em dados sobre a sobrevivência à alta, o retorno da circulação
espontânea e a profundidade da compressão torácica. Não houve efeito
significativo demonstrado na sobrevida com desfecho neurológico favorável,
taxa de compressão torácica e fração de compressão torácica na revisão
sistemática do ILCOR.21 Sugere-se que o debriefing orientado por dados e
focado no desempenho dos socorristas após uma parada cardíaca dentro e
fora do hospital deve ser o padrão de atendimento para adultos e crianças
(com base em evidências muito baixas).
Desenvolvimento do corpo docente para melhorar a educação
Para a educação geral, o trabalho de Hattie (usando uma metanálise de 800
estudos) relacionou os tamanhos de efeito mais fortes para o desempenho da
aprendizagem à qualidade instrucional individual do professor.24 Outra
revisão sistemática de 38 meta-análises avaliou fatores relacionados ao
aproveitamento no ensino superior e enfatiza a importância da formação de
professores.115 Os autores encontraram fortes associações entre o
desempenho dos alunos e a interação social dentro dos cursos e o estímulo à
aprendizagem significativa por meio do estabelecimento de tarefas de
aprendizagem que exigem que os alunos processem ativamente o conteúdo.
115 A revisão concluiu que era muito mais importante Como asum método foi
aplicado que que formato de instrução foi usado. Os professores cujos alunos
mostraram alto desempenho após serem ensinados investiram muito esforço
no projeto da microestrutura de seus cursos, estabelecendo objetivos de
aprendizagem claros e empregando práticas de feedback.115
Embora esses sejam argumentos fortes para o desenvolvimento do corpo
docente em geral, há muito menos evidências sobre o desenvolvimento do corpo
docente especificamente na educação médica e muito pouca no campo da educação
em ressuscitação.116 O resultado das intervenções no desenvolvimento do corpo
docente pode ser avaliado em vários níveis, observando o efeito sobre o corpo
docente treinado (por exemplo, a aquisição de habilidades de ensino), sobre os
alunos (abrangendo tanto a aquisição quanto a implementação das habilidades
ensinadas) e sobre os resultados dos alunos alcançar quando aplicaram as
habilidades aprendidas na prática.
407 399
A evidência de baixa qualidade está disponível em relação aos resultados no
nível do corpo docente treinado117.118 e no nível de alunos treinados por professores
treinados.119 Por exemplo, um estudo controlado randomizado sobre treinamento
de RCP para estudantes de medicina encontrou pouca diferença entre aqueles
instruídos por instrutores treinados e aqueles treinados por instrutores não
treinados.119
Ao buscar evidências para o treinamento de ressuscitação, estudos
observacionais mostraram que os cursos de SBV para leigos apresentavam déficits
na qualidade do instrutor e na forma como o conteúdo era ministrado. Essas
descobertas exigem estratégias aprimoradas para treinar instrutores de BLS.120 123
Não há dados disponíveis para intervenções de desenvolvimento do corpo docente
relacionadas aos resultados do paciente.
Nesta seção, três aspectos do desenvolvimento do corpo docente serão
discutidos: a seleção de instrutores, o treinamento inicial do instrutor e a
manutenção das habilidades.
Seleção de instrutores
A educação em ressuscitação visa ensinar o manejo da parada cardíaca,
um evento incomum para muitos HCPs e que a maioria dos não-HCPs
que aprendem a RCP raramente encontrará. Vários grupos-alvo de
alunos devem ser educados, incluindo médicos em especialidades de
cuidados agudos, socorristas, HCPs com vários níveis de prática de
ressuscitação e espectadores, incluindo crianças. Para isso, devem ser
recrutados instrutores com diferentes conhecimentos e experiências.
Muitos instrutores de cursos de BLS não terão experiência profissional
na área de saúde (por exemplo, professores, salva-vidas, membros
voluntários de primeiros socorros ou organizações de caridade).
Apenas um ensaio clínico randomizado e controlado sobre treinamento em RCP para crianças
em idade escolar examinou a seleção de instrutores de RCP e descobriu que os professores eram
superiores aos HCPs na transferência de conhecimento, ao mesmo tempo em que eram igualmente
bem-sucedidos no ensino de habilidades.124
Como os recursos para o treinamento do corpo docente são
limitados, é importante selecionar indivíduos que já demonstrem
atitudes de apoio, motivação intrínseca, habilidades de
comunicação apropriadas e entusiasmo pelo conteúdo a ser
ensinado. A disponibilidade de instrutores varia de acordo com o
tipo de curso. Os instrutores de BLS ensinam habilidades "básicas"
relativamente simples, mas que salvam vidas. Essas habilidades
que salvam vidas podem ser aprendidas com uma pessoa
engajada, que pode ensinar essas competências com entusiasmo,
com relativamente pouco conhecimento de conteúdo. Para ensinar
crianças (por exemplo, nos programas KIDS SAVE LIVES), sugere-se
que os professores sejam os mais adequados. Além de suas
competências de ensino, os instrutores também devem estar
cientes de serem modelos e agentes de mudança.
Nos cursos de suporte avançado de vida do ERC, o corpo docente
reconhece o potencial do instrutor com base em critérios específicos para os
candidatos adequados ao curso que mostram excelentes conhecimentos,
habilidades e traços de personalidade considerados condutores para facilitar
o aprendizado.
Treinamento de instrutor
Nenhum estudo abordou formatos específicos sobre como ensinar um instrutor de
RCP. Uma recente revisão sistemática dos programas de desenvolvimento do corpo
docente em medicina constatou que várias abordagens para o treinamento de
professores são eficazes, incluindo seminários, workshops, séries de
400 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8
sessões de ensino e bolsas.116 A maioria dos estudos abordou
apenas o desempenho docente observado e não o efeito da
formação do professor no desempenho de aprendizagem de seus
alunos. Uma abordagem eficaz que emergiu desta revisão foi
utilizar formatos de aprendizagem prática juntamente com
feedback construtivo, comumente referido como aprendizagem
experiencial.125 128 O treinamento de instrutores deve abranger
todos os métodos de ensino aplicados nos cursos para os quais os
instrutores estão sendo formados. Em primeiro lugar, os
instrutores devem ter conhecimento de conteúdo apropriado para
explicar suficientemente os detalhes e as evidências por trás das
competências de RCP ensinadas no nível apropriado para seus
alunos. Os programas de treinamento inicial para instrutores de
ressuscitação devem utilizar formatos baseados em evidências da
teoria educacional, aplicando atividades de ensino e aprendizagem
significativas baseadas em resultados. Os elementos educacionais
essenciais do treinamento de instrutores de ressuscitação devem
ser o ensino de habilidades práticas de RCP, a facilitação do
aprendizado interativo em pequenos grupos e o uso de habilidades
básicas de apresentação. Os instrutores devem ser capazes de
fornecer uma sessão de ensino estruturada que se baseie no
conhecimento pré-existente dos alunos.
O conteúdo educacional do treinamento deve cobrir como estabelecer
ambientes de ensino e aprendizagem baseados em competências
(resultados), fornecer feedback construtivo e conduzir avaliações válidas para
orientar o ensino e para a certificação.
Os instrutores de suporte avançado de vida também devem ter conhecimento
de conteúdo apropriado para explicar todos os detalhes e as evidências por trás das
competências de ressuscitação ensinadas. Não apenas para os contextos de ensino
mais complexos (por exemplo, treinamento de equipes de HCP, que rotineiramente
lidam com ressuscitação), as competências dos futuros instrutores devem incluir
como apoiar o desenvolvimento dos fatores humanos (habilidades não técnicas,
comunicação e colaboração da equipe interprofissional), como para fazer um
balanço eficaz e como usar dispositivos de feedback durante o treinamento de
ressuscitação.21.129.130. Muitas estratégias diferentes para fornecer feedback, para
esclarecer e ensinar o trabalho em equipe foram descritas, porém não se sabe qual
método funciona melhor para o treinamento de instrutores de reanimação.
Os instrutores de reanimação para não-HCPs precisam ser capazes de educar os
alunos a se motivarem a ajudar e a executar o BLS a um nível que melhore os
resultados do paciente. Como um grande número de instrutores de BLS é
necessário para ensinar populações inteiras, esses instrutores geralmente não são
HCPs e não se pode esperar um alto nível de conhecimento de conteúdo. Esses
instrutores de SBV devem ser capazes de demonstrar e executar as ações e
habilidades de RCP de acordo com as diretrizes atuais perfeitamente e responder a
perguntas relacionadas às informações fornecidas nos materiais de ensino. Estudos
indicam que os instrutores que ministram cursos para não-HCPs podem ter déficits
no conhecimento do conteúdo-chave e, portanto, são incapazes de avaliar a
competência de seus alunos de forma confiável.121.123 Como não são especialistas
em conteúdo, precisam usar listas de verificação nacionais ou internacionais como
base para a avaliação. A aprendizagem eficaz é importante para aumentar a
autoeficácia e a motivação para intervir prontamente em uma emergência.131 Todos
esses aspectos precisam ser abordados especificamente durante a formação de
instrutores de BLS para não-HCPs.
O ensino de habilidades de reanimação para crianças pode exigir um conjunto
específico de competências de ensino e há evidências de que os professores são tão
eficazes quanto os HCPs no ensino de habilidades de RCP, enquanto alcançam
potencialmente uma melhor transferência de conhecimento para seus alunos.28.124
Uma solução potencial pode ser que tanto HCPs como especialistas em conteúdo e
407
professores qualificados como especialistas em ensino podem estar envolvidos em
programas de desenvolvimento do corpo docente para instrutores de RCP que ensinam
crianças em idade escolar.
Finalmente, a avaliação formativa da competência do instrutor é
necessária antes de ensinar em cursos reais. Ao começar a lecionar,
um passo valioso é o status de candidato a instrutor, quando o
futuro instrutor ministra cursos sob supervisão com apoio e
feedback dos colegas imediatamente disponíveis.
Manutenção de competências / desenvolvimento
profissional contínuo
Uma vez que os instrutores tenham sido treinados, é essencial que eles
mantenham suas competências e acompanhem os avanços na
ressuscitação e nas ciências da educação. O objetivo é promover o
desenvolvimento profissional autodirigido e contínuo e evitar que os
indivíduos “façam suas próprias coisas”. O desenvolvimento profissional
contínuo é igualmente importante para instrutores, diretores de curso e
educadores do ERC.
Nenhum estudo abordou a questão de como as competências dos instrutores
podem ser melhor mantidas ao longo do tempo. Para promover o desenvolvimento
profissional autodirigido e ao longo da vida, várias estratégias foram propostas com
base em evidências limitadas, incluindo prática reflexiva, coaching de pares e
estabelecimento de comunidades de prática.68
A prática reflexiva deliberada descreve o processo de autorreflexão sobre o
próprio desempenho com a intenção de melhorar ainda mais o desempenho.132
Existem obstáculos importantes para o desenvolvimento da prática reflexiva na
medicina. O mais importante é a dificuldade que alguns HCPs têm com a
autoavaliação.133 Também há confusão sobre o conceito de prática reflexiva e uma
escassez de profissionais reflexivos experientes para atuar como modelos.134 Todos
esses problemas precisam ser resolvidos se a prática reflexiva deve ser
implementada efetivamente no desenvolvimento do corpo docente para o
treinamento de ressuscitação.135 Ferramentas estruturadas de avaliação do corpo
docente podem ser úteis para isso.
O coaching de pares fornece uma perspectiva valiosa de fora, promove a
aprendizagem mútua entre pares e fortalece as comunidades de prática.42.136
O coaching entre pares pode ser incentivado nas equipes de instrutores e,
portanto, facilmente realizado, e esta é uma situação comum em cursos de
suporte avançado de vida. Também pode ser feito como uma observação
mutuamente planejada de dois instrutores. Isso requer um clima de confiança
mútua entre os instrutores e pode ser o primeiro passo para o
desenvolvimento de comunidades de prática. Comunidades de prática podem
influenciar a prática de ensino, compartilhando objetivos e visões sobre o
ensino.137 Colaborações podem ser estabelecidas, por exemplo, para
compartilhar material de ensino ou para estabelecer coaching de pares. Além
disso, novas informações podem ser divulgadas mais rapidamente e de
maneira padronizada. Para comunidades de prática, o apoio organizacional é
essencial; um exemplo de ferramenta de suporte é o ERC VLE 'cosy'. Outras
abordagens para estabelecer comunidades de prática são 'grupos de
instrutores' ou a organização de 'dias de instrutores' para apoiar o
desenvolvimento profissional contínuo e contínuo. Instrutores, diretores de
curso e educadores devem se ver como membros de uma comunidade de
prática. Os formatos baseados na Web para interação e networking podem
ser úteis para evitar que os indivíduos "façam suas próprias coisas" (Fig. 7)
Efeito da educação em ressuscitação no resultado
Treinamento de ALS para adultos
O ERC tem uma longa história de fornecimento de treinamento de suporte de vida
credenciado, cobrindo o atendimento de pacientes neonatais, pediátricos e adultos.
 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8
Fig. 7 - Competências de ressuscitação um continuum de BLS para ALS.
A realização desses cursos requer recursos e depende do tempo
disponível para a participação de instrutores e candidatos. Portanto, é
importante demonstrar o efeito desses cursos nos resultados dos
pacientes.
Uma revisão sistemática analisou se a participação anterior de um ou
mais membros da equipe de ressuscitação em um curso de ALS afetou os
resultados dos pacientes.41 Todos os estudos em qualquer idioma,
especificamente nos cursos de Suporte Avançado de Vida em Cardiologia da
American Heart Association, Resuscitation Council UK ALS, ERC ALS e
Australian Resuscitation Council ALS, foram incluídos na revisão. Oito estudos
observacionais foram incluídos em uma meta-análise.138 145
Uma revisão sistemática ILCOR CoSTR encontrou evidências de qualidade
muito baixa mostrando uma associação entre o treinamento de suporte
avançado de vida em coração e o retorno da circulação espontânea.21.140 145
Há evidências de qualidade muito baixa que mostram uma associação entre o
treinamento de suporte avançado de vida em coração e a sobrevida até a alta
hospitalar ou sobrevida até 30 dias.138 140.142 145 Há evidências de qualidade
muito baixa que não mostram associação entre o treinamento de suporte
avançado de vida em coração e a sobrevida de um ano.142.143 Portanto, pode-
se concluir que a participação anterior de HCPs em um curso de ALS
credenciado tem um impacto positivo sobre os resultados dos pacientes.
Treinamento de suporte de vida neonatal
Uma revisão sistemática e meta-análise do impacto do treinamento de
ressuscitação neonatal na mortalidade neonatal e perinatal identificou 20
estudos com 1.653.805 nascimentos.146 Os autores concluíram que o
treinamento de ressuscitação neonatal versus controle diminuiu o risco de
407 401
natimortos, mortalidade neonatal em 7 dias, mortalidade neonatal em 28 dias
e mortalidade perinatal. Essas análises foram baseadas em dois ensaios
clínicos randomizados.147.148 Além disso, a revisão sistemática analisou 18
estudos pré e pós-intervenção e concluiu que após o treinamento de
ressuscitação neonatal houve uma diminuição no risco de todos os
natimortos, natimortos frescos, mortalidade neonatal em 1 dia, mortalidade
neonatal em 7 dias, neonatal em 28 dias mortalidade e mortalidade perinatal.
A qualidade da evidência foi considerada alta para mortalidade neonatal de 7
e 28 dias no treinamento de reanimação neonatal versus análises de controle
e moderada para mortalidade perinatal na mesma análise. Todas as outras
análises foram declaradas como baseadas em evidências de qualidade muito
baixa. As implicações para a prática desta revisão são que o treinamento de
reanimação neonatal promove melhores cuidados pré e peri-natais levando a
uma taxa reduzida de natimortos e melhora a sobrevida de pacientes recém-
nascidos.
Outros cursos de suporte de vida
As evidências de cursos de suporte de vida semelhantes também são importantes.
Uma revisão sistemática do impacto dos cursos de Suporte Avançado de Vida no
Trauma (ATLS) concluiu que havia um valor educacional positivo para o curso.149.150
Infelizmente, faltavam evidências de alta certeza de que o treinamento reduziu a
mortalidade por trauma. Esta revisão identificou apenas um estudo de coorte
prospectivo e seis estudos retrospectivos. Cinco estudos não mostraram nenhum
efeito, um mostrou melhora significativa, enquanto um mostrou resultados piores
para pacientes com trauma tratados por médicos certificados pela ATLS. Uma
revisão da Cochrane sobre o treinamento ATLS não foi capaz de identificar
quaisquer estudos controlados para este tópico e reivindicou mais
402 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 3 8 8
pesquisar.151 Embora a evidência limitada para ATLS seja neutra, ela não entra em
conflito com a evidência para ALS e treinamento de ressuscitação neonatal.
Em conclusão, o fornecimento de treinamento acreditado em ALS para
adultos e treinamento de reanimação neonatal é recomendado para
profissionais de saúde.21 Na ausência de dados para demonstrar os danos, é
razoável recomendar outros cursos de suporte de vida acreditados
semelhantes para profissionais de saúde, como treinamento de suporte
avançado de vida em pediatria, embora mais pesquisas sejam necessárias
para quantificar seu impacto real nos resultados dos pacientes.
Lacunas de pesquisa e direções futuras na pesquisa educacional
O objetivo da avaliação internacional de evidências de ressuscitação é avaliar
criticamente o que há de mais moderno em educação e implementação em
todos os níveis de provedores.152 A importância da pesquisa educacional em
ressuscitação reside na implementação das melhores práticas educacionais
para alunos e instrutores que levam a melhores resultados para o paciente
após a parada cardíaca, que continua sendo a prioridade máxima.
A American Heart Association expandiu a Fórmula para Sobrevivência1 em
sua declaração científica de educação em ressuscitação, introduzindo novos
conceitos da literatura de educação médica mais ampla e fornecendo novas
estratégias para melhorar a eficiência educacional no treinamento de
ressuscitação.68
Resta uma falta de pesquisas de alta qualidade na educação em ressuscitação
para demonstrar que o treinamento pode melhorar a qualidade do processo (por
exemplo, taxa de compressão, profundidade e fração) e resultados do paciente (por
exemplo, retorno da circulação espontânea, sobrevivência à alta ou sobrevivência
com resultado neurológico favorável). O modo ideal de entrega e a frequência de
retreinamento para manter e prevenir a deterioração das habilidades não são
conhecidos.21 Outras lacunas de conhecimento incluem a viabilidade, a preferência
do aluno, a autoeficácia e a relação custo-benefício do treinamento de atualização e
da aprendizagem espaçada.26.153
Faltam pesquisas para apoiar o método mais eficaz e eficiente de ensino
de liderança e desempenho de equipe, como melhor integrar fatores
humanos e habilidades não técnicas na educação médica, escolhendo
também a ferramenta de avaliação mais eficaz com base nos objetivos de
aprendizagem. finalmente explorando o valor do treinamento de simulação
na melhoria dos resultados do paciente.
As estratégias para melhorar a eficiência educacional podem incluir o
redesenho dos cursos de treinamento em ressuscitação com o aluno em mente,
bem como a melhor forma de usar as novas modalidades de ensino por meio da
mídia digital, mas não há evidências suficientes para nos orientar. Mais pesquisas
são necessárias para identificar os benefícios potenciais de uma abordagem de
aprendizagem combinada em todas as modalidades de curso para leigos e
profissionais de saúde. Essa pesquisa não deve se limitar a resultados educacionais
(por exemplo, conhecimento, habilidades e satisfação do participante), mas também
a resultados como custo-benefício e redução do tempo presencial.
Recomendações para pesquisa educacional
Mais pesquisas são necessárias para examinar o impacto das emergências
médicas e tentativas de ressuscitação no bem-estar emocional e psicológico
de espectadores, socorristas com o dever de responder e HCPs. A educação e
o treinamento ajudam a reduzir o estresse e a carga cognitiva em torno da
ressuscitação, mas isso não foi totalmente explorado.154 O impacto da
aprendizagem interprofissional e as diferenças de gênero nas equipes líderes
de RCP ainda não estão muito bem
155.156
Entendido.
407
Os programas de treinamento de instrutores disseminam a educação em
ressuscitação em todo o mundo, melhorando a educação de instrutores.157
Apesar disso, o desenvolvimento de instrutores e educadores existentes
envolvidos no treinamento de reanimação é uma área que necessita de
pesquisas, desde a educação básica à avançada em suporte de vida. O
feedback e o debriefing constituem uma parte importante do treinamento de
ressuscitação, mas o feedback eficaz deve ser adequado ao propósito para ser
eficaz. Há uma evidente falta de pesquisas para orientar e treinar instrutores
para fornecer o feedback mais eficaz.158 É necessária atenção específica para
desenvolver um corpo docente competente, capaz de fornecer um currículo
aos alunos de forma eficaz e contextualizada.68 O desenvolvimento do corpo
docente também precisará lidar com a grande variedade de experiência e
experiência do instrutor.
Colaboradores
O grupo de redatores gostaria de agradecer a Jasmeet Soar por sua contribuição
neste capítulo educacional.
Conflitos de interesse
RGdeclareshis roleasEditor da revista Trends inAnaesthesiaand Critical
Care, editor associado European Journal of Anaesthesiology. Ele relata
financiamento de pesquisa institucional.
JB declara seu papel de editor associado BMC e Notfall &
Rettungsmedizin.
JY declara bolsas de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde
e Conselho de Ressuscitação do Reino Unido.
AL relata sua função de consultor médico para a empresa de treinamento First
on Scene.
AS declara financiamento de pesquisa da UE para “Eu adquiro projeto de
segurança”. LP-K é acionista da Patientensicherheit.at OG.
FC declara propriedade parcial de uma empresa de treinamento em RCP e
materiais de simulação.
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