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DE ALIMENTOS
Aula Teórica 4
Sumario:
Temperatura (calor, frio)
Métodos de Conservação pelo calor
Bibliografia:
Conservação de Alimentos: Princípios e Metodologias. Págs. (54 – 77)
Autores: Fernando Lidon e Maria Manuela Silvestre
Efeito da temperatura:
Este é o factor ambiental que mais afeita da conservação dos alimentos. Existem
varias expressões matemáticas para relacionar a velocidade de deterioro com a
temperatura. O mais empregado é o factor Q10.
Q10 representa a razão obtida pelo aumento de velocidade das reações quando a
temperatura do sistema aumenta em 10ºC. Os valores de Q10 estão entre 2 – 5, mas
frequentemente é empregado o valor 2.
Um valor de Q10 = 2 indica que a velocidade enzimática é duplicada para cada 10ºC
de aumento de temperatura, até que ocorre a inactivação da enzima devido ao
próprio aumento de temperatura.
Onde:
T = temperatura (ºC)
ts = tempo de vida útil
Acordo com a Lei de Van’t Hoff, o aumento da velocidade da reação para uma
diferença de temperatura T diferente a 10ºC cumpre-se a relação:
ΔT t S ( T1 )
Q 10 10 =
t S( T2 )
Onde:
T = T2 – T1
ts (T1) = tempo de vida útil a T1
ts (T2) = tempo de vida útil a T2
Exemplo
Calcular o tempo de vida útil a 35ºC de um produto cujo valor de Q10 = 3 e a vida útil a
20ºC foi de 31 semanas.
A forma mais clássica de representar a velocidade de deterioro ou de reação em
função da temperatura é pela equação de Arrhenius:
Onde:
k = constante de velocidade de deterioro
k0 = factor de frequência (independente da temperatura)
Ea = energia de activação (kJ/mol)
R = constante dos gases ideais
T = temperatura absoluta (K)
A resistência das células é ainda maior no final da fase lag e menor durante o
crescimento logarítmico. Os esporos mais velhos (e, por acréscimo, desidratados) são
mais resistentes.
Neste processo, deve equacionar-se o material de que é feito o recipiente (o
aquecimento do vidro é mais lento comparativamente ao de um metal), assim como
as respectivas formas e dimensões (quanto maior for o recipiente, mais tempo o calor
demora a alcançar o centro do mesmo).
• Pasteurização
• Esterilização ou Apertização
• Branqueamento
• Tindalização
a) Pasteurização: Este método foi desenvolvido por Louis Pasteur em 1864. Aplica-
se quando temperaturas elevadas podem danificar o alimento, ou se apenas
pretende a destruição de enzimas e microrganismos patogénicos (bactérias
vegetativas, bolores e leveduras) ou competitivos (relacionados com processos
fermentativos). Adicionalmente, pode aumentar a vida de prateleira do alimento
(durante alguns dias como no caso do leite, ou por alguns meses como as frutas
enlatadas). Contudo, podem subsistir muitos organismos vivos capazes de se
multiplicar. Usam-se sistemas complementares de conservação acoplados à
pasteurização.
Há 3 tipos de pasteurização:
• pasteurização lenta: utiliza temperaturas menores durante um maior
intervalo de tempo (em torno de 65ºC durante cerca de 20 - 30 min, não
ocorrendo a destruição de esporos de bactérias). É adequado para pasteurizar
volumes pequenos.
• pasteurização rápida: (usualmente designada HTST – high temperature and
short time), na qual se aplicam elevadas temperaturas, durante curtos
intervalos de tempo (usualmente 72 - 75 ºC durante 15-20 s, não ocorrendo a
destruição de esporos de bactérias).
• pasteurização muito rápida: (geralmente conhecida por UHT – ultra high
temperature, visa a esterilização e consegue-se em autoclaves ou caldeiras de
vapor sob pressão), na qual as temperaturas utilizadas oscilam entre 130-150 ºC,
durante 3 – 5 s
• Valores D, Z, F
Valor D: Tempo de redução decimal. Pode ser definido como o tempo (min) a uma
dada temperatura, necessário para destruir 90% dos organismos de uma
população, ou para reduzir uma população a um décimo do número original.
Também pode ser definido como o tempo necessário para a curva atravessar um
ciclo logarítmico na escala de sobrevivência térmica. É especifico para cada
microrganismos e depende da temperatura.
A curva que expressa o valor D é chamada de “curva de sobrevivência térmica”.
t - t0
D=
log No - log N
Apesar dos dois últimos serem mais resistentes do que C. botulinum, eles não são
microrganismos patogénicos. Portanto, o microrganismo alvo será sempre o C.
botulinum, por ser o patogénico mais resistente.
Gráfico de Tempo de redução
decimal obtido a 3 temperaturas
diferentes.
T2 - T1
Z=
log(D T 1 / D T 2 )
FTZ = F12110 = Fo
F0 = D (log N 0 - log N)
Determinação da letalidade exigida pelo tratamento térmico para a qualidade do
produto.
É necessário conhecer:
a) Concentração da bactéria esporulada anaeróbia (mais termorresistente) que esta
presente na matéria-prima
b) Os parâmetros de termorresistencia de esta bactéria
c) Volume do embalagem que vai-se empregar
d) O “risco na estabilidade” que admite-se para o consumo da população.
S = N * 10 -t/D
Onde:
S = número de microrganismos sobreviventes depois do tratamento
N = número de microrganismos iniciais = C. V
t = tempo de tratamento necessário
D = valor D
C = concentração inicial de microrganismos
V = volume do embalagem empregado
S = N * 10 -t/D = C * V * 10 -t/D
C*V
t = D * log( )
S
Considera-se que o risco comercial é assumível si o valor S < 10, o que significa que o
risco comercial começa a ser assumível quando o número de embalagens defeituosos
é menor que 1 de cada 10 000.
Uma vez determinado este tempo deve ser comprovado se o valor F0 obtido é maior
de 3,6 para assegurar a saúde do consumidor.
Efeitos do calor nos alimentos
Proteínas:
O processo de desnaturação que inicia-se entre 50 – 55ºC e total aos 80ºC, (reduza-
se o tamanho da fibra muscular) pode alterar as proteínas além que pode melhorar
sua digestibilidade; pode haver perdida de aminoácidos devido as reacções de
Maillard sendo os mais susceptíveis os que contem enxofre e a Lisina.
Carboidratos:
São os constituintes mais estáveis ante o calor, a gelatinizacão do amido favorece
sua digestibilidade.
Lipídeos:
Especialmente os insaturados são susceptíveis à oxidação, sendo favorecido pela
alta temperatura e a formação de peróxidos. A oxidação associa-se à perdida de
qualidade que experimentam as proteínas e a inibição da atividade das vitaminas
lipossolúveis. Quando é muito elevada a temperatura, forma compostos amargos
(acrolema) que alteram o sabor e endurece as carnes.
Vitaminas e minerais:
As vitaminas mais sensíveis ao calor são o Ácido ascórbico (Vit C) e a Tiamina; as
vitaminas lipossolúveis são mais estáveis ao calor que as hidrossolúveis. Os minerais
mostram uma apreciável estabilidade frente ao calor.
Métodos para aplicação de calor
Podem ser:
• Diretos
• Indiretos
Esse ponto geometrico localizado na região que mas demora para esquentarse
conhece como “ponto frio” (PF) e é a region critica onde há muitas possibilidades
de que os microrganismos sobrevivam. Um tratamento termico que alcance esse
ponto garante que todos os demas pontos do alimento ou recipiente alcançaram
a mesma temperatura.
LIQUIDOS SOLIDOS
Nos sólidos, o ponto frio esta no centro geométrico do recipiente. Nos líquido, o ponto
frio esta próximo ao fundo do recipiente (aproximadamente 1/5 do fundo).