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Direito Penal I

Aula 4

dr. Muhamad Inguane


Estrutura da Apresentação

•Resumo da aula anterior


•Correção de exercícios
•Interpretação e integração da lei penal
Resumo da aula anterior (aula 3)

Fonte Referência ou exemplo de Dispositivo


CRM
CP (Tem 2 Livros: Livro I Disposições gerais; Livro II
Dos crimes em especial)
Lei Legislação criminal avulsa
•Coletânea de legislação penal…
•Regulamentos (Código e Regulamento do Código
de Estrada)…
•Diplomas ministeriais
•Posturas municipais
Costume Noção de pudor na descrição do TLC de Atentado
ao pudor
Jurisprudência Assentos do TS
Doutrina Obras de DP
Tratados/acordos internacionais Acordos sobre extradição de criminosos
Interpretação e integração da lei penal

De acordo com Da Silva (p. 264) para aplicar a lei é


sempre preciso entendê-la ou compreendê-la e é
nisso que consiste a interpretação…

A interpretação pode ser feita por vários sujeitos,


desde o legislador (interpretação autêntica),
passando pelo aplicador – juiz (interpretação
jurisprudencial) até desaguarmos nos cultores do
Direito (interpretação doutrinária).
Elementos de interpretação

• Para efeitos de interpretação da lei penal, Da Silva (p.


267) apresenta os seguintes elementos:
Elemento Gramatical Letra ou texto da lei

Elemento racional/teleológico
Elemento Lógico Elemento sistemático
Elemento histórico

• Estes elementos são tomados em consideração pelo


juiz (intérprete) ao aplicar a lei, naturalmente,
observando o principio da legalidade – principio
basilar do DP.
• A interpretação da lei penal observa proibições no
domínio do uso da interpretação extensiva e da
analogia para as normas incriminadoras – cfr. art.
18º do CP.

• Não se deve usar a interpretação extensiva para


qualificar certos actos como crimes – por força do
principio da legalidade/tipicidade. Mas quando o
facto já estiver qualificado como crime pode-se
interpretar extensivamente – em obediência ao
principio in dubio pro reo.
• Para o professor Eduardo Correia “a proibição da
interpretação extensiva diz unicamente respeito à
incriminação, ou seja, à qualificação dos factos como
criminosos”
• Com efeito, “salvo quando a lei expressamente o
afirma não há claramente razão nenhuma para
proibir a interpretação extensiva”
Integração da lei penal

• No que respeita às normas incriminadoras o DP não


tem lacunas (Da Silva, p. 270)
• A possibilidade de recurso à analogia como fonte de
incriminação só poderá ser excluída por uma
disposição expressa. Igualmente, nos casos de
enumeração taxativa não se pode recorrer a analogia
(Correia, p. 149) – Cfr. arts. 54º, 34º, 85º (86º,
123º…) CP (enumeração taxativa – principio da
legalidade)
Principio in dubio pro reo

• Segundo Correia (pp. 150 – 151) havendo dúvidas o


aplicador da lei deve apreciar os elementos que
conduzam à verdadeira vontade do legislador, numa
perspectiva que conduza à justiça.
• O principio in dubio pro reo estabelece que na
decisão de factos incertos a dúvida favorece o réu. É
um principio de prova que vigora em geral, isto é,
quando a lei não formula excepção (art. 173º
anotação 2, h) do Código de Processo Penal)
• Ferreira citado por Da Silva (p. 268) pleiteia que o
principio em alusão não tem a ver com a
interpretação das normas penais.
• Tal posição vai ao encontro de Da Silva ao sustentar
que estamos perante um principio inerente ao
Direito probatório.
Exercício

1. Rever os conceitos de interpretação extensiva e


analogia.
2. Aprofundar a abordagem da interpretação
extensiva e da analogia em DP.
3. Abordar, esgotadamente, o principio in dubio pro
reo.
FIM
Referências Bibliográficas

• ALVES Silva e RODRIGUES, Luís Barbosa (2006) Código


Penal e legislação Complementar de Moçambique.
Coimbra: Livraria Almedina
• CORREIA, Eduardo (2010) Direito criminal. Coimbra:
Livraria Almedina
• DA SILVA, Germano Marques (2001) Direito Penal
Português (2ª edição). Editorial Verbo
• GONÇALVES, Manuel Lopes Maria (2007) Código de
Processo Penal – Anotado e Comentado, Coimbra:
Livraria Almedina

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