Você está na página 1de 107

PARÂMETROS UTILIZADOS NA

AVALIAÇÃO DE PRODUTOS
AGROTÓXICOS E AFINS
Instrutores: Alberto José Centeno e
Maria Cristina Ribeiro Barreto Sampaio

Realização: CESIS – Soluções em


Regulamentação e Registro de Produtos
Ltda
24 e 25 de outubro de 2006 – São Paulo
Conteúdo Programático

Estrutura Organizacional do IBAMA.


Quem é quem no IBAMA/DIQUA/CGASQ.
Alguns aspectos legais:
 Definições da Lei n° 7.802/89
 Definições do Decreto n° 4074/02
 IN Conjunta n° 49/02
 Aspectos relevantes da Portaria IBAMA
n° 84/96
Conteúdo Programático

Testes e informações exigidos pela Portaria


IBAMA nº 84/96.
 Caracterização Físico-química
 Comportamento Ambiental
 Aspectos Ecotoxicológicos
 Aspectos além do escopo ambiental

Aspectos relacionados à Análise e Classificação


do Potencial de Periculosidade Ambiental de
Agrotóxicos e Afins.
Estrutura Organizacional do IBAMA
Estrutura Organizacional

IBAMA DIQUA

CGQUA

CGASQ

CCONP
COASP

Check-list Preservativos de Madeira

Avaliação RET
Remediação
Estrutura Organizacional

IBAMA - CGASQ

Avaliação Controle

Conseqüências ambientais Verificação de informações


Ações de controle interno
Quem é quem na....
Diretoria de Qualidade Ambiental - DIQUA

• Diretor: Márcio Rosa Rodrigues de Freitasde Freitas

CGASQ - Coordenação Geral de Avaliação e Controle de


Substâncias Químicas

•Coordenadora Geral: Adriana de Araújo Maximianode Freitas


Estrutura Interna da CGASQ

COASP - Coordenação de Avaliação de Substâncias e Produtos


Perigosos

Coordenadora: Dra. Kênia Godoy

Atribuições:
Check-list,
Avaliação (PPA, Pós-registro, Componentes, Baixa toxicidade,
REX, parte PM, Equivalência),
BPL
Estrutura Interna da CGASQ

CCONP - Coordenação de Controle Ambiental de Substâncias e


Produtos Perigosos
Coordenadora: Dra. Marisa Zerbetto

Atribuições:
• RET
• Preservativos de Madeira (parte)
• Remediadores
• Controle de Produção
Corpo Técnico da CGASQ

Avaliação/Controle Analistas Ambientais/tarefa


Check-list 4
RET 5
Pós-Registro 3
Baixa toxicidade 1
Remediadores 1
Componentes 1
Avaliação 6*
Equivalência 3*
Controle de Impurezas 1*
BPL 2*
REX 2*
Controle de Produção 1
Aspectos Legais a serem destacados

Lei n° 7.802/89

Art.1º - A pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagens rotulagem, o


transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a
utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e
embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização
de agrotóxicos, seus componentes e afins, serão regidos por esta Lei.

Art 3º - Os agrotóxicos, seus componentes e afins, de acordo com definição do


art. 2º desta Lei, só poderão ser produzidos, exportados, importados,
comercializados e utilizados, se previamente registrados em órgão federal, de
acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos
setores da saúde, do meio ambiente e da agricultura.
Aspectos Legais a serem destacados

... Proibições....

• § 6º Fica proibido o registro de agrotóxicos, seus componentes e afins:


• a) para os quais o Brasil não disponha de métodos para desativação de seus
componentes, de modo a impedir que os seus resíduos remanescentes provoquem
riscos ao meio ambiente e à saúde pública;
• b) para os quais não haja antídoto ou tratamento eficaz no Brasil;
• c) que revelem características teratogênicas, carcinogênicas ou mutagênicas, de
acordo com os resultados atualizados de experiências da comunidade científica;
• d) que provoquem distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor, de acordo
com procedimentos e experiências atualizadas na comunidade científica;
• e) que se revelem mais perigosos para o homem do que os testes de laboratório,
com animais, tenham podido demonstrar, segundo critérios técnicos e científicos
atualizados;
• f) cujas características causem danos ao meio ambiente.
Aspectos Legais a serem destacados

Definições contidas na Lei:

• Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, considerem-se:


• I – agrotóxicos e afins:
• a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou
biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no
armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas
pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas, e de outros
ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais,
cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de
preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos;
• b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes,
dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.
• II – componentes: os princípios ativos, os produtos técnicos,
suas matérias-primas, os ingredientes inertes e aditivos usados na
fabricação de agrotóxicos e afins.
Aspectos Legais a serem destacados

Decreto n°4074/02

Definições importantes:

Ingrediente Ativo ou Princípio Ativo (IA) - agente químico, físico


ou biológico que confere eficácia aos agrotóxicos e afins;
Aspectos Legais a serem destacados

Produto Técnico (PT) - produto obtido diretamente de matérias-primas


por processo químico, físico ou biológico, destinado à obtenção de
produtos formulados ou de pré-misturas e cuja composição contenha teor
definido de ingrediente ativo e impurezas, podendo conter estabilizantes
e produtos relacionados, tais como isômeros;

Produto Formulado (PF) - agrotóxico ou afim obtido a partir de produto


técnico ou de, pré-mistura, por intermédio de processo físico, ou diretamente
de matérias-primas por meio de processos físicos, químicos ou biológicos;
Aspectos Legais a serem destacados

Matéria prima – substância, produto ou organismo utilizado na obtenção


de um ingrediente ativo, ou de um produto que o contenha, por processo
químico, físico ou biológico.

Inertes, ingrediente inerte ou outro ingrediente - substância ou produto não


ativo em relação à eficácia dos agrotóxicos e afins, usado apenas como
veículo, diluente ou para conferir características próprias às formulações;

Impureza – Substância diferente do ingrediente ativo, derivada do seu


processo de produção.
Limites Máximos Toleráveis para Impurezas
Toxicologicamente Significativas

• Minuta de IN submetida ao CTA para discussão.

Exemplos de impurezas controladas:

N-nitrosaminas (0,5 ppm)


Dioxina total (0,01 ppm)
Hexaclorobenzeno –HCB (100 e 500 ppm)
Aspectos Legais a serem destacados

Art. 95, III


“ Fica instituído o Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos
com as seguintes competências:

III – elaborar, até 31 de dezembro de 2002, rotinas e procedimentos


visando a implementação da avaliação de risco de agrotóxicos e
afins”.
Aspectos Legais a serem destacados

Componentes - princípios ativos, produtos técnicos, suas matérias-


primas, ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de
agrotóxicos e afins;

**Adoção das listas do EPA

Produto Técnico Equivalente - produto que tem o mesmo ingrediente ativo


de outro produto técnico já registrado, cujo teor, bem como o conteúdo
de impurezas presentes, não variem a ponto de alterar seu perfil toxicológico
e ecotoxicológico;
Instrução Normativa Conjunta n° 49/02

Conteúdo importante:

Avaliação para registro de PT Equivalente observando critérios da FAO

5 bateladas de cada fabricante

Verificação da Equivalência
INSTRUÇÃO NORMATIVA
INTERMINISTERIAL Nº 49
DE 20 DE AGOSTO DE 2002
Dados necessários para completa caracterização
de um estudo de 5 bateladas:
• Completa caracterização do ingrediente ativo.
• Métodos de quantificação apresentando a metodologia completa, com todos os dados
brutos gerados.
• Subprodutos das várias etapas das reações;
• Descrição detalhada da formação das impurezas;
• Quantificação e caracterização das impurezas acima de 0,1% e das impurezas
toxicologicamente relevantes;
• Apresentação dos dados quantitativos em g/kg;
• Apresentação de um balanço de massa que seja superior a 98% ;
• Detalhamento dos métodos analíticos com limites de quantificação, precisão,
exatidão e completa descrição dos métodos;
• Utilizar a faixa de variação estabelecida pela EPA para as diversas faixas de
concentração do IA , isto é, se a concentração de um ingrediente for < 1% a variação
pode ser de + 10%; se a concentração do ingrediente for maior que 1% e menor que
20% (1%< I >20%) a variação não deve ultrapassar +5%; se a concentração do
ingrediente for maior que 20% a variação permitida é de + 3% (OPPTS 830.1750);
• Apresentar a memória de cálculo de cada metodologia;
Tendências no Processo de Avaliação da Equivalência

Testes “UP and Down”

Sugestão: não contratar testes simplificados


Tendências no Processo de Avaliação da Equivalência

5 bateladas da União Européia

Avaliação da Equivalência

NÃO Determina-se SIM


a Equivalência?

Avaliação de dados
adicionais
Toxicol. e ecotox.
Decisão positiva

Determina-se SIM
a Equivalência?

NÃO Decisão negativa


Inclusão de Novas Fontes

• Orientação pelos critérios FAO de Equivalência

• Nota Técnica do CTA


Aspectos Legais a serem destacados

Portaria n° 84/96

Proposta de Revisão

Principais pontos discutidos:

1. Solos
2. Retirada de testes das partes C e F
Testes e informações necessárias à
Avaliação do Potencial de
Periculosidade Ambiental de
produtos Agrotóxicos e Afins
Parte C

Testes para a caracterização Físico-química


C.1. Estado Físico, Aspecto E Odor

FINALIDADE: controle/fiscalização e reconhecimento primário do


produto.

-Estado do produto em temperatura ambiente.

-A metodologia não requer equipamento especial, além das habilidades do


técnico executante.

- Verificar condições favoráveis de iluminação e ventilação do ambiente.


C.2. Identificação molecular

Finalidade: É conhecimento da molécula, ou seja, determina sua fórmula molecular e


estrutural.

• Pede-se o teste com o ingrediente ativo, ao invés do produto técnico caso este
possua impurezas que possam mascarar a identificação molecular.

• Não são aceitas quaisquer metodologias para sua identificação. A portaria exige que
seja através de:

• Espectrometria de massa ou

• Ressonância magnética nuclear associada à espectrometria de infravermelho (estes


testes isoladamente não são suficientes para a caracterização da molécula).
C.2. Identificação molecular

A portaria não cita a espectrometria UV-VIS, entretanto várias empresas


enviam este teste, ele também não é um teste suficiente, contudo fornece
informações a respeito da possível fotodegradação da molécula.

Problema...
• Somente envio do IV
C3 – Grau de Pureza

** Parâmetro sugerido para ser retirado na revisão da Portaria 84/96


tendo em vista o estudo das 5 bateladas.
Ainda é requerido e deve ser enviado ao IBAMA
C.4. Impurezas metálicas

Finalidade: Verificar a possível presença de impurezas(metais)


toxicologicamente significativas nos produtos técnicos.

• Teste efetuado através de técnicas de absorção atômica, espectrometria de


indução por plasma, espectrometria de ativação neutrônica.

• A análise do teste compreende a identificação qualitativa e quantitativa dos


metais presentes no produto técnico.
C.4. Impurezas metálicas

-Requerido  durante o processo produtivo pode ocorrer o surgimento de


substâncias contendo As e outros metais (Hg, Pb, Cd, Cr, etc).

- Por isso, é necessário que o processo sintético seja altamente detalhado, uma
vez que estes metais ocorrem geralmente em catalisadores, que, quase sempre,
são omitidos na declaração da síntese da molécula.

-Outra possível fonte é o reator onde são realizadas as reações químicas.

O Enxofre normalmente possui altas concentrações de chumbo.


C.5. e C.6. Pontos de fusão e ebulição

Finalidade: Importante para se determinar a pureza e a identificação da


molécula.

• A presença de pequenas quantidades de impurezas comumente produz um


considerável aumento da faixa do ponto de fusão e causam o início da
fusão a uma temperatura mais baixa do que o da substância pura.

• Um ponto de fusão bem delineado é, usualmente, um indicador de alta


pureza. É razoável que tomemos um produto como puro, quando funde
numa faixa de ± 0,5 °C de variação de seu ponto de fusão/ebulição.
C.7. Pressão de vapor

Finalidade: Indicativo para a necessidade de outros testes (Tox. Inalatória e


Volatilidade). Também indicativo de deslocamento do produto no ambiente.

• “Pressão de vapor é a pressão exercida por um vapor quando está em


equilíbrio com a substância que lhe deu origem. Se a substância for colocada
numa câmara de vácuo, ela evapora-se até que se atinja a pressão de vapor do
líquido. A partir desse momento a substância deixa de evaporar”.
• Quanto mais volátil uma substância maior é a sua pressão de vapor, a uma
mesma temperatura, líquidos mais voláteis têm maior pressão de vapor,
entrando antes em ebulição.
• A mobilidade de uma substância no meio ambiente é definida como a
habilidade dela se mover dentro deste meio. Logo, um alto valor de pressão
de vapor indica que a substância será facilmente transportada para o ar. Ex.
Brometo de Metila.
C.8. Solubilidade/Miscibilidade

Finalidade: Fundamental para a definição de quase todos os outros testes, uma vez que
a maioria é realizada em água.

• A solubilidade de uma substância pode ser consideravelmente afetada pela presença


de impurezas, este dado é importante no momento de se comparar com a literatura.

• É importante verificar que se a molécula for pouco solúvel torna-se necessário o


uso de co-solventes nos testes da parte D.

• A solubilidade é indicativo da realização de testes em fluxo contínuo, semi-estático,


estático (atenção à formação de precipitados).
C.8. Solubilidade/Miscibilidade

- Para o fechamento do parâmetro solubilidade, usa-se o dado referente ao


resultado efetuado em pH = 7.

- Quando a molécula é pouco solúvel o teste de constante de dissociação pode


ser dispensado (< 1 mg/L).

- Dado importante para se ter idéia da polaridade de uma molécula, sua


constante de dissociação e possível hidrólise.

Substâncias químicas altamente solúveis em água, com algumas exceções como


o glifosato, tendem a apresentar baixos coeficientes de adsorção em solos e
sedimentos devido à baixa afinidade aos colóides do solo, principalmente os
colóides orgânicos, logo podem lixiviar e atingir águas subterrâneas.
C.9. pH

Finalidade: Pode ser útil na determinação de corrosividade. Moléculas


muito ácidas ou básicas são corrosivas (comparar com o teste de
corrosividade).

Teste facilmente efetuado normalmente com o uso de pHmetros.

Indicativo para testes da parte F como F.3.4 – Irritação cutânea primária e F.4
– Irritação ocular a curto prazo (coelhos) são dispensados se substância
possuir pH < 2 ou > 11,5.
C.10. Constante de dissociação em meio aquoso

Finalidade: Importante para se prever o comportamento da molécula quanto a


seu transporte no meio ambiente, pois moléculas que se dissociam se
adsorvem ao solo mais facilmente, portanto tendem a não atingir águas
subterrâneas.

• A determinação da constante de dissociação requer a medida de concentração


das formas dissociadas e não dissociadas da substância química. A partir do
conhecimento estequiométrico da reação se estabelece a constante. Expressa
as diferentes tendências que as reações têm para acontecer.

• Para que o teste seja efetuado a molécula deve ser solúvel em água (>1
mg/L).
C.11. Constante de formação de complexos com
metais em meio aquoso

Finalidade: Avaliar formação de complexos e metais (Cd, Pb, Cr, Co , etc.) e


diferentes características que impliquem na variação dos parâmetros
mobilidade, toxicidade e biodisponibilidade no meio ambiente.

Complexos metálicos insolúveis tornam-se menos móveis e biodisponíveis,


participando muitas vezes de restritas cadeias alimentares.

Teste realizado por polarografia para verificar a estabilidade de complexos


formados com metais. Esta técnica exige que a molécula apresente
solubilidade em água (> 10-5 moles/L). Além disso o método aplica-se a
substâncias puras.
C.12. Hidrólise

Finalidade: A meia-vida hidrolítica da molécula fornece informações sobre sua


persistência  principal rota de degradação no meio ambiente aquático e
indiretamente no solo.

• Avaliar o comportamento do produto em presença de soluções tampão em


pH 4; 7 e 9 e temperatura definida, medindo a taxa de degradação do
composto principal e identificando os produtos de degradação.

• Caso a molécula seja hidrolisável é necessário identificar o(s) produto(s) de


degradação.

• O produto de degradação pode apresentar persistência diferente  a


classificação pode ser dada considerando-se o produto de degradação, caso
permaneça com o grupo químico característico da atividade ou tenha
toxicidade significativa.

• Normalmente identificam-se produtos de degradação presentes que


representam mais do que 10% do total de produtos degradados.
C.12. Hidrólise

FATORES IMPORTANTES QUE DEVEM CONSTAR NO


RELATÓRIO:

1) Condições de esterilização dos materiais usados, pois a


molécula pode ser degradada por microrganismos presentes,
afetando os resultados do estudo;

2) Manutenção do pH e da temperatura durante todo o


experimento, pequenas variações nestes parâmetros podem
alterar enormemente o resultado da reação;

3) A reação deve ser feita sem exposição luminosa, visto que a


degradação fotolítica pode ocorrer;
C.12. Hidrólise

...FATORES IMPORTANTES QUE DEVEM CONSTAR NO


RELATÓRIO:

4) Co-solvente (acetonitrila ou etanol)

5) Tampões utilizados não podem ser nucleofílicos, pois podem catalisar a


reação;

6) Verificar se a concentração usada no experimento está de acordo com a


solubilidade da molécula, a solução deve ser homogênea;

7) Quando no teste preliminar, efetuado a 50 °C, nos pH’s entre 4 e 9,


houver menos de 10% de reação, a substância é considerada estável
hidroliticamente.
C.12. Hidrólise

- Tampões não podem ser nucleofilicos

Tampões Nucleofílicos: substâncias com elétrons


disponíveis, ligam-se a uma parte positiva deficiente de
elétrons da molécula.
C.12. Hidrólise

Alguns problemas comuns apresentados nos relatórios de testes:

• Ausência de memória de cálculo (espectros, detalhamento....)

• Importância da identificação dos produtos de degradação


C.13. Fotólise

Finalidade: A meia-vida fotolítica da molécula fornece informações sobre sua


persistência.

• Verificar a estabilidade da amostra quando exposta a irradiação de diferentes


comprimentos de onda, na presença e ausência do fotosensibilizadores,
determinando a meia-vida fotolítica, em meio aquoso ou em solo.
C.13. Fotólise

- Caso a molécula seja fotolisável é necessário que se identifique o(s) produto(s)


de degradação, uma vez que este(s) pode(m) ter persistência diferente, desta
forma a classificação pode ser dada considerando-se o(s) produto(s) de
degradação, caso ele permaneça com o grupo químico característico da atividade
ou tenha toxicidade.

- Normalmente identificam-se os produtos de degradação presentes que


representam mais do que 10% do total de produtos degradados.

- O teste pode ser efetuado sob lâmpada de arco de xenônio (recomendado) ou luz
solar.
C.13. Fotólise

FATORES DE RELEVANTE IMPORTÂNCIA PARA VERIFICAÇÃO:

1) Condições de esterilização do experimento, pois a molécula pode ser


degradada por microrganismos afetando os resultados do estudo;

2) Manutenção do pH e da temperatura durante todo o experimento, pequenas


variações nestes parâmetros podem alterar o resultado da reação;

3) Deve-se acompanhar a reação no escuro (controle), para se certificar de que o


resultado não é devido à hidrólise. O teste deve ser conduzido em pH onde a
velocidade de hidrólise é minimizada. Caso a molécula seja hidroliticamente
instável (meia-vida < 1 dia) nos pH’s ambientalmente relevantes (de 4 a 9),
recomenda-se fazer o teste com os produtos de degradação.
C.13. Fotólise
FATORES DE RELEVANTE IMPORTÂNCIA PARA VERIFICAÇÃO:

4) Não aplicável a moléculas altamente voláteis, entretanto pode ser efetuado


com as precauções necessárias;

5) Pode ser efetuado na presença de co-solventes, entretanto estes não podem


sofrer fotólise, pois podem originar degradação fotolítica indireta na molécula
alvo;

6) Tampões utilizados não podem ser nucleofílicos, pois podem catalisar a reação

7) Verificar se a concentração usada está de acordo com a solubilidade da


molécula, a solução deve ser homogênea;

8) Concentração da molécula não deve exceder metade de sua solubilidade.


Quando um co-solvente é utilizado não deve exceder 1% do volume na solução
teste. Nunca estar acima de 10% do volume.
C.14. Coeficiente de Partição (Octanol/Água)

Finalidade: Verificar a tendência de um produto se concentrar em substâncias


orgânicas

• O coeficiente de partição (P ou K) é a razão das concentrações, em equilíbrio,


de uma substância dissolvida em um sistema de duas fases, ou seja, em dois
solventes imiscíveis. No caso 1-octanol e água. É um valor adimensional e
geralmente é dado na forma logarítmica (logPow ou logKow).

• Kow = Concentração na fase 1-octanol


Concentração na fase aquosa
C.14. Coeficiente de Partição (Octanol/Água)

- Parâmetro importante quanto ao destino das moléculas no meio ambiente,


especialmente na cadeia trófica.

- O transporte de uma substância química no solo depende, entre outros fatores,


da sua afinidade hidrofílica ou lipofílica. Quando possuem logKow > 2, tendem a
se acumular nos materiais lipídicos, assim como na fração orgânica do solo.

-Substâncias químicas hidrofílicas são mais solúveis em água. Não são retidas
pelos materiais orgânicos, apresentando baixa adsorção no solo/sedimento.

-O experimento deve ser feito a 20-25°C.

- Substâncias com Kow < 10 não acumulam em células vivas.


- Substâncias com Kow > 106 tenderão a acumular.
C.15. Densidade

Finalidade: Permite estimar a distribuição da substância dentro e entre os


compartimentos ambientais: água, solo e ar.

• A densidade de uma substância é o quociente da sua massa pelo seu volume.

• A densidade é expressa em Kg/m3 ou g/cm3.

• Dado importante para permitir o fechamento do balanço de massa (composição quali-quantitativa).

• Permite a conversão de massa e volume.


C.16. Tensão Superficial de Soluções

Finalidade: Avaliar a atividade superficial do produto.

• Determinar o potencial de modificação da tensão superficial da água


pela dissolução de um produto.

• Teste importante e útil no preparo das formulações


C.17. Viscosidade

Finalidade: A importância da viscosidade de uma substância em


termos ambientais situa-se no fato de sua penetração em solos,
podendo atingir o lençol freático. Aliado a essa medida encontram-se
os itens tensão superficial, solubilidade e molhabilidade, pois a
viscosidade de um fluído não pode ser considerada simplesmente de
forma isolada.

• Teste solicitado somente para produtos líquidos.


C.18. Distribuição de Partículas por Tamanho

Finalidade: Verificar a possibilidade do produto ser inalado.

• A determinação do tamanho das partículas é um estudo importante para a informação sobre o


transporte e sedimentação de partículas no ar e na água. É também importante para se identificar o
potencial de perigo causado por inalação ou ingestão.

Indicativo para a realização do teste F2, Toxicidade Inalatória Aguda para ratos. Solicitado para
produtos com tamanhos de partículas < 5µ.
C.19. Corrosividade

Finalidade: Prevenção de possíveis avarias em equipamentos,


materiais de estoque, embalagens, prevenção de acidentes no
transporte de acidentes, etc.

• Determinar o grau de corrosividade do produto teste ao material


de acondicionamento e aplicadores (plásticos, metais diversos,
etc.). Os valores obtidos devem ser através de gravimetria ,
além do teste visual.
C.20. Estabilidade Térmica e ao Ar

Finalidade: Fornecer informações a respeito da estabilidade da molécula,


auxiliando, dessa forma, o entendimento de seu comportamento em outros
testes ou em condições de estoque.

• O teste geralmente feito é em 14 dias a 54 °C, onde após este tempo,


através de metodologia analítica adequada, verifica-se possíveis
modificações ou decomposições do ingrediente ativo.
Outros testes ...

• Propriedades Oxidantes,
• Volatilidade,
• Ponto de Fulgor …
• Retirada Sugerida na revisão da Portaria IBAMA n° 84/96
Parte D

Testes de avaliação da Toxicidade para


organismos não-alvo
D.1 Toxicidade para Microrganismos do Solo

Finalidade: Teste solicitado para avaliar a respiração / nitrificação dos


microrganismos do solo envolvidos na ciclagem de Carbono e
Nitrogênio.

• Como o teste tem duração de 28 dias, a soma das reações ocorridas pode
ser medida nos solos controle (não tratados) como uma progressiva
perda da biomassa microbiana metabolicamente ativa.
• Os dados do teste são usados para estabelecer uma curva dose-resposta e
calcular os valores de CEx, aonde x é definido como % de efeito.
• Quando os resultados apresentam diferenças nas taxas de respiração e
nitrificação entre tratamento e controle menor que 25%, o produto será
avaliado como não possuindo influência na transformação do carbono ou
do nitrogênio no solo testado.
D.2. Toxicidade para Algas

Finalidade: Avaliar a toxicidade do produto sobre o crescimento de uma


cultura de algas. As algas representam o organismo produtor primário no
ambiente aquático.

• Concentração celular: células/mL;

• Crescimento: aumento da concentração celular em um período;

• CE50: Concentração efetiva da substância teste que causa 50% de redução no


crescimento ou na taxa de crescimento, relativo ao controle.
• Espécies utilizadas: Pseudokirchneriella subcapitata (antiga
Selenastrum capricornutum), Scenedesmus subspicatus, Chlorella
vulgaris.

Duração: 72 horas a 96 horas


• TABELA PARA AVALIAÇÃO DE ORGANISMOS AQUATICOS

Tabela 1 – Organismos Aquáticos

CL50/CE50 (mg/l) (ppm) Fator Classificação

x  100 4 Pouco Tóxico

10  x < 100 3 Medianamente Tóxico

1  x < 10 2 Muito Tóxico

0x<1 1 Altamente Tóxico


D.3. Toxicidade para Organismos do solo (minhocas)

Finalidade: Avaliar a toxicidade do produto a minhocas, excluindo


substâncias voláteis.

• Validação do teste: A taxa de mortalidade no controle não deve exceder


10% ao fim do teste.

• Organismo mais testado: Eisenia foetida, peso: 300 – 600 mg.

• Duração: 14 dias (com avaliação da mortalidade nos dias 7 e 14), no 7º dia as


minhocas e o meio são trocados de recipiente, qualquer sintoma/alteração é
registrado.

- Resultado: CL50.
• TABELA PARA AVALIAÇÃO DE ORGANISMOS DO
SOLO (MINHOCAS)

Tabela 3 – Organismos do Solo

CL50 (mg/kg) Fator Classificação

x  1000 4 Pouco Tóxico

100  x < 1000 3 Medianamente Tóxico

10  x < 100 2 Muito Tóxico

0  x < 10 1 Altamente Tóxico


Tabela adaptada de Robert and Dorough (1993)
D.4. Toxicidade para Abelhas
Finalidade: determinar a toxicidade da substância-teste para abelhas (Apis mellifera).

• Substância-padrão para o controle positivo: dimetoato cuja DL50 (24h) = 0,10


a 0,30 μg da substância/abelha. Pode-se usar outras substâncias-referência.

• Se a mortalidade aumentar mais de 10% entre 24 e 48 horas, a duração deve


ser extendida a um máximo de 96 horas, o controle (negativo) não deve
exceder 10% de mortalidade.
• TABELA PARA AVALIAÇÃO DE TESTES (CONTATO) COM
ABELHAS

Tabela 4 – Abelhas

Dose Fator Classificação


(g/abelha)

x  10,0 4 Pouco Tóxico

1,0  x <10,0 3 Medianamente Tóxico

0,1  x < 1,0 2 Muito Tóxico

0  x < 0,1 1 Altamente Tóxico


D.5.1. Toxicidade Aguda para Microcrustáceos

Finalidade: Determinar a concentração efetiva inicial média, CE 50, 48 horas, da


substância teste em indivíduos jovens que cause imobilidade a 50% dos
organismos.

• Imobilidade: Aqueles animais que não conseguem nadar dentro de 15


segundos após agitação branda.

• No controle, menos de 10% dos microcrustáceos podem estar imóveis


ou boiando;

• O resultado CE50 deve ser acompanhado do intervalo de confiança


determinado estatísticamente e expresso em mg/L.

• Espécies utilizadas: Daphnia magna ou D. similis ou outra espécie do


gênero Daphnia, com idade menor ou igual a 24 horas.

A norma ABNT 12713 para toxicidade aguda com Daphnia spp, restringe os testes para
substâncias químicas solúveis ou dispersas em água.
• TABELA PARA AVALIAÇÃO DE ORGANISMOS
AQUATICOS

Tabela 1 – Organismos Aquáticos

CL50/CE50 (mg/l) (ppm) Fator Classificação

x  100 4 Pouco Tóxico

10  x < 100 3 Medianamente Tóxico

1  x < 10 2 Muito Tóxico

0x<1 1 Altamente Tóxico


D.5.2. Toxicidade Crônica para Microcrustáceos

Finalidade: o número total de “filhotes” vivos produzidos por “progenitores”


vivos é avaliado (o que significa que a progênie produzida por adultos que
morrem durante o teste é excluída do cálculo da CE50).

• A mortalidade dos pais (Daphnia fêmeas) não deve exceder 20% ao fim do
teste;
• A média de filhotes vivos por fêmea sobrevivente ao fim do teste deve ser
maior ou igual a 60%.
• Espécie: Daphnia magna
• Devem ser utilizadas fêmeas jovens, com idade inferior a 24 horas.
• Duração do teste: 21 dias
D.6.1. Toxicidade Aguda para Peixes

Finalidade: Determinação da concentração efetiva letal à 50% dos


organismos.

• A mortalidade nos controles não deve exceder 10%;

• Pode-se utilizar o fluxo contínuo, semi-estático ou estático a depender da


solubilidade do produto;

• A concentração da substância-teste deve ser ao menos 80% da concentração


nominal ao longo do teste. Se a variação for maior que 20%, os resultados
devem basear-se na concentração medida.
D.6.1. Toxicidade Aguda para Peixes

Espécies mais testadas:


Danio rerio (*)
Pimephales promelas (*)
Cyprinus carpio
Poecilia reticulata
Lepomis macrochirus
Oncorhyncus mykiss (*)

•Duração: 96 horas (preferivelmente)

• Taxas de mortalidade avaliadas a 24, 48, 72 e 96 horas

• Concentração da substância-teste que mata 50% (CL50) deve ser determinada


• TABELA PARA AVALIAÇÃO DE ORGANISMOS
AQUATICOS

Tabela 1 – Organismos Aquáticos

CL50/CE50 (mg/l) (ppm) Fator Classificação

x  100 4 Pouco Tóxico

10  x < 100 3 Medianamente Tóxico

1  x < 10 2 Muito Tóxico

0x<1 1 Altamente Tóxico


D.6.2. Toxicidade Crônica para Peixes

Finalidade: Efeitos letais e subletais são registrados e comparados com


o controle para determinar a concentração mínima com efeito observável
e a concentração máxima sem efeitos observáveis e o valor crônico que
é a média geométrica do CENO (NOEL) e CEO (LOEL).

• São utilizadas larvas de peixes recém eclodidas


• Tempo: 7 dias
• São avaliados parâmetros: sobrevivência e/ou crescimento.
D.7. Bioconcentração em Peixes

Finalidade: Avaliar o grau de bioconcentração em organismos vivos utilizando


peixes como modelo.

• Fator de Bioconcentração (FBc): Razão entre a concentração da substância teste


no organismo e a concentração da mesma na água.

• O teste com 2 fases: exposição e pós-exposição (fase de depuração).

• Durante a exposição, grupos separados de uma espécie são expostos a pelo


menos duas concentrações da substância-teste.
D.7. Bioconcentração em Peixes

- A fase de exposição tem duração de 28 dias, ou até que se demonstre que o


equilíbrio foi alcançado. Caso não se alcance o equilíbrio dentro dos 28 dias, a
fase de exposição é extendida até que o equilíbrio seja alcançado, até o limite
máximo de 60 dias.

O IBAMA requer o teste a partir de log kow =2 e, internacionalmente, a


partir de log kow=3
• TABELA PARA AVALIAÇÃO DA
BIOCONCENTRAÇÃO

Tabela 2 – Bioconcentração

IV – Pouco ou Não Quando a concentração da substância no


Bioconcentrável peixe todo é igual ou menor do que 10 vezes
a concentração da substância na água (FBC
 10).
III – Medianamente Quando a concentração da substância no peixe
Bioconcentrável todo é maior do que 10 e menor ou igual a 100
vezes a concentração da substância na água
(10 < FBC  100).
II – Muito Bioconcentrável Quando a concentração da substância no peixe
todo é maior do que 100 e menor ou igual a 1000
vezes a concentração na água
(100 < FBC  1000).
I – Altamente Quando a concentração da substância no peixe
Bioconcentrável todo é maior do que 1000 vezes a concentração
na água (FBC > 1000).
D.8.1. Toxicidade Aguda para Aves

Finalidade: Determinar a CL50 para aves

• Espécies utilizadas: Northern bobwhite, Colinus virginianus e Mallard duck,


Anas platyrhynchos, bobwhite quail, Codorna japonesa, Coturnix japonica.

• Devem ser usados, no mínimo, 10 aves para cada concentração testada e para o
controle.

• Duração: 14 dias de observação após a administração da substância-teste.

• Se mortes ocorrerem nos últimos 3 dias do período de observação, se os sinais


de intoxicação não recuarem claramente ou se efeitos retardados da substância-
teste são esperados, o período de observação deve ser extendido em até, pelo
menos, 21 dias ou até que os efeitos não sejam observados por 72 horas.
• TABELA PARA AVALIAÇÃO DE AVES DOSE ÚNICA

Tabela 5 – Aves Dose Única Tabela 6 – Aves Dieta

DL 50 (mg/kg) Fator Classificação CL50 (ppm) Fator Classificação

x  2000 4 Pouco Tóxico x  5000 4 Pouco Tóxico

Medianamente Medianamente
500  x < 2000 3 1000  x < 5000 3
Tóxico Tóxico

50  x < 500 2 Muito Tóxico 500  x < 1000 2 Muito Tóxico

Altamente Altamente
0  x < 50 1 0  x < 500 1
Tóxico Tóxico
D.8.2. Toxicidade Crônica para Aves - Dieta

• Limitantes:
• Não pode ser utilizado para substâncias altamente voláteis;
• A substância deve possuir características que permitam uma mistura
uniforme com a dieta.

• Mortandade e sinais de toxicidade são registrados diariamente.

• Se houver mortes e sinais de toxicidade nos dias 7 e 8, sem sinais de


redução no 8º dia, o teste deve ser prolongado até que se tenha 2 (dois) dias
sem morte ou sinais de toxicidade, com limite máximo de 21 dias.
D.8.3. Reprodução em Aves

• Teste semelhante aos da Parte G

• Condicionalmente Requerido quando a CL50 (dieta) for < ou = a 1000


mg/Kg.
• TABELA PARA AVALIAÇÃO DE AVES (DIETA)

Tabela 5 – Aves Dose Única Tabela 6 – Aves Dieta

DL 50 (mg/kg) Fator Classificação CL50 (ppm) Fator Classificação

x  2000 4 Pouco Tóxico x  5000 4 Pouco Tóxico

Medianamente Medianamente
500  x < 2000 3 1000  x < 5000 3
Tóxico Tóxico

50  x < 500 2 Muito Tóxico 500  x < 1000 2 Muito Tóxico

Altamente Altamente
0  x < 50 1 0  x < 500 1
Tóxico Tóxico
PROBLEMAS COM TESTES DA PARTE D

Avaliação estatística dos gráficos que demonstram os resultados


obtidos nos testes com organismos não-alvo
PROBLEMAS COM TESTES DA PARTE D

Testes com organismos aquáticos

• Concentração efetiva;
• Uso de co-solventes a depender da solubilidade;
• Fluxo estático/semi-estático/contínuo também a depender
da solubilidade e hidrólise

Dificilmente os testes são realizados em fluxo contínuo;


Grande maioria é realizado em semi-estático
Parte E

Comportamento no solo
Biodegradação / Mobilidade/Dessorção/Adsorção

• Definições:

– Biodegradação: Medir a degradação ou mineralização da substância pela


avaliação de metabólitos ou o desprendimento do Carbono marcado da
molécula.
– Mobilidade: É baseada na capacidade de arraste pela água de uma
substância nas camadas do solo.
– Dessorção: Processo físico-químico de desconcentração de um soluto da
superfície adsorvente, voltando para o solvente (solução do solo, por
exemplo).
– Adsorção: Processo físico-químico de concentração de um soluto na
superfície de um adsorvente ou melhor, na interface entre duas fases.
Biodegradação / Mobilidade/Dessorção/Adsorção

– Metodologias mais utilizadas para a Biodegradação:


1) Tempo de ½ vida
2) Evolução de CO2

- 3 tipos de solos exigidos: (Art. 40 Port 84/86)


“LVE, GH, LR”
-Camada de solo testada – 0 a 20 cm

Na Avaliação Ambiental leva-se em conta o comportamento do LVE,


porém, para a realização de uma Análise de Risco mais abrangente,
considera-se também os outros tipos de solos.
Biodegradação / Mobilidade/Dessorção/Adsorção

• Revisão da Port. 84/96

• Solos segundo a nova nomenclatura recomendados pelo IBAMA


• Latossolos
• Neossolos Quartzarênicos
• Argissolos
• Gleissolos
Biodegradação / Mobilidade/Dessorção/Adsorção

Distribuição dos tipos de solos pelos principais Biomas dos país

Biomas / Tipos de L P RQ G F S C M N A outros


Solos (%)
Cerrado 46 15 15 24

Mata Atlântica 28 34 7 17 18

Floresta Amazônica 40 35 7 18

Pantanal 45 40 10

Caatinga 20 15 35 30

Mata Araucária 40 50 10

Campos Sulinos 50 10 30 10

L = Latossolos, P=Agrissolos, RQ=Neossolos Quartzarênicos, G=Gleissolos, F=Plintossolos, S=Planossolos,


C=Cambissolos, M=Chernossolos, N=Nitossolos, A=Alissolos
Biodegradação / Mobilidade/Dessorção/Adsorção

Caracterização dos solos a serem utilizados para a realização dos testes de


biodegradação, mobilidade e adsorção/dessorção:

pH pH pH CO Argila Densidade Porosidade


(H2O) KCl g Kg-1 g Kg-1 g/cm3 (%)
Latossolos
4,9 a 5,3 3,8 a 4,8 -0,6 a -1,1 15 a 40 580 a 700 1,1 a 1,5 50 a 65
Argissolos
6,0 a 6,5 5,5 a 6,0 -0,2 a -0,6 25 a 40 400 a 550 1,4 a 1,8 50 a 65
Neossolos Quartzarênicos
4,8 a 5,6 4,3 a 4,9 -0,3 a -0,7 2 a 10 50 a 120 1,3 a 1,6 40 a 55
Gleissolos
3,5 a 5,1 3,0 a 4,7 -0,4 a -0,6 50 a 100 300 a 500 0,8 a 1,0
Biodegradação / Mobilidade/Dessorção/Adsorção

Metodologia utilizadas nos testes de Mobilidade:


1) Placas: testes que admitem a classificação do PPA
2) Colunas: não admite a classificação do PPA. No entanto, são melhores para
a previsibilidade de comportamento do produto.

Proposta de Tabela para a Classificação do PPA:

Lixiviação na Coluna Classe


Até 10 cm Pouco móvel
Até 20 cm Medianamente móvel
Até 30 cm Muito móvel
Atividade no Lixiviado Altamente móvel
Parte F
Toxicidade para animais superiores
Comentários relativos aos testes da Parte F

Testes fundamentalmente voltados para a área de saúde, visando o aspecto


ocupacional (trabalhador).

Para a avaliação ambiental de substâncias químicas são utilizados os resultados


dos testes agudos, a curto prazo.

Problema a ser enfrentado:


Com a tendência da diminuição do uso de animais em testes, os testes “Up and
Down” são testes reduzidos, nunca permitindo uma comparação com testes
anteriores, mais completos. A tendência dos resultados é uma classificação pior
dos produtos, demonstrando uma situação mais restritiva.
Testes requeridos pelo IBAMA na Parte F

• F.1.1.1 – Aguda para ratos


• F.1.1.2 – Aguda para ratos doses repetidas
• F.1.2 – Curto prazo para ratos (condicionalmente requerido quando a
DL50 oral for < ou = 50 mg/Kg para sólidos ou < ou = 200 mg/Kg para
líquidos
• F.1.3 – Curto prazo para cães (condicionalmente requerido/bibliografia)
• F.1.5 – Metabolismo e via de excreção (bibliografia)
• F.2 – Toxicidade inalatória aguda para ratos
• F.3.1 – Toxicidade cutânea aguda para ratos
• F.3.4 – Irritação cutânea primária
• F.4 – Irritação ocular a curto prazo para coelhos
Tabela de Classificação baseada na intoxicação aguda

Classe DL50 oral DL50 dérmica Inalatória Lesões oculares Lesões dérmicas
mg/kg mg/kg mg/l/h

Líquido Sólido Líquido Sólido

Substâncias que As substâncias que


provocam opacidade provocam corrosão ou
na córnea ou irritação ulceração na pele dos
I ≤ 20 ≤5 ≤ 40 ≤ 10 ≤ 0,2 persistente nas animais testados.
mucosas oculares,
independente da
reversibilidade.

Substâncias que não As substâncias que


provocam opacidade provocam irritação
> 20 >5 > 40 > 10 > 0,2 na córnea, mas severa, ou seja,
II a a a a a provocam irritação obtenham um escore ≥
≤ 200 ≤ 50 ≤ 400 ≤ 100 ≤2 reversível dentro de 7 5 na pele dos animais
dias na mucosas testados - Método
oculares. Draize e Cols

Substâncias que não As substâncias que


provocam opacidade provocam irritação
> 200 > 50 > 400 > 100 >2 na córnea mas moderada ou um
III a a a a a provocam irritação esocore ≥ 3 e < 5 na
≤ 2000 ≤ 500 ≤ 4000 ≤ 1000 ≤ 20 reversível dentro de pele dos animais
72 horas nas testados - Método
mucosas oculares. Draize e Cols.

Substâncias que não As substâncias que


provocam opacidade provocam irritação
> 2000 > 500 > 4000 > 1000 > 20 na córnea mas leve ou um escore
IV provocam irritação < 3 na pele dos
leve reversível dentro animais testados -
de 24 horas nas Método Draize e Cols.
mucosas oculares.
Parte G

Potencial Genotóxico, Embriofetotóxico e


carcinogênico
EFEITOS CRÔNICOS

• TESTES:

• Mutagênese;

• Embriofetotoxicidade;

• Teratogênese;

• Reprodução;

• Carcinogenicidade
G.1.1 e G.1.2 – MUTAGÊNESE

Finalidade: verificar a ação genotóxica sobre um material genético


diretamente no DNA, ou no conjunto cromossômico.

• Teste “in vitro” em procariontes – Teste de Ames

• Teste “ in vivo” em camundongos – Teste de Micronúcleo

Realizada avaliação de PPA e não uma Avaliação de Risco


G2.1 - EMBRIOFETOTOXICIDADE E
TERATOGÊNESE

Finalidade: verificar o efeito tóxico do produto, em mamíferos, durante


a organogênese e sua possível extrapolação para a espécie humana.

• Testado para 2 espécies: ratos e coelhos.

• Análise complexa

Podem ser usados com uma avaliação de risco própria tendo em vista
a saúde humana.
G 2.2. REPRODUÇÃO

Finalidade: verificar o efeito tóxico do produto em outros aspectos da


reprodução tais como fertilidade , fecundação, etc..,

• 1 espécie – Rato
• Envolve 3 gerações:
• - os pais (P1 ou F0)
• - os filhos (F1)
• - os netos (F2)

Teste longo, envolve muitos animais e sua análise é muito


complexa.
G.3 – CARCINOGENICIDADE

Finalidade: verificar a ação cancerígena de produtos de forma


generalizada.

2 espécies – Rato e Camundongo

• Avaliação de risco só tem sentido para a saúde humana.

Teste mais polêmico


TABELA PARA FECHAMENTO DO PRODUTO
TRANSPORTE PERSISTÊNCIA BIOACUMULAÇÃO DIVERSOS ORGANISMOS
Solubilidade Hidrólise log Kow Microrganismos Classe

Mobilidade Fotólise FBC Minhocas:

Adsorção Biodegradabilidade Microcrustáceos


Agudo:

TOTAL TOTAL TOTAL Algas

X2 X2
Peixes
agudo:

Aves
dose única:
dieta:

Abelhas

DL50 oral (mamíferos)

CL50 inalatória

DL50 dérmica

Irritação/corrosão dérmica

Irritação/corrosão ocular
S
Transporte Persistência Bioacumulação Microorganismos
I
Solubilidade IV Hidrólise I CeN IV
S
Minhocas III
T Mobilidade III Fotólise I FBC III
Classe III
E Adsorção IV Biodegradação I
M
Microcrustáceos III
A
Classe IV Classe I Classe III Algas III

D
Peixes I
E Classe II
IV+(2*I)+ (2*III)+III+II+I+IV+IV = 25.
Aves I
C
Abelhas II
L
A
Classe I
Classe II- Produto Muito Perigoso ao Meio Ambiente.
S Mamíferos
S DL 50 oral III
I
Este produto é Altamente Persistente no meio ambiente.
CL50 inalat. IV
F
Este produto é Altamente Tóxico para peixes. DL50 cut. IV
I
C
Classe IV
Este produto é Altamente Tóxico para aves.
A Irrit. Cutanea IV
Ç Irrit. Ocular IV
Ã
Classe IV
O
Tabela de Classificação do Potencial de
Periculosidade Ambiental

CLASSE I (Altamente Perigoso): A soma dos parâmetros variar de 11 a 19.

CLASSE II (Muito Perigoso): A soma dos parâmetros variar de 20 a 27.

CLASSE III (Perigoso): A soma dos parâmetros variar de 28 a 34.

CLASSE IV (Pouco Perigoso): A soma dos parâmetros variar de 35 a 40.


a çã o
a m it
a t r
i za r A …
o ti m A M
p a ra o IB
tã o s o s n
e s es
Sug os proc
d
Pré-avaliação dos produtos que podem
representar alguma preocupação ambiental.
Contato para cursos e consultorias
contato@cesis.bio.br
centeno@cesis.bio.br
cristina@cesis.bio.br

SCLN 111 Bloco D Sala 105 / Brasília – DF – 70754-540


Fone/Fax: (61) 3032-3793
www.cesis.bio.br

Você também pode gostar