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Mensagem

Poema
«D. Sebastião»
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Iluminura de D. Sebastião
recém-nascido,
na obra Sentenças para
a ensinança e doutrina
do príncipe (1554).
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Primeira Parte: BRASÃO


III. AS QUINAS
Quinto: D. Sebastião, rei de Portugal

Louco, sim, louco, porque quis grandeza


Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem


Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia
Cadáver adiado que procria?
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«Eu» lírico — rei D. Sebastião Quem fala no poema


é o espírito do rei morto

As palavras são proferidas


após a derrota de Alcácer-Quibir

O rei justifica a sua ambição


e a decisão de avançar
para uma batalha e apresenta
as suas razões

Repetição da
palavra «louco»

Ênfase da ideia
de determinação e certeza
Cristóvão de Morais,
Sebastião de Portugal
(c. 1571-1574).
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O que significa ser louco?

Loucura Sonho, ambição,


vontade, heroísmo

O ingrediente que nos faz


humanos e não meros animais
que seguem o instinto
da Natureza (só procriam)
Retrato de D. Sebastião de Portugal
(fim do século XVI ou início do século XVII).
Sonho ≠ Natureza

Sebastianismo
O corpo de D. Sebastião («ser que houve») jaz em
Alcácer-Quibir, mas o espírito sobreviveu — o povo
crê que o rei voltará para o «salvar».

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