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Liberdade: o impraticável do inevitável – Parte II

Filosofia – 2ª Série – Ensino Médio


Professor Marconi Cabral
Habilidade

Identificar diferentes conceitos de liberdade com base em algumas


teorias filosóficas.
Liberdade: o impraticável do inevitável

CONTEÚDO: Introdução à Ética: autonomia e liberdade.


OBJETIVO: refletir sobre o conceito de liberdade a partir da teoria filosófica.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
• Debate reflexivo: O mito de Er à luz das noções de liberdade.

• Pesquisa/Debate: Liberdade e privacidade – espionagem


governamental e políticas de privacidade das redes sociais.
Relembrando a aula anterior...

LIBERDADE – Significados fundamentais:


• Autodeterminação/autocausalidade.
• Necessidade.
• Possibilidade de escolha.
LIBERDADE – Formas e campos de atuação:
• Moral, política e econômica.
A LIBERDADE COMO AUTOPRAGUIA (causa sui):
• Aristóteles: as ações têm naqueles que as praticam sua causa e
origem.
• Alberto Magno: livre é quem é causa de si mesmo.
• Tomás de Aquino: Deus como Primeira Causa não impede que o
homem seja a causa de seus atos.
• John Scot: a vontade é livre quando pode escolher entre opostos.
• Jean Buridan: liberdade é suspender ou impedir o juízo do intelecto.
• Leibniz: a liberdade faz com que a inteligência se incline ao que é
percebido como um bem sem por ele ter necessidade.
REFLEXÃO

Quais são os “ingredientes” da liberdade?

©Pixabay
A liberdade como necessidade

Diógenes Laércio:
Apenas o sábio possui liberdade.
Vitae et placíta philosophorum. Cf. Nicola Abbagnano, 2007. p. 609.

Fonte de referência: Adaptado de ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo – Martins Fontes, 2007. p. 609.
Imagem de autor desconhecido retratando Diógenes Laërtius, antigo escritor grego. Domínio Público. Wikimedia Commons.
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Diogenes_Laertius.jpg>. Acesso em: 5 mar. 2021.
A liberdade como necessidade

Crisipo de Solos:
A liberdade humana se dá na relação e distinção entre as causas
perfeitas e principais (ordem cósmica) e as causas próximas e
auxiliares. Cf. Nicola Abbagnano, 2007. p. 609.

Fonte de referência: Adaptado de ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo – Martins Fontes, 2007. p. 609.
Estátua Crisippo de Soli, segundo fundador do estoicismo. Museu Britânico. Foto: Marie-Lan Nguyen. Domínio Público. Wikimedia
Commons. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Chrysippos_BM_1846.jpg>. Acesso em 5 mar. 2021.
A liberdade como necessidade

Baruch Spinoza:
É chamado de livre o que existe apenas pela
necessidade de sua própria natureza e cuja ação
é determinada por si só. Por outro lado, é
necessário e restrito aquilo que é determinado
por algo externo a si, conforme uma razão fixa e
definidora da existência ou da ação.
SPINOZA, Baruch. Ética. def. 7.

Fonte: Benedict de Spinoza. Ethics Elwes Part 1, Phoenix-Library.org. Domínio Público. Tradução Marconi Cabral. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ph000183.pdf Acesso em 5 mar. 2021
Estátua de Spinoza, Paviljoensgracht, Haia, 1880. Foto: LeonK. CC BY-SA 3.0. Wikimedia Commons. Disponível em: 
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Spinoza-statue-the-hague.jpg>. Acesso em: 5 mar. 2021.
A liberdade como necessidade

Friedrich Schelling:
O Absoluto atua por meio de cada inteligência, o que
quer dizer que o agir é absoluto tendo em vista que
não é nem desguarnecido da liberdade nem livre,
mas ambas as coisas simultaneamente: necessário
por ser livre absolutamente.
O sistema do idealismo transcendental. Cf. Nicola Abbagnano, 2007. p. 609.

Fonte de referência: Adaptado de ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo – Martins Fontes, 2007. p. 609.
Pintura de Joseph Karl Stieler retratando Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling, 1835. Domínio Público. Wikimedia Commons.
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nb_pinacoteca_stieler_friedrich_wilhelm_joseph_von_schelling.jpg>.
Acesso em: 5 mar. 2021.
Interação

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Governos espionam seus
cidadãos (e dos outros) para
garantir a segurança nacional!

É liberdade renunciar à privacidade em troca da


segurança?
A liberdade como possibilidade de escolha

Platão (Mito de Er)


“[...] e que aquele que tira o primeiro lote tenha

©Pixabay
a primeira escolha, e a vida que ele escolher
será seu destino. A virtude é gratuita e como um
o homem a honra ou a desonra, ele terá mais ou
menos dela; a responsabilidade é de quem
escolhe – A divindade é incontestável”.
A República. X, 617.
Fonte: CLASSICS IN THE HISTORY OF LIBERTY -The Dialogues of Plato, in 5 volumes (1892) Vol. III. The Republic: The
Online Library. Domínio Público. Tradução Marconi Cabral. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/0131-03_Pt02_Republic_eBk.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2021.
A liberdade como possibilidade de escolha

Hobbes
Há a liberdade do fazer, não a do querer.
Cf. Nicola Abbagnano, 2007. p. 611.

Fonte de referência: Adaptado de ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo – Martins Fontes, 2007. p. 611.
Pintura de autor desconhecido retratando Thomas Hobbes. Galeria Nacional de Retratos. Londres, Inglaterra. Domínio Público.
Wikimedia Commons. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Thomas_Hobbes_(portrait).jpg>. Acesso em: 5 mar.
2021.
A liberdade como possibilidade de escolha

Locke
A liberdade natural está presente quando se é
livre de poderes terrenos superiores, se é
insubmisso à autoridade e à vontade de outro e
quando se tem por norma exclusivamente a lei
natural.
Dois Tratados sobre o Governo, II 4, 22.

Fonte de referência: Adaptado de ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo – Martins Fontes, 2007. p. 611.
Pintura de Gotfrey Kneller retratando John Locke, 1697. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em: 
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:JohnLocke.png>. Acesso em: 5 mar. 2021.
A liberdade como possibilidade de escolha

Voltaire
Apenas quando há o poder de fazer é que se é livre para fazer.
(Dictionnaire philosophique, art. “Liberte”). Cf. Nicola Abbagnano, 2007. p. 612.

Fonte de referência: Adaptado de ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo – Martins Fontes, 2007. p. 612.
Pintura de Nicolas de Largillière retratando Voltaire, 1724. Museu Carnavalet Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Atelier_de_Nicolas_de_Largilli%C3%A8re,_portrait_de_Voltaire,_d%C3%A9tail_(mus
%C3%A9e_Carnavalet)_-002.jpg>. Acesso em: 5 mar. 2021.
Revisão – Liberdade: o impraticável do inevitável

CONTEÚDO: Introdução à Ética: autonomia e liberdade.


OBJETIVO: refletir sobre o conceito de liberdade a partir da teoria
filosófica.
HABILIDADE:
• Identificar
diferentes conceitos de liberdade com
base em algumas teorias filosóficas.
O QUE VIMOS HOJE?
• Liberdade como necessidade.
• Liberdade como possibilidade de escolha.
Avaliação pessoal

SOBRE A AULA DE HOJE, EU:


a) Compreendi perfeitamente os conceitos e os
conteúdos apresentados.

© Pixabay
b) Compreendi a maior parte dos conceitos, mas
tenho algumas dúvidas.
c) Meu entendimento foi dificultado, pois não
compreendi a maioria dos conceitos.

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