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mundo conflagrado
O homem está preso a uma filosofia do conhecimento, mas o conhecimento não se democratiza nem
distribui seus benefícios com equanimidade
A sociedade se desenvolve em torno da informação, que gera conhecimento, que nem sempre gera sabedoria
Conhecimento e Sabedoria, Direito e Justiça
A superficialidade do processo dialógico e a sobreposição do discurso banal nas mídias
Radicalização de posições ideológicas inconciliáveis dificulta acesso ao significado profundo da ética e gera
comunidades de informação homogêneas
Como conceituar a ética num mundo de superficialidades e confrontações?
Edgar Morin e o pensamento complexo (aquilo que é tecido em conjunto) – “O Paradigma
perdido: a natureza humana” (1973)
Edgar Morin: o pensamento complexo
Aborda a relação entre ciência do homem e ciência da natureza, mas em vez de buscar a certeza, coloca a incerteza das
possibilidades como horizonte, num contexto intelectual em que o mundo e o homem, com sua complexidade, interagem sem
transcender um ao outro, transformando-se um ao outro: "A complexidade é um progresso de conhecimento que traz o
desconhecido e o mistério. O mistério não é apenas privativo; ele nos libera de toda racionalização delirante que pretende reduzir o
real à ideia. Ele nos traz, sob forma de poesia, a mensagem do inconcebível".
Livro 1: A natureza da natureza (tudo que existe se justifica por simplesmente existir; religar as ciências, reorganizar o
pensamento integrando os processos de ordem, desordem e organização, formando o tetragrama com a interação)
Livro 2: A vida da vida (tudo que tem vida se inter-relaciona em eco-organização e autoeco-organização; o sujeito, nesse contexto,
existe como ser egocêntrico – “eu apenas eu” – e como ser social (nós, a casa, a família, o clã, a sociedade, a espécie); o sujeito é
autônomo, não se sujeita à natureza, tem uma identidade complexa (genérica, pessoal e de pertencimento) mas precisa da natureza
Livro 3: O conhecimento do conhecimento (revisita origens biológicas do conhecimento, religando-as às ciências cognitivas –
psicológicas, neurociências, tecnologias disruptoras, inteligência artificial, vida artificial – rompendo as barreiras entre as formas
fragmentadas de conhecimento, buscando a compreensão)
O pensamento complexo
Livro 4: As ideias (são como deuses, nascem na mente humana mas adquirem realidade e poder dos quais não
podemos escapar – somos reféns dos mitos que criamos, e nosso processo de libertação depende de travarmos um
diálogo consciente com essas ideias); vivemos, portanto, sob dois paradigmas básicos, a disjunção, ou afastamento
da natureza pela cultura, e a conjunção, ou necessidade de buscar a dualidade natural e cultural; a revolução
paradigmática significa conciliar essa dualidade
Livro 5: A Humanidade da humanidade – a identidade humana: a partir do paradigma triplo (espécie, indivíduo e
sociedade), de modo que ”eu apenas eu” no centro do universo pode evoluir para se agregar, se integrar ao “nós” e
passar a agir pelo bem comum (ética); isso porque o Homo sapiens é também o Homo faber e Homo Economicus;
mas o Homo sapiens também pode ser o Homo demens, quando age contra seus interesses e os interesses da
espécie; o Homo faber (técnico) é também o Homo mithologicus pois também é capaz de crer; o Homo economicus
é também Homo ludens, porque se diverte (arte); em sua visão aberta da humanidade, Morin mostra que o homem
não é apenas um animal racional
Livro 6: A Ética – junta os saberes fragmentados do Ocidente sobre o ser humano, cunhando o conceito da “fé
ética”, o amor, o dever ético do homem de preservar a racionalidade dentro de uma relação amorosa com a natureza
e a condição humana; como yin/yang, essa dualidade deve guiar a consciência nas escolhas que fazemos
Utopia
“A igualdade é impossível num estado em que a posse é particular e absoluta; porque cada um se apoia em
diversos títulos e direitos para atrair para si tudo quanto possa, e a riqueza nacional, por maior que seja,
acaba por cair na posse de um reduzido número de indivíduos que deixam aos outros apenas a indigência e
miséria” – Thomas More
Paliativos: “Decretar um máximo de posse individual em terras e dinheiro; leis severas contra o despotismo e
a anarquia; não traficar a magistratura; suprimir o fausto e a representação nos altos cargos, a fim de que o
funcionário, para sustentar sua posição, não se entregue à fraude e à rapina (...)”.
Utopia é expressão polissêmica – com vários significados: não lugar; não-ser (ainda)
Obra contraposta ao “Elogio da Loucura” (1509), de Erasmo de Roterdã.
O contexto da Utopia original
Na origem, a palavra Utopia era uma composição de origem híbrida grega e latina
A correspondência entre Morus e Erasmus revela o movimento dialógico entre a ironia sobre a loucura e a
afirmação otimista sobre um mundo possível
O nome original da Utopia era Abraxas (“lugar inexistente”), nome que Erasmus tinha dado à terra dos
loucos
Morus trocou Abraxas por Nusquama, para não dar à terra ideal o mesmo nome da terra dos loucos. Sua
intenção era ressaltar a possibilidade real de um mundo melhor
Utopia passa a significar “não-lugar” (ainda)
Revolução Francesa (1789-1799) aplicou algumas das ideias da Utopia (a primeira Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão) e destruiu o absolutismo; o fim da revolução republicana fez surgir a modernidade
Utopia e Distopia
“Distopia” foi expressão usada por Gregg Weber e John Stuart Mill, em discurso no parlamento britânico em
1868, como antítese de “utopia” – crítica às condições da revolução industrial, defesa dos direitos civis e da
autonomia das mulheres
Mais recentemente, o termo tem sido usado para afirmar a descrença em ”utopias” ou projetos de uma
sociedade ética: derrotismo, fatalismo, niilismo
“Distopia”, tomada em seu contexto original, equivale a ”status quo”
O antônimo mais apropriado para “utopia” seria ”ilusão”
Utopia é a vontade de bem (ética) fundamentada pelo conhecimento+sabedoria
É preciso levar em conta as circunstâncias em que as expressões são criadas e a intenção ideológica de quem
as apresenta
Razão e consciência
René Descartes: “Penso, logo existo” marca o eixo do Iluminismo – a razão humana como única forma de
existência (“Puisque je doute, je pense; puisque je pense, j’existe”)
Descartes parte da dúvida para chegar à conclusão de que, se ele duvida, ele existe
No entanto, constatar sua própria existência como a primeira realidade irrefutável não o torna humano – falta
a contraparte, o outro, o semelhante (e divergente)
A modernidade no Ocidente se constituiu a partir dessa premissa do “eu”, o que levou à barbárie como um
dos ciclos recorrentes da História
Que tal: penso que me pensam, logo existo?
Alteridade
A ideia de que a mente é dissociada do corpo fez a sociedade desenvolver relações antinaturais que
dificultam a percepção da realidade
George Lakoff e Mark Johnson: pesquisa de sete anos com cientistas de doze especialidades sobre a origem
do pensamento humano (Philosophy in the flesh)
A mente está “incorporada”, implícita em todo o corpo
A linguagem se estrutura dinamicamente: a) para expressar um sentido; b) de acordo com estratégias de
comunicação; c) conforme os mais profundos aspectos da cultura; d) brotando do sistema neuro-motor; e)
metáforas primárias são comuns a todo o gênero humano; e) derivam do corpo-mente e do seu uso (vivência)
A filosofia na carne
Percepção Linguagem
Compreensão
Compromisso
Novo nível de
consciência
Insight
Tempo
Um caminho sem fim