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Os problemas para os quais cada obra de arte é a solução encontrada ou proposta são problemas
tipicamente artísticos; mas porque a arte é uma componente constitutiva do sistema cultural,
existe decerto uma relação entre os problemas artísticos e a problemática geral da época. O
historiador não deve, pois, tentar entender como aquela problemática geral se desdobra na obra
do artista e nela constitui o tema ou o conteú do, mas como aquela problemática envolve o
problema específico da arte e se apresenta ao artista como problema artístico.
Outra questão a respeito da obra de arte, que se coloca diante do historiador, é o fato desta possuir um valor
histó rico, além do estético sobre o qual a filosofia se debruçou mais atentamente. E, conforme Argan e Fagiolo
(1994, p.17), o objeto de arte tem valor histó rico porque tem valor artístico. Isso porque a arte “[...] é uma
componente constitutiva do sistema cultural, existe decerto uma relação entre os problemas artísticos e a
problemática geral da época”. Assim, é possível compreender o pensamento de Duchamp e, também, entender
as açõ es dos pó s-modernos e contemporâneos. Não era mais possível somente admirar uma obra de arte e
reconhecer um valor estético, ou constituir um juízo de gosto por meio de uma ideia do belo, era preciso criar
uma nova arte e outras maneiras de concebê-la. A ideia do belo dá lugar à teoria da arte, ou seja, é preciso
pensar a arte. Porém, o que é o moderno, o ser moderno e o pó s-moderno, focando a arte sob a perspectiva da
contemporaneidade? É isso que abordaremos a seguir.
1.1.1 Ser moderno e a modernidade
Se por um lado a vida moderna está permeada do fugidio, do efêmero, do fragmentário – do passageiro, são
nas passagens e paisagens desse “tempo” que encontraremos o novo; por isso é pró prio da modernidade negar
o passado, ou melhor, negar qualquer ordem social pré-moderna. Por outro lado, encontra-se na histó ria mais
atual a transitoriedade das coisas e o sentido do que se preserva e do que se quer esquecido; e, assim se
transforma o que se entendia por continuidade histó rica, o que significa afirmar que a modernidade envolve
uma implacável ruptura com condiçõ es histó ricas precedentes, sobretudo com certa linearidade, porém, não
sejamos ingênuos: ainda que a modernidade se caracterize como um processo de rupturas, ao fragmentar a
realidade ou aspectos dela em sua análise, o historiador (ou qualquer outro sujeito do conhecimento)
interpreta a partir de sua seleção e intencionalidades. Nesse sentido, Giddens (1997, p. 130) nos esclarece que
o transitó rio ou a indefinição dessa sociedade é produto de um meio “[...] em que os elos sociais têm
efetivamente que ser feitos e não herdados do passado”.
Por isso, o movimento de sair do presente vivido e voltar na histó ria até meados do século XIX, na Europa, nos
fará compreender um pouco mais os alicerces que consolidaram a modernidade no mundo de hoje, assim
como os elementos que constituíram movimentos artísticos que reverberam na contemporaneidade.
Na capital francesa, centro da vida cultural do século XIX, o colapso da tradição acadêmica
comprometeu a dinâmica das artes. [...] Paralelamente, a maior parte da produção dos emergentes
não encontrou um canal de circulação. A resistência dos nú cleos tradicionais hegemô nicos, a
segmentação da produção e a ausência de parâmetros impossibilitaram a conversão da arte dos
independentes em uma nova tradição artística. (BUENO, 2010, p. 28)
A arte passava também pelo crivo da valorização do que se considerava novo e racionalmente pensado e
executado. O rompimento com o clássico, com o passado, traz à arte a crítica aos temas impostos pelas
academias e fez artistas se voltarem aos temas do cotidiano, pintando pessoas comuns, o povo, a natureza,
entre outros. Lembrando que a arte desse período retratava a sociedade, já os meios tecnoló gicos, promovidos
pela industrialização, impulsionavam mudanças na criação artística.
Voltando nosso olhar aos impressionistas (para os quadros de Manet, por exemplo), percebe-se a exploração
dos recursos da tela plana, em uma encenação da vida noturna, boêmia, com situaçõ es cotidianas e rostos
desconhecidos. Ou seja, começava-se a esboçar a pintura da vida moderna na Paris até então à margem. Entre
os artistas com estilo impressionista, mas que ainda seguiam algumas métricas mais tradicionais da arte,
aparecem os seguintes nomes: Camille Pissarro (1831-1903), Edgar Degas (1834-1917), Paul Cézanne (1839-
1906), Claude Monet (1840-1926), Pierre-Auguste Renoir (1841-1919).
Figura 1 - Baile de Máscaras na Ó pera, de Manet, 1873.
Fonte: Everett Collection, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem traz uma pintura do artista Manet, representando um baile de máscaras em uma
antiga casa de ó pera. Há diversos homens e mulheres em trajes de gala, formando pares de dança.
Além de novos temas da vida cotidiana e de situaçõ es inusitadas, pouco comuns para os retratos de até então,
intensifica-se o gosto pelas pinturas ao ar livre; contrastes de cor; pinceladas nem sempre tão sutis; traços e
contornos nem tão realistas (como se fossem uma fotografia) e impressõ es pessoais do artista que passam a
compor novos cenários e novas técnicas aplicadas a essa arte de transição, mais autô noma. Entretanto, cabe
aqui uma ressalva que aponta para os grupos de artistas modernos e o despontar de um grupo em especial que
iniciava, de forma visionária, uma arte que romperia mais tarde até com os parâmetros modernistas. Segundo
Bueno (2010, p. 28):
Um mérito dos artistas modernos foi terem se empenhado na reconstrução dos sentidos de arte e
de humanidade, pautados por essa nova condição, terminando por redefinir inteiramente os
conceitos de arte e de artista. Cézanne, Gauguin, Van Gogh e Toulouse Lautrec estiveram mais
pró ximos de artistas como Pollock, Oiticica e Warhol, do que de muitos de seus companheiros de
século, como Ingres, Courbet e Delacroix. O que diferenciava ambos os grupos era o fato de o
segundo grupo ter exercido sua arte sempre dentro da tradição, enquanto o primeiro a
desenvolveu com base em outros parâmetros, sem o respaldo de um modelo estético que
viabilizasse suas obras.
O foco começava a se alterar de uma arte mais academicista, que seguia modelos e parâmetros a gosto dos
salõ es de uma burguesia desejosa e de uma elite de colecionadores de artes, que ostentava a predominância
do saber e de uma reconhecida posição política de destaque e que podia comprar arte, dando a ela o status de
mercadoria, para uma arte mais liberta de determinados padrõ es e mais direcionada à soberania do olhar do
artista. Ou seja, delineava-se uma mudança para uma arte de autoria e mais conceitual.
De qualquer modo, nunca se foge ou se consegue esquivar totalmente do seu tempo, de determinados padrõ es
ou métricas. Houve uma mudança mais significativa em relação a quem fazia a arte e o reconhecimento dela.
Os modernos conseguiram romper com certos aspectos da arte academicista, sobretudo ao colocar novos
temas e personagens da vida cotidiana e urbana em suas telas, poesias, esculturas e pensamentos. Era
preciso pensar a arte, mais do que simplesmente imitar os clássicos ou a vida idílica de um passado
que não existia mais. Novos atores entram em cena, tanto para fazer arte quanto para comercializá-la.
Enquanto alguns artistas pintavam e contavam sobre a vida boêmia ou a vida no campo, debruçando-se sobre
o antes e o agora, houve quem fez arte usando o momento presente para projetar o futuro. É interessante
considerar que a arte seria impactada com o advento de novas tecnologias, com a velocidade das
transformaçõ es na sociedade industrial-moderna. Nas artes isso aparece como um impulso à negação do que
impedia o avanço da sociedade urbano-industrial, com ideias conservadoras que negavam mudanças.
VOCÊ SABIA?
Na primeira dé cada do sé culo XX, um movimento propôs um rompimento explícito
com tudo que significava atraso no desenvolvimento das artes. Trata-se do
Manifesto Futurista, escrito pelo poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti e
publicado no jornal francê s Le Figaro, em 20 de fevereiro de 1909. O manifesto
marcou a fundaçã o do futurismo e é considerado um dos primeiros movimentos
da arte moderna, pois os 11 princípios contidos nele explicitam o rompimento
com o passado e como o homem, a má quina e a velocidade, juntos, representavam
o dinamismo dos novos tempos. Por isso, o futurismo foi o manifesto da vida
urbana, da industrializaçã o, da tecnologia, da má quina e da corrida para o futuro.
Um aspecto a se considerar na modernidade era sua promessa de felicidade e prosperidade, mas nem tudo se
concretizou. Com o estouro da Primeira Guerra Mundial, a Depressão Econô mica dos anos 1920 e, mais
adiante, da Segunda Guerra Mundial, o pensamento crítico social também chegou às artes. O que veio depois
foi, em grande parte, a crítica ao que não se cumpriu da promessa moderna.
Além da crítica social, estabelecia-se de fato um diálogo crítico dentro da pró pria arte com o impressionismo,
o que fez surgir inovaçõ es no campo, inicialmente na França, com o fauvismo
(http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3786/fauvismo) de André Derain (1880-1954) e Henri Matisse
(1869-1954); e, na Alemanha, com o expressionismo
(http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3784/expressionismo) de Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938),
Emil Nolde (1867-1956) e Ernst Barlach (1870-1938).
Figura 2 - Salão com pinturas impressionistas, com destaque para a arte fauvista de Henri Matisse.
Fonte: Anna Pakutina, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: no salão de exposiçõ es exibido na fotografia é possível visualizar alguns quadros, com
destaque para as obras de Matisse, que trazem pinturas de corpos nus, em poses estáticas e de dança em roda,
com fundo de natureza simples, pintado em azul e verde.
Dentro de um período de mudanças, conflitos mundiais, questionamentos sociais, posicionamentos políticos
e afirmação de identidades, a arte não deixou de criar seu contexto dentro dessa modernidade, rompendo
padrõ es, questionando tradiçõ es e a pró pria realidade vivida. Podemos considerar que o pó s-impressionismo
impulsionou a arte moderna e deu vazão às rupturas vanguardistas na arte.
A seguir, vamos entender mais acerca do trabalho de alguns artistas considerados vanguardistas.
[...] não estavam unidas por uma estética comum, mas por uma vontade inovadora que rompia
violentamente com o passado. Esta atitude, ainda que herdada do grande movimento romântico e
das escolas que o sucederam, se apresentou como uma verdadeira revolução artística e espiritual.
Ruptura absoluta e começo absoluto.
Essa passagem de Paz demonstra a ruptura com a tradição, a arte acadêmica, o mercado estimulado pelas
vanguardas modernas ou modernistas, não estabelecendo uma direção à arte, um modelo a ser seguido,
conforme já mencionado anteriormente. Mas, por outro lado, o mesmo autor nos lembra que modernidade
não é sinô nimo de vanguarda. Podemos considerar que também não é sinô nimo de unanimidade, pois é a
ambiguidade que impera e a movimenta.
Ao mesmo tempo em que surgiram pensadores e artistas que romperam com o passado e a tradição, levantou-
se a bandeira da memó ria, do que deve ser refletido sobre o passado, e da análise crítica e histó rica do que se
quer lembrar e do que não se quer dizer, da seletividade da informação e das ideologias contidas nas
interpretaçõ es. Nesse sentido, destacam-se nomes interessantes, como Marcel Proust, Henri Bergson, James
Joyce, Maurice Halbwachs, Walter Benjamin, entre outros. Temos aqui uma questão bastante profunda. Trata-
se da busca de um lugar no mundo. Dada as grandes mudanças e a busca de se criar algo que represente essas
novas geraçõ es em tempos modernos, a negação do passado faz gritar a necessidade de uma nova
identificação nesse lugar. Isso aconteceu em várias instâncias, inclusive nas artes. Conforme Bueno (2010, p.
31):
A modernidade não é um atributo nem uma escolha. Trata-se de uma condição societária, uma
contingência histó rica com a qual os homens são forçados a se deparar. Uma de suas
características, até a primeira metade do século XX, é o fato de que os movimentos de ruptura
vanguardistas, lutando pela destituição das formas tradicionais de gestão, foram seguidos por
tentativas sucessivas de retorno à ordem, como esforços para restabelecer as formas tradicionais
de gestão. Entre os exemplos mais representativos, mencionamos o Nazismo e o Fascismo do
período entre guerras na Europa. No âmbito das artes, apontamos as diferentes modalidades de
estéticas regressivas que despontaram no bojo desses processos, como o Realismo Socialista.
Há entre os historiadores e críticos de arte o questionamento sobre o uso do termo “vanguarda”, como o
mais apropriado ou o que melhor representa as expressõ es artísticas da primeira metade do século XX. Mas é
consenso o uso do termo no sentido de avant-garde, de estar na frente, à dianteira de um movimento. Assim,
as vanguardas artísticas e seus feitos na arte e na arquitetura, no período supracitado, consolidaram-se e os
artistas deixaram um legado histó rico. Entre as mais conhecidas, elencam-se as apresentadas a seguir.
•
Processos de transformação das vanguardas na Europa e manifestação de uma visão artística que
rompia com o estabelecido. Influências das mudanças do pensamento científico e tecnoló gico no
início do século XX, tanto do ponto de vista do uso da tecnologia como meio de exacerbar a
velocidade e a modernidade, quanto pela criação de novas técnicas, padrõ es e representaçõ es
artísticas que colocavam por terra tudo o que se havia experimentado anteriormente. Ainda
encontraremos aqui a utilização da arte para posicionamentos políticos, como se deu por alguns
construtivistas sociais.
VOCÊ O CONHECE?
Pablo Picasso foi um dos artistas mais polê micos e influentes da história da arte do
sé culo XX. Seu nome de registro é bastante peculiar e sua história de vida se confunde
com a da arte. Possui uma das obras mais notáveis e impactantes da Espanha,
intitulada Guernica (retrato da destruiçã o da cidade de Guernica durante a Guerra
Civil Espanhola, em 1936). Seu trabalho inspirou filmes, documentá rios e diversas
exposições. Vale à pena investigar mais sobre a vida desse homem que mudou a arte
de seu tempo e fez história. Sua obra é atemporal e marcou vanguardas artísticas que
questionaram a imitaçã o da vida e criaram uma arte inovadora.
(http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/issue/view/67)
Além dos artistas europeus, o vanguardismo rompeu fronteiras e fez histó ria no continente americano, com
nomes como: Arshile Gorky (1904-1948) e Jackson Pollock (1912-1956), nos EUA, abrindo passagem para a
arte contemporânea.
Figura 3 - Pintura abstracionista de Pollock, no Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque.
Fonte: Dmitro2009, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a fotografia exibe um salão de museu com uma das obras de Pollock ao fundo (um grande
quadro com pintura abstrata, com as cores branca e preta em destaque) e diversos visitantes a observando
atentamente.
A obra de Pollock apresenta a técnica do gotejamento, bastante explorada pelo artista, em que este
derramava tinta líquida sobre a tela, criando composiçõ es abstratas com linhas emaranhadas e padrõ es
imprevisíveis. Isso o levou a ser reconhecido como um dos criadores do expressionismo abstrato e uma
referência para uma geração de artistas.
Além da implementação de novas técnicas artísticas, a arte abstrata provocava o seguinte questionamento:
isso é arte? O que queria se expressar no momento era uma nova teoria sobre a arte e um novo fazer. Não se
queria mais pintar objetos e cenas da realidade, mas, sim, constituir a pintura como obra, sem a necessidade
de estampar algo específico.
A arte abstrata fez histó ria pela utilização de maior liberdade artística, em uma contraposição declarada à arte
acadêmica ou historicista, criando um estilo ú nico para cada artista. O rigor técnico, com uso de cores fortes,
traços, formas geométricas e/ou variadas, foi criando um colorido especial e um grupo de notáveis artistas
engrossou esse movimento, que teve seu ponto alto no trabalho dos americanos Mark Rothko e Pollock, nos
anos 1950, em Nova Iorque. Esses artistas queriam provocar emoçõ es com suas obras.
Nas décadas de 1960 e 1970, período que passou a ser conhecido como pó s-moderno, também é possível
identificar incursõ es na arte e na cultura em geral. A crítica à cultura de guerra e à sociedade consumista
tomou os coraçõ es e as mentes, inaugurando uma nova fase da histó ria da arte: a de transição do moderno
para o contemporâneo. Da pop art para uma arte conceitual, seguida da op art - explorada pela ó tica do artista
e do receptor -, aprofundaram-se as contradiçõ es da atualidade e, assim, a arte em geral foi atualizada. Dito
isso, a influência pop na contemporaneidade; os limites entre a arte e a vida; as artes em diálogo com o
receptor marcaram definitivamente a cena artística de nossos tempos.
Diferentemente da tradição do novo, que engendrou experiências que tomaram corpo a partir do
século XX com as vanguardas, a arte contemporânea que surge na continuidade da era moderna se
materializa a partir de uma negociação constante entre arte e vida, vida e arte. Nesse campo de
forças, artistas contemporâneos buscam um sentido, mas o que finca seus valores e potencializa a
arte contemporânea são as inter-relaçõ es entre as diferentes áreas do conhecimento humano.
Cauquelin (2005, p. 26-27) afirma que nos apropriamos do termo moderno “[...] para qualificar certa forma de
arte que conquista seu lugar (ao mesmo tempo que adota o nome) por volta de 1860 e se prolonga até a
intervenção do que chamamos de arte contemporânea”.
Estudos acerca da arte contemporânea, e mesmo historiadores e críticos de arte, acabaram estabelecendo, de
forma geral, o início do contemporâneo na arte a partir da pop art e do minimalismo, nas décadas de 1960
e 1970. Tais movimentos evidenciaram um rompimento com o que se pautava como moderno na arte. A
partir desse momento, o pró prio conceito de arte se alargou consideravelmente. Olhar para a arte como antes
já não fazia o mesmo sentido, muito menos a pensar da mesma forma.
Um aspecto importante a ser considerado nessa transição da arte moderna para a contemporânea é a
comunicação direta com o público. Esta passa a ser estabelecida por intermédio de signos e símbolos
extraídos da própria cultura de massa e do cotidiano, especialmente das HQs (histó rias em quadrinhos),
da publicidade, de imagens televisivas e ou cinematográficas, na aproximação entre arte e vida. Ou seja, adota-
se, assim, outra configuração artística que passa a se beneficiar de imagens comuns, de elementos de
uma sociedade de consumo exacerbado e do que é descartável – o efêmero, o supérfluo e o exagero.
Entre imagens midiáticas de celebridades ou comuns da vida cotidiana, usando novas tecnologias para criar
novas representaçõ es artísticas, temos como exemplo o artista Andy Warhol com a imagem de Marilyn
Monroe, a lata de molho Campbell, entre outros elementos emblemáticos ou não, que em suas mãos e
criatividade irô nica se transformaram em objeto de arte, alterando o status do pró prio objeto por meio do
que é popular ou vernacular. A inversão passa a ser um mote (um meio ou um fim) nessa expressão artística.
VOCÊ QUER VER?
Os bastidores da pop art foram conflituosos. O filme Jean-Michel Basquiat: a criança
radiante, da diretora Tamra Davis (2010), conta a história do artista plá stico que dá
título à produçã o. Ao assistir, você poderá compreender a cena artística da é poca,
quando o artista conheceu Andy Warhol, algo que contribuiu para que se tornasse
conhecido e mostrasse sua genialidade. Nã o deixe de conferir!
Uma arte provocativa, crítica, por vezes ácida, ao contexto social e político, vai abrindo espaço para
trabalhos abertos a novas técnicas, materiais e experimentaçõ es.
CASO
As discussões sobre o lugar da arte constituem um debate antigo, mas se recolocam
na contemporaneidade, especialmente quando os artistas modernos começaram a
questionar a antiga tradiçã o da arte, de sua racionalidade acadê mica.
É comum nos deparamos nã o só com novas linguagens artísticas, mas també m com
situações extraordiná rias, como uma pandemia. Pensando nesse sentido, reflita sobre
como ocorre a arte-educaçã o em tempos em que há grandes mudanças em curso,
sejam políticas, sociais ou de qualquer outra ordem.
É importante observarmos e planejarmos o futuro. Ainda que este seja incerto,
podemos ter certeza de que a arte é um alento em qualquer circunstâ ncia.
Converse com seus colegas, amigos e familiares, pensando na educaçã o do futuro.
Como a experiê ncia EAD e a arte, com sua abrangê ncia, podem contribuir para trazer
mensagens de esperança e projetos mais empá ticos?
Conclusão
Chegamos ao fim da primeira unidade de estudos da disciplina. Agora você sabe que a arte contemporânea
pode ser entendida, de modo geral, como detentora dos trabalhos inquietos, provocantes, efêmeros (porém
interativos), que romperam certos valores modernos de objetividade do material e de funcionalidade da
forma. Assim, pode-se dizer que há uma profunda mudança na concepção da arte e do pró prio fazer artístico
na atualidade. Tanto a obra de arte quanto a figura do artista, como gênio criador, passam a ser questionadas e
novas linguagens artísticas surgem, como instalaçõ es, performances, açõ es, intervençõ es no cotidiano das
cidades e da vivência dos sujeitos, misturando, portanto, arte e vida.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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