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Pré-Modernismo

Profa. Neily Alves


Licenciada em Letras-Português pela UNIT
Especialista em Língua Portuguesa pela Pio Décimo
Professora de Português, Literatura e Interpretação de Texto
neily.jgabriel@gmail.com (79) 9 9995-1715
Pré-Modernismo
Pré-Modernismo

Localização: Não constitui uma escola literária, mas


um período de transição para o modernismo.

Realismo Vanguarda
s
Europeias
Naturalismo
Pré-
Modernismo
Modernismo
Parnasianismo
1922
1902
Simbolismo Semana
“Os Sertões" de Arte
"Canaã" Moderna
Pré-Modernismo

Um Período Sincrético

Os estilos que marcaram o final do séc. XIX


Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo
ainda estavam no gosto do público.

Centelhas de renovação artística incendeiam o


ambiente, que se prepara para a grande renovação
de 1922.
Pré-Modernismo

Que Brasil é este? É o Brasil desigual...


Urbano Rural
civilizado

politizado

refinado

Retrógrado

Brutalizado

Fanatizado
Pré-Modernismo

O Brasil Caipira

anacrônico

inerme/indefeso

analfabeto

obtuso/rude

Te
ma
de
Mo
Pré-Modernismo

O Brasil da Marginalização Urbana

Os alcoólatras
O negro O funcionário
público

Lima Barreto Subúrbio


Pré-Modernismo

Um País Oligárquico (poder é exercido por um grupo restrito de pessoas)

São Paulo
(interior)
Rural
Minas Gerais

Aristocracia
São Paulo
(capital)
Urbana
Rio de
Janeiro
Pré-Modernismo

Brasil: Terra de Canaã


Com a abolição da escravatura, o Brasil passou a importar mão-de-
obra estrangeira. Surgem os conflitos de adaptação e questões
raciais.

Graça Aranha: Canaã


Pré-Modernismo

Um Período Sincrético
Nesse campo, misturam-se várias tendências:
• A erudição conservadora de Rui Barbosa e
Coelho Neto.
• O regionalismo minucioso de Afonso
Arinos, Valdomiro Silveira e Simões Lopes
Neto.
• A literatura popular e suburbana de Lima
Barreto.
• A proposta modernizadora de Graça Aranha.
• As manifestações polêmicas de Monteiro
Lobato.
Pré-Modernismo

Uma Radiografia Crítica do Brasil


No geral, o Pré-Modernismo é uma literatura de Crítica
Social.

Desmistifica o Romantismo e seu Nacionalismo Ufanista.

Mostra o Brasil real, com seus Conflitos Político-Sociais.

Portanto, um Nacionalismo Crítico-Amargo.


"A urbs monstruosa, de barro, definia bem a civitas sinistra do erro. O
povoado surgia, dentro de algumas semanas já feito ruínas. Nascia velho.
Visto de longe, desdobrado pelo cômoros, atulhando as canhadas, cobrindo
área enorme, truncado nas quebradas, revolto nos pendores - tinha o
aspecto perfeito de uma cidade cujo solo houvesse sido sacudido e
brutalmente dobrado por um terremoto.” página 11 – livro de Português
Brasil Republicano: conflitos e contrastes
• Revolução de Canudos (Bahia, 1896-97);
• O Ciclo do Cangaço (NE, 1900);
• O Misticismo do Pe. Cícero (Ceará, 1911-15);
• Revolução do Contestado (Santa Catarina, 1914);
• O Ciclo da Borracha (Amazônia, 1870-1920);
• A Revolta da Vacina (Rio, 1904);
• A Revolta da Chibata (Rio, 1910);
• Greves dos operários (São Paulo, 1917);
• República da Espada (1889-1894);
• República do Café-com-leite (1894-1930).
Pré-Modernismo: autores em busca de um país

 Imigração Alemã: Graça Aranha


 Análise do sertanejo nordestino: Euclides da Cunha
 Denúncia da miséria do Caboclo: Monteiro Lobato
 Registro da miséria dos subúrbios cariocas:
Lima Barreto
 Discussão do valor da miscigenação: Graça Aranha
 Poesia escatológica: Augusto dos Anjos.
CARACTERÍSTICAS DO PRÉ- Pré-Modernismo
MODERNISMO

 RUPTURA COM O PASSADO


 DENÚNCIA DA REALIDADE BRASILEIRA
 REGIONALISMO
 TIPOS HUMANOS MARGINALIZADOS
 LIGAÇÃO COM FATOS POLÍTICOS,
ECONÔMICOS E SOCIAIS
CONTEMPORÂNEOS
Pré-Modernismo

Euclides da Cunha

• Engenheiro
• Militar
• Jornalista

Obras:
•Os Sertões
•Peru Versus Bolívia
•Contrastes e confrontos
•À Margem da História
O autor
 1886-1909
 Engenheiro, sociólogo, jornalista e historiador.
 Até a Campanha de Canudos, Euclides da
Cunha foi um defensor incondicional do novo
regime.
 Chegou a Canudos em 1897, como repórter do
jornal O Estado de S. Paulo.
A obra
 1902
 Divida em “A terra”, “O homem” e “A luta”
 Mostrou que todos os reveses estão
sertanejos
ligados à terra, desde a opressão semifeudal do
latifúndio até a ignorância e o isolamento a que esta
parte do Brasil sempre esteve condenada. E
evidenciou que nada supera a principal calamidade
do sertão: a seca.
O sertanejo
"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não
tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do
litoral. A sua aparência, entretanto, no
primeiro lance de vista, revela o contrário(...).
É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-
Quasimodo (...) é o homem permanentemente
fatigado (...) Entretanto, toda essa aparência
de cansaço ilude (...) No revés o homem
transfigura-se . (...) e da figura vulgar do
tabaréu canhestro reponta, inesperadamente, o
aspecto dominador de um titã acobreado e
potente, num desdobramento surpreendente
de força e agilidade extraordinárias.”
Livro de Português – página 16
Significado da obra

 “Dois Brasis”: um litorâneo e outro


interiorano.
 cidades litorâneas = polos de desenvolvimento político e
econômico

 interior = condições de atraso econômico que subjugavam


suas populações à fome e à miséria.
OS SERTÕES, de Euclides da Cunha (relato sobre a Guerra de Canudos)

 Linguagem cientificista
 Teorias deterministas (o homem é fruto do meio em que
vive)

Obra dividida em três partes :


 A terra

 O homem

 A luta
Rendição dos conselheiristas em 2 de outubro de 1897
O Conselheiro exumado após 13 dias do sepultamento.
“Fechemos este livro. Canudos não se rendeu.
Exemplo único em toda a história, resistiu até ao
esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na
precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer,
quando caíram os seus últimos defensores, que todos
morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens
feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam
raivosamente 5 mil soldados. (...) Caiu o arraial a 5. No
dia 6 acabaram de o destruir desmanchando-lhe as casas,
5.200, cuidadosamente contadas.”
AFONSO HENRIQUES DE LIMA
BARRETO

Uma literatura afiada e muitas


pedras no meio do caminho

“Mulato, desorganizado, incompreensível


e incompreendido”
(Lima Barreto, por ele
mesmo) (1881 – 1922)
Pré-Modernismo

Lima Barreto

• Mestiço humilde
• Nasceu e
morreu no Rio
de Janeiro
• Funcionário público e jornalista
• Envolveu-se com o alcoolismo
• Duas vezes recolhido ao hospício
Romances principais:
•Recordações do Escrivão Isaías Caminha
•Triste Fim de Policarpo Quaresma
UM PRÉ – MODERNO
REBELDE
 Recordação do escrivão Isaías Caminha (1909)
Denuncia o preconceito racial.
É um livro com aspectos notadamente biográficos.


Clara dos Anjos (1948)
Romance inacabado.
Temática = preconceito
racial
Triste Fim de Policarpo Quaresma (1916)

Melhor e mais conhecido romance do autor.

Protagonista: Policarpo Quaresma

Patriotismo desmedido

O triste fim = perda de todos os ideais, quando


percebe que dedicou sua vida a uma causa inútil.
Marcas comuns em seus
textos
 A crítica aos comportamentos sociais marcados
pela hipocrisia (aparência)
 Subúrbio carioca - os pobres, os boêmios e
os arruinados.
 Foi severamente pelos seus
contemporâneos parnasianos
criticado por seu
despojado, fluente e coloquial, estilo que
influenciando os escritores modernistas. acabou
 Para ele, o escritor tinha uma função

social.
Pré-Modernismo

Monteiro Lobato (1882-1948)

• Escritor polêmico.
• Criticava o
atraso do país,
mas se
colocou contra o Modernismo.
• Criticado por preconceito.
• Escreveu literatura
infantil e literatura
“para adulto”.
Monteiro
Lobato
 Extraordinária figura de intelectual e homem de
ação (escritor + editor + empresário + fazendeiro),
polemista de mão cheia, errando e acertando com
a mesma ênfase, Monteiro Lobato é um dos
grandes nomes da Literatura Brasileira do início do
século XX.
A polêmica do petróleo

 “O escândalo do petróleo” (1936)= Na luta pela


defesa das reservas naturais brasileiras, que
vinham sendo inescrupulosamente exploradas por
grandes empresas multinacionais, denuncia o jogo
de interesses que envolvia a extração do petróleo e
o envolvimento das autoridades brasileiras com os
interesses internacionais.
Obras principais
 Literatura Infantil:
 Reinações de Narizinho
 Viagem ao Céu
 Urupês (1919)  O Saci
 Ideias de Jeca Tatu (1918)  Caçadas de Pedrinho
 Cidades Mortas (1919)  Hans Staden

Negrinha (1920) Histórias do Mundo para Crianças




 Memórias de Emília
 Mundo da Lua (1923)  Emília no País da Gramática
 O Macaco que se Fez  Aritmética de Emília
Homem (1923)  Geografia de Dona Benta
 O Choque das Raças  Serões de Dona Benta
 O Poço do Visconde
 Histórias de Tia Nastácia
 O Pica-pau Amarelo
 A Reforma da Natureza
 O Minotauro
 Fábulas
URUP
ÊS
Esse livro de contos, considerado
muitos a obra-prima de Monteiro
por
Lobato, foi lançado em 1918.
São vários contos retratando
da
aspectos
realidade brasileira nos quais
denuncia, numa linguagem vigorosa, o
drama da exclusão social.
JECA
TATU
JECA TATU

 “Raça a vegetar de cócoras, incapaz de evolução,


impenetrável ao progresso.”
 “Vive apenas do que a natureza esparrama pelo
mato.(...) Seu grande cuidado é espremer todas as
conseqüências da lei do menor esforço.”
 “Cultiva a deusa Cachaça, divindade que entre
eles ainda não encontrou heréticos.”
LITERATURA INFANTIL

Monteiro Lobato foi um dos primeiros autores de
literatura infantil em nosso país e em toda a América
Latina.

 Na produção infantil Lobato aproveita para transmitir


às crianças valores morais, conhecimentos sobre nosso
país, nossas tradições, nossa língua.

 Pode-se afirmar que o escritor nacionalizou o


imaginário infantil do país.
LOBATO: PATERNALISMO OU
PRECONCEITO?

 Especialistas em educação infantil veem hoje com


reserva alguns dos valores transmitidos pela literatura
infantil de Lobato, especialmente no tratamento dado
à negra e serviçal Nastácia.
LOBATO: PATERNALISMO OU
PRECONCEITO?

 “ – Cale a boca! [...] Você só entende de cebolas e


alhos e vinagres e toicinhos. Está claro que não
poderia nunca ter visto fada porque elas não
aparecem para gente preta. Eu, se fosse Peter Pan,
enganava Wendy dizendo que uma fada morre sempre
que vê uma negra beiçuda...
LOBATO: PATERNALISMO OU
PRECONCEITO?
 - Mais respeito com os velhos, Emília! – advertiu
Dona Benta. – Não quero que trate Nastácia desse
modo. Todos aqui sabem que ela é preta só por fora.
Pré-Modernismo

Augusto dos Anjos

• Poesia da solidão e da
decomposição humano-psicológica
• Sincretismo: parnasianismo
+ naturalismo + simbolismo

Obra:
•Eu
Pré-Modernismo

Augusto dos
Anjos
Augusto dos Anjos (1884/ 1914)
Formou-se em direito, mas foi
sempre professor de Literatura.
Publicou apenas um único livro de
poesias, Eu. Sua obra é
cientificista, profundamente
pessimista. Trabalhou, assim como
parnasianos e simbolistas, com
sonetos e verso decassílabo.
PESSIMISMO
Aproximação de Schopenhauer na
poesia de
Augusto dos Anjos
EU, de AUGUSTO DOS
ANJOS
Linguagem cientificista-
naturalista

 Emprego de palavras
não- poéticas
 Pessimismo e angústia em face
dos problemas e distúrbios
pessoais
Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!


O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!


O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que
apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,


Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija !
Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à
ânsia
Que se escapa da boca de um
cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —


Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,


E há-de deixar- me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
O DEUS VERME

Fator universal do transformismo.


Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme - é o seu nome obscuro de batismo.

Jamais emprega o acérrimo exorcismo


Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.

Almoça a podridão das drupas agras,


Janta hidrôpicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...

Ah! Para ele é que a carne podre fica,


E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!
Graça Aranha (1866/ 1931)

Imagem: Graça Aranha, 1904 / Fratelli D'Alessandri / Domínio Público


Foi juiz no Maranhão e no Espírito Santo.
Participou do movimento modernista,
como doutrinador.
Não é considerado modernista porque
sua única obra "modernista", A viagem
maravilhosa, é feita em um estilo
extremamente artificial. Morreu logo
antes de publicar sua autobiografia, O
meu próprio romance, de 1931.
Obras principais:
Canaã (1902/ romance)
Estética da Vida (1921/ ensaio)
Espírito Moderno (1925/ ensaio)
A Viagem Maravilhosa (1927/
romance)
Setembro passou,
com oitubro e novembro
Já tamo em dezembro. A triste partida - Patativa do
Meu Deus, que é de nós? Assaré
Assim fala o pobre
do seco Nordeste,
Com medo da peste,

Da fome feroz.

A treze do mês
ele fez a experiença,
Perdeu sua crença

Nas pedra de sá.

Mas nôta experiença

com gosto se agarra,

Pensando na barra

Do alegre Natá.
A triste partida - Patativa do
Assaré

Rompeu-se o Natá, porém barra não veio,


O só, bem vermeio,
Nasceu munto além.
Na copa da mata, buzina a cigarra,
Ninguém vê a barra,
Pois barra não tem.

Sem chuva na terra descamba janêro,


Depois, feverêro,
E o mêrmo verão
Entonce o rocêro, pensando consigo,
Diz: isso é castigo!
Não chove mais
A triste partida - Patativa do
Assaré

Apela pra maço, que é o mês preferido


Do Santo querido,
Senhô São José.
Mas nada de chuva! tá tudo sem jeito,
Lhe foge do peito
O resto da fé.

Agora pensando segui ôtra tria,


Chamando a famia
Começa a dizê:
Eu vendo meu burro, meu
jegue e o cavalo,
Nós vamo a São Palo
A triste partida - Patativa do
Assaré

Nós vamo a São Palo, que a coisa tá feia;


Por terras aleia
Nós vamo vagá.
Se o nosso destino não fô tão
mesquinho, Pro mêrmo cantinho
Nós torna a vortá.

E vende o seu burro, o jumento e o


cavalo, Inté mêrmo o galo
Vendêro também,
Pois logo aparece feliz fazendêro,
Por pôco dinhêro
Lhe compra o que tem.
A triste partida - Patativa do
Assaré

Em riba do carro se junta a famia;


Chegou o triste dia,
Já vai viajá.
A seca terrive, que tudo
devora, Lhe bota pra fora
Da terra natá.

O carro já corre no topo da serra.


Oiando pra terra,
Seu berço, seu lá,
Aquele nortista, partido de pena,
De longe inda
acena: Adeus,
A triste partida - Patativa do
Assaré

No dia seguinte, já tudo enfadado,


E o carro embalado,
Veloz a corrê,
Tão triste, o coitado, falando saudoso,
Um fio choroso
Escrama, a dizê:

- De pena e sodade, papai, sei que morro!


Meu pobre cachorro,
Quem dá de comê?
Já ôto pergunta: - Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem
trato, Mimi vai
A triste partida - Patativa do
Assaré

E a linda pequena, tremendo de medo:


- Mamãe, meus
brinquedo! Meu pé de
fulô!
Meu pé de rosêra, coitado, ele seca!
E a minha boneca
Também lá ficou.

E assim vão dexando, com choro e


gemido, Do berço querido
O céu lindo e azu.
Os pai, pesaroso, nos fio pensando,
E o carro rodando
A triste partida - Patativa do
Assaré

Chegaro em São Paulo - sem cobre, quebrado.


O pobre, acanhado,
Percura um patrão.
Só vê cara estranha, da mais feia gente,
Tudo é diferente
Do caro torrão.

Trabaia dois ano, três ano e mais ano,


E sempre no prano
De um dia inda vim.
Mas nunca ele pode, só veve
devendo,
E assim vai
A triste partida - Patativa do
Assaré

Se arguma notícia das banda do Norte


Tem ele por sorte
O gosto de uvi,
Lhe bate no peito sodade de móio,
E as água dos óio
Começa a caí.

Do mundo afastado, sofrendo desprezo,


Ali veve preso,
Devendo ao patrão.
O tempo rolando, vai dia vem dia,
E aquela famia
Não vorta mais
A triste partida - Patativa do
Assaré

Distante da terra tão seca mas boa,


Exposto à garoa,
À lama e ao paú,
Faz pena o nortista, tão forte, tão bravo,
Vivê como escravo
Nas terra do su.

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