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FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS – FIP

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LIBRAS

 
TRABALHANDO O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA DO ALUNO
SURDO NA L2 (PORTUGUÊS)

(Cultura Surda)

Professora esp.: Cecília Rodrigues Diniz

Equipe: Danilma
Edcarlos
Jéssica
Luana
Márcia
Cultura
 “Tudo aquilo que o homem cria, consciente ou
inconscientemente, para se relacionar com outros homens
(idiomas, instituições, normas), com o meio físico
(vestes, moradias, ferramentas), com o mundo extra-
humano (orações, rituais, símbolos). Esse relacionamento
tem caráter variado, podendo ser de expressão de
sentimentos (literatura, arte), de domínio social
(ideologias), de controle sobre a natureza (técnicas), de
busca de compreensão do universo que o cerca (filosofia,
teologia)”.
(Hilário Franco Jr. Idade Média: Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001.)

“[...] é o conjunto de práticas, de técnicas, de símbolos e


de valores que devem ser transmitidos às novas gerações
para garantir a convivência social.”
(BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.)
Cultura

> Cultura é toda manifestação material e não material de um povo ou grupo.

> É tudo aquilo que o homem faz. É aquilo que é transmitido de geração em geração
por meio da língua falada ou da simples imitação.

> Sua função é dar unidade a um certo grupo de pessoas que divide os mesmos usos e
costumes, os mesmos valores.
Cultura Surda? (Por Hugo Eiji)

Cultura é palavra movediça, dada a diferentes compreensões. A amplitude do conceito,


atravessada por uma série de senãos, não raro provoca imbróglios quanto às
delimitações e aos usos do vocábulo. Nesse pantanal conceptual, ainda mais
problemática é a assumpção da expressão “cultura surda”.
Cultura Surda? (Por Hugo Eiji)

A afirmação de uma (ou várias) cultura surda implica o reconhecimento de olhares,


comportamentos, costumes e práticas específicas de um grupo linguístico minoritário, e
faz-se esteio para grande parte das lutas travadas por essas comunidades. Mais que uma
empreitada teórica, a celebração das culturas surdas é ponto-chave de uma série de
argumentos e bandeiras políticas do povo surdo.
Cultura Surda? (Por Hugo Eiji)

A ideia de uma cultura surda funda-se, primeiramente, na afirmação de um modo


particular de compreender e expressar a realidade, especificamente proporcionado pela
experiência visual e pelo uso de uma língua de modalidade viso-motora (visual-gestual)
como configuradora do discurso. Assim, [...] a cultura surda opera como um conjunto de
práticas e produções específicas que delimitam um locus de reafirmação cultural,
histórica, política e linguística, sustentando e reforçando vínculos e expressões
identitárias entre os sujeitos que a compartilham.
Assim...
Vejamos agora...

Produções Culturais
da
comunidade surda
São produzidas por surdos e ouvintes, e trazem à
tona alguns dos principais marcadores culturais das
comunidades surdas. As línguas de sinais, o cotidiano
surdo, os imperativos da experiência visual, a luta por
direitos, as tensões e distensões com o “mundo ouvinte”,
as bandeiras políticas e as práticas simbólicas, entre
outros.
 
No Teatro Surdo, a língua de sinais não
se apresenta como língua de tradução,
mas ocupa, com toda a sua potência
cênica, um papel central no texto
dramatúrgico (comumente bilíngue). O
uso de diferentes linguagens (da
mímica, do teatro visual, da dança etc.)
entrelaça-se à narrativa gestual em um
rico caldeirão de experimentações
estéticas, levadas a cabo por artistas
surdos e ouvintes. Entre peças inéditas e
releituras de espetáculos já consagrados.
Poemas (e textos poéticos) criados ou traduzidos
em língua de sinais. Rima, simetria, cadência,
ritmo, equilíbrio, bem como o uso de neologismos,
metáforas, morfismos, sinais-arte e classificadores,
entre outros recursos expressivos da língua gestual,
formam as bases da poesia em L.S. – expressão
que, a cada dia, ganha mais e mais visibilidade nos
circuitos literários surdos e ouvintes.
Por meio de vibrações, sons, jogos de luzes,
contatos visuais etc. milhares de surdos têm se
dedicado à dança, a despeito do senso comum
imaginá-la improvável para aqueles que “não
escutam”. Em alguns momentos, na sintaxe
poética do movimento, as línguas de sinais
(com toda a sua força expressiva) se entrelaçam
à coreografia do corpo, criando uma belíssima
mistura conhecida como signdance (dança com
sinais). 
Cada vez mais, recursos tecnológicos
vêm tornando possíveis (para surdos e
ouvintes) ações que, há bem pouco
tempo, pareciam improváveis.
Smartphones, gadgets, aplicativos,
aparelhos, serviços, entre outros,
acabam por tornar o cotidiano de
todos um pouco mais acessível.
Por tanto,
- Todos os seres humanos possuem cultura.
- Ninguém “tem mais cultura” que outra pessoa.
- Não existe cultura “superior” e “inferior”.

Fonte: (http://colegiomichel.com.br/wp-content/uploads/2014/03/Cultura-2-ano-Copia.pdf)
Desse modo...

“A afirmação da cultura surda surge como importante força contra-hegemônica que se


opõe à aculturação (colonização) audista.”
Referências:
- Hilário Franco Jr. Idade Média: Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001.

- BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

- https://culturasurda.net/cultura-surda-3/

- https://culturasurda.net/artes-plasticas/

- http://colegiomichel.com.br/wp-content/uploads/2014/03/Cultura-2-ano-Copia.pdf
Obrigado!

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