Conceituação Da Fenomenologia Do Calor, Um Breve Histórico

Conceituação da
fenomenologia do calor: um
breve histórico
Celso de Araujo Duarte
Departamento de Física
UFPR
Semana Acadêmica de Física – 2017

Frio versus quente: experiência direta
CALOR: cAlor (lat.), qualidade do que é quente, calor
Derivação: caldus, “quente”  “cálido” (port.)

 “caldo” (port.) nome de um prato.
QUENTE: calens (lat.), quente, do verbo calere, ter calor, do já citado caldus.
Temperatura: temperare (lat.), misturar corretamente, regular, moderar.
Temperatura na acepção de “estado de calor ou frio”: Robert Boyle, 1670 (?)
The works of the honourable Robert Boyle

In six volumes
Fenomenologia do calor, breve histórico -

2
C.A. Duarte - SAF 2017
Galeno, (170 a.D.), médico e cientista
Primeira (?) tentativa de medir temperatura

Temperatura “neutra”: partes iguais de água em ebulição e gelo
Quatro graus para “quente”, quatro para “frio”

(em cada lado da temperatura neutra)
The Writings of Hippocrates and Galen, trad. John Redman Coxe (1846)
Termômetro: thermos (gr.), quente + metron (gr.), medida

3
• O que é calor?
• O que é temperatura?
• Como discernir conceitos na fenomenologia em questão?

4
Ghiacciaia Cascina Favaglie
Jardins de Boboli (Florença):
ghiacciaia
Finalidade: armazenamento de alimentos, produção de
bebidas frias, sorvetes, sobremesas congeladas
Yakhchal em Yazd, Irã (Yakhchāl (persa,

poço de gelo"; yakh = "gelo“, chāl =
"poço")
Mais que conservação: criação de gelo no
inverno e armazenamento no verão no
deserto
Domínio da técnica: já em 400 a.C.
Icehouse, Illinois, EUA, 1930
Glacière: Avilly, comuna d'Avilly-Saint-Léonard Fenomenologia do calor, breve histórico -

5
6
Quente, frio?  Muito ou pouco calor? Temperatura alta ou baixa?
• Como distinguir, pela percepção, o quente e o frio, quanto ao estado térmico?

7
• Como traduzir o estado térmico de modo inequívoco?
• Como quantificar um estado térmico?

8
SÉCS. XVI e XVII
Cornelis Drebbel
(construiu o 1º
submarino navegável) Robert Fludd,
(médico paracelsiano)
o
Galile ,
i
Santorio Santorio:
(médico e fisiologista)
Diferenciaram ar “frio” e “quente” com um termômetro (inspirados em Fílon de

Bizâncio, II a.C. e Héron de Alexandria séc. I d.C.?)
Percepção da dilatação do ar como efeito do calor
O termômetro não foi invenção individual, e sim criação

aperfeiçoada ao longo dos tempos 9
Diremos o mesmo do estudo do calor…

10
Conhecimento da via histórica real:
Impossível
Conhecimento de extratos históricos:

visão parcial, deformada?
Ou totalmente deformada?

11
A TERRA PINGUIS DE BECHER
Já nos Países Baixos em 1681

calor
Johann Joachim Becher,
(introduziu a batata na Alemanha para
menos favorecidos. Já havia na Espanha)
e sua teoria da matéria (1667):
Substâncias: constituídas por ar, água e terra
{
Terra lapidea, “terra pedregosa” (terra vitrificável, sal)
Terra fluida (terra mercurial, mercúrio)
Terra pinguis “terra gorda” (terra combustível )
Seria liberada na combustão

Becher, Physica Subterranea, 1667
Confundia-se, na época, os conceitos de calor e combustão

12
Becher, Physica Subterranea, 1667
... numa época de muitas suposições, filosofias e

rica simbologia
ΤΟ ΞΥΜΠΑΝ, το σύμπαν = “O Universo”
13
BABILÔNIA (XVIII-XVI a.C.):
mar, terra, céu, vento
ÍNDIA: OS VEDAS
(1 A 2 MIL ANOS a.C.):
bhūmi – terra
ap ou jala – água
tejas ou agni – fogo
marut ou pavan - ar ou vento
Vyom, shunya ou akash – éter, ou o vazio
SISTEMA GREGO
SISTEMA CHINÊS, O WU XING
(ápice no séc. I a.C)
14
“A partir do séc. XVIII, Newton passou a ser considerado o primeiro maior cientista da
idade moderna, um racionalista, que nos ensinava a pensar sob as linhas da razão, fria e
neutra.
“Não o vejo sob esse prisma [em face de escritos que Newton deixou em Cambridge].
Newton não foi o pioneiro da idade da razão. Ele foi o último dos mágicos, o último dos
babilônios e sumérios. (...) foi a última criança prodígio a que a Magia poderia prestar
uma homenagem apropriada e sincera”
John Maynard Keynes, “Newton the man”, em

Newton Tercentenary Celebrations (Cambridge Univ. Press., 1947)
Tradução por J. Zanetic na Rev. de Ensino de Física 5 (1983) 43

15
A TEORIA DO FLOGÍSTICO DE STAHL (ou Stahl-Becher?)
Georg Ernst Stahl ,

Renomeou terra pinguis de flogístico
a “substância do calor” (1703)
Phlogiston (gr.), queimado
Elemento de natureza ígnea, presente

em corpos combustíveis
Exemplos:
Madeira = cinzas + flogístico

(se libera na queima)
Metal = cinza metálica + flogístico
Função do ar: apenas arrasta o flogístico liberado

Antiphlogistine,
cataplasma: para
Para Stahl, corrosão de metais ao ar era forma de combustão! inflamações e inchaço
16
AMEAÇAS À TEORIA DO FLOGÍSTICO
Objeção:
• Cinzas da matéria orgânica: mais leves que a matéria não calcinada
• Metais: o contrário
Para Stahl, fato de menor importância (flogístico era princípio “imaterial”, não substância)
Avanço da química:
Flogístico: substância real

Estudava-se variações de peso
Hidrogênio (recém-descoberto): chegou-se a acreditar que seria flogístico puro…
A teoria foi desacreditada por Lavoisier, que estudou ganho e perda de peso
de metais e ametais por oxidação e redução
17
Antoine Laurent de Lavoisier (séc. XVIII): fenômeno da combustão associado ao oxigênio
Oxigênio: Carl Wilhelm Scheele (1772) e Joseph Priestley (1774)
Priestley relata experimentos a Lavoisier, que os refaz e confirma:

E. Whittaker, A History
Combustão (matéria orgânica) e calcinação
of the (metais):
Theories of combinação com oxigênio
Aether and Electricity
Combustão e respiração: ar essencial em ambos os processos
(conhecimento antigo)
Lavoisier & Laplace (1782-83): combustão de carbono vs. respiração

de porquinhos-da-índia  respiração é uma combustão lenta
18
Lavoisier dirigindo um experimento envolvendo a respiração, na década de 1770

19
Reforma da nomenclatura química
por
Lavoisier, Louis-Bernard Claude-Louis Antoine François
Guyton de Morveau, Berthollet, de Fourcroy
Razão: inexistência de um sistema racional de nomenclatura química
Terra, ar, fogo e água substituídos por 55 substâncias simples:
Oxigênio, hidrogênio, azoto (nitrogênio), carbono, enxofre, fósforo; radicais dos ácidos muriático (clorídrico), bórico, fluórico
(fluorídrico); 17 metais; 5 “terras” (óxidos de metais desconhecidos); os álcalis potassa, soda e amônia; “radicais de 19 ácidos
orgânicos; e o calórico, a matéria do calor
Tal sistema se amarrava à teoria de Lavoisier sobre o oxigênio
Méthode de nomenclature chimique, 1787, Lavoisier
Obs.: Desinências –ico e –oso para ácidos, e –ato e –ito definidas nessa ocasião

20
O CALÓRICO
Inconsistência da teoria do flogístico (Lavoisier, 1783): confronto com resultados

experimentais
Lavoisier cria o conceito de calórico como a substância do calor
Diferenças:
Flogístico: faz parte da matéria (Stahl-Becher)
Calórico: não integra a matéria; se estende por todo o

universo; sua quantidade é constante (Lavoisier)
Lavoisier mediu trocas de calor em reações químicas

utilizando um calorímetro (nomenclatura que deu)
Calorímetro a pressão constante
ilustração de Mme. Lavoisier

21
O CALÓRICO
Exemplos:
Resfriamento: perda de calórico (autorrepelente, fluindo para o ar, onde é menos denso)
Expansão de ar quente: a absorção de calórico leva a aumento de volume e expansão
Calor radiante, mudanças de estado da matéria também podiam ser consideradas no

âmbito da teoria
Ciclo de Carnot (citação a seguir), base da teoria das máquinas térmicas:

consistente com o calórico
Outro sucesso: cálculo da velocidade do som, por Pierre-Simon de Laplace

22
O CALÓRICO
Propriedades:
• Fluido autorrepelente, que escoaria de corpos quentes para frios.
• Também considerado como um gás sem peso que atravessaria os “poros” de

sólidos e líquidos
Decadência: meio do século XIX

Concepção nova: teoria cinética (teoria mecânica do calor)
Queda do calórico: fim do séc. XIX, ainda aparecendo na literatura...

23
O CALÓRICO E O “FRIGÓRICO”
FRIGÓRICO, “substância do frio”, à mesma época

Outra crença da época: frio = ausência de calor.
Lei de conservação
Ex nihilo nihil fit (lat.), nada surge do nada, atribuída a Parmênides
Sendo o calórico um fluido material indestrutível e não criável, obedeceria a

uma lei de conservação
Lavoisier: conservação da matéria (1)

Julius Robert von Mayer: conservação da energia
(1)
Conservação da massa na química:
De experimentos de Mikhail Lomonosov (1748), formalização por Lavoisier (1774)
Precursores: Joseph Black (1728–1799), Henry Cavendish (1731–1810), Jean Rey (1583–1645)

24
Conde de Rumford e nova concepção do calor
Calor de fricção na perfuração de canhões (geração sem fim, incompatível com teoria do
calórico)
 Calor não é substância (o calórico) e sim uma forma de movimento
Rumford não quantificou o calor gerado
Teve oposição, mas tornou-se importante no séc. XIX (formulação da conservação da

energia)
Seu trabalho não foi visto como ameaça à teoria do calórico

(para alguns, até auxiliou)
Benjamin Count of Rumford, An Inquiry concerning the Source of the Heat

Which is Excited by Friction, Phil. Trans. R. Soc. Lond. 88 (1798) 80

25
Devem-se a Benjamin Thomson, o Conde de Rumford :
• Método de medição do calor específico (sólidos);

• Investigação do caráter isolante de vários materiais;
• Ar e gases não são condutores perfeitos de calor (incorreto)

• Idem, com respeito a líquidos (incorreto)  por atribuir à água um caráter providencial,
privilegiado
Benjamin Thompson, New Experiments upon Heat, Phil. Trans. R. Soc. Lond. 76 (1786)
273
Benjamin Thompson, Experiments upon Heat, Phil. Trans. R. Soc. Lond.

82 (1792) 48
Considerado o criador do método de

preparo de alimentos sob vácuo

26
Últimos suspiros do calórico
Calor como “substância” em transferência: equações de Laplace e de Poisson, lei de

Fourier
Lavoisier ele mesmo, e Laplace: críticas:
“os físicos estão divididos quanto à natureza do calor; uns pensam que se trata
de um fluido (…) outros pensam que não é mais que o resultado dos
movimentos insensíveis das moléculas da matéria (…) talvez ambas as
hipóteses se verifiquem”
Lavoisier, Laplace, Mémoire sur la chaleur, Mémoires de l’Académie des sciences (1780) 355
Concepção do calor como originado do movimento das

partículas internas dos corpos: possivelmente Roger Bacon (séc.
XIII)
Francis Bacon: “…the very essence of heat, or the substantial
self of heat, is motion and nothing else” (1620)
Robert Boyle: matéria tem partículas em movimento. Metais aquecidos

aumentam de peso por combinação com matéria do fogo (?)
Isaac Newton: oscilação do éter com origem nos corpos celestes

27
Impasse
James Prescott Joule (1843): influenciado por Rumford
On the heat evolved by mettalic conductors

of electricity, and in cells of a battery during
electrolysis (1841)
Prestígio de Lavoisier e sucesso da máquina térmica de Carnot (1824): forte objeção
às ideias de Joule
Rudolf Clausius (1850): compatibilizou teoria cinética com o calórico

Introduziu o conceito de entropia
Princípio da conservação da energia substitui princípio da

conservação do calor (Julius Robert von Mayer, 1841)

28
Conversão de calor em trabalho: tecnologia antiga
Héron de Alexandria (séc. I), em Pneumatica (Πνευματικά):

A eolípia, o órgão a vapor, etc.
Leonardo da Vinci, Petrarca e outros:

Relato do projeto de um canhão a vapor, de Arquimedes
[ The Works of Archimedes, L. T. Heath (trad.) ]

29
Conversão de calor em trabalho
Avanços na área comercial: fim do séc. XVII

(extração de água de minas por vapor)
A seguir:
Thomas Newcomen (1712): Nicolas-Joseph
bomba eficiente e segura Cugnot
fardier à vapeur, 1769

3,62 km/h, quatro passageiros,
carga pesada e... em 1771, o
primeiro acidente histórico com
automóvel já registrado...
Em breve…
A Revolução Industrial (séc. XIX),
VAPOR A TODO O VAPOR!
30
MÁQUINAS TÉRMICAS: UM GRANDE SALTO!
Máquinas térmicas, demanda prática de uma época, se tornaram

objeto de estudo com grandes frutificações!
Evoluímos da TERMOLOGIA para a TERMODINÂMICA!

31
AS MÁQUINAS TÉRMICAS: O CICLO DE CARNOT:
Nicolas Léonard Sadi Carnot
(1796-1832)
aos 17 anos...
Tradução para o inglês:

Provavelmente próximo de
Fenomenologia do calor, breve histórico - sua morte aos 36 anos, em
epidemia de cólera 32
O trabalho produzido é simplesmente igual à área da
figura no diagrama pressão x volume!

33
34
A EMERGÊNCIA DA TEORIA CINÉTICA
Concepção alternativa para a natureza do calor:

a teoria cinética
Teoria cinética: mais moderna (atomicista)
No princípio, no impasse
Teoria do calórico x teoria cinética
ambas eram consideradas equivalentes

35
tempo
temp
o
... para falar da teoria cinética...
36
Lucrécio (50 a.C.): teoria atomística  partículas em rápido movimento
Daniel Bernoulli, Hydrodynamica (1738): base da teoria cinética:
Gases: grande número de moléculas se movendo

Pressão: resultado de impactos
Calor: energia cinética das moléculas
Georges-Louis Le Sage mesma ideia (independentemente)

(e os já mencionados,
, e Boyle,
e Newton)
A teoria não foi imediatamente aceita pelo desconhecimento da

conservação da energia, e por não se conceber colisões perfeitamente
elásticas entre as moléculas (1)
Outros, negligenciados por contemporâneos: Mikhail Lomonosov (1747), Georges-

Louis Le Sage (~1780), John Herapath (1816), John James Waterston (1843)
(1)
Termo mais moderno Fenomenologia do calor, breve histórico -
37
Enfim, a TEORIA CINÉTICA DOS GASES...
August Krönig (1856): modelo para a cinética de gases (translação)
Rudolf Clausius (1857): inclui rotação; introduz caminho livre médio
James Clerk Maxwell (1859): lei de distribuição de velocidades

"we are told that an 'atom' is a material point, invested and surrounded by
'potential forces' and that when 'flying molecules' strike against a solid body in
constant succession it causes what is called pressure of air and other gases.”
James Clerk Maxwell em Molecules (1873)
Ludwig Eduard Boltzmann (1871):

• Generaliza resultados e formula a distribuição de Maxwell-Boltzmann;
• Estabelece conexão logarítmica entre probabilidade e entropia
MOVIMENTO BROWNIANO:
Albert Einstein, 1905; Marian Smoluchowski, 1906
Modelos cinéticos que possibilitaram

predições quantitativas precisas

38
tempo
temp
o
... para falar do calor radiante...
39
CALOR RADIANTE...
Região anexada na fronteira com a

França: centros de produção de carvão
Produção de aço de qualidade demanda delicado controle de temperatura, que requeria

medição por método apropriado
J. Osada, Evolução das idéias da Física (Ed. Blücher, 1972)

40
Gustav Robert Kirchhoff: definição do conceito de corpo negro (1860 - 1862)
Corpo que absorve, sem refletir nem transmitir,

toda a radiação que sobre ele incide
Annalen der Physik 109 (1860) 275 "On the relation between the
radiating and absorbing powers of different bodies for light and
heat”, trad. inglês

41
CALOR RADIANTE...
Ludwig Eduard Boltzmann
1884:
Ableitung des Stefan'schen Gesetzes,
betreffend die Abhängigkeit der
Wärmestrahlung von der Temperatur aus
der electromagnetischen Lichttheorie
[Derivation of Stefan's little law
concerning the dependence of
thermal radiation on the
temperature of the electro-
magnetic theory of light], Annalen der
Physik und Chemie 258 (1884) 291
Lei de Stefan-Boltzmann
Über die Beziehung zwischen der

Wärmestrahlung und der Temperatur
[On the relationship between heat
radiation and temperature], Sitz.
mathematisch-naturwiss. Classe der
kaiser. Akad. Wiss. 79 (1879) 391
Jožef Štefan, 1879

42
A catástrofe do ultravioleta,
A lei de distribuição de Wien (1896) ou catástrofe de Rayleigh–Jeans
Wilhelm Wien
On the division of energy in the emission-

spectrum of a black body, Philosophical
Magazine. Series 5 43 (1897), 214
1905
19
00
Lei de distribuição próxima da verificada
Wien em 1900 (seguindo George

Frederick Charles Searle): massa da John William Strutt, James Hopwood Jeans
matéria é de origem eletromagnética! 3º Barão Rayleigh
43
MODOS DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA NA CAVIDADE
f(l) = ?
Modos de energia eletromagnética

Como lidar com isso?
Fenomenologia do calor, breve histórico - 44
Teorema da equipartição da energia
(portas abertas à ligação entre
eletrodinâmica da radiação e
termodinâmica)
+
Efeito Doppler
=
Redistribuição das frequências,
f(l)  f’(l)= f(l+Dl)
Determinação de f(l)  relação

entre energia da cavidade,
temperatura, comprimentos de
onda envolvidos!
45
Primeira tentativa: Über eine Verbesserung der
Wienschen Spektralgleichung,
puramente heurística Ver. Deut. Phys. Ges. 2 (1900)
202–204
Max Karl Ernst Ludwig Planck (trad. inglês)

Über das Gesetz der Energieverteilung im
e=hf Normalspektrun, An. der Physik 309 (1901) 553
Zur Theorie des Gesetzes der

Energieverteilung im
Normalspektrum. Ver. Deut.
(trad. inglês) (só a trad. inglês)
Phys. Ges. 2 (1900) 237 Fenomenologia do calor, breve histórico -
46
e = hf
e =2hf
e =3hf
e =4hf
.
. .
...
Pela 1ª (?) vez: energia

do campo eletromagnético
dependente da frequência
(Teoria eletromagnética:
dependência do quadrado da
amplitude do campo elétrico)

47
Por séculos forjou-se um berço;
Nele, um pai, o antiquíssimo Calor,
e uma mãe, a Eletrodinâmica,
– pais de origem simples
que tanto se enriqueceram nos tempos –
criaram aquela que veio a se chamar
MECÂNICA QUÂNTICA,
aquela que se tornou mãe de quase o nosso mundo todo...

48
Muito obrigado


Conceituação Da Fenomenologia Do Calor, Um Breve Histórico

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Conceituação Da Fenomenologia Do Calor, Um Breve Histórico

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Conceituação da

Semana Acadêmica de Física – 2017

CALOR: cAlor (lat.), qualidade do que é quente, calor

Derivação: caldus, “quente”  “cálido” (port.)

Temperatura: temperare (lat.), misturar corretamente, regular, moderar.

Temperatura na acepção de “estado de calor ou frio”: Robert Boyle, 1670 (?)

The works of the honourable Robert Boyle

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Primeira (?) tentativa de medir temperatura

Quatro graus para “quente”, quatro para “frio”

Termômetro: thermos (gr.), quente + metron (gr.), medida

Fenomenologia do calor, breve histórico -

• Como discernir conceitos na fenomenologia em questão?

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Yakhchal em Yazd, Irã (Yakhchāl (persa,

Domínio da técnica: já em 400 a.C.

Icehouse, Illinois, EUA, 1930

Glacière: Avilly, comuna d'Avilly-Saint-Léonard Fenomenologia do calor, breve histórico -

• Como distinguir, pela percepção, o quente e o frio, quanto ao estado térmico?

Fenomenologia do calor, breve histórico -

• Como quantificar um estado térmico?

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Diferenciaram ar “frio” e “quente” com um termômetro (inspirados em Fílon de

Percepção da dilatação do ar como efeito do calor

O termômetro não foi invenção individual, e sim criação

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Conhecimento de extratos históricos:

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Já nos Países Baixos em 1681

e sua teoria da matéria (1667):

Substâncias: constituídas por ar, água e terra

Seria liberada na combustão

Confundia-se, na época, os conceitos de calor e combustão

... numa época de muitas suposições, filosofias e

John Maynard Keynes, “Newton the man”, em

Tradução por J. Zanetic na Rev. de Ensino de Física 5 (1983) 43

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Georg Ernst Stahl ,

Phlogiston (gr.), queimado

Elemento de natureza ígnea, presente

Madeira = cinzas + flogístico

Metal = cinza metálica + flogístico

Função do ar: apenas arrasta o flogístico liberado

Flogístico: substância real

Hidrogênio (recém-descoberto): chegou-se a acreditar que seria flogístico puro…

Oxigênio: Carl Wilhelm Scheele (1772) e Joseph Priestley (1774)

Priestley relata experimentos a Lavoisier, que os refaz e confirma:

Lavoisier & Laplace (1782-83): combustão de carbono vs. respiração

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Razão: inexistência de um sistema racional de nomenclatura química

Terra, ar, fogo e água substituídos por 55 substâncias simples:

Tal sistema se amarrava à teoria de Lavoisier sobre o oxigênio

Méthode de nomenclature chimique, 1787, Lavoisier

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Inconsistência da teoria do flogístico (Lavoisier, 1783): confronto com resultados

Lavoisier cria o conceito de calórico como a substância do calor

Flogístico: faz parte da matéria (Stahl-Becher)

Calórico: não integra a matéria; se estende por todo o

Lavoisier mediu trocas de calor em reações químicas

Fenomenologia do calor, breve histórico -

Expansão de ar quente: a absorção de calórico leva a aumento de volume e expansão

Calor radiante, mudanças de estado da matéria também podiam ser consideradas no

Ciclo de Carnot (citação a seguir), base da teoria das máquinas térmicas: