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Aula-Esp. em Eng.

de Segurança
do Trabalho - LEGISLAÇÃO

Aldo Abrahão Massih Jr.


Membro do TJD/SC
Professor Universitário
Advogado Público - CIDASC
Procurador junto ao STJD/CBF
Exemplos de Normas em siglas :
 ART - Anotação de Responsabilidade Técnica (Lei nº 6.496/77, Resoluções nº 1025/09 e 1033/11/CONFEA.);
 ASO - Atestado de Saúde Ocupacional (NR 7);
 CA - Certificado de Aprovação de EPI (NR 6);
 CAI - Certificado de Aprovação de Instalações (NR 2);
 CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho (Artigos 286 e 336 da CLT; Decreto 3.048/99);
 CIPATR - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural*;
 DORT – Doença/Distúrbio Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ler_dort.pdf);
 EPC - Equipamento de Proteção Coletiva (http://inbep.com.br/blog/o-que-e-um-epc/);
 NRR - Norma Regulamentadora Rural *;
 PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador (http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/pat.htm);
 PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR 7);
 PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR 9);
 SEPART - Serviço Especializado de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural*;
 SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (NR 4);
 SEST - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho (Portaria Nº 10, de 6 de Abril de 2000);
 SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Portaria N° 3.214, NR 5, item 5.16 letra “O”).
 *Obs.: Algumas não existem mais: Ex.: CIPATR; NRR; SEPART; INAMPS; DRT (entre outras).
A relevância da HIERARQUIA das Leis
 INICIALMENTE MENCIONE-SE ACERCA DA LEI:
 Lei (do verbo latino ligare, que significa
"aquilo que liga", ou legere, que significa
"aquilo que se lê") é uma norma ou conjunto
de normas jurídicas criadas através dos
processos próprios do ato normativo e
estabelecidas pelas autoridades competentes
para o efeito.
 Cf. Poderes executivo, legislativo, judiciário! (Gerir/adm, decidir, elaborar leis...)
 Estrutura da Adm. Públ – Vide pág.16

 - Obs.: Para obtenção de normas legais, acesse e confira:


◦ http://www.senado.gov.br/legislacao http://
www4.planalto.gov.br/legislacao
◦ http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm
 A palavra lei pode ser empregada em vários sentidos
jurídico-legais, conforme o caso.
 Numa compreensão amplíssima, lei é toda a regra
jurídica, escrita ou não; abrangendo os ACT’s e
CCT’s, Normas Regulamentadoras, convenções da
OIT, os costumes e todas as normas formalmente
produzidas pelo Estado, representadas, p. ex., pela
Constituição federal, medida provisória, decreto,
lei ordinária, lei complementar, etc.
 Já num sentido amplo, lei é somente a regra jurídica
escrita, excluindo-se dessa acepção, portanto, o
costume jurídico (direito consuetudinário). Ex. Feriado de 3ªf Carnaval
 Por fim, numa acepção técnica e específica, a palavra
lei designa uma modalidade de regra escrita, que
apresenta determinadas características; no direito
brasileiro, são técnicas apenas a lei complementar e
a lei ordinária. – Cf.: Autotutela, autocomposição, heterocomposição...
 A lei, no seu processo de formulação, passa por várias etapas, estabelecidas na
CF/88 (art. 61 e segs.). Neste processo temos a iniciativa da lei,
discussão, votação, aprovação, sanção, promulgação, publicação
e vigência da lei. A iniciativa da lei normalmente compete ao órgão
executivo ou ao legislativo, mas há casos em que a própria
Constituição determina que a iniciativa caiba ao judiciário. Proposta
a lei, segue-se a sua discussão no Congresso Nacional, se federal, ou nas
Assembleias Legislativas, se estadual ou Camara Vereadores (municipal); em
seguida, vem a sua votação, que é a manifestação da opinião dos
deputados parlamentares, favorável ou contrária, ao projeto de lei.
Se for favorável ao projeto, ou seja, se conseguir a maioria dos
votos, a lei estará aprovada pelo órgão legislativo. Então, a lei é
encaminhada ao Presidente da República (lei federal) ou ao
Governador de Estado (lei estadual), que poderá sancioná-la
(aprovação e confirmação) ou vetá-la (recusa). Em sentido amplo, lei
abrange qualquer norma jurídica enquanto em sentido restrito
compreende apenas os diplomas emanados pela Assembleia. Cf.:
Quanto entra em vigor: AP; CPC
Hierarquia da lei propriamente dita
 Em todos os Estados, as leis apresentam uma
hierarquia (ordem de importância), na qual as de
menor grau devem obedecer às de maior
grau. A hierarquia (inclusive familiar) trata-se de
uma escala de valores, à semelhança de um
triângulo (pirâmide de Hans Kelsen).
 - Cf. Caso Marbury versus Madison, Sessão da Supr. Corte dos EUA de fev. de 1803

 Admite-se, contudo, distinta classificação,


com base no art. 59 da CF/88, não obstante
eventuais divergências doutrinárias:
 Seção VIII - Do Processo Legislativo
 Subseção I - Disposição geral (Reforça ideia de hierarquia)
 “Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração
de:
 I - emendas à Constituição;
 II - leis complementares;
 III - leis ordinárias;
 IV - leis delegadas; DEGRAUS
 V - medidas provisórias; =níveis
 VI - decretos legislativos; hierárquicos
 VII - resoluções.
 Parágrafo único. Lei complementar* disporá sobre a
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.”
 * vide: LC 95/98 – Arts. 1º e 10 (A elaboração, a redação, a alteração e a
consolidação das leis obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar. Parágrafo único. As
disposições desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, às medidas provisórias e demais atos
normativos referidos no artigo 59 da Constituição Federal).
 - Importante: Acima destas normas está a
CF/88!!!
 Segue do art. 10, da LC 95/98: (Ex. Art. 14, caput, CF/88...)
 “Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos seguintes princípios:
 I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura "Art.", seguida
de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste;
 II - os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos, os
incisos em alíneas e as alíneas em itens;
 III - os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico "§", seguido de numeração ordinal
até o nono e cardinal a partir deste, utilizando-se, quando existente apenas um, a
expressão "parágrafo único" por extenso;
 IV - os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneas por letras
minúsculas e os itens por algarismos arábicos;
 V - o agrupamento de artigos poderá constituir Subseções; o de Subseções, a Seção; o de
Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o Título; o de Títulos, o Livro e o de Livros, a Parte;
 VI - os Capítulos, Títulos, Livros e Partes serão grafados em letras maiúsculas e
identificados por algarismos romanos, podendo estas últimas desdobrar-se em Parte Geral
e Parte Especial ou ser subdivididas em partes expressas em numeral ordinal, por extenso;
 VII - as Subseções e Seções serão identificadas em algarismos romanos, grafadas em
letras minúsculas e postas em negrito ou caracteres que as coloquem em realce;
 VIII - a composição prevista no inciso V poderá também compreender agrupamentos em
Disposições Preliminares, Gerais, Finais ou Transitórias, conforme necessário.”
 IMPORTANTE OBSERVAÇÃO:
 LEIS “FEDERAIS”:

 Se reportam á disciplinar as realidades sociais a nível GERAL/NACIONAL!

 LEIS “ESTADUAIS”:

 Se reportam á disciplinar as realidades sociais a nível REGIONAL!

 LEIS “MUNICIPAIS”:

 Se reportam á disciplinar as realidades sociais a nível LOCAL!

 Importante: As NRs são editadas a nível federal, assim como a própria CLT é destinada à
uma realidade GERAL/NACIONAL.
 - Obs.: Teoria e prática em termos de pagamento das perícias judiciais de insalubridade e
periculosidade. Quando há conclusão pela existência ou não do agente o pagamento ao
perito é feito da mesma forma?
Hierarquia de Leis Estaduais:
 Extrai-se do caput, do art. 48 da CESC/89, sobre a
elaboração (e diga-se de passagem hierarquia...) de leis
estaduais: “Art. 48 — O processo legislativo compreende a
elaboração de:
 I - proposta de emenda à Constituição Federal;
 II - emendas a esta Constituição;
 III - leis complementares;
 IV - leis ordinárias;
 V - leis delegadas;
 VI - medidas provisórias; DEGRAUS
 VII - decretos legislativos;
 VIII - resoluções. [...].”
Hierarquia de Leis Municipais:
 É claro o teor do art. 25 da Lei Orgânica do Mun. de
Tubarão, ao falar do processo legislativo (e podemos
entender como o grau de hierarquia...) de leis locais: “Art.
25 - O processo legislativo compreende:
 I - emendas à Lei Orgânica do Município;
 II - Leis Complementares;
 III - Leis Ordinárias;
 IV - Decretos Legislativos;
 V - Resoluções.” Niveis
hierárquicos
 No direito percebe -se um verdadeiro degrau de
normas, uma constituindo o fundamento de
validade de outra, numa linha de hierarquia
vertical. Uma norma, de hierarquia inferior, busca
o seu fundamento de validade na norma superior
e esta, na seguinte, até chegar à Constituição,
que é o fundamento de validade de todo o
sistema infraconstitucional.
 A Constituição, por seu turno, tem o seu
fundamento de validade na norma hipotética
fundamental, situada no plano lógico, e não no
jurídico, caracterizando –se como fundamento de
validade de todo o sistema, determinando -se a
obediência a tudo o que for posto pelo poder
constituinte originário. (LENZA, Pedro. Direito
Constitucional Esquematizado. 16º ed. 2012. p. 75)
Poder Constituinte Originário:
 O poder constituinte originário é aquele que
instaura uma nova ordem jurídica, rompendo
por completo com a ordem jurídica
precedente.
 O objetivo fundamental do poder constituinte

originário, portanto, é criar um novo Estado,


diverso do que vigorava em decorrência da
manifestação do poder constituinte
precedente. O poder constituinte originário
pode ser subdividido em histórico (ou
fundacional) e revolucionário. (LENZA. p. 185).
 Poder constituinte originário HISTÓRICO:

 Recebe do povo legitimidade para em nome dele


atuar. A CF é promulgada, ou seja, decorre de
legítima representação popular por uma Assembléia
Nacional Constituinte.

 Poder constituinte originário REVOLUCIONÁRIO:

 O povo não transfere a legitimidade para em nome


dele atuar. A CF é imposta pelo governante (isto é,
outorgada!)
- IMPORTANTE: Atual CF, promulgada ou outorgada?
Preâmbulo da CRFB/88:
 “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade
e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL.”
Organização da Adm. Pública:
 ADMINISTRAÇÃO DIRETA: União, Estados
membros, Distrito Federal, Municípios –
Personalidade Jurídica de Direito Público
(Estatutários). São os clássicos prestadores de serviço
público...
 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: Autarquias,
Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de
Economia Mista – Personalidade Jurídica de
Direito Público ou de Direito Privado
(Estatutários ou Celetistas). Excepcionalmente
prestam serviços públicos; em regra exploram atividades
econômicas...
 - IMPORTANTE: Diferença entre ‘entes’ e ‘órgãos’.
Iniciativa de Leis Federais:
 Diz o caput, do art. 61 da CRFB/88, sobre as
leis federais: “Art. 61. A iniciativa das leis
complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou
do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e
nos casos previstos nesta Constituição.” - Exs. de competências:
Arts. 14; 49; 51; 52; 68; 84; 96 – Legislar sobre direito processual em geral, direito
civil, direito do trabalho...
 Importante : Diferenças entre direito MATERIAL e direito PROCESSUAL...
 OBS.: Iniciativa de lei é como se fosse, na engenharia, um projeto de obra...
 RECORDEMOS: A nível federal – interesses nacionais...
Iniciativa de Leis Estaduais:
 É claro o teor do art. 50, caput, da CESC/89,
sobre as leis estaduais: “Art. 50. A iniciativa das
leis complementares e ordinárias cabe a qualquer
membro ou comissão da Assembléia Legislativa, ao
Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao
Procurador-Geral de Justiça e aos cidadãos, na
forma e nos casos previstos nesta Constituição.”
 Mantendo a lógica: A nível estadual – interesses
regionais...
Iniciativa de Leis Municipais:
 Extrai-se do art. 30 da Lei Orgânica do
Município de Tubarão, sobre as leis
municipais:
 “Art. 30 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias
cabe ao Prefeito, a qualquer membro ou Comissão da Câmara
e aos cidadãos, observado o disposto nesta Lei.”
Por fim: A nível municipal – interesses locais...
Definições das Espécies legislativas:
 CONSTITUIÇÃO: Quanto ao conteúdo...
 O conceito de constituição pode ser tomado

tanto em sentido material como formal.


 Materialmente constitucional será aquele
texto que contiver as normas fundamentais e
estruturais do Estado, a organização de seus
órgãos, os direitos e garantias fundamentais.
Como exemplo podemos citar os arts. 1º a 5º
da CRFB/88. Ex.: É de suma importância, como se fosse num
projeto, a preocupação com quarto, a sala, cozinha, em essência,
fundamentais/substanciais...
Conteúdo MATERIALMENTE
Constitucional
Constituição Federal – art. 1º

A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado democrático de direito e tem como
FUNDAMENTOS: I - a soberania; II - a cidadania; III - a
dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.
 Formal, por seu turno, será aquela
Constituição que elege como critério o
processo de sua formação, e não o
conteúdo de suas normas. Assim, qualquer
regra nela contida terá o caráter de
constitucional. A brasileira de 1988 é, em
essência mas não exclusivamente, formal!
 Como ex. temos o art. 242, § 2.º, da CF/88, que

estabelece que o Colégio Pedro II, localizado na cidade


do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal. Ex.: Pode
ser muito periférico, sem tanta importância, como se fosse num projeto, a
preocupação com a cor do piso ou paredes, em essência, não se trata de
assunto ou tema fundamentais ou essencial...
Conteúdo FORMALMENTE (mas não

materialmente...) Constitucional

Constituição Federal – art. 242:

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade


do Rio de Janeiro, será mantido na órbita
federal.
Definições das Espécies legislativas:
 EMENDAS À CONSTITUIÇÃO: Pode ser traduzida por uma
modificação da norma constitucional, considerada não
estabilizada pelo legislador, por meio de procedimento
formal. O art. 60, §2º da CF/88 disciplina acerca do
instituto: Seria como uma reforça em obra muito complexa e que não deve ser regra...
 Total de deputados federais: A Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro de 1993, estabelece que o número de Deputados não pode
ultrapassar 513 deputados / SENADORES: Temos 26 estados no Brasil, mas 27 unidades federativas. Isso porque o Distrito Federal,
embora não seja um estado, é uma unidade federativa. Logo, se fizermos as contas, teremos 3 senadores por unidade federativa x 27
unidades federativas = 81 senadores

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das
Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros. [...] § 2º A proposta será
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos
dos votos dos respectivos membros.
 EMENDAS ESTADUAIS: Este poder constituinte é
naturalmente limitado pelos princípios constitucionais,
a trazer alguma autonomia com condicionantes, como o
respeito à organização autônoma dos Municípios,
também assegurada constitucionalmente (Art. 30 da CF/88).
Nesse sentido segue do art. 49-A, § 2º da CESC:

Art. 49 — A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Legislativa; II - do
Governador do Estado; III - de mais da metade das Câmaras Municipais do
Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros; IV - de pelo menos dois e meio por cento do eleitorado estadual,
distribuído por no mínimo quarenta Municípios, com não menos de um por cento
dos eleitores de cada um deles. [...] § 2º — A proposta de emenda será
discutida e votada pela Assembleia em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos de seus membros.
 EMENDAS MUNICIPAIS: Tanto a União, quanto o Estado,
devem respeito à organização autônoma dos
Municípios, também assegurada constitucionalmente,
no art. 30, I e II, da CF/88. Cf. A título de ex., o
disposto no Art. 26, §1º da LO do Mun. de Tubarão:

Art. 26 - A Lei Orgânica do Município será


Art. 30. Compete
emendada mediante proposta:
aos Municípios:
I - do Prefeito;
I - legislar sobre
II - de um terço, no mínimo, dos membros da
assuntos de
Câmara Municipal.
interesse local;
§ 1º - A proposta de emenda à Lei
II - suplementar a
Orgânica será votada em dois turnos,
legislação federal e
considerando-se aprovada, quando obtiver,
a estadual no que
em ambos, o voto favorável de dois terços
couber;
dos membros da Câmara Municipal.
Continuação das Espécies legislativas:

 LEIS COMPLEMENTARES: Lei complementar é uma


espécie de regra jurídica que, na hierarquia dos atos
normativos, situa-se entre a norma constitucional e a lei
ordinária, não ostentando a rigidez das primeiras, nem
podendo ser revogadas pela segunda, e cuja aprovação
depende de maioria parlamentar absoluta, nas 2 casas
do Congresso Nacional (bicameralismo).

 .
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria
absoluta.
Continuação das Espécies legislativas:
 LEIS ORDINÁRIAS: A lei ordinária, ou simplesmente lei, é
o ato normativo que edita normas gerais e abstratas, ou
seja, é o ato legislativo típico. É toda aquela que não
traz o adjetivo "complementar" ou "delegada" e da qual
basta maioria simples, não se exige a maioria absoluta
para a sua aprovação. “As leis são indispensáveis à
convivência humana, como modelo racional de
conduta". (BASTOS, Celso Ribeiro. 20ª ed. Saraiva)
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada
Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a
maioria absoluta de seus membros.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno
de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Continuação das Espécies legislativas:
 LEIS DELEGADAS: Elaborada pelo Presidente, após prévia
solicitação ao CN, delimitando o assunto sobre o qual
pretende legislar. A solicitação será submetida à
apreciação do Congresso, que, no caso de aprovação,
tomará a forma de resolução (art. 68, § 2.º),
especificando o conteúdo da delegação e os termos de
seu exercício. Determinadas matérias não poderão ser
delegadas.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,


que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. [...] § 2º - A
delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso
Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
Continuação das Espécies legislativas:
 MEDIDAS PROVISÓRIAS: MP’s, que vieram a substituir os
decretos-lei, são normas jurídicas elaboradas sem a
participação do Legislativo, isto é, de forma privativa
pelo Presidente (CF, art. 62), adotadas em caso de
relevância e urgência, e imediatamente submetidas ao
CN, para a conversão em lei e disciplina das relações
jurídicas delas decorrentes. Regra: prazo de 60d.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. [...] § 3º As medidas provisórias,
ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se
não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos
termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional
disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
Continuação das Espécies legislativas:
 DECRETOS LEGISLATIVOS: Destinado a veicular as
matérias de competência exclusiva do CN, previstas,
basicamente, no art. 49 da CF/88, bem como a
regulamentação exigida no art. 62, não está sujeito à
sanção presidencial. Assim constituem atos normativos primários
veiculadores da competência exclusiva do CN, cujo procedimento não é
tratado pela CF/88, cabendo ao próprio Congresso discipliná-lo.
 Obs.: Leis tem caráter de generalidade (são direcionadas a todos) e decretos legislativos de especificidade (apenas a
determinado e específico ente ou órgão)...
 .Art. 62. [...] § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
[...] § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias
após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
Continuação das Espécies legislativas:
 RESOLUÇÕES: São atos do CN ou de qualquer de suas
casas, tomado por procedimento diferente do previsto
para a elaboração das leis, destinado a regular matéria
de competência do CN ou de competência privativa do
Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, mas em
regra com efeitos internos. Não estão sujeitas à sanção
presidencial. A promulgação é feita pela Mesa da Casa
Legislativa que as expedir.
 .
 . - Importante: A Constituição Federal não estabelece o processo
legislativo para a elaboração da espécie normativa resolução,
cabendo ao regimento interno de cada uma das Casas, bem
como do Congresso Nacional, discipliná-lo.
Segurança do Trabalho na CF/88:
 Conta do caput, do art. 5º, da CF/88:
 . -Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
 . Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à SEGURANÇA e à propriedade, nos termos seguintes:
 Por sua vez, segue do art. 6º, caput, também da CF/88:
Capítulo II - Dos Direitos Sociais
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a SEGURANÇA, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
 Importante realçar o contido no art. 7º, XXII, da CF/88:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social: [...]
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e SEGURANÇA;
Algumas disposições da legislação
previdenciária e acidentária na CF/88:
 Destacando-se do campo da legislação acidentária e
previdenciária, segue do art. 201 da CF/88:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e
atenderá, nos termos da lei, a: [...]
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho,
a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência
social e pelo setor privado.*
 * Cf.: Art. 7º, XVIII, da CF/88: “XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; ”
 - IMPORTANTE: Diferenças entre sobra dos prestadores de serviço público e
lucro dos exploradores de atividade econômica...
Alguns temas de interesse de todos os
entes federativos (União, Estados, DF,
Municípios):

 Saúde; Segurança; Educação:

Não podemos ser inocentes... Preocupação das normas não só


com saúde, segurança e higienização física e mental do
empregado, mas também com a responsabilidade pelo período
de afastamento... Primeiros 15/30 dias
responsabilidade dos.... e subsequentes
responsabilidades dos...*
Legislação Previdenciária
Preceitos Constitucionais – Art. 195
O art. 195 trata do financiamento da Seguridade-Social e indica as fontes de
custeio, conforme segue : “Art. 195. A seguridade social será financiada por
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...]

- CONCEITO:
- A expressão Legislação Previdenciária compreende as leis
e os atos normativos referentes ao funcionamento do
sistema securitário. Portanto, a legislação previdenciária
tem relação com toda a seguridade social (saúde,
assistência social e previdência social), não tratando
apenas da matéria previdenciária. Lembra-se que a Lei nº.
8.212/91 trata da organização e custeio da seguridade
social, e não apenas de previdência social
 FONTES :

 A legislação previdenciária tem como principais


fontes as leis e a jurisprudência. Neste
raciocino, deve-se entender lei em sentido
amplo (latu sensu), ou seja, Constituição
Federal, leis ordinárias, leis complementares,
leis delegadas e medidas provisórias, sendo tais
diplomas complementados pelos atos
administrativos em geral.
 Como principais fontes formais do direito
previdenciário temos a Constituição Federal de
1988, as Leis nº. 8.212/91 e 8.213/91, além do
Regulamento da Previdência Social, aprovado
pelo Decreto nº. 3.048/99.
 AUTONOMIA:

 É praticamente pacífica na doutrina e


jurisprudência a autonomia do direito
previdenciário frente aos demais ramos do
direito, entre eles, o direito do trabalho e o
direito administrativo.
 Essa autonomia é consequência do conjunto de
princípios jurídicos próprios, além do complexo
de normas aplicáveis a este segmento. Pode-se,
ainda, encontrar conceitos jurídicos exclusivos
do direito previdenciário, como, por exemplo,
salário-de-benefício e salário-de-contribuição.
 INTERPRETAÇÃO:

 A interpretação da lei, texto genérico e abstrato (diverge do prisma


das ciências exatas...), visa determinar o sentido e alcance das
normas jurídicas, de modo que seu aplicador alcance a correta
‘mens legis’ (finalidade da lei).
 Aplicar a lei significa enquadrar um caso concreto à situação
prevista em lei.
 Ao interpretar um texto legal, o intérprete deve buscar, dentro
das opções existentes no texto legal, aquela que seja a mais
compatível com o caso concreto, não se limitando às situações
previstas pelo legislador, quando da elaboração do texto.
 Existem diversos processos de interpretação, na busca da
interpretação mais adequada, tais como:
 GRAMATICAL: determina a interpretação somente à luz do próprio dispositivo
legal, sendo um método bastante restritivo; Ex. Art. 5º CF – Estrang. Resid. no país....
 HISTÓRICO ou genético: determina o exame dos elementos, as circunstâncias,
período, as causas, que implicaram na criação da lei sob exame; Ex. Idades CLT e CF.
 TELEOLÓGICO ou finalístico: determina ser a interpretação da norma feita
mediante a apuração da finalidade objetivada pela mesma; Ex. Hipossuficiente no contrato
trab/consumo – Fator do príncipe e supremacia/indisponibilidade do interesse público no Contr Adm.
 LÓGICO-SISTEMÁTICO: determina que todas as regras jurídicas devem ter, entre
si, um nexo, pois são parte de um só sistema jurídico. Devido a isto, deve-se
buscar uma interpretação compatível com o ordenamento jurídico, verificando-se a
compatibilidade da lei a ser interpretada com outros diplomas legais e,
principalmente, com os princípios de direito envolvidos; Ex. Integração entre CF + CLT...
 AUTÊNTICA: método executado pelo próprio poder legislativo, mediante a edição
de uma nova lei que interpreta a anterior; Ex. LC 95/98 – Elaboração das leis...
 RESTRITIVA/EXTENSIVA: a interpretação restritiva é feita quando o legislador
disse mais do que queria, atingindo situações não previstas. Já a interpretação
extensiva é quando o legislador disse menos do que queria. Em ambas as
situações, o intérprete busca a correta mens legis (O espírito da lei. É a finalidade da lei;
o seu objetivo no âmbito social) sem inovar no mundo jurídico. Uma interpretação
extensiva que fuja às possibilidades interpretativas da letra da lei já é, em verdade,
integração do direito, e não interpretação. Ex. In dubio pró mìsero; jus variandi empregador...
 A hierarquia das normas é a ordem de
graduação entre estas, segundo uma escala
decrescente: normas constitucionais, leis
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos legislativos e resoluções, decretos
regulamentares, normas externas (Instruções
Normativas), normas internas (portarias, despachos,
pareceres, etc.) e normas individuais (contratos,
sentenças, etc.).
 As legislações trabalhista e previdenciária tb são
submetidas a esta mesma hierarquia. Entretanto,
deve-se atentar para algumas regras de prevalência em
caso de conflitos de normas: norma específica prevalece
sobre a genérica e o ‘in dubio pro misero’ (aplicar, na
dúvida, a regra mais favorável ao trabalhador).
 IMPORTANTE: Diferenças entre os percentuais sobre as
horas extras expostos na CLT e na CF/88...
 DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO –
Trabalhador é tido como ‘hipossuficiente’, há uma
proteção ao mesmo decorrente da disparidade de forças
na relação entre estes e seus empregadores...

 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO –


Trabalhador não atua isoladamente, não há portanto a
figura do ‘hipossuficiente’, tampouco há uma proteção ao
sindicato que o representa, pois no caso deixa de existir a
disparidade de forças na relação entre estes e os
sindicatos de empregadores...
 Importante: Diferença entre ACT’s e CCT’s.
 Orientação dos Tribunais Superiores
 Os Tribunais Superiores são órgãos colegiados
de grau recursal especial. Com jurisdição em
todo o território nacional, integrantes do Poder
Judiciário, como o STF (guardião da Constituição), o STJ (guardião das
leis federais), o TST (guardião das leis trab.), o TSE (guardião das leis eleitorais) e o

Superior Tribunal Militar (guardião das leis militares). Cf. Art.


92 da CF/88: “Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal
Federal; I-A - o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; III - os Tribunais
Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e
Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e
do Distrito Federal e Territórios. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. § 2º O Supremo Tribunal Federal
e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.” Cf. Dif. entre
entes e órgãos...
Seguridade Social (Art. 194 da CF/88):
 - Origem da Proteção Social: A proteção social tem como finalidade reduzir os
efeitos das adversidades da vida, como fome, doença, velhice, etc.
 Inicialmente, a proteção social vinha da própria família, onde os mais
idosos e desprovidos da capacidade de trabalhar eram auxiliados pelos
mais jovens e aptos ao trabalho.
 Com o passar do tempo, viu-se a necessidade da proteção social por parte
do Estado, principalmente para as pessoas que não eram dotadas da
proteção familiar e, quando esta existia, era precária. Esse papel era feito
pela igreja, passando alguma responsabilidade para o Estado apenas no
século XVII, com a edição da famosa Lei dos Pobres (Poor Law – Inglaterra
1601). Anterior a Lei dos Pobres, encontram-se indícios de seguro coletivo
no Império Romano, que visa à garantia de seus participantes, além da
preocupação com os necessitados, porém sem uma intervenção direta do
Estado, sendo este apenas um fiscalizador dos interesses gerais da
sociedade.
 Portanto, nota-se a preocupação inicial do Estado pela assistência dos
desprovidos de renda até, finalmente, a criação de um sistema
securitário, coletivo e compulsório, visando à proteção total, ou seja, a
seguridade social.
 Hoje, no Brasil, entende-se por SEGURIDADE SOCIAL o conjunto de
ações do Estado no sentido de atender as necessidades básicas de
seu povo nas áreas de previdência social, assistência social e saúde,
sendo classificados como direitos sociais pela Constituição Federal no
seu Título VIII – Da Ordem Social. Nesse sentido o disposto no art.
194 da CF/88:

Art. 194. A seguridade social compreende um


conjunto integrado de ações de iniciativa dos
poderes públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.
Histórico Legislativo:
 Para entendermos a evolução histórica no Brasil é importante entendermos a
evolução histórica mundial da seguridade social.
 A Poor Law (1601), mencionada acima, foi o primeiro ato relativo à assistência
social no mundo. Esta criou uma contribuição obrigatória, arrecadada pelo Estado para fins sociais.
 Outro ponto fundamental foi o projeto de seguro de doença (1884), seguro de
acidentes de trabalho (1884) e seguro de invalidez e velhice (1889), todos na
Alemanha. Foi a primeira vez em que havia a proteção garantida pelo Estado, sendo este um
arrecadador de contribuições compulsórias dos participantes do sistema securitário . Já naquela época
eram vislumbradas duas características dos regimes previdenciários modernos : organização
estatal e compulsoriedade. Importante: As N.Rs. são assim, o Estado estipula
normas obrigatórias por parte das empresas, que não têm opção de não seguir...
 As primeiras constituições a trazerem os denominados direitos sociais foram a
Constituição do México (1917) e Constituição de Weimar (1919). Muito recente...
 A primeira citação feita à Seguridade Social foi o Social Security Act nos Estados
Unidos em 1935.
 No Brasil, a seguridade social foi tratada pela primeira vez em
1824, com a criação dos socorros públicos na Constituição
Federal de 1824 (saúde). Já no ano de 1835 foi instituído o
MONGERAL (Montepio Geral dos Servidores do Estado), que
tinha o objetivo de beneficiar as famílias dos empregados
públicos que falecessem sem lhes deixar meios de subsistência.
 A Constituição Federal de 1891 foi a primeira a estabelecer a
aposentadoria, entretanto, esta era concedida apenas a
funcionários públicos e em casos de invalidez a serviço da
Nação.
 Em 1923, foi editado o Decreto-Legislativo nº. 4.682,
denominado Lei Eloy Chaves, que é considerado o
marco inicial da previdência social brasileira. A Lei Eloy Chaves
criou a Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP) para os
empregados de cada empresa ferroviária.
Princípios Constitucionais (leg. previd.):
 O art. 194 da Constituição Federal menciona alguns dos princípios da
seguridade social brasileira, são os chamados princípios específicos.
Além destes, se aplicam à seguridade social alguns princípios gerais,
elencados abaixo. PRINCÍPIOS GERAIS:

- Igualdade;
- Legalidade;
- Direito Adquirido.

 Quanto à igualdade, veja o disposto no art. 5º, caput, da CF/88; já no


que se refere à legalidade, o inc. II, do próprio art. 5º da CF/88 traça um
norte; por fim, como ex. legal de direito adquirido temos o art. 6º, § 2º
da LINDB. Cf. Princípio da Igualdade/isonomia – Legalidade segundo
prismas público x privado...
◦ Princípio da Igualdade (art. 5º, caput da CF):
Art. 5º Todos são iguais perante a lei *, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes: *Cf. Independe de raça, credo, cor, religião, sexo...

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de


fazer alguma
◦ Princípio coisa senão(art.
da Legalidade em virtude de CF):
5º, II da lei*; *Cf.
Distinção legal entre legalidade Publica x Privada...

§ 2º Consideram-se adquiridos* assim os direitos que o seu titular,


ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do
◦ Princípio do direito
exercício tenha adquirido
têrmo pré-fixo, (art.pré-estabelecida
ou condição 6º,§2º LINDB):
inalterável, a arbítrio de outrem. *Cf. Estab. Decenal x FGTS.
 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS:
 • SOLIDARIEDADE (art. 3º, I, CF/88): busca reduzir as
desigualdades sociais, permitindo que alguns contribuam para o
sistema, para que outros, sem condições financeiras, estejam
cobertos pela seguridade social. Este princípio permite que uma
pessoa se aposente por invalidez, sem ter qualquer contribuição
para o sistema;
 • UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E ATENDIMENTO:
estabelece que qualquer pessoa pode participar da proteção
social. Para a área de saúde e assistência social, qualquer
pessoa tem acesso, independente de contribuição. Entretanto,
quanto à previdência social, a pessoa deve contribuir para o
sistema (sistema contributivo). Portanto, para que todas as
pessoas possam ter acesso ao sistema foi criada a figura do
segurado facultativo;
 • UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS
POPUL. URBANAS E RURAIS: busca a não distinção de valores entre
os benefícios pagos às populações urbanas e rurais; Cf. Art. 7º, caput, da CF/88.
 • SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS
E SERVIÇOS: a seletividade determina que alguns benefícios são
disponíveis apenas para certos segurados, como salário-família e
auxílio-reclusão. Já a distributividade tem por objetivo diminuir as
desigualdades sociais, buscando otimizar a distribuição de renda
no país;
 • IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS: busca manter o
poder aquisitivo do benefício concedido, ou seja, atualizar o valor
do benefício de acordo com a inflação do período;
 • EQÜIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO: estabelece
que a contribuição para o sistema será determinada de acordo
com a capacidade econômica de cada contribuinte, ou seja,
recebendo mais pagará mais;
 • DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO: busca garantir a
arrecadação de contribuições, de modo que a base de
financiamento da segurid. social seja a mais variada possível;
 • CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA
ADMINISTRAÇÃO: visa a participação da sociedade na gestão da
segurid. social, mediante gestão quadripartite, com participação
dos trabalhadores, empregadores, aposentados e do governo;
 • TRÍPLICE FORMA DE CUSTEIO: determina que a seguridade social
será financiada por recursos da União, das contribuições sociais
das empresas e dos trabalhadores;
 • PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO EM RELAÇÃO AO BENEFÍCIO OU
SERVIÇO: busca o equilíbrio atuarial e financeiro do sistema
securitário, ou seja, nenhuma prestação de serviço de caráter
assistencial ou benefício da previd. social poderia ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente e prévia fonte de
custeio total.
Responsabilidade Civil do Empregador:
 Teoria ou responsabilidade subjetiva: É a regra (ato culposo, dano, vínculo de
causalidade entre uma e outro), ligada à ideia de culpa.
 Teoria ou resp. objetiva: É a exceção (dano e autoria – independe da culpa), cabendo
em situações especiais, como nos casos de risco inerente, exs. os acidentes do
trabalho, onde a indenização é deduzida em face do empregador.
 A CF/88 diz no art. 7º, XXVIII: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;” (grifei). Aqui vale a regra da responsabilidade subjetiva (e no caso contratual).
 Primeira responsabilidade é certa por parte do INSS pela indenização tarifada
devida ao empregado, seja qual for a causa do acidente. Aqui a responsabilização
é integral (objetiva), da teoria do risco integral, assim mesmo que o evento tenha
sido causado exclusivamente pelo empregado, remanesce o direito à indenização.
Mas o empregado acidentado pode ser beneficiado por uma segunda possível
indenização pelo empregador caso reste provado que este agiu com culpa ou dolo
(responsabilização subjetiva).
Responsabilidade Civil do Empregador:
 O CC/2002 classifica o dever de indenizar como uma obrigação. Trata-se de
obrigação legal. Diz o art. 186 do CC: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito”. O dever de indenizar nasce do ato ilícito e de algumas
excepcionais hipóteses de atos lícitos.
 O dever jurídico pode surgir da lei (exemplo acima) ou da vontade dos indivíduos
(contrato). Neste caso, os indivíduos criam para si deveres jurídicos, contraindo
obrigações em negócios jurídicos, que são os contratos e as manifestações
unilaterais de vontade. Se a transgressão se refere a um dever gerado em negócio
jurídico, há um ilícito negocial comumente chamado ilícito contratual, por isso que
usualmente os deveres jurídicos têm como fonte os contratos. Se a transgressão é
pertinente a um dever jurídico imposto pela lei, o ilícito é extracontratual, por isso
que gerado fora dos contratos, mais precisamente fora dos negócios jurídicos.
 IMPORTANTE: # NAS áreas do dto público (Ex.: Constit; Adm, Tribut, Proces.) e
privado (Dto Civil, Empres., do Trab..)
Responsabilidade Civil do Empregador:
 Em razão do crescimento da indústria e com a mecanização da produção, grande
foi o número de acidentes de trabalho, sendo que o operário não tinha nenhum
amparo. Mesmo após o acidente, a situação do trabalhador era de desamparo,
porque não havia meios para provar a culpa do empregador. Foi quando os
juristas perceberam que a teoria subjetiva não mais atendia à demanda surgida
com a transformação social, principalmente ante o pesado ônus da prova que
recaía sobre os trabalhadores.
 Segundo Maria Helena Diniz (In: Curso de direito civil brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva) : A
responsabilidade objetiva funda-se num princípio de equidade, existente desde o
direito romano: aquele que lucra com uma situação deve responder pelo risco ou
pelas desvantagens dela resultantes, como no caso do empregador.
 Há responsabilidade objetiva prevista em leis especiais (Exs.: Decr. n 2.681/12 - estradas de ferro;
Lei n. 7.565/86 -Código Brasileiro de Aeronáutica; Decr-lei n 227/67 - Código de Mineração; Código de Defesa do Consumidor e o Código
e hipóteses de responsabilização objetiva em nível constitucional,
de Trânsito Brasileiro)
como a resp. extracontratual da Adm. Pública, prevista no §6º do art. 37 da CRFB,
e a responsabilidade em acidentes nucleares, prevista em seu art. 21, XXIII, “c”.
Responsabilidade Civil do Empregador:
 O CC/02 reforça o dever de indenizar como uma obrigação, em certos casos,
extracontratual. Segue do art. 927, do CC: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de
reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem”. A CF trata de hipótese de responsabilidade contratual, já
o CC trata da responsabilidade extracontratual. Sendo o empregador quer exerce
atividade econômica, assume o risco como inerente, respondendo de forma
objetiva, ante a adoção da teoria do risco criado, em relação a todos os lesados,
inclusive àqueles que sejam seus empregados.
 Também merece destaque o art. 927, III do CC: “Art. 932. São também responsáveis
pela reparação civil: [...] III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;” .
 Assim, em hipóteses de acidente de trabalho quando presente o risco inerente,
haverá obrigação de reparar o dano, independentemente da culpa. A legislação
trabalhista, ao regular questões como periculosidade, insalubridade e risco
portuário, já fornece critérios para tal aplicação.
Responsabilidades na esfera PENAL:
 É necessário, a partir dos entendimentos até aqui trazidos, para fins de
compreensão da matéria, que sejam traçadas algumas das condutas puníveis pelo
direito penal pela inobservância das normas de saúde, higiene e segurança do
trabalho.
 Importante o art. 19, § 2º da Lei nº 8.213/91: “§ 2º Constitui contravenção penal, punível
com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.;” (grifei).
Quis o legislador, portanto, atribuir responsabilidade penal ao administrador da
empresa pela inobservância das normas de segurança e medicina no trabalho,
ainda que este comportamento não tenha criado situação de perigo concreto ou
mesmo acarretado dano a um bem juridicamente relevante.
 A multa a que faz referência o artigo 19, §2°, da Lei 8.213/91, será fixada segundo
os critérios estabelecidos pelo artigo 49 do Código Penal (CP). Será levada em
consideração, na fixação da pena de multa, principalmente, a situação econômica
do réu, de acordo com o entendimento do artigo 60 do Código Penal.
Responsabilidades na esfera PENAL:
 Outra norma penal incriminadora que pode guardar relação com as boas práticas
de segurança e medicina do trabalho é aquela prevista no artigo 132 do Código
Penal: “Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
 Pena detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
 Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de
outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos
de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) ”,
pela qual é crime, punível com detenção de três meses a um ano, se o fato não
constitui crime mais grave.
 Assim, não se deve aguardar que o dano à vida ou à saúde do empregado seja
efetivo para que a conduta seja punível pelo direito penal, bastando, para tanto,
que se crie uma situação concreta de perigo ao bem jurídico tutelado.
 O que diferencia a norma contravencional do artigo 19, § 2°, da Lei 8.213/90, acima
referida, e o artigo 132 do CP é o grau do perigo gerado pela conduta ‘dolosa’ do agente. Se
o perigo for concreto, isto é, se for comprovado o estado de periculosidade ou idoneidade
lesiva ao bem jurídico no caso concreto, haverá a incidência do crime previsto no CP. Se o
perigo for meramente abstrato, presumível, não necessitando de comprovação, incidirá a
norma contravencional.
Responsabilidades na esfera PENAL:
 No que tange a responsabilidade criminal decorrente da não observância das
normas de saúde, higienização e segurança física e mental no trabalho (na
empresa), o Código Penal traz outras previsões além daquela já vista, como no
artigo 121, § 4º: “Homicídio simples. Art. 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos
[...] Aumento de pena. § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
2003)”, pela qual a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de
inobservância de regra ténica...
 Também realçamos o disposto no artigo 129, caput do Código Penal: “Lesão corporal. Art. 129.
Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.
 Assim é que na esfera criminal o artigo 129, § 2º do Código Penal Brasileiro assegura que
“se resulta lesão corporal de natureza grave ou incapacidade permanente para o trabalho” a
pena é “reclusão, de dois a oito anos”. Assim podemos entender que há o aumento
significativo da pena se o crime foi resultante de inobservância de regra técnica de
profissão...
Responsabilidades CIVIL e PENAL:
 Pelo contexto apresentado, se o empregador não cumprir as normas de segurança
e saúde no trabalho e houver ameaça de prejuízo moral, psíquico, físico, estético e
material ao empregado ou configuração dos mesmos, incorrerá aquele em
responsabilidade civil e/ou criminal.

 Uma responsabilidade independe da outra, podendo haver absolvição em ambas


esferas, condenação em apenas uma delas ou, inclusive, dupla condenação (tanto
na esfera civil como na criminal).

 O Poder Judiciário, o Ministério Público do Trabalho, trabalhadores, peritos e principalmente


os empregadores e seus agentes que realmente mais podem fazer para resolver os
problemas de riscos no ambiente laboral, pois detêm os meios materiais e legais para
prevenir e evitar acidentes do trabalho.

 Quando se busca e se quer prevenir acidentes do trabalho e investir na proteção da saúde e


da integridade física do trabalhador, toda a sociedade sai mais evoluída e fortalecida.
Legislação Padrão
Normas de Segurança e Medicina do
Trabalho (Cf. # Código, Consolidação, leis esparsas)

CRFB/88 Federal CLT

Trabalhistas
Constituição Federal

Leis Trabalhistas
Constituição

das Leis
Consolidação das
Consolidação
Aula-Esp. em Eng. de Segurança
do Trabalho

Aldo Abrahão Massih Jr.


Membro do TJD-SC
Professor Universitário
Advogado Público - CIDASC
Procurador junto ao STJD - CBF

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