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CRESCIMENTO E

DESENVOLVIMENTO
INFANTIL
INTRODUÇÃO- Crescimento

• Importante instrumento de conhecimento da saúde individual e


coletiva.
• Processos dinâmicos que tem inicio na concepção e terminam na
morte.
• CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO
Crescimento:
 Representa o desenvolvimento físico;
 É expressão da hiperplasia e hipertrofia celulares;
 É quantitativo: avaliação do peso e altura da criança;
 Um dos indicadores de saúde mais importantes da
criança
Desenvolvimento:
• Capacidade de uma criança de realizar tarefas cada
vez mais complexas (novas habilidades);
• Corresponde a aquisição de novas habilidades;
• É qualitativo: difícil de medir de forma objetiva;
Crescimento

São alterações biológicas que implicam em


aumento corporal da criança,
considerando, especialmente, a evolução do
peso, estatura e perímetros.

O CD são decorrências da associação de


vários fatores, dependendo do organismo
da criança e do ambiente onde vive.

No estudo dos fatores do C, deve‑se


considerar os seguintes aspectos:
Crescimento

Tipos de Crescimento

• CRESCIMENTO GERAL- altura e peso

• CRESCIMENTO NEURAL – SNC e sua mielinização

• CRESCIMENTO LINFÓIDE – imunidade


(timo, gg linfáticos, amígdalas, adenóides e
folículos linfóides intestinais)

• CRESCIMENTO GENITAL
Fatores Determinantes:
a) Extrínsecos (ambientais)
b) Intrínsecos (orgânicos)

Fatores intrínsecos
Sistema Energia
Neuroendócrino hereditária

Sexo Etnia

Crescimento do
Ser Humano

Endógena Ambiente
Cond. Geofísicas
Doença  Cond. Sócio-econ.
Urbanização
Interação mãe-filho
Exógena
Fatores Extrínsecos Dieta
Fatores Extrínsecos:
Fatores ambientais: o
que determina o C e D da
criança é a qualidade do meio
de vida, da qual depende a boa
saúde e a harmonia do
desenvolvimento psíquico.

Fatores nutricionais: a
alimentação qualitativa e
quantitativa da criança deve
satisfazer as necessidades
específicas ligadas ao
crescimento nos períodos de C
rápido, a falta de proteínas
animais (sobretudo o
leite) e a insuficiência de calorias são as carências
mais prejudiciais para o organismo. Elas geram uma
estagnação precoce da curva do peso. A altura só é
perturbada se a carência persiste.

Higiene de vida e higiene corporal:


Higiene de vida: é o equilíbrio
que resulta das relações entre as
atividades, as refeições, o repouso e o
sono. As condições de vida familiar e
social nem sempre deixam as crianças
seguirem seu próprio rítmo.
Higiene corporal: a higiene do corpo é fonte de
bem‑estar e desempenha um papel importante na
saúde, graças à diminuição dos riscos de erupções
cutâneas, feridas e suas conseqüências, e também
protegem as crianças contra as infecções de
origem externa.

A higiene é indispensável à
saúde física e mental da
criança e influi na construção
de sua personalidade, seu
desenvolvimento e na
qualidade de sua inserção
social.
 
Condições sócio‑econômicas e culturais:
A situação sócio-econômica da família repercute no
desenvolvimento somático e intelectual da criança.
Ex.: o nível de instrução dos pais, a migração do
meio rural ao urbano, os alojamentos superlotados
e etc.
 

Condições físico‑afetivas:
  o
 
equilíbrio físico‑afetivo da criança
repercute diretamente sobre seu
apetite. A situação de carência
afetiva acarreta angústia, tristeza e
falta de apetite.
Fatores Intrínsecos:
Fatores Genéticos: até os três anos de idade, ação do
meio é preponderante, mas depois dessa idade os fatores
genéticos influenciam progressivamente e com crescente
nitidez. Isto aparece principalmente nos seguintes fatores:

Fator racial: influencia o tamanho e a velocidade do C.


Fator familiar: pode falsear o diagnóstico.
Fator de maturação óssea: começa durante o segundo
mês de vida fetal, quando os sais de cálcio são depositados na
substância intracelular para formara cartilagem em primeiro
lugar e em seguida o verdadeiro osso.Varia em função do
sexo.A idade óssea do rapaz se realiza mais tarde que na
menina.
Fatores endócrinos
As atividades dos hormônios desempenham um papel
importante no crescimento da estatura e no
amadurecimento dos ossos.
hormônio do crescimento ou somatotrópico (STH): É
uma proteína secretada pela hipófise anterior durante o
sono profundo. As dosagens no sono mostraram que a
taxa de STH varia em função da alimentação e da idade
da criança.
Durante o período de crescimento rápido, a taxa de
secreção do STH é nitidamente mais elevada que no
adulto. Sua ação sobre o crescimento do esqueleto é
particularmente clara ao nível das cartilagens.
Hormônio da tiróide
Do nascimento ao fim
do crescimento, a
tiróide aumenta de
volume e
sua secreção é o
principal regulador
do crescimento,
enquanto fator
indispensável da
evolução dos ossos.
Parâmetros Antropométricos

Justificativas:
.
- Permite o diagnóstico precoce de desnutrição;
-Utiliza-se equipamentos simples;
- Fácil de aplicação;
- Boa aceitação por parte da população.
Índice Antropométricos

-Peso/ Idade;
-Altura/Idade;
-Peso/ Altura; .
-Perímetro Cefálico/Idade.
1. Peso
É a medida mais importante para a
avaliação do crescimento da criança e do
seu estado nutricional.
  .
A curva de peso vai explicar a
situação de saúde da criança e as
medidas a tomar. Faz uma
avaliação da situação nutricional e
da eficácia das medidas
preventivas, a nível individual e
coletivo.
Estatura

Abaixo de 2 anos

Acima de 2 anos
Ganho ponderal mensal nos dois
primeiros anos de vida
até 3 meses 750 a 900 gramas por mês
de 3 a 6 meses 600 gramas por mês
de 5 meses a 1 ano 300 a 400 gramas por mês
de 1 a 2 anos 200 a 300 gramas por mês

Ganho ponderal anual de 2 a 7


anos
de 2 a 3 anos 1.800g a 2.000 gramas por ano
de 3 a 4 anos 1.800g ± por ano
de 4 a 5 anos 1.650g ± por ano
de 5 a 7 anos 1.500g ± por ano
2.Estatura
É a medida mais fiel do crescimento de uma criança. Deve
ser avaliada do nascimento até a idade adulta.
Valores Normais:
No nascimento: ± 50 cm
1º trimestre: 9 cm
2º trimestre: 7 cm
3º trimestre: 5 cm
4º trimestre: 3cm
A criança cresce 10 cm por ano, entre 1 e 3 anos.
Para crianças acima de 2 anos teremos a seguinte fórmula:
Estatura = idade x 5 + 80
 A variação de estatura entre as crianças, depende em particular da
estatura dos pais.
3.Perímetro Cefálico (PC)

É a circunferência do crânio. O controle da


evolução do perímetro craniano tem por
objetivo detectar uma anomalia cerebral
(hidrocefalia ,microcefalia ou tumor).
IDADE PC( cm)
Nascimento 35,0
3 meses 40,4
6 meses 43,4
9 meses 45,5
1 ano 46,6
2 anos 48,9
3anos 49,2
4 anos 50,4
5 anos 50,8
4.Perímetro torácico (PT):
É a circunferência do tórax. Durante o
crescimento, as proporções do corpo mudam. No
nascimento, o segmento inferior é muito curto,
depois ele se alonga progressivamente. Esta
mensuração se faz sobretudo para investigar
anomalias de desenvolvimento.

Relação entre PC e PT:


- até 6 meses: PC é superior PT
- cerca 6 meses: PC é igual PT
- cerca 9 meses: PC é inferior PT
Idade PT ( cm)
nascimento 33,0
3 meses 40,2
6 meses 43,4
9 meses 45,7
1 ano 47,3
3 anos 52,8
4 anos 53,4
5 anos 54,6
5.Perímetro Abdominal(PA)

É a circunferência abdominal.

Valor é relativo até 2 anos,


aproximadamente PC = PT = PA,
em seguida passa a
predominar o PT.
Crescimento
MONITORIZAÇÃO DO CRESCIMENTO

• ESQUEMA MÍNIMO DE CONSULTAS


no primeiro ano de vida: 1, 2, 4, 6 e 12 meses;
no segundo ano de vida: 18 e 24 meses;
no terceiro, quarto e quinto anos : pelo menos uma vez por ano.

• CURVAS DE CRESCIMENTO

• PERCENTIL – situa a posição do indivíduo em relação ao grupo de referência

• DESVIO-PADRÃO ( ESCORE Z) – número de desvios padrão abaixo ou acima da


mediana da população de referência em que se encontra o índice antropométrico
da criança. NORMAL = entre –2 e +2 DP.
Crescimento

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
• Dados Antropométricos – Peso, altura, PC e PT

RN : PESO – Média= 3300g; diminui 10% nos primeiros dias; após


20 a 30 g/ dia

ESTATURA – 5O cm (média)

PER. CEFÁLICO – 34 cm (média). PC>PT

LACTENTE: Primeiro ano - PESO: PN X 2 aos 5m; PN X 3 aos 12 m


EST: + 25 cm aos 12 m
PC: aumenta 12 cm até os 12 m, quando
PC=PT

Segundo ano – PESO: aumenta 2,5 kg/ano


Est: aumenta 12 cm/ano
PC: aumenta menos de 2 cm/ano
PRÉ-ESCOLAR – Peso= aumento de 2 kg/ano
Estatura = aumenta 6 a 8 cm/ano

ESCOLAR – Peso – aumento de 2,5 a 3,5 kg/ano


Est: aumento de 6 cm/ano

ADOLESCENTE – Peso – aumento secundário ao aumento de altura


Altura – aumento de 10 cm/ano (no estirão
Critérios para avaliação (pelo padrão NCHS)
ESTATURANORMAL – Entre os percentis 3 e 97
ANORMAL – Baixa Est. –  de p3 e
Alta Est. -  de p97
CANAIS DE VIGILÂNCIA – Baixa est. - entre p10 e p3
e Alta Est. - entre p90 e p97
PESONORMAL – Entre os percentis p3 e p97
(correlacionar com a estatura)
ANORMAL – Abaixo do p3 e acima do p97
( correlacionar com clínica e com a direção do peso no gráfico: ,, )
CANAIS DE VIGILÂNCIA (RISCO NUTRICIONAL)
Entre os percentis 3 e 10 e 90 e 97, para baixo peso e sobrepeso, respectivamente.

CRESCIMENTO COMPENSATÓRIO

TENDÊNCIA SECULAR DO CRESCIMENTO


Desenvolvimento

É o aumento da capacidade do indivíduo na realização de


funções cada vez mais complexas. A criança desenvolve
controle neuromuscular, destreza e traços de caráter,
funções que só podem ser medidas por meio de provas
funcionais. É também chamado de maturação ou
diferenciação. É um fenômeno qualitativo.
Características Biológicas

1.Posição supina(RN)–posição ereta-


desenvolvimento motor;
2.Aparelho visual e flexibilidade visual –
visão e movimentos finos motores;
3.Capacidade de comunicação-
competência auditiva e a escuta;
4.Evolução social-adaptação com meio.
Fatores de maturação neurológica

- Modificações anatômicas;
- Estruturais;
- Bioquímicas;
- Funcionais;
- Processos emocionais;
- Processos cognitivos;
- Experiências e aprendizagem.
POSTURA FETAL
RN
LEVANTA O
QUEIXO
1 MÊS
LEVANTA O TÓRAX
2 MESES
6 MESES
SENTA
APOIADO
E ALCANÇA
OBJETOS
7 MESES SENTA SOZINHO
9 MESES
MANTÉM-SE
EM PÉ
APOIADO
10 MESES ENGATINHA
11 MESES ANDA
COM AJUDA
13 MESES
SOBE
DEGRAUS
14 MESES FICA
EM PÉ
SOZINHO
15 MESES
ANDA
SOZINHO
DOIS ANOS
BRINCA
SOZINHO
TRÊS ANOS
DESENHA
4 ANOS

CONTA OU
INVENTA
PEQUENAS
HISTÓRIAS
Adolescentes
Puberdade
PUBERDADE FEMININA:
-Telarca: aparecimento do broto mamário (é o 1° sinal);
–Pubarca ou Adrenarca: surgimento dos
pelos pubianos;
–Menarca: primeira menstruação;
PUBERDADE MASCULINA:
–Aumento do volume dos testículos (é o 1° sinal);
–Surgimento dos pelos pubianos;
–Aumento do pênis em comprimento e espessura;
–Semenarca: 1ª ejaculação com sêmen;
–Surgimento de pelos axilares e faciais;
–Mudança do voz: estimulação androgênica
Nos meninos:
Testículos começam a crescer em torno dos 10 anos
Testículo esquerdo mais baixo que o direito;

Nas meninas:
Surgimento do broto mamário entre 8 e 13 anos;
A menstruação ocorre 2 a 2,5a depois (broto mamário);

A maturação óssea se correlaciona com o Estádio de Tanner;


Fases da Adolescência
• PRECOCE ou INICIAL: (10 aos 14 anos)
– As características infantis começam a ser
substituídas por outras mais maduras;
• MÉDIA: (15 aos 17 anos)
– A maioria dos jovens nessa faixa etária já
completaram suas modificações biológicas
mais importantes;
– Busca desenvolver sua sexualidade;
• TARDIA: (17 aos 20 anos)
– emergem os valores e comportamentos
adultos e predomina uma identidade mais
estável ;
Desenvolvimento Sexual
Estágios de TANNER
• Variam de 1 a 5;
• Avaliam:
• Pelos Pubianos: (P)
• Mamas: (M)
• Pênis(Genitais): (G)

• Ex:
– M3 P2 ou M4 P3 ou ... (feminino)
– G4 P4 ou G4 P5 ou ... (masculino)
Mamas (sexo feminino)

M1 Mama infantil, com elevação somente da papila.

M2 Broto mamário: aumento inicial da glândula mamária, com


elevação da aréola e papila, formando uma pequena saliência.
Aumenta o diâmetro da aréola, e modifica-se sua textura.

M3 Maior aumento da mama e da aréola, mas sem separação


de seus contornos.

M4 Maior crescimento da mama e da aréola,


sendo que esta agora forma uma segunda saliência
acima do contorno da mama.

M5 Mamas com aspecto adulto.


O contorno areolar novamente incorporado
ao contorno da mama.
Pêlos púbicos
P1 Ausência de pêlos pubianos. Pode haver
uma leve penugem semelhante à observada na
parede abdominal.

P2 Aparecimento de pêlos longos e finos,


levemente pigmentados,lisos ou pouco
encaracolados, ao longo dos grandes lábios.

P3 Maior quantidade de pêlos, agora mais


grossos, escuros e encaracolados, espalhando-
se esparsamente pela sínfise púbica.

P4 Pêlos do tipo adulto, cobrindo mais


densamente a região púbica, mas ainda sem
atingir a face interna das coxas.

P5 Pilosidade pubiana igual a do adulto, em


quantidade e distribuição, invadindo a face
interna das coxas. que assume tamanho e
forma adulta.

Feminino
Genitais (sexo masculino)
G1 Pênis, testículos e escroto de tamanho e proporções infantis.

G2 Aumento inicial do volume testicular (>4ml).


Pele escrotal muda de textura e torna-se avermelhada.
Aumento do pênis mínimo ou ausente.

G3 Crescimento peniano, principalmente em comprimento.


Maior crescimento dos testículos e escroto.

G4 Continua crescimento peniano, agora principalmente


em diâmetro, e com maior desenvolvimento da glande.
Maior crescimento dos testículos e do escroto, cuja pele
se torna mais pigmentada.

G5 Desenvolvimento completo da genitália,

Masculino
Pêlos púbicos
P1 Ausência de pêlos pubianos. Pode haver
uma leve penugem semelhante à observada na
parede abdominal.

P2 Aparecimento de pêlos longos e finos,


levemente pigmentados,lisos ou pouco
encaracolados, principalmente na base do
pênis

P3 Maior quantidade de pêlos, agora mais


grossos, escuros e encaracolados, espalhando-
se esparsamente pela sínfise púbica.

P4 Pêlos do tipo adulto, cobrindo mais


densamente a região púbica, mas ainda sem
atingir a face interna das coxas.

P5 Pilosidade pubiana igual a do adulto, em


quantidade e distribuição, invadindo a face
interna das coxas.que assume tamanho e
forma adulta.
A infância é um lugar mágico dos sonhos...
onde tudo é possível
e o melhor está apenas começando..."
trecho traduzido do poema "Childhood is a Time of Innocence", de Joan Walsh Anglund
FIM

CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO INFANTIL

FIM

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