Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEPRESSÃO
• Doença psiquiátrica importante
• Prevalência de 10%
• Causa importante sofrimento e incapacitação
• Elevados custos indiretos individuais e sociais
(queda de produtividade e ganhos)
• Elevadas taxas de recaídas e recorrência – razão
para o tratamento prolongado após a resolução de
um episódio agudo
• Boa tolerabilidade torna-se atributo indispensável
para garantir o uso prolongado
Sintomas da depressão
Sintomas típicos:
1. humor depressivo
2. perda de interesse ou prazer
(anedonia)
3. energia reduzida, fadiga constante
Outros sintomas comuns
1. atenção e concentração reduzidas
2. auto-confiança e auto-estima reduzidas
3. idéias de culpa e ruína
4. agitação ou retardo psicomotor
5. idéias ou atos contra si mesmo ou de
suicídio
6. sono prejudicado
7. alteração do apetite.
Gravidade da depressão
Duração mínima de duas semanas.
Receptor
Bomba de
recaptação
Sinapse
Stahl. Essential Psychopharmacology. 1996
BBASES BIOLÓGICAS DA DEPRESSÃO:
HYPÓTESE DO RECEPTOR DE
NEUROTRANSMISSORES
Receptores pós-sinápticos
anormalmente supra-regulados
DOPAMINA NORADRENALINA
ATENÇÃO
MOTIVAÇÃO ALERTA
PRAZER ENERGIA
RECOMPENS
A HUMOR
ANSIEDAD
E
OBSESSÃO
E
COMPULSÃO
SEROTONINA
Stahl. Essential Psychopharmacology. 1996
Foote. In: Bloom. Psychopharmacology.
1995
Correlação aceita da regulação do humor, cognição e comportamento plos NTs
ANORMALIDADES DOS
NEUROTRANSMISSORES RELACIONAM-SE
COM DIFERENTES SINTOMAS
• DOPAMINA • NORADRENALINA • SEROTONINA
– Redução da – Letargia – Sintomas
capacidade de
sentir prazer – Redução do estado obsessivo-
– Redução da de alerta compulsivos
motivação
– Apatia
– Redução da
atenção
– Lentificação
cognitiva
Efeitos Sinápticos
(horas a dias)
Efeitos Colaterais
(horas a dias)
Efeitos Terapêuticos
(1 a 6 semanas)
0 2 4 6 8
• Aminas Secundárias:
– Desipramina, Nortriptilina, protriptilina
• Aminas Terciárias:
– Imipramina, Amitriptilina, Doxepina,
Clomipramina
• Tetracíclicos:
– Amoxapina
– Maprotilina
Química dos ADTs
• Dibenzazepinas
– Nitrogênio no R3
• Dibenzoxapinas
– Oxigênio no R1
• Dibenzoxazepinas
– Nitrogênio no R3 e Oxigênio no R1
• Dibenzilcicloeptanos
– Carbono em ambos
Características dos ADTs
• Dibenzazepinas
– Imipramina (Tofranil®)
– Bloqueia a recaptação de monoaminas
Características dos ADTs
• Dibenzoxapinas
– Doxepina (Adapin®)
– Bloqueia a recaptação de monoaminas
Características dos ADTs
• Dibenzocicloeptanos
– Amitriptilina (Tryptanol®)
– Bloqueia a recaptação de monoaminas
Características dos ADTs
• Efeitos Terapêuticos
– Bloqueio dos transportadores da noradrenalina e serotonina
• Paralelamente, interagem com receptores de aminas
acoplados à proteína G – origem dos seus efeitos
colaterais
– Receptores muscarínicos
– Receptores histaminérgicos
– Receptores adrenérgicos
ADTs
• Aminas terciárias geralmente têm
mais efeitos na recaptação da 5-HT
– Imipramina
– Amitriptilina
• Aminas secundárias geralmente
têm mais efeitos na recaptação da
noradrenalina
– Desipramina
– Nortriptilina
FARMACOCINÉTICA DOS ADTs:
ABSORÇÃO
• Boa absorção em geral
• Metabolismo pré-sistêmico (ligação inespecífica intra-
hepática) reduz os níveis sangüíneos
• Biodisponibilidade variável
– Doxepina, 27%
– Imipramina, 47%
– Nortriptilina, 51%
– Desipramina, 68%
– Protriptilina, 77-93%
FARMACOCINÉTICA DOS ADTs:
Distribuição
• Ampla distribuição
• Volume aparente de distribuição superior à
H2O corporal total, devido à elevada
lipofilicidade
• Liga-se também, intensamente, à proteína
plasmática (glicoproteína ácida α1)
• Atinge as concentrações mais elevadas no
fígado, pulmões e cérebro
FARMACOCINÉTICA DOS ADTs:
Metabolismo
• Três vias
– N-desmetilação
• CYP 2C19
• CYP 1A2
– Hidroxilação
• CYP 2D6
– Glucuronidação
• Metabolismo quase que total
– 1-2% excretados de forma inalterada
FARMACOCINÉTICA DOS
ADTs: Meia-vida
Droga Meia-vida • Meias-vidas
Imipramina 9-24 h determinadas pelo
Amitriptilina 31-46 h Vd e clearance
Desipramina 14-76 h
Nortriptilina 18-93 h
Protriptilina 54-198 h
Doxepina 17 h
Trimipramina 2-26 h
AFINIDADE DOS ADTs II
Receptor Receptor H1 Receptor α1
Muscarínico histaminérgico adrenérgico
Desipramina 200 110 130
Imipramina 91 11 91
Nortriptilina 150 10 59
Amitriptilina 18 1.1 27
Doxepina 83 0.24 24
– Depressão maior
• Reduz as recaídas em 50%
– Enurese
– Distúrbio do Pânico e Agorafobia
– Transtorno de Ansiedade Generalizada
– Transtorno Obsessivo-compulsivo
– Dor crônica (neuropática)
– Anorexia/Bulimia
– Narcolepsia, sonambulismo, pesadelos
Antidepressivos Inibidores da
Monoamino-Oxidase (IMAO)
• Os IMAO foram descobertos na década de 1950.
• Atualmente são raramente prescritos, apenas
quando os demais antidepressivos não atuam.
• Os IMAO podem interagir com uma imensa
variedade de drogas e alimentos.
• Embora considerados por muitos psiquiatras como
as drogas mais eficazes dentre todas as classes de
antidepressivos, os IMAO são pouco utilizados
devido a baixa tolerabilidade e segurança.
IMAO
• Isocarboxazida
• Nialamida
• Fenelzina
• Tranilcipromina
• Moclobemida (IRMA)
• Selegilina (IMAOB)
IMAO
IMAO
• Os mais importantes nessa categoria são:
– Fenelzina (Nardil®) Tranilcipromina (Parnate®)
C8H12N2 C9H11N
mw: 136.19 mw:133.19
IMAO: Mecanismo de ação
– IMAO aumentam os níveis de
monoaminas
– Essa inibição é rápida (máxima em
dias)
– Como os ADTs e ISRSs, os efeitos
antidepressivos dos IMAO são
observados após 10 – 20 dias do início
do tratamento
IMA
O
• As MAO existem em duas formas, A e B codificadas
por genes diferentes.
• Ambas formas de MAO são encontradas na membrana
externa das mitocôndrias (flavoenzima) de neurônios e
células da glia.
• 5-HT e NA – são metabolizadas pela MAO A
• DA é metabolizada por ambas as formas de MAO
• Os inibidores da MAO ligam-se ao sítio ativo através
de interações com o FAD e a enzima
• Ligam-se ao co-fator FAD, flavina adenina
dinucleotídio, através de ligação covalente (irreversível)
à cisteína
IMAO: Resposta Clínica
– A resposta clínica relaciona-se com inibição
da MAOB plaquetária ≥ 85 %
• Útil na avaliação da eficácia
– Elevação do humor (timerético)
– Supressão do sono REM
Monoamino-Oxidase
IRMAs – Inibidores Reversíveis da
Monoamino-Oxidase
• Moclobemida inibe preferencialmente a MAO-A; na dose
de 300 mg, a inibição da MAO-A é de aproximadamente
80%, enquanto que a da MAO-B é de 20 a 30%.
• A inibição da MAO-A é breve, (máximo 24 horas) e
reversível, diferentemente dos IMAO clássicos que já
vimos.
• É um derivado benzamídico que inibe a desaminação da
serotonina, noradrenalina (e dopamina). Essa ação induz
aumento das concentrações desses neurotransmissores,
que são responsáveis pela atividade antidepressiva da
moclobemida.
EFEITOS COLATERAIS DOS IMAO
– Cardiovasculares
• Hipotensão ortostática
• Hipertensão (reação do queijo – tiramina)
– Sistema nervoso periférico
• Fenelzina pode produzir neuropatia periférica, que
pode ser tratada com vitamina B6
– Todos os IMAO apresentam intensa atividade
anticolinérgica
• Impotência, boca seca e prisão de ventre
IMAO - interações
• Obrigatório: Dieta pobre em TIRAMINA: sem
queijo, carnes defumadas ou envelhecidas, vinho, feijão, fígado
• Evite:
• Descongestionantes nasais
• Pílulas para dieta contendo efedrina
• Agonistas DA (Bupropiona)
• ISRSs, Venlafaxina, a maior parte dos ADTs
• L-Triptófano
• Antihipertensivos & Diuréticos
• Opióides
IMAO: Interações
– Prolonga ou aumenta as ações no SNC de
diversos agentes:
• Anestésicos gerais, sedativos e hipnóticos
• Antihistamínicos, álcool e analgésicos
• Anticolinérgicos e ADTs
– Se administrado conjuntamente com
opióides (meperidina) os IMAO produzem
hiperpirexia, coma e até morte
– IMAO em associação com ADTs produz febre
alta, excitação cerebral e hipertensão