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Por motivos óbvios, as partes integrantes das instalações elétricas, tais como
os condutores, transformadores e dispositivos de proteção, são
dimensionados para suportarem as condições impostas pela circulação de
correntes até o valor limite das correntes nominais de cada ramo dos
circuitos. Essas condições estão relacionadas principalmente com o
aquecimento das partes que compõem a instalação e com as quedas de
tensão admissíveis nos diversos trechos dos circuitos.
Além de todos os problemas citados acima, podemos acrescentar, caso você seja
um consumidor de pequeno porte e receba sua energia elétrica em baixa tensão
(127/220V ou 220/380V), os problemas a enfrentar com a concessionária de
energia, que limita em 5CV a potência de motores para partir direto nessas
instalações.
Acionamentos elétricos
Partida direta
É o método de acionamento de motores de corrente alternada,
na qual o motor é conectado diretamente à rede elétrica. Ou
seja, ela se dá quando aplicamos a tensão nominal sobre os
enrolamentos do estator do motor, de maneira direta. Neste tipo
de partida, a corrente de pico (Ip) pode variar de 4 a 12 vezes a
corrente nominal do motor, sendo a forma mais simples de
partir um motor.
Partida direta
Desvantagens:
Desvantagem com relação a outros métodos de partida, como
por exemplo, um transiente de corrente e torque durante a
partida. A corrente variando entre 4 e 12 vezes a nominal,
obriga o projetista do sistema elétrico a superdimensionar o
sistema de alimentação, disjuntores, fusíveis, que fazem parte
do circuito elétrico que alimenta o motor.
Dependendo dos valores de pico de corrente, a tensão do
sistema pode sofrer quedas. O Transiente de torque faz com
que os componentes mecânicos associados ao eixo do motor,
sofram desgaste prematuro. A situação piora à medida que a
potência elétrica do motor aumenta.
Acionamentos elétricos
Acionamentos elétricos
Partida Direta
Funcionamento:
Acionando o botão pulsante S1, a bobina do contator K1 energiza e
aciona (fecha) os contatos principais que estão em série com o motor M
fazendo-o girar para a direita ou para a esquerda. No mesmo instante o
contato auxiliar NA (13 e 14), denominado contato de “selo”, também se
fecha permitindo que se tire o dedo de S1 e o contator se mantenha
energizado.
Existem casos onde este sistema de partida não pode ser usado, conforme
demonstra a (figura 2).
Acionamentos elétricos
Partida Estrela triângulo:
I Δ - corrente em triangulo
I y - corrente em estrela
Cy - conjugado em estrela
C Δ - conjugado em triangulo
Cr - conjugado resistente
Figura 2
Acionamentos elétricos
Partida Estrela triângulo:
Na figura 3 temos o motor com as mesmas características, porém, o conjugado resistente Cr
e bem menor. Na ligação Y, o motor acelera a carga ate 95% da rotação nominal. Quando a
chave e ligada em Δ, a corrente, que era de aproximadamente 50%, sobe para 170%, ou seja,
praticamente igual a da partida em Y. Neste caso, a ligação estrela-triangulo apresenta
vantagem, porque se fosse ligado direto, absorveria da rede 600% da corrente nominal.
Desvantagens:
• Se o motor não atingir pelo menos 90% de sua rotação nominal, na
comutação para triângulo o pico de corrente é quase o mesmo da partida
direta
• O motor deve ter pelo menos seis terminais acessíveis para ligações
• O valor de tensão da rede deve coincidir com o valor de tensão da ligação
triangulo motor.
• Com a corrente de partida reduzida para aproximadamente 1/3 da corrente
nominal, reduz-se o momento de partida para 1/3.
Acionamentos elétricos
Partida Estrela triângulo:
Esquematicamente, a ligação estrela-triangulo num motor para uma rede de 220V é feita da
maneira indicada na figura 4, notando-se que a tensão por fase durante a partida é reduzida
para 127V.
figura 4
Acionamentos elétricos
Partida Estrela triângulo
Aplicações: serras de fita circular, ventiladores, furadeiras e esmeris.
Funcionamento:
O botão de comando S1 através de seu contato NA (13 e 14) aciona
o contator k3 e ao mesmo tempo impede, através de seu contato
NF (21 e 22), o ligamento de k2.
Quando a bobina de K3 energiza seus contatos principais fecham as
bobinas do motor em estrela e ao mesmo tempo liga o contator
principal k1, responsável por aplicar as fases na bobina do motor.
O motor inicia sua partida (marcha). Transcorrido certo tempo, o
contato temporizado de k3 (55 e 56) se abre desligando sua bobina.
Quando k3 desliga, seu contato auxiliar NF (11 e 12) que se
encontrava aberto, volta a fechar. Como o contator principal
encontra-se energizado, seu contato auxiliar NA (23 e 24) também
está fechado.
Acionamentos elétricos
Diagrama de carga:
O sistema de partida compensada também tem como função permitir que o motor dê
partida com tensão. O autotransformador geralmente possui derivações (TAP’s) de 50%,
65% e 80%. Se, por exemplo, for utilizado os tap’s de 65%, durante a partida o motor
partirá com uma tensão correspondente a 65% da tensão da rede de alimentação.
Uma chave de partida compensadora é composta, na maioria dos casos, dos seguintes
equipamentos:
1) um transformador ligado em estrela;
2) três contatores;
3) um relé de sobrecarga;
4) três fusíveis retardados e
5) um relé de tempo.
Destina-se a máquinas que partem com conjugado tais como, bombas, compressores,
ventiladores, exaustores, etc.
Acionamentos elétricos
A otimização só é valida quando a carga for menor que 50% da carga nominal
durante um período de operação superior a 50% do tempo de funcionamento
do motor.
onde:
n = velocidade em rotações por minuto (RPM)
ƒ = freqüência da rede em Hertz (Hz)
s = escorregamento
p = número de pólos
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Se considerarmos como exemplo um motor de 4 pólos, com
escorregamento nominal (s = 0,0278) teremos:
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
A partir da simples observação da equação anterior podemos deduzir que
se pudéssemos dispor de um dispositivo que permita variar a freqüência
da tensão de alimentação poderíamos variar diretamente no motor a sua
velocidade de rotação.
Abaixo dois casos, um abaixo da freqüência nominal e outro acima.
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Vamos ver agora como podemos através de um dispositivo eletrônico, e a
partir da tensão e freqüência constante da rede, obter um sistema
trifásico com freqüência variável. As figuras anteriores acima mostram
para um mesmo período de tempo exemplos de ondas senoidais trifásicas
com diferentes valores de freqüência.
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
O diagrama de blocos da figura anterior mostra as partes componentes
deste dispositivo. O retificador gera uma tensão contínua que é
posteriormente filtrada e introduzida no bloco Inversor. O inversor é
composto de seis “chaves implementadas” numa configuração como
mostrada na figura abaixo:
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
I=
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Inversor de frequência:
Inversor de frequência:
E) Proteção Interna
Este bloco monitora as tensões presentes na saída do retificador. Diante de uma
variação perigosa, o circuito sinaliza o bloco de controle de modo que ele possa
fazer a proteção, por exemplo, desligando a alimentação.
F) Driver
Este bloco gera os sinais que excitam os transistores de potência de saída. São
usados transistores ou outros dispositivos de menor potência, atuando como
intermediários entre o circuito que gera o sinal e o circuito final de potência.
G) Auto-Boost
Este bloco monitora as condições de carga do motor, determinando o nível de
tensão que deve ser aplicado para se gerar o torque necessário à aplicação.
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
H) Programação
Trata-se de um painel que apresenta informações gerais como avisos de
erro e onde é feita a programação do modo de funcionamento do motor.
i) Interface (I/O)
Através deste bloco o inversor se comunica com dispositivos externos, por
exemplo, um computador ou ainda microcontroladores ligados a sensores.
j) Controle
Neste bloco são tomadas as decisões em função da programação, de
sinais externos e de sinais internos como os de proteção.
Chaveamento: Para analisar como o circuito gera uma tensão senoidal
trifásica a partir de sinais PWM tomemos como ponto de partida o circuito
simplificado da figura abaixo:
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Temos então seis transistores funcionando como chaves numa
configuração em ponte.
Na operação, os seis transistores devem ser ligados 3 a 3 de tal forma a se
obter oito combinações que resultam em três formas de onda senoidais
defasadas de 120 graus. Dessas oito combinações, existem três que são
proibidas pois levam o circuito a uma condição de curto. São aquelas em
que transistores que estão em série conduzem ao mesmo tempo.
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Na figura abaixo temos, então, os pontos de chaveamento e as formas de
onda correspondentes. Colocamos isso na tabela 1.
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Observe que, se o chaveamento for feito da forma indicada, serão gerados
sinais defasados de 120 graus.
Esses sinais são aplicados às bobinas de um motor trifásico, por exemplo,
fazendo com que ele gire no sentido e velocidade desejados.
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Dimensionamento:
Para calcularmos a potencia do inversor é necessário saber qual motor,
qual carga será acionada,tensão da rede, identificamos a corrente e
consultamos tabelas dos diversos fabricantes do mercado:
EX: Tensão da rede 380V
Motor: 1CV
Aplicação: exaustor industrial
Fator de potencia do inversor para efeito de calculo = 0,8
CI= P/V.FP
CI=1.746/380.0,8
CI= 2,45A
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Sistemas de entrada e saída de dados:
Composto por dispositivos responsáveis pela interligação do homem com a
máquina, introdução e retorno de informações.
Interface homem/máquina (IHM)
O operador pode entrar com os valores dos parâmetros de operação do conversor,
como ajuste de velocidade, tempo de aceleração e desaceleração. Pode ter acesso
aos dados de operação modo local do conversor como velocidade do motor,
corrente, indicação de erro etc.
Entradas e saídas analógicas
Controle/monitoramento por sinais analógicos por sinais de tensão (0..10 Vcc) e
corrente (0..20 mA, 4..20 mA)
Entradas e saídas digitais
São meios de controlar/monitorar o conversor através de sinais digitais discretos,
como chaves liga/desliga. Permite acesso a funções como seleção de sentido de
rotação, bloqueio, seleção de velocidade,etc. Podendo dar acesso a comandos
remotamente.
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Sistemas de entrada e saída de dados:
Interface de comunicação serial:
Permite controle/monitoramento do conversor por um computador central,
operado por CLP, por rede Field bus, RS 232 ou 485 entre outras.
Algumas vantagens:
* O conversor de frequência permite o acionamento de motores de indução
com frequências entre 1 a 60Hz com um torque constante, sem
aquecimentos anormais nem vibrações fora de ordem.
* Rendimento de 90% em toda a faixa de velocidade;
* fator de potencia de aproximadamente 96%;
* Acionamento de cargas de torque constante ou variável;
* faixa de variação de velocidade, que pode chegar até 1:20;
* partida e desligamento suave (rampa).
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Considerações finais sobre os inversores de frequência:
Perda de potencia/restrições:
O inversor não fornece uma forma de onda perfeitamente senoidal o que
traz perdas ao motor na faixa de 15%. No caso de implantação em
motores já instalados, deve-se verificar se existe esta folga de potencia,
para motores novos esta diferença deve ser considerada.
Sobretensões no isolamento:
Como a comutação é em alta frequência, provoca picos elevados que
afetam o isolamento das espiras entre fases e entre fase e terra. A taxa de
crescimento da tensão em relação ao tempo (dt/dt) é muito elevada no
processo de comutação e a isolação das espiras é afetada. Para minimizar
esses efeitos, deve-se especificar o motor de uma classe de tensão de, no
mínimo, 600V com tensão suportável de pico de pelo menos 1000V.
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Considerações finais sobre os inversores de frequência:
Limite e comprimento do circuito do motor:
Uma onda de tensão é injetada no terminal de fonte de circuito do motor, que
tem uma determinada impedância característica, e atinge o terminal de carga
em que estão ligadas as bobinas, cuja impedância característica é relativamente
maior que a primeira, o que pode resultar no fenômeno de reflexão e refração
da onda. Assim, o motor pode ser submetido à elevação de tensão nos seus
bornes. Conforme equação abaixo que mostra o comprimento do cabo, em que
podem surgir anomalias danosas à isolação do motor:
Lcr= (Vpo . Tct)/2
onde:
Lcr= comprimento do cabo
Vpo= velocidade de propagação da onda de tensão de aprox. 150m/Ys
Tct= tempo de crescimento do pulso de tensão
Acionamentos elétricos
Inversor de frequência:
Considerações finais sobre os inversores de frequência:
Distorção harmônica:
O inversor de frequência fornece ao motor uma onda que não é
perfeitamente senoidal, em função dos componentes que geram
harmônicos, tanto de tensão quanto de corrente, afetando, assim, as
características dos motores de indução e seu rendimento.