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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

PLANEJAMENTO DO SISTEMA MECANIZADO PARA SILAGEM DE MILHO NA


FAZENDA EXPERIMENTAL DE SÃO GONÇALO DOS CAMPOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Raul Rosa de Oliveira Pacheco


Orientador: Prof. Dr. Bruno da Cunha Diniz
Introdução

1. Mecanização Agrícola;

2. Planejamento Técnico e Tomada de Decisão;

3. Escassez de Pastagens  Silagem de Milho;

4. Fazenda Experimental de São Gonçalo dos Campos (FESGC).

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Justificativa

Desempenho máquinas agrícolas;


• ASAE EP496.3 – Agricultural Machinery Management (ASABE);
Requisitos de projeto;
• ASAE D497.7 – Agricultural Machinery Management Data (ASABE). Adoção de melhores práticas.

Entretanto, a forma como se deve planejar um sistema de mecanização agrícola ainda é considerado um
problema complexo e bastante restrito de literatura disponível no Brasil.

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Justificativa

FESGC e maioria das propriedades rurais:

• Métodos arcaicos e pouco conclusivos;


• Ineficiência ao processo;
• Sobrecarga no motor do trator;
• Baixa produtividade;
• Baixa qualidade nutricional.

Fonte: ASAE (2006).


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Objetivos

O Planejamento de forma eficiente do sistema mecanizado para silagem de milho na FESGC, utilizando-se
de um conjunto de máquinas e implementos agrícolas já adquiridos pela UFBA.

Objetivos específicos:

• Calcular a capacidade efetiva de campo para cada etapa do processo;


• Calcular a potência requerida ao trator agrícola para cada implemento utilizado, de
acordo com suas operações;
• Determinar o tempo de duração e a época de realização de cada operação;
• Verificar se o trator agrícola da marca New Holland, modelo TT4030, atende de forma
adequada à todas operações necessárias para produção de silagem de milho.

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Fundamentação Teórica
• Mecanização Agrícola • Silagem de Milho

Fonte: EMBRAPA (2019). Fonte: AGRISHOW DIGITAL (2019).

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Metodologia

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Metodologia
• Área de trabalho

Fonte: QGIS (2019).


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Metodologia
• Trator Agrícola
Tipos de Acoplamento:
Barra de Tração (BT);
Tomada de Potência;
Levante Hidráulico (LH).

Fonte: FERREIRA (2012).


Fonte: NEW HOLLAND (2018).
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Metodologia
• Roçadora
Transmissão de Potência

Trator Agrícola

TDP e Levante Hidráulico

Roçadora
Fonte: HERDER (2018).

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Metodologia
• Semeadora-adubadora
Transmissão de Potência

Trator Agrícola

Barra de Tração

Semeadora-adubadora
Fonte: BALDAN (2016).

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Metodologia
• Colhedora de forragens
Transmissão de Potência

Trator Agrícola

TDP e Levante Hidráulico

Colhedora
Fonte: NOGUEIRA (2014).
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Metodologia
  • Capacidade efetiva de campo ()  
As faixas e valores típicos:
• e  ASAE D497.7 (2011);
  𝑣 𝐿 𝐸𝑓
𝐶 𝑎= Capacidade teórica de campo ()  ;
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Para efeito de projeto foi utilizado os valores:
  •
Em que: o mais próximo possível da velocidade típica e
é a capacidade efetiva de campo (ha h-1); condizentes com as velocidades possíveis do trator;
é a velocidade de campo (km h-1); • menores, por observar in loco o alto tempo perdido
é a largura de trabalho do implemento (m); devido a capacidade do operador e seus hábitos.
é a eficiência de campo, decimal.

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Metodologia
 • Capacidade efetiva de material ()

 
Em que:
é a capacidade efetiva do material (t h-1);
  𝐶 𝑚=𝐶 𝑎𝑡 𝑦 é a capacidade teórica de campo (ha h-1);
é a produtividade média de campo (t ha-1).
Sendo a produtividade de silagem de milho na
FESGC igual a 25 t ha-1.

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Metodologia
 • Potência requerida por operação ()

 
Em que:
é a potência total por operação (kW);
  𝑃 𝑏𝑡
𝑃𝑇 = + 𝑃𝑇𝐷𝑃 + 𝑃 h𝑖𝑑 é a potência requerida na barra de tração (kW);
𝐸 𝑚 𝐸𝑡 é a potência requerida na tomada de potência (kW);
é a potência requerida no levante hidráulico (kW);
é a eficiência mecânica de transmissão, sendo 0,96 para
tratores agrícolas, conforme ASAE EP496.3;
é a eficiência de tração descrita na ASAE D497.7.

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Metodologia

• Potência requerida na barra de tração ()

 
Em que:
  𝐹 .𝑣 é a potência requerida na barra de tração (kW);
𝑃 𝑏𝑡 = é a força requerida para tracionar o implemento (kN);
3,6
é a velocidade de trabalho do implemento (km h-1).

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Metodologia
• Força requerida na barra de tração

2
 
𝐹=𝑓 𝑖 [ 𝐴+ 𝐵 𝑣 +𝐶 𝑣 ) ] 𝑁𝑃
( ) (
 
Em que:
é a força requerida para tracionar o implemento (kN);
é o fator de ajuste de textura do solo, sendo 1 para solo fino, 2 para solo médio e 3 para solo grosso.
Esse fator é encontrado na ASAE D497.7;
e são parâmetros específicos da máquina, encontrados na ASAE D497.7;
é a velocidade de trabalho do implemento (km h-1);
é o número de linhas de trabalho por passada do implemento;
é a profundidade de trabalho (cm).
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Metodologia
• Potência requerida na tomada de potência

  𝑃𝑇𝐷𝑃 =𝑎+ 𝑏𝐿+ 𝑐𝐹

 
Em que:
é a potência requerida na tomada de potência (kW);
é a largura de trabalho do implemento (m);
é a taxa de alimentação do implemento (t h-1);
e são parâmetros específicos de cada implemento em (kW), (kW m-1) e (kWh t-1) respectivamente.
Disponíveis na ASAE D497.7.

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Metodologia
• Potência requerida no levante hidráulico
 
Segundo Manual de Serviço – New Holland TT4030:
  𝜌 𝐹 • p/ motor do trator operando em aceleração máxima;
𝑃 h𝑖𝑑 =
1000 • Suporta uma carga máxima de 1620 kg com o fluido
operando a uma pressão de 15,995 Mpa.
 
Em que:
Considerando :
é a potência requerida no levante hidráulico
(kW);
é a pressão do fluido de trabalho (kPa);
é o fluxo do fluido de trabalho (L s-1).   15995 . 𝑚 𝑙𝑒𝑣 h𝑖𝑑
𝜌 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 =
1620 (𝑘𝑔)
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Metodologia
• Tempo de realização

  𝐴𝑡  
𝑁 𝑑𝑡 = Na FESGC:
𝐶𝑎 𝑅𝑡 • O período de roçagem e plantio possuem
um de 8 h dia-1;
  • O período de colheita o é alterado para
Em que:
é o número de dias de trabalho necessários; 10 h dia-1.

é a área total de trabalho (ha);


é a capacidade efetiva de campo (ha h-1);
é o regime de trabalho (h dia-1).

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Resultados e Discussão
  • Capacidade efetiva de campo ()
Velocidade de Largura de Eficiência de
Implemento
campo (km h-1) trabalho (m) campo

Parâmetros utilizados : Roçadora 8,1 1,5 0,75


Semeadora-adubadora 5 2,04 0,55
Colhedora de forragem 5 0,51 0,6

Operação Capacidade efetiva de campo (ha h-1)


Roçagem 0,911
Resultados : Semeadura 0,561
Colheita 0,153

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Resultados e Discussão
• Potência requerida na roçagem
Largura de Taxa de
Tomada de a (kW) b (kW m-1) c (kWh t-1) Trabalho alimentação
potência (m) (t h-1)
0 10 0 1,5 Não possui
Parâmetros utilizados :
Pressão do fluido
Levante Fluxo do fluido (L s-1) Massa (kg)
(kPa)
hidráulico
0,75 440 4344,32

Potência requerida na TDP: 15 kW;


Resultados:
Potência requerida no LH: 3,26 kW;
Potência total requerida pelo trator durante a operação de roçagem: 18,36 kW.
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Resultados e Discussão
• Potência requerida na semeadura

Velocidade Linhas
Profundidade
Barra 𝒇𝒊 A B C de campo por
(cm)
Parâmetros utilizados : de (km h-1) passada
tração
1 720 0 0 5 5 4

Resultados: Força requerida: 14,4 kN;


Potência total requerida pelo trator durante a operação de semeadura: 32,05 kW.

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Resultados e Discussão
• Potência requerida na colheita
Largura de Taxa de
Tomada de a (kW) b (kW m-1) c (kWh t-1) Trabalho alimentação
potência (m) (t h-1)
6 0 3,3 0,51 6,375
Parâmetros utilizados :
Pressão do fluido
Levante Fluxo do fluido (L s-1) Massa (kg)
(kPa)
hidráulico
0,75 740 7306,36

Potência requerida na TDP: 27,04 kW;


Resultados: Potência requerida no LH: 5,48 kW;
Potência total requerida pelo trator durante a operação de colheita: 32,05 kW.
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Resultados e Discussão
• Comparação com a potência disponível no trator

Operação Potência requerida (kW)


Roçagem 18,36
Semeadura 32,05
Colheita 32,52

Conforme descrito no Manual New Holland – TT4030, a potência do motor do trator agrícola é de 55,1 kW.
Pode ser observado que todas as operações possuem valores de potência abaixo de 80% da potência do
motor do trator agrícola que é igual a 48,08 kW.

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Resultados e Discussão
• Tempo de realização
Área de Capacidade efetiva Regime de
Operação
trabalho (ha) de campo (ha h-1) trabalho (h dia-1)

Parâmetros utilizados : Roçagem 22 0,911 8


Semeadura 22 0,561 8
Colheita 22 0,153 10

Operação Tempo de realização (dias)


Roçagem 4
Resultados: Semeadura 5
Colheita 15

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Resultados e Discussão
• Período de realização
Foi considerado o início da roçagem do terreno em meados de abril, que antecede a época de maior
concentração de chuvas na região da FESGC. No início de maio ocorre a semeadura e após 90 dias de
desenvolvimento da cultura ocorre a colheita.

Período (Meses)
Operação
Abril Maio Junho Julho Agosto

Roçagem X
Semeadura X

Desenvolvimento da
X X X
cultura

Colheita X

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Conclusão
 
• Os resultados obtidos do cálculo da e da requerida ao trator por operação permitem afirmar que o
maquinário presente na FESGC atende todas as etapas de produção de silagem de milho.

• Durante a colheita, já é de costume da FESGC aumentar o regime de trabalho para dez horas diárias.
Esse procedimento se mostra necessário para não prejudicar a qualidade de silagem devido ao
processo de maturação da planta.

• Baseado nas normas ASAE EP496.3, ASAE D497.7 e nas recomendações técnicas emitidas pela
Embrapa, foi constatado que nas operações de roçagem, semeadura e colheita realizadas na FESCG
para produção de silagem de milho, a potência requerida ao trator agrícola é menor que 80% da sua
potência disponível e portanto permite de maneira eficiente o dimensionamento teórico dos conjuntos
trator e implemento.
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Sugestões para trabalhos futuros

Tendo em vista que todo equipamento está sujeito a utilização de forma incorreta e falhas, fica como
sugestão para um futuro trabalho, o desenvolvimento de um plano de manutenção dos seguintes
equipamentos:

• Trator Agrícola – Fabricante: New Holland, Modelo: TT4030;


• Roçadora – Fabricante: Herder, Modelo: RAD 1500;
• Semeadora-adubadora – Fabricante: Baldan, Modelo: SAB 3000;
• Colhedora de Forragem – Fabricante: Nogueira, Modelo: Pecus 9004;
• Ensacador de Silagem – Fabricante: Laboremus, Modelo: SBL35n.

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OBRIGADO!

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