Funções psiquícas elementares

Consciência | Atenção | Sensopercepção

Profa. Vanessa de Jesus Proença

 Transfundos estáveis: personalidade e inteligência.

Transfundos mutáveis e momentâneos: nível de consciência e atenção; humor e

estado afetivo.

Fatores predisponentes: carga genética, experiências emocionais na infância e

componentes
adolescência, condições pregressas de vida.

Aula Fatores precipitantes: eventos estressantes e/ou traumáticos que ocorrem em

proximidade ao deflagramento do transtorno mental.

anterior Fator patogenético (patogênese): manifestações dos sintomas diretamente

produzidos pelo transtorno mental de base.
manifestação
Fator patoplástico (patoplastia): fatores externos e prévios ao processo
patológico de base [...] intervêm de forma marcante na constituição e na
conformação dos sintomas e na exteriorização do quadro clínico.

Fator psicoplástico (psicoplastia): eventos e reações do indivíduo e do meio após

o processo de adoecimento.

Dalgalarrondo, 2019. Cap. 27 – Do sintoma à síndrome

 A evolução temporal dos
transtornos mentais
É interessante pensarmos a patologia como
um curso. Dalgalarrondo (2019), sustentado
pelo que ele chama da “escola jasperiana de
psicopatologia geral”, irá pensar o curso dos
transtornos mentais como longitudinais.
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 27 – Do sintoma à síndrome
CRÔNICOS: Processo e desenvolvimento do
curso da doença.
AGUDOS OU SUBAGUDOS: 1) crises ou
ataques, 2) reações vivenciais, 3) fases e 4)
surtos.
 PROCESSO
“[...] transformação lenta e insidiosa da
personalidade, decorrente de alterações
psicologicamente incompreensíveis, de natureza
endógena.”
Exemplo: esquizofrenia
CRÔNICO
S
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 27 – Do sintoma à síndrome
DESENVOLVIMENT
O
“[...] evolução psicologicamente compreensível da
personalidade. Essa evolução pode ser normal,
configurando os distintos traços de cárater [...] ou
anormal, determinando os transtornos de
personalidade e as neuroses.
Exemplo: desenvolvimento histriônico
 CRISE OU ATAQUE
Caracteriza-se, em geral, por surgimento e término abruptos, com duração de
segundos ou minutos, raramente horas. Exemplo: crises ou ataques de pânico.

REAÇÃO VIVENCIAL ANORMAL

AGUDOS Caracteriza-se, como um fenômeno psicologicamente compreensível,

desencadeado por eventos vitais significativos para o indivíduo que os

OU experimenta. Exemplo: reação a perda.

• Tem duração de semenas ou meses, eventualmente alguns anos.

SUBAGUDO
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 27 – Do sintoma à síndrome
• Retorna-se ao que era antes.

S FASE
Refere-se particularmente aos períodos de depressão e de mania dos transtornos
afetivos (transtorno bipolar e transtorno depressivo recorrente). [...] A fase é, em
sua gênese, incompreensível psicologicamente e tem um caráter endógeno.
Exemplo: Fase depressiva, fase maníaca.
• Sem alteração duradouras na personalidade.
 SURTO
É uma ocorrência aguda, que se instala de forma mais ou menos repentina,
fazendo eclodir uma doença de base endógena, não compreensível
psicológicamente. A característica do surto é que ele produz sequelas

AGUDOS irreversíveis, danos à personalidade e/ou à esfera cognitiva e/ou afetiva do

indivíduo.

OU Estado residual : Depois de vários anos de doença, com varios surtos

SUBAGUDO
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 27 – Do sintoma à síndrome
sucessivos, a pessoa fica em estado residual, ou seja, apresenta apenas sinais
e sintomas que são sequelas desta, sintomas predominantemente negativos.

S Episódio: Terminologia genérica. Tem duração de dias até semanas. Tanto o

termo crise como o termo episódio não especificam a natureza do fenômeno
mórbido: são denomi

nações referentes apenas ao aspecto temporal dele.

1. Remissão (remission)
2. Recuperação (recovery) Termos em
3. Recaída ou recidiva relação ao curso
(relapse) da doença
4. Recorrência (recurrence).
 Com o passar do tempo, na prática clínica diária, passa-se
inadvertidamente a crer que a memória, a sensopercepção, a
consciência do Eu, a vontade, a afetividade, etc. são áreas autônomas e
naturais, separadas umas das outras e com vida própria. Deixa-se de
lembrar o que elas realmente são, isto é, construtos aproximativos da
psicologia e da psicopatologia que permitem uma comunicação mais
fácil e um melhor entendimento dos fatos. Que fique claro: não
existem funções psíquicas isoladas e alterações psicopatológicas
compartimentalizadas desta ou daquela função. É sempre a pessoa na
sua totalidade que adoece.

Dalgalarrondo, 2019. Cap. 11 – Introdução as funções psíquicas elementares


CONSCIÊNCI
A Cap. 12 – A
Dalgalarrondo, 2019.
consciência e suas alterações
Definição neuropsicológica: estado de estar desperto, acordado,
vígil, lúcido. Trata-se especificamente do nível de consciência.
Definição psicológica: É a dimensão subjetiva da atividade psíquica
do sujeito que se volta para a realidade. Na relação do Eu com o
meio ambiente, a consciência é a capacidade do individuo de entrar
em contato com a realidade, perceber e conhecer seus objetos.
Definição ético-filosófica: O termo “consciência” refere-se a
capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as
responsabilidades, os direitos e os deveres concernentes a essa ética.
Neuropsicologia da consciência
 1. Facilitar a interação da pessoa com o ambiente de forma
adequada ao contexto no qual está inserido
Principais
2. O nível de consciência é convocado tanto por estímulos
características e externos quanto internos.
propriedades do 3. Pode ser modulado tanto pelas características dos
estímulos externos como pela motivação que o estimulo
nível de
implica para o indivíduo em questão
consciência 4. Varia ao longo de um continnuum – estado de alerta,
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A
consciência e suas alterações estado de sono ou coma.
Campo da Consciência
Ao voltar-se para a realidade, a consciência demarca um campo, no qual se
pode delimitar um foco, ou parte central mais iluminada da consciência, e
uma margem (franja ou umbral) que seria sua periferia menos iluminada,
mais nebulosa. Segundo a psicopatologia clássica, é na margem da
consciência que surgem os chamados automatismo mentais e os estados
ditos subliminares.
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A consciência e suas alterações
 ● Atemporalidade
Inconsciente e ● Isenção de contradição
suas ● Princípio de prazer
características ● Processo primário
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A
consciência e suas alterações
● Caráter dinâmico
 RITMOS CIRCADIANOS
1. São sincronizados por pistas ambientais recorrentes
2. Permitem respostas eficientes perante os desafios e
Alterações oportunidades no ambiente físico e social

normais da 3. Modulam a homeostase interna do cérebro, assim como de

consciência
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A
consciência e suas alterações
outros sistemas, como demais órgãos e tecidos
4. Se expressam em vários níveis do funcionamento do organismo,
desde o molecular, celular, órgãos e circuitos orgânicos até
sistemas sociais aos quais o indivíduo pertence
 SONO
1. Estado reversível, tipicamente expresso pela postura de repouso,
comportamento quieto e redução da responsividade;
2. Ter um arquitetura neurofisiológica complexa (sono não REM e
sono REM)
Alterações 3. Ter duração e intensidade dos seus vários períodos afetadas por

normais da mecanismos de regulação homeostáticos

4. Ser afetado por experiências ocorridas durante a vigília

consciência 5. Ter efeitos restauradores e transformadores

Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A

consciência e suas alterações
SONHO
Uma espécie de desdobramento do sono.
 Alterações patológicas quantitativas da consciência
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A consciência e suas alterações

Obnubilação Torpor Sopor Coma

• Grau leve ou moderado
com turvação da • Grau mais profundo,
consciência ou • Grau de marcante e onde há perda
• Grau acentuado de
sonolência patológica profunda turvação da completa de
rebaixamento da
leve. consciência, de consciência.
consciência
sonolência intensa.
• Diminuição do grau de • Sem qualquer
• Paciente mais
clareza do sensório, com • Despertar apenas com atividade voluntária
sonolento; responde
lentidão da estímulo energético, consciente.
só se o estímulo for
compreensão e por curto tempo.
energético
dificuldade de • O coma possui graus
concentração. • Intensa sonolência, de intensidade: 1)
• Aqui e no grau
quase coma, com semicoma; 2) coma
anterior há presença
• Diminui a atenção para esporádicas reações superficial; 3) coma
de pudor
as solicitações externas, de defera profundo; e 4) coma
dirigindo-se para a dépassé.
sonolência
 Lipotomia
Perda parcial e rápida da consciência (dura apenas segundos), geralmente
com visão borrada, palidez da face, suor frio, vertigens e perda parcial e

Perdas momentânea do tônus muscular dos membros, com ou sem queda do corpo
ao chão. Há sensação de desmaio. É rápida e completamente reversível.

abruptas da
consciência
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A
consciência e suas alterações
Síncope
Colapso bem súbito, com perda abrupta e completa da consciência, perda
total do tônus muscular, com queda completa ao chão. [...] A síncope pode
ou não ser reversível dependendo dos fatores causais envolvidos

“Desmaio”
É a linguagem do senso comum.

Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A
consciência e suas alterações
Delirium
Quadros de rebaixamento leve a moderado do nível de consciência,
acompanhados de desorientação temporespacial, dificuldade de
concentração, perplexidade, ansiedade em graus variáveis, agitação ou
lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso e ilusões e/ou
alucinações, quase sempre visuais.
Observação
Não se deve confundir delirium (quadro sindrômico causado por alteração
do nível de consciência, em pacientes com distúrbios cerebrais agudos)
com o termo “delírio” (ideia delirante; alteração de juízo de realidade
encontrada principalmente em psicóticos esquizofrênicos e outras
psicoses).
 Alterações patológicas qualitativas da consciência
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A consciência e suas alterações

Estados Dissociação da
Estado segundo Transe Estado hipnótico
crepusculares consciência
Estado patológico
Estado de alteração
transitório
qualitativa da
Estado patológico semelhante ao Ocorre a perda da
consciência que se
transitório no qual estado crepuscular, unidade psíquica do
assemelha a sonhar É um estado de
uma obnubilação leve caracterizado por ser humano. A
acordado, diferindo consciência
da consciência é uma atividade dissociação da
disso, porém, pela reduzida e estreitada
acompanhada de psicomotora consciência pode
presença em geral e de atenção
relativa conservação coordenada, a ocorrer em estados
de atividade motora concentrada, pode
motora coordenada qual, entretanto, de ansiedade intensa
somática e ser induzido por
(Porot, 1967). [...] permanece [...] para lidar com
estereotipada outra pessoa
Caracteriza-se por estranha a isso, desliga-se da
acompanhada de (hipnotizador).
surgir e desaparecer personalidade do realidade para parar
suspensão parcial
de forma abrupta. sujeito acometido de sofrer.
dos movimentos
e não se integra a
voluntários.
ela.
 OBSERVAÇÃO | Técnicas e procedimentos que irão auxiliar na observação, coleta e
posteriormente, descrição, dos sinais e sintomas.  

Lembrar que qualquer alteração do nível de consciência repercurte no funcionamento

global do psiquismo. O nível de consciência deve ser averiguado no início da avaliação
do paciente.
Semiotécnica
Observar a fácieis e a atitude do paciente e, se possível, notar se ele está desperto,
da levemente sonolento ou claramente sonolento.

consciência Notar se o paciente está perplexo, com dificuldade de integrar coerentemente os

Dalgalarrondo, 2019. Cap. 12 – A
consciência e suas alterações estímulos ambientais, se a atenção está diminuída e a concentração prejudicada.

Lembrar que é por meio da orientação (sobretudo temporoespacial) que, muitas vezes,
se verifica a alteração do nível de consciência. Perguntar sobre o dia da semana, do
mês, em que mês e ano estamos e, aproximadamente, que horas são no momento.
 Atenção
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 13 – A atenção e suas alterações

A atenção se refere ao conjunto de processos psicológicos que

torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e organizar as
informações em unidades controláveis e significativas. Os termos
consciência e atenção estão estreitamente relacionados. A
determinação do nível de consciência é essencial para a avaliação
da atenção. (Cohen; Salloway; Zawachi, 2006).
 Psicologia da atenção
Definições clássicas
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 13 – A atenção e suas alterações

Tipos básicos Amplitude atencional

Voluntária | que exprime a concentração
ativa e intencional da consciência.
Espontânea | atenção suscitada pelo interesse
momentâneo, incidental, que desperta este ou
aquele objeto.
Direção da atenção
Externa | projetada para for a do mundo
subjetivo do sujeito, voltada para o mundo
exterior ou para o corpo, geralmente de
natureza mais sensorial, utilizando os órgãos
dos sentidos.
Interna | volta-se para os processos mentais
do próprio indivíduo. É uma atenção mais
reflexiva, introspectiva, meditativa.
Focal | que se mantém concentrada sobre um
campo determinado e relativamente
delimitado e restrito da consciência.
Dispersa | não se concentra em um campo
determinado, espalhando-se de modo menos
delimitado.

Subdivisão da atenção
na contemporaneidade
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 13 – A
atenção e suas alterações
Concentração
Capacidade e foco da atenção.
Experiência subjetiva. Ex:
pomodoro.
Atenção seletiva
Seletividade. Ex: ler em um
ônibus lotado.
Atenção dividida
Ex: dirigir um carro
escutando música.
Atenção alternada
Ex: parar de assistir série para
atender uma ligação.
Atenção sustentada
Ex: atenção em aula. Obs: é
variada de acordo com o
tempo.
Seleção de respostas
e controle seletivo, atenção
associada a uma ação
planejada

Psicopatologia
da atenção
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 13 – A
atenção e suas alterações
Estado de atenção exarcebado, no qual há
HIPOPROSEXIA uma tendência incoercível a obstinar-se, a
Perda básica da capacidade da deter-se indefinidamente sobre certos
concentração, com fatigabilidade objetos com surpreendente infatiganilidade.
aumentada, o que dificulta a percepção dos
estímulos ambientais e a compreensão. As DISTRAÇÃO
lembranças tornam-se mais difíceis e Superconcentração ativa da atenção sobre
imprecisas, e há dificuldade crescente em determinados conteúdos ou objeto, com a
todasas atividades psíquicas complexas,
como o pensar, o raciocinar e a integração
inibição de tudo mais (Nobre de Melo,
1979). Ex: cientista que usa meia trocada.
de informações.
DISTRAIBILIDADE
APROSEXIA Estado patológico onde a atenção do
Total abolição da capacidade de atenção, indivíduo é muito facilmente desviada de
por mais fortes e variados que sejam os um objeto para outro.
estímulos utilizados.
HIPERPROSEXIA
SENSOPERCEPÇÃ
O Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A sensopercepção e suas
alterações (incluindo a representação e a imaginação)

Sensação | Fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou

biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo que produzem
alterações nos órgãos receptores, estimulando-os.

Percepção | dimensão neuropsicológica e psicológica do processo, à

transformação de estímulos puramente sensoriais em fenômenos perceptivos
conscientes.

Sensopercepção | Terminologia mais convencional de se utilizar nos tempos

atuais.
 Alterações quantitativas da sensopercepção
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A sensopercepção e suas alterações (incluindo a representação e a imaginação)
Hiperestesia Hipoestesia
É observada em alguns
pacientes com depressão
grave, nos quais o mundo
As percepções encontram-
circundante é percebido
se aumentadas em sua
como mais escuro, as
intensidade ou duração.
cores tornam-se mais
(intoxicação por
pálidas e sem brilho; os
alucinógenos).
alimentos não têm mais
sabor; e os odores perdem
a intensidade.
Parestesia Disestesias táteis
São sensações táteis
desagradáveis (embora
Sensações anômalas, em
não sentidas propriamente
geral dolorosas,
como dor), em geral
desencadeadas por
espontâneas, descritas
estímulos externos; assim,
pelos pacientes como
ao estimular a pele do
“formigamentos,
paciente com calor, este
adormecimentos, picadas,
refere sensação de frio.
agulhadas ou queimação”
mais ou menos intensas.
 Ilusões
Percepção deformada, alterada, de um objeto
real e presente.
Alterações
qualitativas da
Alucinação
sensopercepção Percepção clara e definida de um objeto (voz,
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A ruído, imagem) sem a presença de objeto
sensopercepção e suas alterações (incluindo estimulante real.
a representação e a imaginação)

Alucinose
Percepção da experiência alucinatória como
estranha. Fenômeno periférico do Eu.
 Condições para que a ilusão ocorra
1. Estados de rebaixamento do nível de consciência.
Por turvação da consciência, a percepção torna-se
imprecisa, fazendo os estímulos sensoriais reais serem
Ilusão percebidos de modo deformado.
Percepção deformada,
alterada, de um objeto real e 2. Estados de fadiga grave ou de inatenção marcante.
presente.
Podem ocorrer ilusões transitórias e sem muita
importância clínica.
3. Alguns estados afetivos. Por sua acentuada
intensidade, o afeto pode deformar o processo de
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A
sensopercepção e suas alterações (incluindo a sensopercepção, gerando as chamadas ilusões
representação e a imaginação)
catatímicas.
 Tipos de alucinação
● Em pessoas sem transtornos mentais | alucinações,
estresse, ansiedade e problemas do sono.

Alucinação ● Tipos de alucinação mais importantes na clínica

1. Alucinações auditivas
Percepção clara e definida de
um objeto (voz, ruído, 2. Alucinações visuais
imagem) sem a presença de 3. Alucinações táteis
objeto estimulante real. 4. Alucinações olfativas e gustativas
5. Alucinações cenestésicas (somáticas) e cinestésicas
6. Alucinações funcionais ou reflexas
7. Alucinações combinadas, multimodais ou polimodais
8. Alucinações extracampinas
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A
sensopercepção e suas alterações (incluindo a 9. Alucinação autoscópica
representação e a imaginação)
10. Alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas

Alucinação
Percepção clara e definida de
um objeto (voz, ruído,
imagem) sem a presença de
objeto estimulante real.
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A
sensopercepção e suas alterações (incluindo a
representação e a imaginação)
Alucinações auditivas
● Tipo de alucinação mais frequente
● Alucinação auditiva simples: Sensação subjetiva de ouvir ruídos (em
um ou nos dois ouvidos), mais frequentemente zumbidos, mas também,
eventualmente, burburinhos, cliques e estalidos. Podem ser contínuos,
intermitentes ou pulsáteis.
● Alucinações auditivas complexas: É a alucinação audioverbal, na qual o
paciente escuta vozes sem qualquer estímulo real.
Por qual motivo obedecem as vozes?
1. A voz tem sonoridade de uma pessoa já conhecida pelo indivíduo;
2. O paciente tem envolvimento emocional com a voz;
3. O individuo percebe a alucinação como uma voz real que está ouvindo.

Alucinação
Percepção clara e definida de
um objeto (voz, ruído,
imagem) sem a presença de
objeto estimulante real.
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A
sensopercepção e suas alterações (incluindo a
representação e a imaginação)
Como iniciar uma avaliação? | Alucinação auditiva
Perguntas iniciais
● Tem observado coisas que não consegue explicar?
● Tem ouvido vozes de pessoas estranhas ou desconhecidas?
● Ouve vozes sem saber de onde vêm?
● São ruídos, murmúrios ou vozes bem claras?
Algumas perguntas posteriores
● Entende o que dizem as vozes? Elas estão perto ou longe?
● Desagradam-lhe as vozes que ouve? Tem medo?
● As vozes são o seu próprio pensamento em voz alta?
● Ouviu as vozes durante a entrevista?
 Alucinações visuais
● São visões, muitas vezes nítidas, que o paciente experimenta, sem a
presença de estímulos visuais.
● Alucinações visuais simples: indivíduo vê cores, bolas e pontos
Alucinação brilhantes.
Percepção clara e definida de
● Alucinações visuais complexas: figuras e imagens de pessoas (vivas ou
um objeto (voz, ruído,
imagem) sem a presença de mortas, familiares ou desconhecidas), de partes do corpo (órgãos
objeto estimulante real. genitais, caveiras, olhos assustadores, cabeças disformes, etc.), de
entidades (o demônio, uma santa, um fantasma, de objetos inanimados,
animais ou crianças.
● As alucinações podem ocorrer tanto em estados normais e fisiológicos
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A como em estados de adormecimento ou na fase de despertar do sono e
sensopercepção e suas alterações (incluindo a
representação e a imaginação) em estados de fadiga e emoção intensa.
 Como iniciar uma avaliação? | Alucinações visuais

Perguntas iniciais

Alucinação ● Tem visto algo estranho que lhe chamou atenção?

Percepção clara e definida de ● Talvez tenha percebido visões, animais, homens, figuras, sombras, fogo,
um objeto (voz, ruído, fantasmas, demônios ou coisa do tipo?
imagem) sem a presença de
objeto estimulante real.
Algumas perguntas posteriores
● Essas visões se mexiam ou eram fixas?
● Assustou-se com elas?
● De onde vêm essas visões?
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A
sensopercepção e suas alterações (incluindo a
representação e a imaginação)

Alucinação
Percepção clara e definida de
um objeto (voz, ruído,
imagem) sem a presença de
objeto estimulante real.
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A
sensopercepção e suas alterações (incluindo a
representação e a imaginação)
Alucinações táteis
● O(a) paciente sente espetadas, choques ou insetos ou pequenos animais
correndo sobre sua pele.
● É possível haver alucinações táteis sentidas nos genitais, sobretudo em
pacientes com esquizofrenia.
Como iniciar uma avaliação?
Perguntas iniciais
● Sente algo estranho no seu corpo? Sente algo estranho dentro do seu
corpo?
Perguntas posteriores
● Sente como se lhe tocassem o corpo, beliscassem, batessem ou
beijassem? Tem a sensação que tocam os seus genitais?

Alucinação
Percepção clara e definida de
um objeto (voz, ruído,
imagem) sem a presença de
objeto estimulante real.
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A
sensopercepção e suas alterações (incluindo a
representação e a imaginação)
Alucinações olfativas e gustativas
● São pouco comum.
● Hiperosmia: sensopercepção anormalmente aumentada.
● Hiposmia: redução dos sentidos.
● Anosmia: perda total dos sentidos.
● Parosmia: distorção da percepção olfativa quando algo real estimula
esse sentido.
● Nas alucinações gustativas os pacientes sentem, na boa, o sabor
ácido, de sangue, de urina, etc, sem qualquer estímulo gustativo
presente. Elas ocorrem, muitas vezes, associadas a alucinações
olfativas.

Alucinação
Percepção clara e definida de
um objeto (voz, ruído,
imagem) sem a presença de
objeto estimulante real.
Dalgalarrondo, 2019. Cap. 16 – A
sensopercepção e suas alterações (incluindo a
representação e a imaginação)
Como iniciar uma avaliação? Alucinações olfativas e
gustativas
Perguntas iniciais
● Tem notado sabor ou cheiro diferente dos alimentos?
● Os cheiros eram agradáveis ou desagradáveis?
Algumas perguntas posteriores
● De onde você acredita que vêm esses cheiros ou gosto ruim?
● Alguém tem desejado envenená-lo(a)?
● O cheiro passou rápido ou durou muito tempo?