Você está na página 1de 43

Fundamentos da

Eletricidade Industrial
Capacidades Básicas e/ou Capacidades Técnicas
∙ Identificar os princípios de eletricidade aplicáveis aos sistemas elétricos de
máquinas e equipamentos.

Conhecimentos
∙ Matéria
∙ Estrutura da matéria
∙ Átomo
∙ Molécula
∙ Íon
∙ Materiais condutores e isolantes
∙ Processos de eletrização
∙ Campo elétrico
∙ Potencial elétrico
Matéria
Tudo o que existe no universo é
constituído de matéria: desde as
maiores galáxias, os planetas, as
estrelas e os corpos celestes situados
nos seus pontos mais afastados, até a
menor partícula de poeira.

Por isso, o estudo da eletricidade ficará


mais fácil se antes entendermos de que
a matéria é composta, uma vez que os
fenômenos elétricos acontecem dentro
Fonte: Google imagens
das minúsculas partículas que a
compõem.
Matéria
Afinal, de que a matéria é feita?
Os gregos foram os primeiros a criar uma teoria que considerava
o átomo a menor partícula de que a matéria é composta.

Fonte: SENAI Departamento Nacional, 2013

A ideia da composição da matéria em partículas indivisíveis


Fonte: Google imagens (átomos) perdurou por vários séculos sem que outros cientistas
efetivamente se interessassem pelo tema.
Modelo Atômico
A molécula e o Átomo
Os cientistas provaram que toda a matéria é composta por átomos constituídos por um núcleo
central de carga positiva – os prótons, e de carga neutra – os nêutrons, ao redor do qual se
movimentam os elétrons, que são as partículas de carga negativa.
Porém, um átomo sozinho não faz a matéria. E ai que entra a molécula.

Molécula é a menor partícula em que se pode dividir uma


substância que, embora dividida, mantem preservadas as
mesmas características da substância que a originou.

Fonte: Toda matéria - Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/o-que-e-molecula/ > Acessado em: 08 junho. 2020.
Exemplo:
Por exemplo, uma gota de água pode ser dividida continuamente até chegarmos a
molécula de água, que é a menor partícula que conserva as características originais da
água. Essa molécula é formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio,
portanto, sua formula química e H2O.

Veja a seguir uma representação de uma molécula de água.


O Átomo.
Considerando o átomo como uma unidade fundamental, podemos verificar as particularidades a
seguir:

a) o átomo não tem carga porque o número de


prótons é igual ao numero de elétrons;
Fonte: Google imagens

b) todos os átomos de um determinado elemento


são iguais. Por isso, um elemento e seu átomo
recebem o mesmo nome.

Fonte: Google imagens


c) uma grande força de atração mantem os nêutrons
e prótons unidos, formando um corpo denso
chamado núcleo. Os prótons tem carga elétrica
positiva e os nêutrons não tem carga elétrica;

Fonte: Google imagens

d) os elétrons tem carga negativa.


Possuem quantidades pequenas e específicas de
energia e localizam-se dentro de um conjunto de
níveis de energias eletrônicas. Isso os impede de
serem atraídos para o núcleo, mesmo tendo uma
carga elétrica diferente da dele;
Fonte: Google imagens
e) um elétron comum a determinada quantidade de
energia localiza-se em torno do núcleo, em uma
região chamada de orbital (ou eletrosfera);

f ) orbital, no átomo, é uma região do espaço


em que, sob a ação do núcleo, o elétron com
uma determinada energia pode ser encontrado;

g) os elétrons movem-se com elevada


velocidade em torno dos respectivos núcleos e
sem trajetórias definidas.
Fonte: Amino Apps- Acessado em: 08 junho. 2020.
Modelo atômico.
No modelo de átomo aceito atualmente, os elétrons estão distribuídos em camadas ou níveis
energéticos. De acordo com o número de elétrons presentes em cada camada, ela pode
apresentar de 1 a 7 níveis energéticos, denominados por Niels Bohr – como você verá a seguir –
de K, L, M, N, O, P e Q, cada um com uma quantidade específica de elétrons.
A camada K é a que está mais próxima do núcleo e a camada Q é a que esta mais distante
dele.
“Por que estudar moléculas, átomos, núcleos, elétrons e orbitais”?

A distribuição dos elétrons nas diversas camadas obedece a regras definidas. A regra
mais importante para a área eletroeletrônica refere-se ao nível energético mais
distante do núcleo, ou seja, a camada externa. Nessa região podem ser encontrados,
no máximo, oito elétrons.

Os elétrons da camada mais distante do núcleo são chamados de elétrons livres, pois
tem certa facilidade de se desprender de seus átomos. Todas as reações químicas e
elétricas – e são essas as que nos interessam – acontecem na camada externa,
chamada de camada de valência.
Íon – Átomo em desequilíbrio.
O desequilíbrio do átomo é causado sempre por forças
externas, sejam elas magnéticas, térmicas ou químicas,
que atuam sobre o átomo, fazendo com que o número
de elétrons seja maior ou menor que o número de
prótons.
Fonte: Google imagens

O íon pode ser:

a) negativo, chamado de ânion: é o átomo que


recebeu elétrons;

b) positivo, chamado de cátion: é o átomo que perdeu


elétrons.
Fonte: Google imagens
Fique
ligado !
A transformação de um átomo em íon ocorre devido as forcas externas ao
próprio átomo.
Uma vez cessada a causa externa que originou o íon, a tendência natural do
átomo é atingir novamente o equilíbrio elétrico.
Para alcançá-lo, ele cede os elétrons que estão em excesso ou recupera os
que foram perdidos. Isso tem relação com a eletricidade e com os tipos de
materiais que conduzem ou isolam eletricamente, assunto que veremos no
item a seguir.
Materiais condutores e materiais isolantes.
A facilidade ou a dificuldade dos elétrons livres libertarem-se ou deslocarem-se entre as
camadas de energia determina se o material é condutor ou isolante.

Os elétrons encontrados na camada de valência recebem o nome de elétrons de valência e


são eles que, geralmente, participam das reações químicas e dos fenômenos elétricos.

• Os átomos que possuem 1, 2 ou 3 elétrons de valência tem a facilidade de ceder elétrons.

• Os átomos com 5, 6 ou 7 elétrons de valência tem facilidade de ganhar elétrons.

• Os átomos com 4 elétrons de valência, geralmente, não ganham nem perdem elétrons.
Materiais condutores e materiais isolantes.
O que caracteriza um material, como bom condutor de eletricidade, é o fato de os elétrons de
valência dos átomos estarem fracamente ligados ao núcleo, podendo ser facilmente
deslocados, o que permite a movimentação de cargas elétricas no interior do material. Os
condutores elétricos mais comuns são os metais.

Isso significa que, se uma força capaz de impulsionar os elétrons for aplicada a uma barra de
cobre, fará com que os elétrons de valência de todos os átomos de cobre se desloquem,
originando uma corrente elétrica no material. Esses elétrons são comumente chamados de
elétrons livres ou elétrons de condução.

De forma oposta, os materiais isolantes referem-se aos materiais que apresentam os elétrons
de valência rigidamente ligados aos núcleos de seus átomos.
Materiais Condutores

Fonte: Imagens Google


Materiais Semicondutores

Silício e Germânio

Fonte: Imagens Google


Materiais Isolantes

Fonte: Imagens Google


Fundamentos da Eletrostática.
Na eletrostática, ou eletricidade estática, estudam-se as propriedades e a ação mútua das
cargas elétricas em repouso nos corpos eletrizados.

Nesse contexto, para entender o conceito de corpos eletrizados, vamos lembrar que, em
condições normais, qualquer porção de matéria é eletricamente neutra. Isso quer dizer que,
para que essa condição seja mudada, é necessário que alguma força externa atue sobre o
material.

Se isso não acontecer, o número total de prótons e elétrons de seus átomos ficará em equilíbrio.
Fundamentos da Eletrostática.
Há, porém, um modo de “quebrar” esse equilíbrio: basta submeter um corpo eletricamente
neutro a um processo de eletrização.

Na eletrização, o corpo pode ganhar ou perder elétrons, conforme descrito a seguir.

a) Se ele ganha elétrons, torna-se negativamente eletrizado, porque os elétrons são partículas
de carga negativa.

b) Se ele perde elétrons, torna-se positivamente eletrizado, porque ficou com quantidade
menor de partículas negativas e maior de partículas positivas.
Fundamentos da Eletrostática.
Uma vez eletrizados, os corpos adquirem a capacidade de atrair (efeito de atração) ou afastar
(efeito de repulsão) outros corpos eletrizados.
O efeito de atração acontece quando as cargas elétricas dos corpos eletrizados tem sinais
contrários.
O efeito de repulsão acontece quando as cargas elétricas dos corpos eletrizados tem sinais
iguais.
Processos de eletrização – Eletrização por atrito
Ao submeter dois materiais isolantes inicialmente neutros ao atrito, será estabelecido um
contato entre eles de modo a permitir a troca de elétrons, um dos materiais ficará
eletricamente negativo e o outro positivo. Observe a figura a seguir.
Processos de eletrização – Eletrização por atrito
Ao atritar o bastão de vidro e a lã, o vidro perde elétrons para a lã tornando-se eletricamente
positivo, enquanto a lã ficará eletricamente negativa por receber elétrons. A intensidade da
carga elétrica em ambos será igual, mas com sinais opostos.

Fonte: Google imagens


Fonte: Imagens Google
Processos de eletrização – Eletrização por contato
Ao colocarmos dois materiais condutores em contato, um eletricamente carregado e o outro
eletricamente neutro, ao final do contato, teremos ambos eletrizados com o mesmo tipo de
carga do material que estava inicialmente carregado.

Caso os materiais possuam o mesmo volume, a carga resultante poderá ser obtida por média
aritmética, caso não possuam, será necessário fazer uma média ponderada em função do
raio. Veja o esquema a seguir de como o processo acontece.
Processos de eletrização – Eletrização por contato
Caso o corpo A esteja carregado positivamente, o processo é similar, veja o esquema a seguir.
Processos de eletrização – Eletrização por indução
Esse tipo de eletrização ocorre quando submetemos um corpo eletricamente neutro em
exposição a um outro sem que haja contato entre eles.

O processo consiste em expor o corpo eletricamente neutro a um corpo carregado, o qual


chamaremos de indutor.

Ao aproximar o indutor do induzido, este passará por um processo de polarização, seguido do


aterramento do induzido que fará com que o equilíbrio no induzido seja rompido, ao retirar o
aterramento e afastar os corpos, o induzido terá carga de sinal oposta ao indutor.
Processos de eletrização – Eletrização por indução
Considerando um indutor eletricamente negativo, ao ser
aproximado do induzido, o mesmo será polarizado, pois
os elétrons serão repelidos e irão para a outra
extremidade da esfera, neste ponto, se hipoteticamente
partíssemos a esfera teríamos uma metade carregada
positivamente e outra negativamente.

O próximo passo é aterrar a esfera polarizada e em


função da força de repulsão provocada pelo indutor,
alguns elétrons serão transferidos para o solo. Ao
desfazer o aterramento e afastar o indutor do induzido,
a carga elétrica resultante será positiva em função do
corpo ter perdido elétrons.
Processos de eletrização – Eletrização por indução
Considerando um indutor eletricamente positivo, ao ser
aproximado do induzido, o induzido será polarizado, pois
os elétrons serão atraídos e irão para a extremidade mais
próxima do indutor, neste ponto, se hipoteticamente
partíssemos a esfera, teríamos uma metade carregada
positivamente e outra negativamente.

O próximo passo é aterrar a esfera polarizada, em função


da força de atração provocada pelo indutor, alguns
elétrons serão transferidos do solo para o induzido. Ao
desfazer o aterramento e afastar o indutor do induzido, a
carga elétrica resultante será negativa em função do
corpo ter ganhado elétrons.
https://phet.colorado.edu/sims/html/john-travoltage/latest/john-travoltage_en.html
Lei de Coulomb e Força Elétrica
A lei de Coulomb foi formulada pelo físico francês Charles Augustin de Coulomb e permite
calcular a força elétrica estabelecida pela interação de partículas carregadas, levando em
consideração: a intensidade da carga, o meio no qual as cargas se encontram e a distância
entre elas.

Fonte: Google imagens


Lei de Coulomb e Força elétrica
Definida pela equação abaixo:

• F é a força elétrica medida em Newtons (N).


• K é a constante eletrostática N.m²/C²
• q1 e q2: módulo das cargas elétricas medidas
em Coulomb (C).
• d é a distância que separa as cargas (m).
LINK SIMULADOR: https://phet.colorado.edu/sims/html/coulombs-law/latest/coulombs-law_pt_B
R.html
Fonte: Google imagens
Campo elétrico
O campo elétrico pode ser definido como um espaço sob a influência de uma carga elétrica
que pode estabelecer uma força de atração ou repulsão com qualquer outra carga elétrica
que estiver neste espaço.

SIMULADOR CARGAS E CAMPOS

Fonte: Google imagens


Potencial elétrico
O desequilíbrio elétrico nos corpos é causado pelo fenômeno que chamamos de
eletrização, a capacidade que um corpo eletrizado em realizar trabalho é definida como
potencial elétrico, ou seja, é a capacidade de cargas elétricas se atraírem ou se repelirem de
acordo com a força elétrica estabelecida entre elas.

O potencial elétrico depende da carga elétrica,


quanto mais carregado o corpo estiver, maior
será o potencial elétrico.

Fonte: Google imagens


Saiba
Mais
Quer aprender mais a respeito dos assuntos abordados nessa aula? Seguem abaixo
alguns links que selecionamos para você complementar o aprendizado. Bons estudos!

+Matéria e estrutura da matéria:


https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-materia.htm
+Eletrostática :
https://www.todamateria.com.br/eletrostatica/#:~:text=Eletrost%C3%A1tica%20%C3%A9%20
a%20parte%20da,seja%2C%20em%20estado%20de%20repouso
.
41
Referências Bibliográficas

• Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Eletricidade, volume 1 / Departamento Regional de São Paulo. Brasília:
SENAI/DN, 2012. 184p. il. (Série Eletroeletrônica).

• Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Eletricidade Geral. Departamento Regional de São Paulo. Brasília: SENAI/DN,
2013. 272p. il. (Série Eletroeletrônica).

Você também pode gostar