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A função da literatura

Professor: César Mariné


Para que serve a literatura?
“A literatura não possui aplicabilidade”.

“A literatura não serve para nada”.

“A literatura é uma perda de tempo”.

“Tenho mais o que fazer do que ficar lendo


histórias mentirosas”.
Mas, afinal, para que serve a
literatura?
“[...] o poeta conta, em sua obra, não o que aconteceu e
sim as coisas quais poderiam vir a acontecer, e que sejam
possíveis tanto da perspectiva da verossimilhança como
da necessidade. O historiador e o poeta não se distinguem
por escrever em verso ou em prosa [...]; a diferença é que
um relata os acontecimentos que de fato sucederam,
enquanto o outro fala das coisas que poderiam suceder. E
é por esse motivo que a poesia contém mais filosofia e
circunspeção do que a história; a primeira trata das coisas
universais, enquanto a segunda cuida do particular”.
Aristóteles
O que é a literatura?
Forma + Conteúdo.

Preocupação com a forma como se enuncia


determinado conteúdo.

Preocupação com a linguagem.


Exemplo (relação forma e conteúdo)
“Para a ciência, a linguagem não passa de
um instrumento, que quer se tornar tão
transparente, tão neutro quanto possível [...]
há por um lado e primeiro os conteúdos da
mensagem científica, que são tudo; por outro
lado e depois, a forma verbal encarregada de
exprimir esses conteúdos, que não é nada”.
Roland Barthes
Podemos afirmar que a literatura procede,
em seu aspecto formal, como a ciência?

Não.
A literatura é uma linguagem
A linguagem da literatura
 A essência da arte literária está na palavra,
utilizada por escritores e poetas em todo o seu
potencial significativo e sonoro.
 “Ah, homem, essa barca é um sonho”.
 Sentido conotativo (figurado) ou sentido denotativo
(literal).
 Com sentido conotativo, o leitor precisa reconstruir
o significado da palavra (leitor ativo).
 Processo de plurissignificação: palavra com
diferentes sentidos.
Recursos da linguagem literária:
o poder das imagens
Comparações: a concretização das emoções

Madrigal
Meu amor é simples, Dora,
Como a água e o pão.
Como o céu refletido
Nas pupilas de um cão.

José Paulo Paes


Metáforas: semelhanças inusitadas
Livre-arbítrio

Todo mundo é toureiro.


Cada um escolhe o
touro que quiser na vida.
O toureiro escolheu o
próprio
Touro.

Cacaso
Referências
ARISTÓTELES. A poética. Tradução: Eudoro
de Souza. 2. ed., São Paulo: Ars Poetica,
1993.
BARTHES, Roland. Da ciência à literatura.
In: ______. O rumor da língua. Tradução:
Mário Laranjeira. 2. ed., São Paulo: Martins
Fontes, 2004.

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