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— Apresentação de alguns dados:

Raça e Educação
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 68 (Gráfico ± 4.2);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 70 (Gráfico ± 4.5);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 71 (Gráfico ± 4.6);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 73 (Gráfico ± 4.8);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 76 (Gráfico ± 4.11);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 76 (Tabela ± 4.8);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 81 (Tabela ± 4.10);

Raça e Mercado de Trabalho


‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 89 (Gráfico ± 5.1);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 90 (Gráfico ± 5.2);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 95 ( Tabela± 5.2);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 96 (Gráfico ± 5.5);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 102 (Gráfico ± 5.8);
‡Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 104 (Gráfico ± 5.12);
Raça e Condições Materiais

Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 122 (Tabela ± 6.8);


Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 124 (Tabela ± 6.10);
Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 124 (Tabela ± 6.11);
Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 126 (Gráfico ± 6.8);
Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 128 (Gráfico ± 6.10);
Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 140 (Gráfico ± 6.22);

Acesso a postos e políticas


Relatório da desigualdade racial no Brasil ± pag. 152 (Gráfico ± 7.7);
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Ojuobá ia lá e via
±uem é ateu e viu milagres como eu Ojuobahia
Sabe que os deuses sem Deus Xangô manda chamar Obatalá guia
Não cessam de brotar, nem cansam de esperar Mamãe Oxum chora lagrimalegria
E o coração que é soberano e que é senhor Pétalas de Iemanjá Iansã-Oiá ia
Não cabe na escravidão, não cabe no seu não Ojuobá ia lá e via
Não cabe em si de tanto sim Ojuobahia
É pura dança e sexo e glória, e paira para além da história Obá
Ojuobá ia lá e via Ojuobá ia lá e via...
Ojuobahia ±uem é ateu...
Xangô manda chamar Obatalá guia
Mamãe Oxum chora lagrimalegria
Pétalas de Iemanjá Iansã-Oiá ia
Ojuobá ia lá e via
Ojuobahia
Obá
É no xaréu que brilha a prata luz do céu
E o povo negro entendeu que o grande vencedor
Se ergue além da dor
Tudo chegou sobrevivente num navio
±uem descobriu o Brasil?
Foi o negro que viu a crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres de fé no extremo ocidente
Ö
  
    
  


— Preconceito ± ³atitude de se julgar uma pessoa com base nas características


reais ou imaginárias de seu grupo´;

—Discriminação ± ³é o tratamento injusto de pessoas devido ao fato de pertencerem


a uma determinado grupo´;

— Estereótipo ± ³imagens preestabelecidas para todos os indivíduos pertencentes a


alguma categoria social, mediante a atribuição generalizada de qualidades de
caráter positivas ou negativas´;
(Exemplos ± O negro e o Futebol brasileiro (história dessa ligação); O malandro e
o mulato brasileiro);

— Raça ± um construto social utilizado para distinguir pessoas em termos de uma


ou mais marcas físicas, o que normalmente tem conseqüências profundas para
suas vidas;

‡ Vale observar que a raça é um conceito ligado a percepção, independentemente


de ter sustentação biológica ou não, embora tenha base em características físicas
atribuídas;

‡ A raça é importante na medida em que é uma categoria que ajuda a criar e a


manter sistemas de desigualdade social;
— §     
 

Condições sociais distintas entre


dominadores e subordinados geram
Marcas físicas são utilizadas para distinguir
diferenças comportamentais entre eles (por
e criar desigualdades sociais baseadas em
exemplo, trabalhadores vigorosos versus
raça por meio do colonialismo, da
preguiçosos).
escravidão etc.

Percepções das diferenças


comportamentais geram estereótipos
raciais que se enraízam na cultura
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— O primeiro passo é correlacionar diferenças raciais e hierarquia social são em


meados do século XIX;

— Samuel George Morton foi um dos pioneiros nessa empreitada, para ele o
tamanho do crânio estava associado a identidade racial e ao lugar das raças na
hierarquia social;

— Os maiores crânios pertenciam aos brancos europeus, depois vinham os índios


americanos e, por fim, os negros;

— Vale dizer, quanto maior o crânio mais inteligente e melhor a posição da raça na
hierarquia social;

— Outro exemplo é a tese desenvolvida por Lombroso que correlacionou


delinqüência e outras anomalias comportamentais com a raça dos indivíduos;

— Lombroso concluiu que a ³fosseta occipital mediana´ era a responsável pelo


comportamento desviante;

— Gobineau também montou uma hierarquia das raças tomando por base
capacidade intelectuais, físicas e até a beleza;
— Para ele, no topo da hierarquia estaria a raça branca, seguida pela amarela e depois
pela negra;

— Gobineau acreditavam que ³todas as civilizações humanas somam não mais que dez e
todas foram criadas por iniciativa da raça branca´;

— Portanto, apenas a raça branca ariana teria as virtudes necessárias para o


desenvolvimento da civilização (inclui-se a honra, o amor pela liberdade etc);

— A tese de Gobineau vai além, ao argumentar que a mistura de raça, a miscigenação, é


elemento de degeneração das civilizações (apenas os alemães se mantiveram ³puros´
mas por pouco tempo segundo ele);

— Para o Brasil, Gobineau prescreveu o desaparecimento da população em 270 anos


(contando a partir de meados do século XIX), isso porque os mulatos não conseguiram
se reproduzir e sobreviver por muito tempo;

— A principal falha desse argumento está na sua capacidade de generalização tanto intra
como extra-objeto (falhas nos procedimentos estatísticos);

— Entretanto, juntas essas idéias fazem água ao projeto iluminista de igualdade entre os
homens e são utilizadas para justificar as desigualdades sociais;

—Praticas de ³depuração racial´, genocídios, dominação, imperialismo acaram sendo


justificados pelo racismo ainda que seus autores do sec. XIX não pretendessem isto;
     
 
  



— A principal preocupação dos primeiros pensadores brasileiros era a construção


de uma identidade nacional, éramos um país sem uma imagem de si mesmo;

— A grande dificuldade para essa empreitada eram as idéias negativas acerca da


miscigenação, do sincretismo de elementos culturais;

— Enquanto os europeus apontavam essa mistura como degenerativa a realidade


brasileira não permitia que ela fosse ignorada;

— Essa tensão perturbava a mente dos Juristas formados na escola de direito de


Recife e São e de médicos formados pela faculdade de medicina do Rio e
Salvador;

— A questão é como inserir o Brasil na modernidade acadêmica e social apesar da


sua realidade miscigenada, seriamos mesmo capazes e dignos de se tornar uma
nação?

— Negar a mistura seria eliminar o mais peculiar, o que faz do Brasil, Brasil. A
palavra identidade pressupõe a busca de elementos diferenciadores;

— Para os primeiros pensadores ³a persistência de costumes ³bárbaros´, relativos


aos povos aborígines e africanos, constituía uma barreira a uma identidade
nacional homogênea´;
— Raça, cultura, nacionalidade e modernidade tornaram-se, ao menos
parcialmente, correlacionados no pensamento social brasileiro;

— Um exemplo dessa associação pode ser extraído da obra de Nina Rodrigues ±


ela acreditava que a inferioridade brasileira se devia a miscigenação e a ausência
da ³direção suprema da raça branca´ em nosso país;

— Silvo Romero e Euclides são outros exemplos: enquanto o primeiro procurou


resgatar nossas origens literárias o segundo se viu tensionado entre o pensamento
da sua época e o espetáculo de bravura, vigor dos caboclos sertanejos;

— A saída encontrada pelos pensadores do sec. XIX foi a tese do branqueamento ±


processo de miscigenação gradativo que, após três gerações, produziria uma
população de características brancas;

— A percepção sobre a miscigenação apenas começa a mudar a partir da semana


de arte moderna em 1922 e principalmente com a obra Casa grande e Senzala de
Gilberto Freyre;

— O Macunaíma de Mario de Andre, a Antropofagia de Oswald de Andrade e o


mestiço freyriano são partes dessa virada na percepção da mestiçagem;

— Essa ³virada´ acaba por gerar uma associação entre elementos culturais e raça
no Brasil, embora o todo componha a nossa identidade, cada raça entrou
elementos específicos para formação da nossa identidade;

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