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DIREITO PENAL

INTRODUÇÃO
 CONCEITO DE DIREITO PENAL
Segundo Johannes Wessels, Direito Penal é a parte do ordenamento jurídico que que determina os
pressupostos da punibilidade, assim como os caracteres específicos de conduta punível, cominando determinadas
penas e prevendo consequências jurídicas e medidas de tratamento de segurança.
 FUNÇÕES
São duas: proteção dos bens jurídicos e manutenção da paz social.
 DIREITO PENAL OBJETIVO E SUBJETIVO
Objetivo: legislação penal em vigor.
Subjetivo: direito de punir do Estado = jus puniendi. Poder do Estado de criar normas e a possibilidade de
impor penas
 CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS
a. Incriminadoras: descrevem crimes e cominam penas
b. Não incriminadoras: podem ser permissivas ou explicativas.
- as permissivas podem ser justificantes (excluem a antijuridicidade – art. 23) ou exculpantes (excluem a
culpabilidade – arts. 20, §1º, 21, 22, 26, 27 e 28)
- as explicativas (ou finais ou complementares): esclarecem o conteúdo de outra norma (ex. funcionário público –
art. 327) ou tratam de regras gerais para aplicação das demais normas (ex: tentativa e nexo de causalidade – arts.
13 e 14).
 FONTES DE DIREITO PENAL

Fonte indica a origem e a forma de manifestação da norma jurídica. Podem ser materiais e
formais.

a) Fonte material

A fonte material é o Estado. No Brasil, somente a União tem competência para legislar em
matéria penal, conforme art. 22, inciso I, da CF/88.

b) Fontes formais

- imediatas: lei
- mediatas: costumes e princípios gerais do direito
 PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL
a) Princípio da lesividade: para que haja intervenção penal, é necessário que não se trate
apenas de um comportamento ou conduta interna, mas sim conduta exteriorizada capaz de
lesar ou expor terceiros a risco (alteridade penal ou transcendentalidade). O sujeito não
pode ser punido por autolesão nem pelo que é (direito penal do autor), mas sim pelo que
fez.
b) Princípio da intervenção mínima: em um Estado Democrático de Direito, a intervenção
do Estado na esfera de direitos do cidadão deve ser sempre a mínima possível, a fim de
permitir o livre desenvolvimento. Por outro lado, só será legítima a intervenção da
estrutura penal quando a intervenção estatal realmente diminuir a violência social,
impedindo a vingança privada e prevenindo crimes por eio da intimidação ou da ratificação
da vigência da norma.
c) Princípio da subsidiariedade: o Direito Penal deve ser reservado apenas para aquelas
situações em que outras medidas não foram suficientes para provocar a diminuição da
violência da conduta.
d) Princípio da exclusiva proteção a bens jurídicos com dignidade penal: nem tudo aquilo
que satisfaz uma necessidade humana é merecedor da tutela penal. Apenas os bens jurídicos
realmente vitais para a vida em sociedade podem ser resguardados pela intervenção penal
e) Princípio da fragmentariedade: apenas a grave lesão a bem jurídico com dignidade penal
merece tutela penal
f) Princípio da insignificância: irrelevância penal da conduta, que não gera significativa
lesão ou risco de lesão aos bens jurídicos tutelados. Ainda que haja formalmente a infração
penal, materialmente não haverá crime.
g) Princípio da inadequação social: a conduta socialmente adequada não merece tutela penal
h) Princípio da adequação da intervenção penal: quando a criminalização do fato não
diminui ou até aumenta a violência, não há justificativa racional para o instrumento penal
(adequada no sentido de proporcionar, com a aplicação da pena, uma diminuição da
violência.
i) Princípio da culpabilidade. Duas vertentes:
1. nullum crime sine culpa: não há crime sem dolo ou culpa (proibição da responsabilidade
objetiva)
2. a pena não pode ser maior que a reprovabilidade do sujeito pelo fato praticado

j) Princípio da humanidade das penas: impossibilidade de aplicação de penas de morte,


cruéis, de trabalho forçado e banimento, por serem atentatórias à dignidade humana.
k) Princípio da pessoalidade da pena: a pena não pode ultrapassar a pessoa do condenado
l) Princípio da individualização da pena: quem pratica crime mais grave, em situação mais
reprovável, deve ter pena mais intensa que aquele que pratica leve infração com pequena
censurabilidade. A individualização ocorre em três fases:
1. na elaboração da lei
2. na aplicação da sanção ao caso concreto
3. na execução das penas, pelo sistema progressivo.
ART. 1º. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
Princípio da legalidade: nullum crimen, nulla poena sine praevia lege. Não há crime sem
lei anterior que o defina ou pena se prévia cominação legal.
- RESERVA LEGAL: apenas a lei em sentido estrito pode legislar matéria penal.
- TAXATIVIDADE: o tipo penal deve trazer a conduta proibida de forma pormenorizada.
- EXIGIBILIDADE DE LEI ESCRITA (vedação da analogia in malam partem)
- LEGALIDADE DAS PENAS: o cidadão tem direito de conhecer a consequência do crime
- ANTERIORIDADE
 Fundamento constitucional: Art. 5º, XXXIX, CF/88
 norma penal em branco: a definição da conduta criminosa é possível apenas com a utilização
de outra norma.
Ex: Lei de Drogas (o rol de substâncias entorpecentes está em Portaria do Ministério da
Saúde) e crime de conhecimento prévio de impedimento (art. 236 CP – os impedimentos para
casamento estão no Código Civil).
ART. 2º: Ninguém poder ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

 Art. 5º, XL, CF/88: A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o acusado
 Art. XI, 2, da DUDH: Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
momento, não constituam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não
será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato
delituoso.
 Art. 9º da CADH (Pacto de San Jose da Costa Rica, 1989): Ninguém poderá ser condenado
por atos ou omissões que, no momento em que foram cometidos, não constituam delito de
acordo com pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se,
depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o delinquente
deverá dela beneficiar-se.
 Lei posterior é aquela que entra em vigor após outra. Validade apenas após o início de
vigência e não a promulgação ou publicação.

 Irretroatividade da lei penal mais gravosa:


a) Novatio legis in pejus: lei posterior que agrava a situação do agente no caso concreto
b) Novatio legis incriminadora: lei posterior que cria um tipo incriminador

 Retroatividade da lei penal: (aplicação imediata e em qualquer fase)


a) Novatio legis in mellius (parágrafo único do art.2º): lei posterior que, de qualquer modo traz
benefícios ao agente no caso concreto
b) Abolitio criminis (caput): lei posterior que deixa de considerar determinado fato como
criminoso. É causa de extinção da punibilidade (art. 107, III)

 Lei intermediária: caso uma lei seja sucedida por outra, e esta por outra, para fins de
retroatividade prevalecerá a mais benéfica, ainda que seja a segunda (intermediária) e não a
última.
ART. 3º. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência
 Lei excepcional: feita para vigorar em períodos anormais, como guerra, calamidades etc, e
sua duração coincide com a do período.

 Lei temporária (Ex. Lei Geral das Copas, Lei 12.663/2012): feita para vigorar em um período
de tempo previamente fixado pelo legislador, ou seja, entra em vigência já com data de
cessação.

 São ultrativas, ou seja, produzem efeitos mesmo após o final do prazo e vigência, porque se
assim não fosse, não haveria proteção eficaz do bem jurídico, uma vez que os indivíduos
contariam com a demora da persecução penal para aguardar o final da vigência (da lei
temporária) e se beneficiariam da lei mais benéfica. Sem a ultratividade, as lei temporárias
perderiam sua força intimidativa.
ART. 4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.
 Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da conduta comissiva ou
omissiva, ainda que outro seja o momento do resultado.
 Tempo do crime e aplicação da Lei Penal: saber distinguir o tempo do crime é de extrema
importância para podermos identificar qual a lei aplicável ao caso concreto. Ex: um homicídio
cuja ação tenha ocorrido na vigência de uma lei, mas o resultado morte ocorre posteriormente sob
a vigência de nova lei mais gravosa. Deve incidir a lei que vigorava ao tempo da ação ou omissão.
 Tempo do crime e inimputabilidade: a imputabilidade deve ser aferida no momento em que o
crime é praticado, pouco importando a data em que o resultado ocorrer.
 Ex. 1: se um jovem desfere um tiro em seu desafeto na véspera de completar 18 anos e o
resultado morte ocorrer dois dias depois, quando contar com 18 anos completos, não responderá
pelo crime dada sua inimputabilidade (responderá por ato infracional e medidas previstas no ECA
– arts. 101 e 112).
 Ex. 2: se o mesmo jovem e nas mesmas condições praticasse crime de sequestro e fosse preso em
flagrante após completar 18 anos, responderia pelo crime, pois a ação se renova a todo instante.
ART. 5º. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
 Princípio da territorialidade temperada (caput): adotado pelo CP. Aplica-se a lei brasileira ao
crime cometido no Brasil, ressalvadas as exceções constantes em normas e tratados
internacionais. Assim, a lei estrangeira poderá ser aplicada ao crime cometido no Brasil
sempre que assim dispuserem tratados ratificados pelo nosso país.
 Navios e aeronaves públicos ou a serviço do governo brasileiro: consideram-se extensão do território
nacional, onde quer que se encontrem. Se privados, desde que estejam em mar territorial brasileiro,
alto-mar ou espaço aéreo correspondente.
 Navios e aeronaves de propriedade privada que se encontrem em alto-mar ou no espaço aéreo
correspondente ao alto-mar: aplica-se a lei do país em que estiverem matriculados (princípio do
pavilhão ou da bandeira)
 Aeronaves estrangeiras de propriedade privada, em pouso no território nacional ou em voo no espaço
aéreo correspondente: aplica-se a lei brasileira.
 Embarcações estrangeiras de propriedade privada que se encontrem em porto ou mar territorial do
Brasil: aplica-se a lei brasileira
 Navio ou avião estrangeiro de propriedade privada apenas de passagem pelo território brasileiro: se o
crime cometido a bordo não afetar em nada nossos interesses, não se aplica a lei brasileira (princípio
da passagem inocente)
 Competência: Justiça Federal
 Imunidades: Diplomatas. São dotados de inviolabilidade pessoal, ou seja, não podem ser presos ou
submetidos a quaisquer procedimentos ou processos sem autorização de seu país. As sedes
diplomáticas não são consideradas extensão territorial do país em que se encontram.
ART. 6º. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado

 Teoria da ubiquidade: considera-se lugar do crime tanto aquele da ação ou omissão quanto o
do resultado (onde ocorreu ou deveria ocorrer). Tanto o resultado que ocorre em território
nacional como a conduta aqui praticada causam lesão social suficiente para motivar a reação
estatal. Para que se considere praticado no Brasil e, portanto esteja sujeito à Lei Penal
brasileira, é necessário que o crime tenha tocado o território nacional em algum momento.
 Crimes à distância: a ação/omissão se dá em um país e o resultado é competente para julgar o
local em que foi praticado o último ato de execução no Brasil ou o local brasileiro onde se
produziu o resultado. (ver art. 70 CPP)
 Crimes de menos potencial ofensivo (Lei 9.099/95): teoria da atividade – competência do
local da infração.
ART. 7º. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais
favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as
condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
 Formas da extraterritorialidade:
a) Incondicionada (inciso I): não se subordina a qualquer condição para atingir o crime cometido fora do
território nacional;
b) Condicionada (inciso II e § 3º): a lei brasileira só se aplica ao crime cometido no estrangeiro se satisfeitas as
condições dos §§ 2º e 3º.

 Crimes cometidos no exterior por brasileiro e extradição: o brasileiro nato não pode ser extraditado pelo Brasil.
O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em duas hipóteses: (a) caso tenha cometido no exterior crime
comum antes da naturalização; (b) tratando-se de tráfico de entorpecentes e drogas afins praticado em qualquer
momento, antes ou depois da naturalização.

 Súmulas STF:
1: “É vedada a expulsão de estrangeiro casado com brasileira, ou que tenha filho brasileiro, dependente de
economia paterna”.
2: “Concede-se a liberdade vigiada ao extraditando que estiver preso por prazo superior a sessenta dias”.
421: “Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro”.
692: “Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição se fundado em fato ou direito
estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito”.
ART. 8º. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 

 Se a pena cumprida no estrangeiro for diversa da imposta no Brasil pelo mesmo crime,
haverá atenuação da pena (restritiva de direitos x privativa de liberdade);

 Se a pena cumprida no estrangeiro for idêntica à imposta no Brasil (duas privativas de


liberdade) pelo mesmo crime, deverá haver um abatimento na pena a ser executada no Brasil
ART. 9º. A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz
na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos
civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único. A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de
cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça.
 Competência para homologação: STJ (art. 105, I, “i”, da CF/88)

 Execução civil da sentença penal estrangeira: é necessário pedido da parte interessada, sendo
vedada a atuação de ofício

 Medida de segurança: a homologação depende de existência de tratado de extradição com o


país cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do
Ministro da Justiça.

 Desnecessidade de homologação: reincidência (basta prova legal da existência da


condenação estrangeira; sentença estrangeira absolutória ou que julgar extinta a punibilidade

 Conteúdo da homologação: para homologação, verifica-se apenas o preenchimento dos


requisitos do artigo 788 do CPP, e não o conteúdo da sentença

 Procedimento da homologação no STJ: arts. 787 a 790 do CPP


ART. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calendário comum.
 Prazos do CP: o dia do começo é incluído no cômputo do prazo, não importando a que horas
do dia o prazo começou a correr (considera-se o dia todo), nem se começou em domingo ou
feriado. Ex: se a pena começou a ser cumprida às 23h50, os 10 minutos são contados como
um dia inteiro.
 Prazos do CPP: exclui-se o dia do começo e inicia-se em dia útil (art. 798, § 1º, CPP e
Súmula 10 STF)
 Prescrição e decadência: regra do art. 10 do CP
 Contagem de mês e ano: não se considera se o mês tem 30 ou 31 dias (ex. prazo de 6 meses
iniciado em abril, termina em setembro). Para os prazos em anos, conta-se da mesma forma,
não importando se bissextos ou comuns (prazo de cinco anos iniciado em 2018, termina em
2023.
 Prorrogação: prazos penais são improrrogáveis ao dia útil.
ART. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as
frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
 Não se fixa a pena em horas (ex. 30 dias e 10 horas) nem em centavos.

ART. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial,
se esta não dispuser de modo diverso.

 Todas as disposições gerais do CP aplicam-se aos crimes definidos por Lei Especial (ex:
crimes falimentares, contra o sistema financeiro, contra a ordem tributária, econômica e
relações de consumo, contra o meio ambiente, contra os idosos, drogas etc)

 As regras gerais somente não serão aplicadas se a lei especial dispuser de modo diverso. A lei
especial prevalece sobre a geral (lex specialis derrogat generali)

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