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Pré-modernismo
Concepção
O pré-modernismo pode ser considerado um período de transição entre os movimentos
literários situados ao final do século XIX e início do século XX. Tal fato ocorre porque muitos
autores daquele período passaram, aos poucos, a se aproximarem de uma inovação temática,
formal e linguística (características essas que só se consolidarão na 1ª fase do Modernismo).
b)Inovadora – Presente nas obras de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro
Lobato, Afonso Arinos. As várias realidades do Brasil são expostas, e o leitor começa a perceber
que vive em um país de contrastes. A linguagem pomposa e artificial começa a perder terreno
para uma expressão mais simples, fiel à fala cotidiana. Nesse aspecto, Lima Barreto é o legítimo
representante das classes iletradas.
Cronologia
•Cronologicamente, o Pré- Modernismo durou no Brasil de 1902 a 1922.
As primeiras obras do Pré- Modernismo foram:
a)Os Sertões (romance, 1902), de Euclides da Cunha.
b) Canaã (romance, 1902), de Graça Aranha.
Contexto histórico
• Essa multiplicidade de focos e interesses torna impossível tratar o Pré-Modernismo como uma
escola literária. O Pré-Modernismo e considerado um período de transição: conserva algumas
tendências das estéticas da segunda metade do século XIX e antecipa outras, aprofundadas
com o Modernismo.
• Denúncia social
•A maioria das obras do Pré-Modernismo apresentam em seu cerne a denúncia da realidade brasileira.
As diferenças sociais, o preconceito, o esquecimento de parte da população, a centraliza- ção do poder, a
intransigência dos governantes são revelados sem medo algum. Euclides da Cunha e Lima Barreto são
exemplos de escritores que, em suas obras, revelaram a situação brasileira, e a partir daí construíram sua
crítica em relação à sociedade de sua época.
• O regional
•Evidencia-se nas obras dessa época, a preo- cupação em definir-se muito bem a região em que acontece
cada história, tendo como consequência o surgimento de um grande painel do Brasil através de suas diversas
regiões. Monteiro Lobato situará suas principais obras na região do Vale da Paraíba; Euclides, no sertão
baiano; Graça Aranha, no Espírito Santo; e Lima Barreto, no Rio de Janeiro.
• Ficção e realidade
•Vemos nesse período obras que abordam os fa- tos políticos, econômicos e sociais do Brasil. A ficção e a
realidade se aproximam. Como consequência, temos a partir das obras Pré-Modernismo, a “desco- berta do
verdadeiro Brasil”.
Euclides da Cunha
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em 1866, em Cantagalo, no Estado do Rio de Janeiro.
Em 1888, é expulso da Escola Militar por desacatar o ministro da Guerra do Império. Forma-se em Engenharia
Civil e após a Proclamação da República é reintegrado às Forças Armadas.
Em 1897, torna-se correspondente da guerra de Canudos, no Estado da Bahia, do jornal O Estado de São Paulo.
Presencia os horrores finais da contenda entre os seguidores de Antônio Conselheiro e as Forças Armadas, vindo
a produzir nos quatro anos seguintes e publicar em 1902, Os Sertões.
Euclides baseou-se nas ciências da época, todas com uma perspectiva colo- nialista (teorias provindas da Europa) e positivista.
Seguindo esses preceitos técnicos, divide Os Sertões entre três partes muito bem definidas. São elas: A Terra, O Homem, A Luta.
A Terra: em A Terra, temos o estudo geográfico da região de Canudos, ou seja, do sertão, baseado nas teorias científicas do final
do século XIX.
O Homem: em O Homem, observamos questões sobre a mestiçagem e etnia do sertanejo. Euclides vê na mistura de raças um mal.
A luta : em A Luta, a extrema violência das forças armadas e também sua difi- culdade de ação devido ao meio natural hostil em
que se encontravam, sendo aliado do sertanejo, já adaptado à natureza que o cercava.
Lima Barreto
Em 1902, abandona a Escola Politécnica onde cursava engenharia para empregar-se na Diretoria do
Expediente da Secretaria da Guerra com o fim de sustentar seu pai.
Um dos aspectos que o diferencia é a preferência por personagens representantes das classes mais baixas da
sociedade carioca, a “gente humilde” dos subúrbios da então capital federal. Temos tocado- res de violão
(espécies de malandros), funcionários públicos, jornalistas pobres etc. Aos poderosos (re- presentadas
algumas vezes por figuras históricas), burgueses, intelectuais reserva a caricatura, no intento de ridicularizá-
los.
Essa obra pode ser classificada como um romance social que estabelece a seguinte questão: até onde vão os limites de uma ideologia?
A partir do fanatismo, da xenofobia de Policarpo Quaresma (anti-herói), Lima Barreto fará uma severa crítica ao patriotismo
exacerbado e à sangrenta revolução Florianista.
Obra-prima de Lima Barreto, Triste fim de Poli- carpo Quaresma conta a história do funcionário públi- co aposentado Policarpo Quaresma
em sua luta pela “salvação do Brasil”. Para tanto, propõe ao governo a instituição do tupi-guarani como idioma oficial brasi- leiro; além
disso alimenta-se unicamente de comidas brasileiras, cumprimenta as pessoas chorando, como um legítimo índio goitacaz, e faz
pesquisas que re- sultam em fracasso sobre o nosso folclore.
Observa-se em Triste fim de Policarpo Quares ma, a luta entre o ideal e o real, sendo este segundo o que vence a batalha.
Graça Aranha
José Pereira da Graça Aranha nasceu em 1868, no Maranhão. Cursou Direito no Recife. Após formado, tra-
balhou como magistrado no interior do Espírito Santo (de onde retira as fontes para a criação de Canaã).
sobre a obra de Graça Aranha é falar sobre Canaã, sua principal criação, classificada como um romance ensaio ou
romance de tese. Isso se deve aos seguintes fatos: os ideais, a narrativa e o debate de idéias.
Em Canaã é a confrontação de posturas tomadas diante de três temas: as teorias acerca do atraso social
brasileiro; o papel da imigra- ção; a busca de um sentido para a existência.
Tais discussões são personificadas nas figuras dos imigrantes alemães Milkau e Lentz, recém-che- gados ao
interior do estado do Espírito Santo, onde iriam se fixar e começar uma nova vida.
O final de Canaã revela uma visão otimista do autor em relação ao futuro brasileiro, tendo como grande mote a
importância da imigração para o país.
Monteiro Lobato
José Bento Monteiro Lobato nasceu no ano de 1882, em Taubaté (estado de São Paulo). Formou-se na Academia
de Direito de São Paulo.
No ano de 1911, herdou a fazenda de seu avô, mas não soube administrá-la. Em 1917, publicou o polêmico e
célebre artigo Paranoia ou Mistificação, contra a exposição de Anita Malfatti, demonstrando completo
desconhecimento sobre a arte moderna.
Em 1931, fundou a Companhia de Petróleo do Brasil, que acaba falindo. Fundou a Editora Monteiro Lobato e Cia. e,
em 1944, a Editora Nacional. Faleceu em 1948.
fator importante na obra de Monteiro Lobato é a análise do tipo humano característico da região, representado
na figura de Jeca Tatu.
Este é visto primeiramente como um preguiçoso e indolente; porém, depois toma consciência de que o
comportamento do caboclo deve-se à subnutrição, marginalização e esquecimento do povo do interior;
encontramos essa análise na obra Urupês.
Quanto à técnica narrativa e à linguagem, mantém-se a tradição realista do conto de final ines- perado, mais
especificamente seguindo os passos do escritor francês Guy de Maupassant.
Augusto dos Anjos
Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no ano de 1884, no interior da Paraíba. Formou-se na
Faculdade de Direito do Recife.
Trabalhou como professor algum tempo na Paraíba.Tempos depois, casou-se e foi para o Rio de
Janeiro, onde formou família. Em 1914, mudou-se para Leopoldina, Minas Gerais, morrendo nesse
mesmo ano.
O cientificismo revela-se pela utilização de termos científicos, estranhos, até então, na poesia brasileira.
Esse é um dos traços que tornam a poe- sia de Augusto dos Anjos uma arte de ruptura com o passado.
No niilismo – princípio filosófico através do qual a negação é o grau máximo da sabedoria – en- contramos o
traço pessimista na poesia de Augusto dos Anjos.