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Ética e Filosofia Moral

A ÉTICA DEONTOLÓGICA
DE IMMANUEL KANT
ASSUNTO

-Explicar os conceitos de boa vontade,


ação pelo dever e autonomia moral,
segundo Kant.
- Explicar os imperativos hipotéticos e as
três fórmulas do imperativo categórico.
1) Contextualização
a. Fundamentar a moral na natureza, seja pelo interesse, seja
pelo sentimento é: negar a autonomia da vida moral; reduzir os
valores à realidade empírica dos nossos desejos; reduzir o que
deve ser ao que é.

b. A exigência moral se apresenta a nossa consciência sob a


forma de obrigação, ainda que seja contrária aos nossos
interesses e as nossas paixões.
c. Fundador da filosofia crítica, Immanuel Kant (1724-
1804) renova inteiramente a questão da objetividade do
saber (crítica da razão pura- 1781), do dever moral
(crítica da razão prática- 1788) e do julgamento estético
(crítica da faculdade de julgar – 1790).
2. Conceitos fundamentais

a. Autonomia Moral
1) Kant não admitia que a moral se
reduzisse a um princípio exterior à pessoa
humana (heteronomia), seja um deus
transcendente, seja um monarca autoritário.
2) Kant também desconfiava das paixões,
da sensibilidade, das inclinações e das tendências
espontâneas.
2. Conceitos fundamentais

3) Somente a razão pode superar as interdições


anteriores e constituir a fonte do dever. Portanto, o
princípio do dever é a própria razão.

4) Neste contexto, a autonomia moral é a


independência para agir por conta própria, tomando
iniciativas compatíveis com o dever .
2. Conceitos fundamentais

b. Boa vontade
1) Nem a saúde, nem a riqueza, nem a inteligência são
bens indiscutíveis, pois tudo depende do bom ou do mau
uso que fazemos deles.

2) Somente a boa vontade é incondicionalmente boa,


podendo ser definida como uma intenção alinhada com o
dever moral.
2. Conceitos fundamentais

3) Não é conteúdo material do ato que


determina o juízo moral, ou seja, “não são as obras
ou sucessos”, o que importa é somente a intenção.
2. Conceitos fundamentais

c. Ação por Dever


1)Um determinado militar pode executar um bom
serviço pra receber um elogio ou evitar uma punição.
Não agiu pelo dever, mas conforme o dever por
interesse.
2) A ação por dever é desprovida de segundas
intenções, visando somente o cumprimento do
próprio dever.
3) Agir por dever é agir com boa vontade.
d. IMPERATIVOS HIPOTÉTICOS E
CATEGÓRICOS.
1) Os imperativos são mandamentos ou deveres,
ou seja, regras que expressam a necessidade
objetiva da ação, o que significa que “ se a razão
determinasse completamente a vontade, a ação
ocorreria inevitavelmente segundo tal regra”, ao
passo que, de fato, a intervenção de fatores
emocionais e empíricos pode desviar a vontade
dessa regra.
b. .

2) São imperativos hipotéticos aquelas práticas


condicionadas por objetivos. Por exemplo: “se
queres a paz, então, prepara-te para a guerra”
; “se queres um bom resultado na prova,
deves estudar”. Neste caso, o dever está
subordinado à hipótese considerada, não é
um bem intrínseco.
3) Como o ser humano está submetido à influência
das emoções, dos sentimentos e das paixões, nem
sempre a sua natureza sensível está disposta a
seguir as indicações da razão.
4) Se a razão fala sob a forma severa do dever, é
porque se torna imperioso impor silêncio a nossa
natureza carnal, porque é preciso submeter a
vontade humana à lei do dever.
5) O mérito moral é medido, precisamente, pelo esforço
que fazemos para submeter nossa natureza às
exigências do dever. Portanto, mede-se pela fidelidade
ao imperativo categórico.
6) O imperativo categórico é um mandamento incondicional
porque,neste caso, a razão determina a vontade e a ação
moral, não em vista de obter um determinado efeito, mas
em vista de um bem intrínseco e universal que não pode
mudar de acordo com as circunstâncias.
e. AS TRÊS FÓRMULAS DO IMPERATIVO
CATEGÓRICO
1) A primeira fórmula : “age sempre de
tal maneira, que a máxima de tua ação
possa ser erigida em regra de ação
universal”. Esta fórmula destaca a
importância das ações exemplares, que
evitam a contradição.
2) A segunda fórmula : “age sempre de tal maneira
que trates a humanidade em ti e nos outros como
um fim e jamais como um meio”. Esta fórmula
destaca o respeito à dignidade humana.
3) A terceira fórmula : “age sempre de tal maneira,
que consideres tua vontade racional como
instituindo uma legislação universal”. Esta fórmula
destaca a importância da autonomia moral.
f. ESQUEMA SINTÉTICO DO
PENSAMENTO DE KANT
-Ciências da natureza x -Ciências da liberdade

-Física -Ética

-Leis segundo as quais -Leis segundo as quais


tudo acontece tudo deve acontecer

-Reino da necessidade -Reino da liberdade.

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