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Se estas exibições desapareceram progressivamente nos anos 30, elas serviram para desempenhar sua
função: criar uma fronteira entre os exibidos e os visitantes. Uma fronteira que podemos nos questionar se
ela não existe ainda.
Jardim da Aclimatação Jardim Etnológico
ALTERIDADE
Dinâmica – Instagram
Imagens para pensar o Outro
O que interpretamos do e sobre o Outro?
Quem é o que nos diz o quem é o Outro?
Aliás, quem é o outro que a imagem tem o poder de retratar?
Quem vê, vê o quê?
O diferente está nos olhos de quem vê a partir de quais referenciais?
O que a diferença desperta?
A desacomodação que gera alteridade ou a indiferença que gera
deboche?
ALTERIDADE
Neste sentido, o que vemos no cotidiano é mediatizado por alguma tecnologia, além do fato de
vermos apenas aquilo que precisamos ver. “Atravessamos nossos dias com viseiras, observando
somente uma fração do que nos rodeia. E quando observamos criticamente, é quase sempre com
o auxílio de alguma tecnologia” (Collier Jr, 1973, p.3).
A seguir uma célebre fotografia de Elliott Erwitt que retrata o racismo nos Estados Unidos na
década de 1950. O retrato de uma época que ainda se faz presente sob outras roupagens causa
indignação ao mostrar os bebedouros separados para brancos e negros.
ALTERIDADE
A utilização da imagem para produzir formas positivas de reconhecimento da diversidade
cultural e novas sensibilidades políticas
Os Sete Sapatos Sujos
"Não podemos entrar na modernidade com o atual fardo de preconceitos. À porta da
modernidade precisamos de nos descalçar. Eu contei Sete Sapatos Sujos que necessitamos de
deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher e sete é
um número mágico:
- Primeiro Sapato - A ideia de que os culpados são sempre os outros.
- Segundo Sapato - A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.
- Terceiro Sapato - O preconceito de que quem critica é um inimigo.
- Quarto Sapato - A ideia de que mudar as palavras muda a realidade.
- Quinto Sapato - A vergonha de ser pobre e o culto das aparências.
- Sexto Sapato - A passividade perante a injustiça.
- Sétimo Sapato - A ideia de que, para sermos modernos, temos de imitar os outros."
Mia Couto (Excertos desta oração foram publicados no Courrier Internacional, nº. 0, de 2 de
DESAFIOS EDUCACIONAIS
De acordo com o que discutimos até o momento, fica a indagação: há possibilidades de outros modos de
educar ou de conceber a educação, a partir da qual as pessoas sejam colocadas em primeiro lugar, capazes de
relações aquecidas pelo respeito, responsabilidade e justiça diante do outro?
A tolerância mútua, o reconhecimento dos diversos costumes, ideais, convicções, etnias, gêneros e classes
sociais em todos os espaços e especialmente na escola, são princípios fundamentais para o convívio das
culturas heterogêneas e, na ausência desses princípios, o medo assume a forma de atritos e conflitos
abertos.
Hannah Arendt (2003) defende “uma dimensão que possibilita pensar nas condições para o outro poder a
vir a ser outro”, esse pensamento reflete um ponto de articulação entre alteridade e educação.
ALTERIDADE
As imagens acima retratam o encontro com o Outro, a partir da perspectiva do europeu. São imagens que
trazem representações que construíram e desconstruíram esse encontro pelas figuras do "mau selvagem e do
bom civilizado" e do "bom selvagem e do mau civilizado".
Se a perspectiva do índio fosse documentada em imagens, quais representações seriam possíveis sobre esse
encontro?
Aqui a imagens retrata o encontro com o Outro no século XIX, que ainda não rompera com as amarras
econômicas que se sustentava pela escravidão tanto dos negros africanos quanto dos indígenas nativos. O uso
das imagens de caráter jornalístico, as imagens que documentam o homem e o seu cotidiano, a cidade e o
campo, a paisagem e os fatos gerados por ela, sempre são representações que independente de como são
registradas (fotografia, litografia, xilogravura, pintura, etc.), conduzem o interlocutor a interpretações
diversas. Nesse sentido, como podemos pensar a relação do uso da imagem no encontro com o Outro?
Aqui damos um salto no tempo, entramos no século XXI para
pensar as imagens no encontro com o Outro
contemporaneamente. Se antes as imagens eram produzidas
da perspectiva colonizador > colonizado, atualmente são
produzidas por diferentes óticas da sociedade,
independente da forma sempre produzem conhecimento e
representações sobre o Outro. Mas há algo que o nosso
conhecimento nos impede de ver. Quem vê, vê o quê? E como
a alteridade ao longo do tempo produziu novas formas de
olhar para o Outro?
Podemos pensar a diversidade cultural a partir de imagens,
de forma a que essa atividade produza a “descolonização do
modo de pensar e da contenção da supremacia imagética e
cultural indo-europeia, significante fator na ampliação da
democracia e na limitação do colonialismo cognitivo e mental”
Que imagens ajudam a descolonizar/desconstruir o
pensamento hegemônico sobre o Outro em sociedades
diversas?
Queixamo-nos de que as pessoas não lêem livros. Mas o déficit de leitura é muito mais geral. Não sabemos ler
o mundo, não lemos os outros. Mia Couto