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Patrimônio
• Inicia-se aqui o Título II do CPComum, Parte
Especial, em defesa do patrimônio, com espeque na
Carta Magna, como direito e garantia
individual/fundamental, art. 5º, caput:
• “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:
• .................”;
• Assim, autêntica exteriorização do Princípio da
Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos, ou seja, a
tutela constitucional dos bens jurídicos;
• Conceito de patrimônio: “Complexo de bens ou
interesses de valor econômico em relação de
pertinência com uma pessoa” (Masson);
• E o bem de valor meramente moral/sentimental?
1. Bens com valor de troca- aferíveis
economicamente, e passíveis de observar o
princípio da insignificância penal;
2. Bens com valor de uso- não aferíveis
pecuniariamente, em face do valor sentimental, e
assim jamais poderão, a eles, ser aplicada a
insignificância penal.
Obs.: todos tem valor, para fins de configuração dos
crimes patrimoniais!
• O que se pode considerar como infrações
patrimoniais, quando atingidos outros bens
jurídicos, além da propriedade?
a) Verifica-se o interesse predominante do tipo, a
exemplo dos crimes de latrocínio e extorsão
mediante sequestro (vida e liberdade);
b) No caso dos delitos funcionais, os interesses da
Administração sempre serão superiores aos
patrimoniais pessoais, ainda que ofendam o
mesmo bem jurídico;
Furto-Infração de Médio Potencial Ofensivo
“Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa
alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos,
e multa.”
• Admite sursis processual, crime de médio potencial
ofensivo, e assim não sujeitará à composição civil
de danos, transação penal, mas poderá ter direito a
redução da pena do arrependimento posterior;
• Com o ressarcimento total do bem subtraído, é
possível a extinção da punibilidade em analogia ao
retratado para os crimes tributários?
• Para parcela da doutrina e jurisprudência sim,
podendo, para tanto, ser arguida a ausência de
necessidade da pena, com esteio na Teoria do Crime
Funcionalista Moderada (Roxin), não havendo assim
reprovabilidade da conduta;
• É possível furto de coisa própria? A princípio não,
mesmo que em posse legítima de terceiros (empenho,
p.ex.), podendo constituir, a depender do caso, em
estelionato ou exercício arbitrário das próprias razões
(art.s 171 e 345, CPComum);
1. Sujeito ativo: crime comum;
2. Sujeito passivo: qualquer pessoa, física ou
jurídica;
3. Objeto Material: coisa alheia móvel (elemento
normativo do tipo);
4. Objeto Jurídico: É a propriedade. Princípio da
Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos, inserto na
CF/88 (art. 5º, caput);
5. Elemento subjetivo: dolo direto com especial fim de
agir (“para si ou para outrem”). Requer o animus sibi
habendi (intenção do assenhoreamento definitivo da
coisa), senão, configura furto de uso (atípico);
6. Classificação: crime material, de dano, forma livre,
comissivo e instantâneo ou permanente;
7. Sanção Penal: penas de reclusão e multa;
8. Ação Penal: pública incondicionada.
Obs.: a consumação do furto: observa-se a teoria da
amotio ou apprehensio, em que a consumação ocorre
no momento da subtração da res, passando ela para o
poder do agente, ainda que por breve espaço de tempo.
“Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da
res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e
seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a
posse mansa e pacífica ou desvigiada. (TEMA 934, 3ª
SeçãoSTJ, J. 14/10/2015, Info 572)”
Furto Majorado
“§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
praticado durante o repouso noturno.”
• Repouso noturno= costume interpretativo. A
localidade em que sucedeu a infração para o
descanso diário é que dita o período;
• Não necessita a presença de pessoas no instante do
crime (incluindo comércios);
• Independentemente da posição topográfica no tipo, é
aplicada a todas modalidades;
• Se ocorrer o furto de um veículo, durante o repouso
noturno, defronte a respectiva residência não incidirá
tal majorante; se na garagem, sim!!!
Furto Privilegiado (mínimo)
“§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.”
• Se trata de uma causa especial de redução da
pena ou, a critério do juiz:
i) Substituição da pena de reclusão pela de
detenção (regime prisional);
ii) Aplicar somente a pena de multa (multa
substitutiva).
• Requisitos: a) Subjetivo- agente não reincidente;
b) Objeto- res de pequeno valor (até 1 Salário
Mínimo, segundo a jurisprudência prevalente);
• Há uma ofensa ao bem jurídico atacado da vítima,
no entanto, acaso preenchidos os encimados
requisitos, poderá ocorrer modificação das
consequências penais;
• Não confundir com a lesão insignificante ao
patrimônio da vítima, Princípio da Insignificância
Penal, que gera atipicidade material;
"Convém distinguir (...) a figura do furto insignificante
daquele de pequeno valor. O primeiro, como é cediço,
autoriza o reconhecimento da atipicidade da conduta,
ante a aplicação do princípio da insignificância. Já no
que tange à coisa de pequeno valor, criou o legislador a
causa de diminuição referente ao furto privilegiado,
prevista no art. 155, § 2º, do CP." (HC 109.230, rel. min.
Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-10-2011,
Segunda Turma, DJE de 1º-3-2012.)
• A Insignificância é visualizada no respectivo
leading case;
• E o Furto Famélico....
Furto Equiparado
“§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
qualquer outra que tenha valor econômico.”
• Exemplifica-se com o famoso “gato”;
• Outras formas de energia: térmica, radiativa,
genética, a exemplo do semén de um animal;
• E a energia originada da água? (art. 161, §1º, I);
• E o sinal de TV a Cabo e Internet? Divergência do
STJ e STF;
• STJ- se trata sim de energia com valor econômico;
• STF- entende que não se trata de energia,
configurando assim, acaso criminalizado, uma
analogia in malan partem;
“PENAL. RECURSO ESPECIAL. FURTO DE SINAL DE TV A
CABO. TIPICIDADE DA CONDUTA. FORMA DE ENERGIA
ENQUADRÁVEL NO TIPO PENAL. RECURSO PROVIDO. I. O
sinal de televisão propaga-se através de ondas, o que na
definição técnica se enquadra como energia radiante, que é
uma forma de energia associada à radiação eletromagnética.
II. Ampliação do rol do item 56 da Exposição de Motivos do
Código Penal para abranger formas de energia ali não
dispostas, considerando a revolução tecnológica a que o
mundo vem sendo submetido nas últimas décadas. III.
Tipicidade da conduta do furto de sinal de TV a cabo. IV.
Recurso provido, nos termos do voto do Relator. (REsp
1123747/RS, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA,
julgado em 16/12/2010, DJe 01/02/2011)”
“O sinal de TV a cabo não é energia e, assim, não pode ser
objeto material do delito previsto no art. 155, § 3º, do CP.
Daí a impossibilidade de se equiparar o desvio de sinal de
TV a cabo ao delito descrito no referido dispositivo.
Ademais, na esfera penal não se admite a aplicação da
analogia para suprir lacunas, de modo a se criar
penalidade não mencionada na lei (analogia in malam
partem), sob pena de violação ao princípio constitucional
da estrita legalidade. (HC 97.261, Relator Min. Joaquim
Barbosa, julgamento em 12-4-2011, 2ª Turma)”
O pagamento do débito oriundo de furto de energia
elétrica (art. 155, § 3º do CP) antes do oferecimento da
denúncia é causa de extinção da punibilidade, nos
termos do art. 9º da Lei nº 10.684/2003?
• Em 13/3/2019, RHC 101299/RS, a 3ª Seção do STJ
nos parece que pacificou o último entendimento,
sob a seguinte ementa:
PROCESSO PENAL E PENAL. RECURSO EM HABEAS
CORPUS. FURTO DE ENERGIA ELÉTRICA MEDIANTE
FRAUDE PRATICADO POR EMPRESA CONTRA
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE PELO PAGAMENTO DO DÉBITO ANTES DO
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. IMPOSSIBILIDADE. POLÍTICA
CRIMINAL ADOTADA DIVERSA. NÃO APLICAÇÃO
ANALÓGICA DO ART. 34 DA LEI N. 9.249/95. TARIFA OU
PREÇO PÚBLICO. TRATAMENTO LEGISLATIVO DIVERSO.
PREVISÃO DO INSTITUTO DO ARREPENDIMENTO
POSTERIOR. RECURSO DESPROVIDO.
1. Tem-se por pretensão aplicar o instituto da extinção
de punibilidade ao crime de furto de energia elétrica em
razão do adimplemento do débito antes do recebimento
da denúncia. 2. Este Tribunal já firmou posicionamento
no sentido da sua possibilidade. Ocorre que no caso em
exame, sob nova análise, se apresentam ao menos três
causas impeditivas, quais sejam; a diversa política
criminal aplicada aos crimes contra o patrimônio e
contra a ordem tributária; a impossibilidade de
aplicação analógica do art. 34 da Lei n. 9.249/95 aos
crimes contra o patrimônio; e, a tarifa ou preço público
tem tratamento legislativo diverso do imposto.
3. O crime de furto de energia elétrica mediante fraude
praticado contra concessionária de serviço público
situa-se no campo dos delitos patrimoniais. Neste
âmbito, o Estado ainda detém tratamento mais rigoroso.
O desejo de aplicar as benesses dos crimes tributários
ao caso em apreço esbarra na tutela de proteção aos
diversos bens jurídicos analisados, pois o delito em
comento, além de atingir o patrimônio, ofende a outros
bens jurídicos, tais como a saúde pública,
considerados, principalmente, o desvalor do resultado e
os danos futuros.
4. O papel do Estado nos casos de furto de energia
elétrica não deve estar adstrito à intenção arrecadatória
da tarifa, deve coibir ou prevenir eventual prejuízo ao
próprio abastecimento elétrico do País. Não se pode
olvidar que o caso em análise ainda traz uma
particularidade, porquanto trata-se de empresa, com
condições financeiras de cumprir com suas obrigações
comerciais. A extinção da punibilidade neste caso
estabeleceria tratamento desigual entre os que podem e
os que não podem pagar, privilegiando determinada
parcela da sociedade.
5. Nos crimes contra a ordem tributária, o legislador
(Leis n. 9.249/95 e n. 10.684/03), ao consagrar a
possibilidade da extinção da punibilidade pelo
pagamento do débito, adota política que visa a garantir
a higidez do patrimônio público, somente. A sanção
penal é invocada pela norma tributária como forma de
fortalecer a ideia de cumprimento da obrigação fiscal. 6.
Nos crimes patrimoniais existe previsão legal específica
de causa de diminuição da pena para os casos de
pagamento da "dívida" antes do recebimento da
denúncia. Em tais hipóteses, o Código Penal - CP, em
seu art. 16, prevê o instituto do arrependimento
posterior, que em nada afeta a pretensão punitiva,
apenas constitui causa de diminuição da pena.
7. A jurisprudência se consolidou no sentido de que a
natureza jurídica da remuneração pela prestação de
serviço público, no caso de fornecimento de energia
elétrica, prestado por concessionária, é de tarifa ou
preço público, não possuindo caráter tributário. Não há
como se atribuir o efeito pretendido aos diversos
institutos legais, considerando que os dispostos no art.
34 da Lei n. 9.249/95 e no art. 9º da Lei n. 10. 684/03
fazem referência expressa e, por isso, taxativa, aos
tributos e contribuições sociais, não dizendo respeito
às tarifas ou preços públicos. 8. Recurso ordinário
desprovido.
Furtos Qualificados
“§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa,
se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
subtração da coisa;
“A destruição ou avaria de automóvel para a subtração
de objeto que se encontra em seu interior faz incidir a
qualificadora prevista no inciso I do § 4º do art. 155 do
CP. O rompimento de obstáculo para alcançar a res
furtiva leva a uma maior reprovabilidade da conduta."
(HC 95.351, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento
em 21-10-2008, Primeira Turma, DJE de 7-11-2008.)
• Afasta a aplicação do crime de dano (critério da
consunção).
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
escalada ou destreza;
• Ùnica qualificadora de natureza subjetiva;
• A exemplo do estelionato, o agente se vale de
ardil, fraude, só que neste o meio presta-se a
distrair a vítima a fim de subtrair o bem; naquele
servirá para que a vítima entregue o bem ex
spont propria;
• “Test Driver” (posse vigiada);
• Caso da troca de embalagens e troca de preços;
III - com emprego de chave falsa;
"A jurisprudência do STF é firme no sentido de que
o conceito de chave falsa abrange a chave 'mixa' e
todo e qualquer instrumento ou dispositivo
empregado para abertura de fechaduras." (HC
106.095, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 3-5-
2011, Primeira Turma, DJE de 19-5-2011.)
• IV - mediante concurso de duas ou mais
pessoas.
• Em abril/2018 adveio a Lei nº 13.654/2018,
trazendo inovações nos crimes patrimoniais de
furto e roubo, mormente no tocante ao emprego
de artefatos explosivos para tal desiderato;
• Desse modo, quanto ao crime de furto, tivemos o
acréscimo dos §§4º-A e 7º;
Furto qualificado pelo emprego de explosivo
“§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)
anos e multa, se houver emprego de explosivo ou
de artefato análogo que cause perigo comum.”
• Em 28 de maio de 2021, publicou no DOU a
Lei nº 14.155/2021, que alterou e acrescentou
dispositivos no CPcomum e CPPcomum,
notadamente no contexto à repressão
(proibição) dos crimes cibernéticos;
• Os tipos modificados forma os art.s 154-A,
155 e 171, CPcomum, todos envidando um
maior endurecimento no trato com a matéria,
qual seja, o ataque aos bens jurídicos
liberdade e patrimônio através de meios
informáticos;
• No furto restou acrescido uma nova qualificadora e
novas majorantes, quando o tipo qualificado for
praticado em desfavor de determinadas pessoas ou
em certo local;
• Vamos a eles:
“§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido
por meio de dispositivo eletrônico ou informático,
conectado ou não à rede de computadores, com ou
sem a violação de mecanismo de segurança ou a
utilização de programa malicioso, ou por qualquer
outro meio fraudulento análogo.”
“§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo,
considerada a relevância do resultado gravoso: I –
aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
crime é praticado mediante a utilização de servidor
mantido fora do território nacional; II – aumenta-se de
1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra
idoso ou vulnerável.”
• No tocante à figura qualificada, temos uma neo
espécie de furto praticado mediante a destreza, só
que utilizando a informática, a exemplo daquele que
instala um malware no equipamento da vítima, e
assim ingressa na sua conta bancária (da vítima) e
transfere valores;
• Note que a circunstância majorante
“considerada a relevância do resultado
gravoso” servirá para estabelecer o quantum
do percentual de aumento.
Furto qualificado pela subtração de substâncias
explosivas
“§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
(dez) anos e multa, se a subtração for de
substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego.”
• Os §§ 4ºA e 7º tem penas idênticas ao roubo
simples, o que levanta questionamentos acerca da
sua constitucionalidade;
• Busca combater o aumento da incidência de delitos
de furto com utilização de explosivos em bancos,
ao exemplo do “estouro” de caixas eletrônicos com
dinamite, além da subtração de tais;
• Antes dessa modificação, a primeira conduta era
punida como furto qualificado pela “destruição ou
rompimento de obstáculo”, com penas menores (2-
8 anos);
• Após o avento do Pacote Anticrime, a hipótese do §
4ºA, passou a ter o caráter hediondo.
• Outras formas qualificadas do furto:
“§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos,
se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou
para o exterior.”
“§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5
(cinco) anos se a subtração for de semovente
domesticável de produção, ainda que abatido
ou dividido em partes no local da subtração.”
• Aqui, não há previsão de pena de multa, por
erro do legislador;
• Segundo Cléber Masson e Márcio Cavalcante (2016):
“Semovente domesticável de produção é o animal que foi
domesticado ou que pode ser domesticado para ser utilizado
como rebanho e/ou produção. Em regra, incluem-se neste
conceito os bovinos, ovinos, suínos, caprinos etc.
• O legislador, contudo, não fez restrições. Desta forma,
ingressam no conceito de semovente domesticável de
produção animais diversos, a exemplo de cães, gatos e aves,
desde que contenham a finalidade de produção, é dizer, sejam
idôneos a gerar algum retorno econômico ao seu titular, como
se dá na criação de filhotes destinados à venda.
Não ingressam na nova proteção do Direito Penal:
• os animais selvagens. Exs: leão, tigre, girafa, elefante etc.
• os animais domésticos que não sejam voltados à produção.”
É possível furto privilegiado/qualificado?
Sim, desde que a qualificadora seja de
natureza objetiva, HC 96.843, STF e Súmula
511, STJ.
“É possível o reconhecimento do privilégio
previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de
crime de furto qualificado, se estiverem
presentes a primariedade do agente, o pequeno
valor da coisa e a qualificadora for de ordem
objetiva.”
ROUBO
1.Sujeito ativo: crime comum;
2.Sujeito passivo: qualquer pessoa, física e jurídica;
3.Objeto Material: coisa alheia móvel;
4.Objeto Jurídico: É a propriedade, incolumidade e integridade pessoal (crime
complexo);
5. Elemento subjetivo: dolo direto com especial fim de agir (“para si ou para
outrem”). Animus sibi habendi (intenção do assenhoreamento definitivo da
coisa) e uso da violência (própria ou imprópria) e/ou grave ameaça;
6. Classificação: crime material, de dano, forma livre, comissivo e instantâneo
ou permanente;
7. Sanção Penal: penas de reclusão e multa;
8. Ação Penal: pública incondicionada.
Roubo qualificado pela lesão e morte
“§ 3º Se da violência resulta: I – lesão corporal grave, a
pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e
multa; II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30
(trinta) anos, e multa.”
• São hipóteses de crimes hediondos, ex vi art. 1º, II,
“c”, da Lei nº 8.072/1990;
No tocante ao latrocínio, o CPM adota a seguinte: i) se
a morte da vítima decorrer de culpa: “art. 242...§ 2º A
pena aumenta-se de um têrço até metade: V - se é
dolosamente causada lesão grave; VI - se resulta
morte e as circunstâncias evidenciam que o agente
não quis esse resultado, nem assumiu o risco de
produzi-lo.”
Latrocínio
ii) Se decorrer de dolo: “Art. 242..§ 3º Se, para
praticar o roubo, ou assegurar a impunidade do
crime, ou a detenção da coisa, o agente ocasiona
dolosamente a morte de alguém, a pena será de
reclusão, de quinze a trinta anos, sendo irrelevante
se a lesão patrimonial deixa de consumar-se. Se há
mais de uma vítima dessa violência à pessoa,
aplica-se o disposto no art. 79.”
• Previsão do CPM, mais uma vez, superior
tecnicamente do que a do CPComum;
• O resultado morte deve ser decorrente e durante
o crime patrimonial;