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A Gestão do Trabalho de

Enfermagem

Técnico de Enfermagem
A Gestão do Trabalho de Enfermagem

O trabalho da enfermagem contempla duas


dimensões que se complementam e se retro-
alimentam:

1) A dimensão assistencial se insere no campo do


cuidado, implicando a relação entre pessoas,
permeada por saberes das ciências humanas
biológicas.
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2) A dimensão gerencial é de natureza


administrativa, implicando ações coletivas
envolvendo profissionais com competências
diferenciadas em termos de complexidade – ou
seja, a divisão técnica do trabalho.
Nesse sentido, os aspectos de comunicação e
de relações interpessoais são fundamentais.
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É importante que a enfermagem conheça


e se aproprie dos conceitos e diretrizes da instituição.
Deve conhecer e participar da construção da missão da
instituição, seus valores e visão de futuro, significa
ser reconhecido como elemento atuante e com poder
de transformar uma dada realidade de trabalho.
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 Para o bom desenvolvimento do Serviço de


Enfermagem é fundamental a construção do
regimento de enfermagem, documento normativo
que, além de conter a missão da instituição, define o
perfil da clientela e os recursos existentes para a
assistência a ser prestada.
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 Também estarão explicitados a organização


do serviço de enfermagem, a missão, os
valores, as diretrizes, as funções da cada
membro da equipe de enfermagem e os seus
direitos e deveres
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 Outra prática que confere qualidade ao trabalho da equipe


e à assistência prestada ao cliente é a elaboração de
protocolos para as ações técnicas e administrativas.
 Para que seja realizada dentro dos parâmetros a que a
instituição se propõe e procura garantir que o trabalho
seja desenvolvido com a mesma qualidade, independente
do local ou de quem o realize.
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 Outro aspecto relevante na gestão é


representado pelos trabalhadores,
principalmente se considerarmos que a
equipe de enfermagem corresponde
aproximadamente a 70% do contingente
de pessoal na área hospitalar.
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 Para o dimensionamento de pessoal


necessário para a assistência com qualidade
é necessário considerar as características da
instituição de saúde.Exemplo:
 Característica do hospital: privado, público,
filantrópico;
 Finalidade do hospital: assistência, ensino e
pesquisa;
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• Especialidades que serão atendidas como maternidade,


pacientes vítimas de queimaduras;
 Perfil da comunidade atendida;
 Índice de absenteísmo da enfermagem na instituição;
 Existência de pronto-socorro ou pronto atendimento;

 Jornada de trabalho
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 A Resolução do COFEN nº 189/96 estabeleceu critérios
mínimos para o dimensionamento de pessoal de
enfermagem nas instituições de saúde. 

 Utiliza-se do Sistema de Classificação de Pacientes


(SCP), cujo principal objetivo é atender ao paciente em
todas as suas necessidades básicas afetadas e forma
holística
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 Essa classificação considera critérios como a


carga de trabalho refletida pela média de
pacientes/dia, grau de dependência e tempo
efetivo de trabalho de enfermagem,
considerando o tempo calculado em horas
dispensadas no cuidado do paciente.
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 Tão importante quanto o dimensionamento


adequado é a distribuição do pessoal de
enfermagem, de forma a possibilitar
distribuição equitativa desses mesmos
profissionais.
 As escalas se constituem em instrumento
imprescindível para a gestão que se propõe a
uma assistência de qualidade.
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 Para sua elaboração, as escalas mensais,


diárias e anuais devem respeitar o cumprimento
das determinações da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) e possíveis acordos coletivos,
normas da própria instituição e também o
atendimento às solicitações pessoais, desde que
não se comprometa o trabalho desenvolvido na
unidade.
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 Escala mensal devem ser consideradas as


características da unidade, o direito a
licenças-maternidade, paternidade e médica,
a jornada de trabalho, bem como o número
possível de folgas por dia.
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 Escala diária depende da quantidade de
funcionários, do número de pacientes e do
grau de dependência destes, como também
dos equipamentos disponíveis.

 Na distribuição das atividades deve haver


equilíbrio entre o número de clientes
destinado a cada funcionário e o grau de
complexidade que apresentam.
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A escala diária pode ser classificada em:


 Funcional: quando as tarefas são divididas entre os
funcionários;
 Integral, quando todos os cuidados de enfermagem são

realizados por um funcionário;


 Em equipe, quando há necessidade de escalar dois ou mais
funcionários para dois, três ou quatro pacientes, conforme o
grau de dependência.
 Preferencialmente utilizamos a escala integral, pois
proporciona a visão holística do cliente com ganho na
qualidade e humanização da assistência.
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Escala de férias é preciso considerar o período
legal para usufruí-las e o número de
profissionais que estarão ausentes naquele
período.
Deve-se lembrar sempre que na confecção de
todas as escalas o objetivo é proporcionar a
assistência adequada ao cliente e procurar
atender, ao mesmo tempo, às solicitações e
necessidades de cada trabalhador.
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 A manutenção de infraestrutura adequada e

necessária à assistência contribui para a


redução do nível de estresse da equipe,
principalmente nas situações de urgência e
emergência.
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Por se manter diuturnamente na instituição é ela que


identifica e solicita precocemente as intervenções
necessárias.
O controle das condições de funcionamento dos
equipamentos e da própria estrutura física é realizado pela
enfermeira e, mediante sua delegação, pelo técnico de
enfermagem.
Importante considerar que a excelência da comunicação na
equipe contribui para a realização dessa e de outras
atividades
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O avanço tecnológico contribui para que


materiais mais sofisticado possam ser
utilizados no cuidar do paciente, propiciando
a melhoria da qualidade da assistência
prestada.

Porém, são fundamentais o controle rigoroso


do estoque e o uso correto desses materiais .
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Algumas instituições controlam e distribuem esses
materiais de forma centralizada;

Outras trabalham com cotas localizadas nos


próprios setores. Independente da opção
escolhida, os instrumentos de controle utilizados
devem garantir o adequado monitoramento da
distribuição, estoque e uso desses materiais
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A padronização de materiais e medicamentos,


quanto à diversidade e à quantidade de itens,
representa uma boa forma de otimizar sua
utilização.
Cabe ao enfermeiro prever e prover a unidade
de saúde no que consiste a recursos
materiais permanentes ou descartáveis com
o auxílio da equipe de enfermagem para que
a falta de material não influencie na
assistência prestada ao cliente.
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Teorias de enfermagem
 Considerando o aspecto da gestão da assistência
precisamos relembrar que a história do cuidado é tão
antiga quanto a história da humanidade.

 Somente com Florence Nightingale, o processo do cuidar


passou a ser visto de forma científica, baseado em
fundamentos teóricos.
 Alguns autores acreditam que esse seria o primeiro
registro de uma assistência de enfermagem sistematizada.
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 Wanda de Aguiar Horta marcou essa história
quando na década de 1970 desenvolveu o
modelo de assistência baseado nas
necessidades humanas básicas afetadas .
 Considerava o paciente/individuo como um
“ser” em estado de desequilíbrio cujo intuito
final seria transformar esse desequilíbrio em
equilíbrio.
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Nos Estados Unidos, em 1971, Dorothea Orem,
em uma percepção holística, sistematizou a
Teoria do Autocuidado (AC) baseada na
prática do cuidado do paciente para “si
próprio” e “desenvolvida por ele mesmo”
considerando-se suas crenças, hábitos e
cultura .
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Sua meta principal é o alcance da saúde tendo
como principal agente o próprio paciente, que
com práticas voluntárias, conhecimento,
relações sociais e interpessoais é capaz de
tomar decisões e regular seu próprio
comportamento.
O papel da equipe de enfermagem é o de
facilitador para que esse paciente consiga
atingir essa meta.
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A assistência de enfermagem um “processo do


cuidar”, é importante que seja feito de forma
sistematizada: Sistematização da Assistência
de Enfermagem.
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Sistematização da Assistência de Enfermagem


A partir da decisão do COREN-SP, a
Sistematização da Assistência de Enfermagem
(SAE) foi implementada nos serviços de saúde
sendo considerada uma função exclusiva do
enfermeiro e designada como “método e
estratégia de trabalho cientifico que realiza a
identificação das situações de saúde/doença”
para promover, recuperar e reabilitar indivíduo,
família e comunidade.
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 A SAE é uma metodologia para organização


da assistência de enfermagem a ser
dispensada ao cliente, e para sua
implementação prevê a participação de todos
os elementos da equipe de enfermagem.
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O técnico em enfermagem é coparticipante do


processo e como tal deve ser também um
colaborador nas tomadas de decisões quanto
às intervenções de enfermagem a serem
aplicadas ao cliente.
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 A SAE compõe-se das seguintes etapas:


Histórico de Enfermagem compreende o exame físico e
a entrevista fornecendo dados do cliente para a
assistência de enfermagem e relacionar esses dados
com os possíveis problemas possibilitando a
intervenção precoce.
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Diagnóstico de Enfermagem é a conclusão feita
após a entrevista e o exame físico em relação aos
problemas que o cliente/paciente apresenta.

A partir dessas informações, o enfermeiro poderá


elaborar a prescrição de enfermagem por meio do
plano de cuidados pertinentes aos problemas de
enfermagem diagnosticados
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Prescrição de Enfermagem consiste no registro dos cuidados
a ser desenvolvidos de forma sistematizada, organizando
a prestação dos mesmos e possibilitando a consulta por
qualquer membro da equipe multiprofissional. É feita
diariamente, contemplando os cuidados com higiene
corporal, eliminações intestinais e vesicais e manutenção
das funções respiratórias e cardiológicas entre outras.
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O técnico em enfermagem tem papel fundamental


tanto na execução da prescrição quanto na
observação do cliente, obtendo informações
relevantes que podem contribuir na análise da
evolução do paciente.
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Evolução de Enfermagem consiste na

interpretação da prescrição de enfermagem, do

exame físico, exames realizados e no quadro

clínico do cliente, sendo a fase final da SAE.

Deve ser realizada diariamente para todos os

pacientes.
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Anotação de Enfermagem é realizada por todos os membros
da equipe de enfermagem, contemplando as possíveis
intercorrências, exames realizados e cuidados prestados de
forma geral.
Considerando que a comunicação entre os membros da
equipe é fator determinante para o sucesso da gestão, a
utilização de recursos de informação é imprescindível
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Toda documentação do cliente tais como


prescrições médicas e de enfermagem,
exames, interconsultas ou avaliações de
especialistas – é de suma importância,
devendo ser compilada em um único
instrumento denominado prontuário .
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O prontuário atende a todos os envolvidos no


“processo do cuidar” como médico, enfermeiro,
técnico de enfermagem, auxiliar de
enfermagem, dentista, nutricionista, assistente
social, entre outros, fornecendo dados para a
prestação desse cuidado em todas as
instituições de saúde.
Deve conter informação clara com letra legível,
sempre datada e assinada pelo profissional que
avaliou o cliente.
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Também pode ser utilizado o prontuário eletrônico,


que é “um registro eletrônico instalado em um
sistema especificamente projetado para apoiar os
usuários, fornecendo acesso a um completo
conjunto de dados corretos, alertas, sistemas de
apoio à decisão e outros recursos, como links
para bases de conhecimento médico”.
Bibliografia

 Saber Cuidar: Ética do ser Humano – Compaixão pela


Terra. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.
 CAMPEDELLI, M. C. et al. Processo de enfermagem na
prática. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2000.
 CARPENITO, L. J. Diagnóstico de enfermagem no processo
de enfermagem. 10ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
 DIAS, E. de P. Conceitos de Gestão e Administração: uma
revisão crítica. Revista Eletrônica de Administração, Facef-
vol 1 – Edição 01 – jul./dez. 2002.

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