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ASPECTOS DA LEI N. 9.

610 /98
Propriedade Intelectual

Propriedade Intelectual

Direito Autoral Propriedade Industrial


Propriedade Intelectual

Propriedade Industrial: abrange o nome coletivo para conjunto


de direitos relacionados com as atividades industriais ou
comerciais do indivíduo ou companhia. Trata de assuntos como
às invenções; aos modelos de utilidade; aos desenhos
industriais; às marcas de produto ou de serviço; de certificação e
coletivas; à repressão às falsas indicações geográficas e demais
indicações; e à repressão à concorrência desleal.
Direito do autor ou Copyright: refere-se aos trabalhos literários,
cinematográficos, fotográficos e aos softwares.
Direito Autoral
Legislações - histórico

Direito de Autor
Internacional
Convenção de Berna - 1886
TRIPS

Nacional
CF/88 art. 5, IX, XXVII, XXIII, b
Lei de Software
LEI Nº 9.609/98

Lei de Direito de Autor


LEI Nº 9.610/98
Direito Autoral

Os direitos de autor consistem na proteção, sob os aspectos moral e


patrimonial, ao criador de obras artísticas, literárias e científicas.
Obras artísticas e literárias  formas escritas de obras
artísticas e literárias (textos); composições musicais; obras
dramáticas e coreográficas; obras audiovisuais, fotográficas e
cinematográficas; desenhos, pinturas, gravuras, esculturas e
ilustrações; obras topográficas, cartográficas e arquitetônicas; etc.
Obras científicas
Programas de computador (Lei do Software)
Bases de dados eletrônicas
Constituição da República Federativa do Brasil
(05/10/1988)

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros
pelo tempo que a lei fixar;
 XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
 a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;
 b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindicais e associativas”...
Lei de Direitos Autorais – LDA - Lei 9.610/98

Art. 1º Esta Lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta


denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - publicação - o oferecimento de obra literária, artística ou científica
ao conhecimento do público, com o consentimento do autor, ou de
qualquer outro titular de direito de autor, por qualquer forma ou
processo;
II - transmissão ou emissão - a difusão de sons ou de sons e
imagens, por meio de ondas radioelétricas; sinais de satélite; fio,
cabo ou outro condutor; meios óticos ou qualquer outro processo
eletromagnético;
III - retransmissão - a emissão simultânea da transmissão de uma
empresa por outra;
Lei de Direitos Autorais – LDA - Lei 9.610/98

IV - distribuição - a colocação à disposição do público do original ou


cópia de obras literárias, artísticas ou científicas, interpretações ou
execuções fixadas e fonogramas, mediante a venda, locação ou
qualquer outra forma de transferência de propriedade ou posse;
V - comunicação ao público - ato mediante o qual a obra é colocada
ao alcance do público, por qualquer meio ou procedimento e que
não consista na distribuição de exemplares;
VI - reprodução - a cópia de um ou vários exemplares de uma obra
literária, artística ou científica ou de um fonograma, de qualquer
forma tangível, incluindo qualquer armazenamento permanente ou
temporário por meios eletrônicos ou qualquer outro meio de fixação
que venha a ser desenvolvido;
VII - contrafação - a reprodução não autorizada;
Lei de Direitos Autorais – LDA - Lei 9.610/98

VIII - obra:
a) em co-autoria - quando é criada em comum, por dois ou mais
autores;
b) anônima - quando não se indica o nome do autor, por sua vontade
ou por ser desconhecido;
c) pseudônima - quando o autor se oculta sob nome suposto;
d) inédita - a que não haja sido objeto de publicação;
e) póstuma - a que se publique após a morte do autor;
f) originária - a criação primígena;
g) derivada - a que, constituindo criação intelectual nova,
resulta da transformação de obra originária;
Lei de Direitos Autorais – LDA - Lei 9.610/98

h) coletiva - a criada por iniciativa, organização e


responsabilidade de uma pessoa física ou jurídica, que a publica
sob seu nome ou marca e que é constituída pela participação de
diferentes autores, cujas contribuições se fundem numa criação
autônoma;
i) audiovisual - a que resulta da fixação de imagens com ou sem
som, que tenha a finalidade de criar, por meio de sua reprodução,
a impressão de movimento, independentemente dos processos
de sua captação, do suporte usado inicial ou posteriormente para
fixá-lo, bem como dos meios utilizados para sua veiculação;
IX - fonograma - toda fixação de sons de uma execução ou
interpretação ou de outros sons, ou de uma representação de
sons que não seja uma fixação incluída em uma obra
audiovisual;
Lei de Direitos Autorais – LDA - Lei 9.610/98

X - editor - a pessoa física ou jurídica à qual se atribui o direito


exclusivo de reprodução da obra e o dever de divulgá-la, nos limites
previstos no contrato de edição;
XI - produtor - a pessoa física ou jurídica que toma a iniciativa e tem
a responsabilidade econômica da primeira fixação do fonograma ou
da obra audiovisual, qualquer que seja a natureza do suporte
utilizado;
XII - radiodifusão - a transmissão sem fio, inclusive por satélites, de
sons ou imagens e sons ou das representações desses, para
recepção ao público e a transmissão de sinais codificados, quando
os meios de decodificação sejam oferecidos ao público pelo
organismo de radiodifusão ou com seu consentimento;
Lei de Direitos Autorais – LDA - Lei 9.610/98
XIII - artistas intérpretes ou executantes - todos os atores, cantores,
músicos, bailarinos ou outras pessoas que representem um papel,
cantem, recitem, declamem, interpretem ou executem em qualquer
forma obras literárias ou artísticas ou expressões do folclore.
XIV - titular originário - o autor de obra intelectual, o intérprete, o
executante, o produtor fonográfico e as empresas de radiodifusão.
(Incluído pela Lei no 12.853, de 2013)
O que é o Direito Autoral?
Sob a denominação de direitos autorais, entende-se os direitos de
autor e os que lhe são conexos, conforme disposto no art. 1º da Lei
nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
O direito autoral concede proteção às criações literárias, artísticas e
científicas, as quais são designadas como “obras intelectuais”, e
assegura aos seus autores (escritores, compositores, pintores e
outros criadores), bem como a seus artistas, intérpretes e
executantes, aos produtores fonográficos e às empresas de
radiodifusão, o direito exclusivo de utilizá-las, nas modalidades
definidas pela lei.
Para assegurar proteção jurídica, a Lei confere ao autor ou criador
de uma obra um conjunto de direitos exclusivos sobre a obra
durante um determinado período de tempo.
O que é o Direito Autoral?
Esses direitos permitem ao autor explorar patrimonialmente a obra,
por qualquer forma, direta ou indireta, nos limites da lei, podendo
daí extrair uma vantagem financeira, normalmente sob a forma de
um pagamento ou remuneração.
A Lei confere, ainda, os chamados “direitos morais”, os quais
protegem nomeadamente a reputação do autor ou a integridade da
obra.
Os programas de computador, embora definidos como obras
intelectuais protegidas por direitos autorais (inciso XII, do art. 7º, da
Lei nº 9.610, de 1998), contam com um diploma legal específico
que dispõe sobre o direito de seus criadores (Lei nº 9.609, de 1998).
O que são Direitos Conexos?
A expressão Direitos Conexos refere-se aos direitos conferidos a
artistas, intérpretes ou executantes, produtores fonográficos e
as empresas de radiodifusão.
Tal como ocorre em alguns países, como a Alemanha ou a França,
o Brasil confere proteção a essa categoria de direito por meio de
tratamento diferenciado – denominada Direitos Conexos aos
Direitos de Autor.
Espécies de Direitos Conexos
1. Direitos dos artistas intérpretes ou executantes (cantores,
atores, músicos, etc.) sobre as suas interpretações ou
execuções – é o caso, por exemplo, de interpretações
dramáticas, recitação ou canto de uma obra preexistente.
2. Direitos dos produtores de fonogramas (CDs, DVDs);
3. Direitos das empresas de radiodifusão (televisões, rádios) sobre
as suas emissões (direito de retransmissão das mesmas por
ondas radioelétricas ou direito de colocá-las à disposição do
público, por fio ou sem fio, por cabo ou satélite).
Direito do Autor X Direitos Conexos
O Direito de Autor e os Direitos Conexos protegem obras de
diferentes classificações de titulares de direitos.
Enquanto o Direito de Autor protege a obra do próprio autor, os
Direitos Conexos defendem uma determinada categoria de
pessoas ou empresas que desempenham um papel importante
na interpretação, execução, comunicação ou divulgação de
obras junto ao público.
Exemplo: no caso de uma canção, o direito de autor protegerá a
música do compositor e a letra do autor/escritor.
Os direitos conexos serão aplicáveis:
• aos músicos e cantores que interpretam a canção;
• ao fonograma do produtor no qual a canção se encontra
incluída;
• à empresa de radiodifusão que produz e transmite essa
divulgação, a qual contém a canção.
Como é que se adquirem os direitos de autor e
conexos?
Como mencionamos anteriormente, o Brasil é signatário de vários
Tratados e Convenções Internacionais que ajudam a harmonizar o
nível de proteção do Direito de Autor e Direitos Conexos entre
vários países.
No Brasil, a obra intelectual é protegida por direitos de autor desde
sua concepção ou criação. Isso significa dizer que a
titularidade original da obra é obtida sem a necessidade de
registro, depósito, obtenção de autorização governamental ou
qualquer outra formalidade. O registro tem, porém, utilidade para
efeitos de prova, seja quanto à paternidade da obra, seja quanto à
anterioridade desta. Para efetuar o registro da obra, o interessado
deverá dirigir-se ao órgão público correspondente, conforme a
natureza da obra, determinado pelo art. 19 da Lei nº 9.610/98, quais
sejam, Fundação Biblioteca Nacional, Escola de Música, Escola de
Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Conselhos
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Abrangência da Lei: obras protegidas
As criações do espírito: protegidas por direitos autorais.
Criações de espírito
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito,
expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte,
tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais
como:
I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;
II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da
mesma natureza;
III - as obras dramáticas e dramático-musicais;
IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica
se fixe por escrito ou por outra qualquer forma;
V- as composições musicais, tenham ou não letra;
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as
cinematográficas;
VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo
análogo ao da fotografia;
Criações de espírito
VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia
e arte cinética;
IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma
natureza;
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à
geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo,
cenografia e ciência;
XI - as adaptações, traduções e outras transformações de
obras originais, apresentadas como criação intelectual
nova;
XII - os programas de computador;
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias,
dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua
seleção, organização ou disposição de seu conteúdo,
constituam uma criação intelectual.
Proteção dos programas de computadores
De acordo com a LDA, os programas de computador são objeto de
legislação específica, observadas as disposições da própria LDA
que lhes sejam aplicáveis (art. 7o , §1o ).

Lei no 9.609/98 é extremamente sucinta. Ao longo de 16 artigos,


seus dispositivos servem, na verdade, de exceção à LDA.
Proteção dos programas de computadores
Os programas de computador são expressões de um conjunto
organizado de instruções em linguagem natural ou codificada,
contidos em suporte físico de qualquer natureza, de emprego
necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação,
dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseado em
técnica digital ou análoga
Resumo da Lei no 9.609/98
A proteção dos programas de computador pelo Direito de Autor:
Independe de registro;
Consequentemente, não tem grandes custos associados;
Tem uma duração longa, valendo-se pelo prazo de cinquenta
anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao de
sua publicação ou, na ausência desta, de sua criação;
É limitada no sentido em que apenas abrange a expressão do
programa;
Não é extensível a ideias, sistemas ou processos, em si
mesmos, subjacentes ao programa, ou seja, as ideias e os
princípios que estão na base de qualquer elemento do programa
ou da sua interoperabilidade, como a lógica, os algoritmos ou a
linguagem de programação, não são protegidos.
Lei no 9.609/98
A exploração econômica de um programa de computador é,
muitas vezes, realizada através do chamado “contrato de licença”,
por meio do qual o titular de direitos sobre o programa transmite a
outrem o direito de sua exploração econômica, por um período
limitado de tempo.
• Tutela penal. Nos termos da Lei nº 9.609/98, constitui
crime a reprodução, por qualquer meio, de programa de
computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem
autorização expressa do autor ou de quem o represente, dentre
ou- tros, proteções especificadas pela referida lei.
• Proteção técnica. Além das possibilidades dadas por uma
proteção legal, a proteção técnica pode revelar-se igualmente útil
(por exemplo, através de métodos de codificação e criptografia).
Requisitos que uma obra deve preencher para
ser protegida
A doutrina indica os requisitos para que uma obra seja protegida no
âmbito da LDA.12 São eles:
pertencer ao domínio das letras, das artes ou das ciências, conforme
prescreve o inciso I do art. 7o da LDA, que determina,
exemplificativamente, serem obras intelectuais protegidas os textos de
obras literárias, artísticas e científicas;
originalidade: esse requisito não deve ser entendido como “novidade”
absoluta, e sim como elemento capaz de diferençar a obra de determinado
autor das demais. Cabe ressaltar que não se leva em consideração o
respectivo valor ou mérito da obra.
exteriorização, por qualquer meio, obedecendo-se assim ao mandamento
legal previsto no art. 7o , caput, da LDA;
achar-se a obra no período de proteção fixado pela lei, que é atualmente
a vida do autor, mais 70 anos contados a partir de sua morte.
O que está excluído da proteção?
• As ideias, os processos, os sistemas, os métodos
operacionais, os conceitos, os princípios ou as
descobertas, por si só e enquanto tais. Exemplo: uma
empresa é titular do Direito de Autor sobre uma receita
culinária que descreve o processo de produção de um
determinado bolo. O Direito de Autor permite que a
empresa proíba terceiros de copiarem o modo como o
manual está escrito, isto é, frases e imagens nele contidas.
Porém, não dá à empresa o direito de proibir concorrentes
de usar o método de produção do bolo, nem de proibi-los
de escrever outro manual que descreva o referido
processo.
O que está excluído da proteção?
• Os títulos não originais de uma obra, que se confundem
com o título de qualquer outra obra do mesmo gênero de
outro autor, anteriormente divulgada ou publicada.
Exemplo: “Senhora”, livro escrito por José de Alencar, é,
obviamente, uma obra protegida pelo Direito de Autor,
mas o título possivelmente não será.
• Os formulários em branco para serem preenchidos por
qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas
instruções.
• Os textos de tratados ou convenções, leis, decretos,
regulamentos, decisões judiciais e de- mais atos oficiais; •
As informações de uso comum tais como: calendários,
agendas, cadastros ou legendas.
• O aproveitamento industrial ou comercial das ideias
contidas nas obras.
Duração da proteção?

No Brasil, o Direito Autoral estende-se até 70 anos contados


contados de 1 janeiro do ano subsequente ao do
falecimento do autor. (direito patrimonial)
Quais os direitos concedidos ao autor?
O autor é titular de dois direitos:

 direitos morais - seriam uma emanação da personalidade do autor


e que estão intimamente ligados à relação do autor com a
elaboração, divulgação e titulação de sua própria obra). Têm um
caráter pessoal e protegem a integridade criativa e estão
relacionados, principal mente, à paternidade da obra.

 direitos patrimoniais - que consistem basicamente na exploração


econômica das obras protegidas.
Direitos Patrimoniais
São os que dão ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e
dispor da sua obra, ou autorizar a sua fruição ou utilização por
terceiro, total ou parcialmente. O fato de o direito ser exclusivo
significa que ninguém, sem a autorização prévia do autor, poderá
utilizar, fruir e dispor da obra. Os direitos patrimoniais, dividem-se
em três grandes direitos:
Publicação pela imprensa ou por qualquer outro meio de

reprodução da autoria (itens ‘a’ e ‘b’): o autor sempre terá o direito


de ter seu nome vinculado à obra. Por isso, qualquer remontagem
de peça de Shakespeare terá que fazer referência ao fato de a
obra ter sido elaborada pelo escritor inglês, apesar de toda a sua
obra já ter caído em domínio público;
Direitos Patrimoniais
 circulação da obra (itens ‘c’ e ‘f’): o autor tanto pode manter
a obra inédita como pode retirar a obra de circulação. Uma
questão muito discutível é a de autores que deixam
expressamente indicada sua vontade de não ter
determinado livro publicado após sua morte e ainda assim
seus herdeiros publicam-no;
 alteração da obra (itens ‘d’ e ‘e’): compete ao autor modificar
sua obra na medida em que lhe seja desejável ou vetar
qualquer modificação à obra. A algum tempo o governo
chinês informou que não permitiria que o filme “Os
Infiltrados”, do diretor americano Martin Scorsese fosse
exibido nos cinemas chineses porque havia no filme
referência à aquisição, por parte da máfia chinesa, de
equipamentos militares.
Direitos Morais
São independentes dos direitos patrimoniais: mesmo que o autor
ceda os seus direitos sobre a obra, estes serão sempre os direitos
patrimoniais (genericamente, o direito a explorar economicamente a
obra).
Os direitos morais ficam sempre a pertencer ao criador da obra,
independentemente do destino dos direitos patrimoniais.
São inalienáveis: não podem ser transmitidos;

São irrenunciáveis: mesmo que queira, o autor não pode renegá-


los;
São imprescritíveis: duram para todo o sempre, mesmo depois da
morte do autor.
Direitos Morais
A LDA indica no seu artigo 24. Diz a lei que são os seguintes:
reivindicar a autoria da obra;

 ter seu nome ou pseudônimo indicado como sendo o autor da

obra;
conservar a obra inédita;

assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer


modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam
prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra;
modificar a obra, antes ou depois de utilizada;

retirar a obra de circulação ou suspender qualquer forma de

utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização


implicarem afronta à sua reputação ou imagem;
 ter acesso a exemplar único ou raro da obra, quando se encontre

legitimamente em poder de outrem.


Direitos Morais
 Direito de reivindicar a paternidade da obra. O autor tem o direito
de ser identificado como tal, e reclamar, se necessário, a autoria
da obra;
 Direito de assegurar a genuinidade e a integridade da obra,
opondo-se à sua destruição, mutilação, deformação ou outra
modificação. Este direito sofre algumas limitações quando está
em causa uma obra de arquitetura, mais concretamente quando
se trata da respectiva modificação: no caso de o arquiteto ser
contra as modificações pretendidas pelo proprietário/ dono da
obra, assiste-lhe tão só o direito de repudiar a autoria da obra,
não podendo futuramente o proprietário/dono da obra invocar
em proveito próprio o nome do autor;
 Direito de retirada. O autor pode, a qualquer tempo, retirar a
obra divulgada de circulação, fazendo cessar a sua utilização
por terceiros, desde que tenha razões morais que justifiquem
esse procedimento.
Como evidenciar quem é o criador original da
obra?
Existem algumas precauções que podem ser tomadas para mais
tarde poder provar a autoria de uma determinada obra num deter-
minado momento:
Apesar de não ser obrigatório, é aconselhável proceder ao

registro da obra para evidenciar a respectiva autoria e o mo- mento


em que ela foi criada. O registro de uma obra literária ou artística
pode ser feito, conforme a natureza, nos seguintes órgãos:
Biblioteca Nacional (www.bn.br), Escola de Música
(www.musica.ufrj.br), Escola de Belas Artes da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (www. eba.ufrj.br), Conselhos de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (www.confea.org.br) e Instituto
Nacional da Propriedade Industrial para os programas de
computador (www.inpi.gov.br);
Como evidenciar quem é o criador original da
obra?
 O depósito legal de obras musicais na Biblioteca Nacional (Lei
nº. 12.192, de 14 de janeiro de 2010) é obrigatório para a
guarda e a divulgação da produção musical brasileira, bem
como para a preservação da memória fonográfica nacional.
Direito de Autor nos produtos multimídia. Tipicamente, o
produto multimídia consiste na incorporação de vários tipos
diferentes de obras intelectuais, os quais se encontram, pois,
combina- dos em um só meio ou suporte (computador ou
DVD, por exemplo). São exemplos de produtos multimídia: os
jogos de vídeo ou as páginas de Internet interativas.
Como proteger as obras em formato digital ou
eletrônico?
As obras em formato eletrônico ou digital (por exemplo, CDs,
DVDs, livros digitais, música disponível online etc.) são,
especialmente, vulneráveis a violações dos respectivos direitos
autorais, visto que são facilmente reproduzidas e transmitidas pela
Internet, com pouca ou nenhuma perda de qualidade. Também a
elas se aplicam as medidas descritas anteriormente. Quando as
empresas fornecem obras protegidas via cabo, as respectivas
licenças de utilização tomam, com frequência, a forma de mouse-
click contract ou click-wrap contract, em que o utilizador concorda
com os termos do contrato clicando no ícone a tanto destinado.
Esta prática destina-se a limitar as possibilidades de ação do
usuário sobre o conteúdo – por exemplo, limita o uso da obra a um
usuário ou permite que este efetue apenas uma única cópia.
Titularidade do Direito Autoral
Pessoa física e pessoa jurídica: quem é o dono da obra
“Art. 11. Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística
ou científica.
Parágrafo único. A proteção concedida ao autor poderá aplicar-se
às pessoas jurídicas nos casos previstos nesta Lei.”

Autor # Titular dos direitos autorais

Criador Pessoa a quem pertencem


os vários direitos
exclusivos
Autor
O titular do Direito de Autor é a pessoa detentora do direito de
explorar economicamente a obra, isto é, a pessoa a quem
pertencem os vários direitos exclusivos (reprodução, distribuição,
etc.). Geralmente, o Direito de Autor sobre uma obra pertence
inicialmente ao respectivo criador (isto é, ao autor).
Porém, não será assim nos seguintes casos:
Quando houver a cessão dos direitos de autor, parcial ou
totalmente, para terceiros explorarem patrimonialmente esses
direitos. A cessão total ou parcial dos direitos do autor será sempre
por escrito e presume-se onerosa.
Co-autoria e obras coletivas
Existe co-autoria quando duas ou mais pessoas são autoras de uma
mesma obra.
A LDA determina que quando uma obra for feita em regime de co-
autoria não for divisível, nenhum dos co-autores, sob pena de
responder por perdas e danos, poderá, sem consentimento dos
demais, publicá-la ou autorizar-lhe a publicação, salvo na coleção
de suas obras completas.
Sanções e Violações dos Direitos
Autorais
Art. 101. As sanções civis de que trata este Capítulo aplicam-se
sem prejuízo das penas cabíveis.
Das Sanções Civis
Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida,
divulgada ou de qualquer forma utilizada, poderá requerer a
apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da
divulgação, sem prejuízo da indenização cabível.
Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem
autorização do titular, perderá para este os exemplares que se
apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos que tiver vendido.
Parágrafo único. Não se conhecendo o número de exemplares que
constituem a edição fraudulenta, pagará o transgressor o valor de
três mil exemplares, além dos apreendidos.
Sanções e Violações dos Direitos
Autorais
Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir,
tiver em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com
fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito,
lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente
responsável com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes,
respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em caso
de reprodução no exterior.
Art. 105. A transmissão e a retransmissão, por qualquer meio ou
processo, e a comunicação ao público de obras artísticas, literárias e
científicas, de interpretações e de fonogramas, realizadas mediante
violação aos direitos de seus titulares, deverão ser imediatamente
suspensas ou interrompidas pela autoridade judicial competente, sem
prejuízo da multa diária pelo descumprimento e das demais
indenizações cabíveis, independentemente das sanções penais
aplicáveis; caso se comprove que o infrator é reincidente na violação
aos direitos dos titulares de direitos de autor e conexos, o valor da
multa poderá ser aumentado até o dobro.
Sanções e Violações dos Direitos
Autorais
Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar a destruição
de todos os exemplares ilícitos, bem como as matrizes, moldes,
negativos e demais elementos utilizados para praticar o ilícito civil,
assim como a perda de máquinas, equipamentos e insumos
destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente para o fim ilícito,
sua destruição.
Art. 107. Independentemente da perda dos equipamentos utilizados,
responderá por perdas e danos, nunca inferiores ao valor que
resultaria da aplicação do disposto no art. 103 e seu parágrafo
único, quem:
I - alterar, suprimir, modificar ou inutilizar, de qualquer maneira,
dispositivos técnicos introduzidos nos exemplares das obras e produções
protegidas para evitar ou restringir sua cópia;
II - alterar, suprimir ou inutilizar, de qualquer maneira, os sinais codificados
destinados a restringir a comunicação ao público de obras, produções ou
emissões protegidas ou a evitar a sua cópia;
Sanções e Violações dos Direitos
Autorais
III - suprimir ou alterar, sem autorização, qualquer informação sobre a
gestão de direitos;
IV - distribuir, importar para distribuição, emitir, comunicar ou puser à
disposição do público, sem autorização, obras, interpretações ou
execuções, exemplares de interpretações fixadas em fonogramas e
emissões, sabendo que a informação sobre a gestão de direitos, sinais
codificados e dispositivos técnicos foram suprimidos ou alterados sem
autorização.
Art. 108. Quem, na utilização, por qualquer modalidade, de obra
intelectual, deixar de indicar ou de anunciar, como tal, o nome,
pseudônimo ou sinal convencional do autor e do intérprete, além
de responder por danos morais, está obrigado a divulgar-lhes a
identidade da seguinte forma:
I - tratando-se de empresa de radiodifusão, no mesmo horário em que
tiver ocorrido a infração, por três dias consecutivos;
Sanções e Violações dos Direitos
Autorais
II - tratando-se de publicação gráfica ou fonográfica, mediante inclusão
de errata nos exemplares ainda não distribuídos, sem prejuízo de
comunicação, com destaque, por três vezes consecutivas em jornal de
grande circulação, dos domicílios do autor, do intérprete e do editor ou
produtor;
III - tratando-se de outra forma de utilização, por intermédio da imprensa,
na forma a que se refere o inciso anterior.
Art. 109. A execução pública feita em desacordo com os arts. 68,
97, 98 e 99 desta Lei sujeitará os responsáveis a multa de vinte
vezes o valor que deveria ser originariamente pago.
Art. 109-A. A falta de prestação ou a prestação de informações
falsas no cumprimento do disposto no § 6º do art. 68 e no § 9º do
art. 98 sujeitará os responsáveis, por determinação da autoridade
competente e nos termos do regulamento desta Lei, a multa de 10
(dez) a 30% (trinta por cento) do valor que deveria ser
originariamente pago, sem prejuízo das perdas e danos. (Incluído
pela Lei nº 12.853, de 2013)
Sanções e Violações dos Direitos
Autorais
Parágrafo único. Aplicam-se as regras da legislação civil quanto ao
inadimplemento das obrigações no caso de descumprimento, pelos
usuários, dos seus deveres legais e contratuais junto às
associações referidas neste Título. (Incluído pela Lei nº 12.853, de
2013)
Art. 110. Pela violação de direitos autorais nos espetáculos e
audições públicas, realizados nos locais ou estabelecimentos a que
alude o art. 68, seus proprietários, diretores, gerentes, empresários
e arrendatários respondem solidariamente com os organizadores
dos espetáculos.
Sanções e Violações dos Direitos
Autorais
Violações dos direitos autorais
Violações mais frequentes: contrafação e o plágio
 Contrafação (pirataria). O termo contrafação foi definido na Lei n.
5988, de 1973, como “a reprodução não autorizada”. Foi
exatamente com a mesma redação que o inciso VII do art. 5 da
Lei 9610, a definiu. Não é qualquer utilização não autorizada
que configura contrafação, mas apenas a reprodução ilícita,
seja de obra intelectual, seja de fonograma, conforme se verifica
pelo disposto no artigo 104 da atual LDA. A Lei de Software- Lei
9609, 1998, também contempla a reprodução ilícita por qualquer
meio, de programa de computador, no todo ou em parte, para fins
de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o
represente.
Plágio
Etimologia

Provém do latim plagium: ação de roubar uma pessoa, sequestrar,


vender homens livres como escravos, relacionada ao verbo plagio,
com significado análogo, de modo que a etimologia implica um ato
criminoso.
Comete crime de violação autoral quem utiliza ou divulga obra
intelectual, sem a expressa autorização do titular do direito.
Plágio
Conceito
É basicamente a usurpação do trabalho criativo de terceiro em que
o autor não recebe crédito pela contribuição que foi aproveitada.
O plagiador apresenta seu trabalho como de outrem e nesse sentido
o plágio é uma forma de usurpação de autoria.

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