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Prof.

ª: Ariane Guilherme Oliveira


COMPLICAÇÕES DIGESTIVAS Ensino Clínico Alta
Complexidade
E METABÓLICAS Março 2019
ABDOME AGUDO

Quadro de instalação súbita de dor abdominal, geralmente grave,


demandando a realização de rápido diagnóstico a fim de evitar
complicações irreversíveis ou a morte do paciente;

Nem todos os quadros de abdome agudo terão desfecho


cirúrgico;

Exame físico detalhado e realização de exames diagnósticos;


ABDOME AGUDO

Encontra-se entre as 25 causas mais frequentes de consulta


ambulatorial em atenção primária;

Ao realizar o atendimento de um paciente com dor abdominal


aguda, é essencial diferenciar se o caso é uma emergência ou não;
SINAS DE ALARME  MORTE

Dor que muda de localização;

Dor que desperta o sono;

Dor seguida de vômitos;

Emagrecimento involuntário;

Dor que persiste por período maior que 6 h;


ABDOME AGUDO (AA)

Inflamatório;

Perfurativo;

Obstrutivo;

Hemorrágico;

Isquêmico;
AA INFLAMATÓRIO

Apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda,


diverticulite dos cólons, doença inflamatória pélvica, abscessos
intracavitários, peritonites;
AA PERFURATIVO

Úlcera péptica, câncer gastrointestinal, processos inflamatórios


intestinais (febre tifoide, amebíase, doença de Crohn, etc),
perfuração de divertículo de cólon, perfuração do apêndice,
perfuração de vesícula biliar;
AA OBSTRUTIVO

Aderências intestinais, hérnias estranguladas, fecaloma,


obstrução pilórica, bolo de áscaris, corpo estranho, cálculo de
vesícula biliar, volvo;
AA HEMORRÁGICO

Rotura de aneurisma de aorta, cisto hemorrágico de ovário,


rotura de baço, endometriose, necrose tumoral;
AA ISQUÊMICO

Trombose de artérias mesentéricas, torção de grande omento,


torção de pedículo de cisto ovariano, infarto esplênico, isquemia
mesentérica;
APENDICITE (INFLAMATÓRIO)
Maior frequência. Tem maior incidência nas segunda e terceira
décadas de vida;

O quadro clínico caracteriza-se por dor iniciada em epigástrio e


região periumblical e posteriormente em fossa ilíaca direita (FID);

Dor de caráter contínuo ou intermitente, agravada pelos


movimentos, acompanhada de náuseas e vômitos, febre;
APENDICITE (INFLAMATÓRIO)

Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca em FID;

Expressões do processo de irritação peritoneal;


TRATAMENTO

Ao se estabelecer o diagnóstico de apendicite, o tratamento é


cirúrgico;
COLECISTITE

Caracterizada como inflamação química ou bacteriana da vesícula
biliar;

A litíase (cálculo) biliar é a principal causa desta patologia;

Se o cálculo mover-se, o quadro involui. Se não, há evolução do
quadro com formação de empiema, necrose e perfuração da vesícula;

A colecistite tem maior ocorrência no sexo feminino, podendo ser a
primeira manifestação da litíase biliar.
COLECISTITE

O quadro clínico inicial é caracterizado por dor em hipocôndrio


direito, irradiando-se para epigástrio; geralmente acompanhada de
náuseas e vômitos, febre e em 20% dos pacientes icterícia discreta;

Sinal de Murphy positivo; a vesícula pode estar palpável em 25


% dos pacientes;
TRATAMENTO
Cirurgico! Na maioria das vezes, a colecistectomia é
videolaparoscopia;
PANCREATITE

Processo inflamatório, em decorrência da ativação incorreta de


enzimas pancreáticas, que levam a edema, hemorragia e necrose
pancreática;

Tem repercussão sistêmica, desde hipovolemia até a


comprometimento de diversos órgãos, podendo evoluir para óbito;
PANCREATITE

80% dos casos estão relacionados ao Etanol e litíase biliar.


Outras causas estão relacionados à trauma abdominal, trauma
operatório e reação à fármacos;
PANCREATITE

Leve: quadros pouco sintomáticos, onde não há necessidade de


internação;

Grave: associada à falência orgânica e/ou surgimento de


complicações;
PANCREATITE LEVE

Leves (80- 90%): paciente encontra-se em regular estado geral,


desidratado e taquicárdico;

Abdome com distensão, difusamente doloroso à palpação


profunda, particularmente em andar superior de abdome. Os ruídos
hidroaéreos estão diminuídos;
PANCREATITE GRAVE

Comprometimento geral do paciente que está desidratado,


hipotenso, taquicárdico e dispneico;

Abdome distendido, doloroso difusamente, com sinais de


irritação peritoneal, ruídos hidroaéreos diminuídos ou abolidos;
TRATAMENTO

Casos leves: analgesia, mantido dieta oral se aceitar, sonda


nasogástrica se o paciente estiver com náuseas e vômitos. Não
havendo melhora após 48 a 72 h, fazer nova estratificação de
gravidade;

Casos graves: tratamento intensivo, dieta suspensa e cirurgia;


SINAIS E MANOBRAS:
CARNETT
Define-se onde a dor é mais intensa. Flete-se a parede abdominal e
o ponto é palpado. A dor que é menos intensa tem alta
probabilidade de ser visceral. E se a dor permanecer igual ou piorar
com essa manobra, provavelmente é proveniente da parede
abdominal;
MURPHY

Cessação abrupta do esforço inspiratório do paciente durante a


palpação profunda do quadrante superior direito;
BLUMBERG

Dor no ponto de McBurney à descompressão súbita;


ESSENCIAL A DEFINIÇÃO SE O
QUADRO APRESENTADO PELO
PACIENTE É OU NÃO CIRÚRGICO!
HAVENDO A SUSPEITA DIAGNÓSTICA
DE ABDOME CIRÚRGICO, O
PACIENTE DEVE SER ENCAMINHADO
A SERVIÇO QUE TENHA RECURSOS
DIAGNÓSTICOS E HUMANOS PARA
SEU ATENDIMENTO!
HEMORRAGIA DIGESTIVA (HD)

Sangramento intraluminal originário do trato gastrointestinal,


caracterizado por hematêmese, melena e enterorragias. Pode ser
alta ou baixa;
HEMORRAGIA DIGESTIVA
ALTA (HDA)
Hematêmese e melena;

HDA com grande volume, pode ocorrer enterorragias, assim


como lesões de cólon direito ou delgado terminal, podem
ocasionar melena;

Pode ser por varizes esofagianas ou não;


HDA POR VARIZES
ESOFAGIANAS
Presentes em pacientes com hepatopatia crônica;

Principal causa de morbimortalidade neste grupo de pacientes,


podendo acometer de 50 a 90 % dos pacientes portadores de
hipertensão portal. A cada episódio de sangramento associa-se
uma mortalidade de 30%;
HDA POR CAUSAS NÃO
VARICOSAS
Gastrite, úlcera gástrica e úlcera péptica, abuso de
medicações(anti-inflamatórios, antitérmicos e analgésicos,
principalmente quando tomados em jejum);
TRATAMENTO HDA

A prioridade é a estabilização hemodinâmica do paciente nos


pacientes com sangramento agudo;

Realização da hemostasia, prevenção do ressangramento e


complicações associadas à HDA;

TOT, transfusão sanguínea, balão esofágico, protetores gástricos;


TRATAMENTO HDA

Avaliar estado hemodinâmico, existência de palidez cutâneo


mucosa, temperatura de extremidades, enchimento do leito
ungueal, sinais clínicos de doença hepática, pulso e pressão;

Octreotide**: age como vasoconstritor;


HEMORRAGIA DIGESTIVA
BAIXA (HDB)
Os quadros de HDB geralmente são autolimitados, podendo ter
quadros com pequenos sangramentos até hemorragias maciças;

No adulto as causas de sangramento de maior frequência são:


doença diverticular de cólon, doenças proctológicas, as neoplasias,
colites isquêmicas, doenças inflamatórias intestinais e utilização
de anti-inflamatórios não hormonais;
TRATAMENTO

Nas HDB, os sangramentos são de pequeno volume em sua


maioria, devendo-se realizar o tratamento dirigido à causa
primária do sangramento;

Necessidade de colonoscopia. Requer cuidados!!!!!


INSUFICIÊNCIA
HEPÁTICA
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA

Grave deterioração das funções do fígado;

É causada por um distúrbio ou substância que lesiona o fígado;

Maioria das pessoas apresenta icterícia, cansaço, fraqueza, perda


de apetite, ascite, formação de hematomas e sangramentos (síntese
de proteínas);
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA

Surge como consequência de qualquer tipo de doença do fígado,


incluindo hepatite viral , cirrose e lesões hepáticas provocadas
pelo álcool ou por medicamentos, como o paracetamol;

Encefalopatia Hepática, déficit de sistema imunológico,


hipoglicemias e hemorragias intestinais(circulação colateral);
TRATAMENTO

Tratar a causa;

Dieta com restrição de proteínas animais;

Tratamento de efeitos colaterais (ascite, insuficiência respiratória


restritiva);
DIABETES MELITTUS
DIABETES

É uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da


falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer
adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose;

Tipo I e II, gestacional, infantil e desequilíbrios metabólicos;


DIABETES TIPO 1

O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em


decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com
que nossos anticorpos ataquem as células que produzem esse
hormônio;

Ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes;

Insulinodependentes;
DIABETES TIPO 2

Diminuição da secreção de insulina e um defeito na sua ação,


conhecido como resistência à insulina. Adquirida;

Tratado com medicamentos orais ou injetáveis, porém pode


ocorrer o agravamento da doença;

Ocorre em cerca de 90% dos pacientes com diabetes;


SINTOMAS
Úlceras Venosas e arteriais;
Poliúria e Polidpsia;
Pé diabético;
Aumento do apetite;
Neuropatias diabéticas;
Impotência sexual;
Distúrbios cardíacos e renais;
Infecções fúngicas na pele e
nas unhas; Alterações visuais;
CETOACIDOSE DIABÉTICA
(CAD)
Complicação aguda grave, potencialmente mortal, uma vez que a
doença gera condições desfavoráveis para a realização de
processos químicos pelo organismo;
CETOACIDOSE DIABÉTICA
(CAD)
Deficiência absoluta ou relativa de insulina, que evolui com
hiperglicemias graves, desidratação, cetose e acidose metabólica;

Complicação aguda característica do DM I;

 Principal causa de óbito em diabéticos < 24 anos;


CETOACIDOSE DIABÉTICA

Falta de insulina Não usa glicose como fonte de energia Uso

do estoque de gordura Corpos cetônicos  Acidose  CAD


SINTOMAS
Coma;
Hálito cetônico;
Hiperglicemia (400 a 800
Taquicardia; mg/dl);
Respiração de Kussmaul; pH abaixo de 7,30;
Dor abdominal; HCO3- abaixo de 15 mEq/l;
Desidratação; Hipocalemia;
Confusão mental e torpor;
TRATAMENTO

Hidratação;

Insulina em BIC: diminuir 10% da glicemia na primeira hora;

Glicemia de 1/1 hs;

Repor potássio;
BONS
ESTUDOS!!

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