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Escola de Frankfurt

Texto 11. ADORNO, Theodor. Progresso. Lua Nova, n.27, 1992.


Texto 12. BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire – um lírico no auge do capitalismo.
Obras Escolhidas III. São Paulo: Brasiliense, 1989. (O Flaneur)
• O nome Escola de Frankfurt só foi utilizado a
Escola de partir da década de 1950, a instituição
associada a Universidade de Frankfurt foi
Frankfurt fundada em 1924 com o nome de Instituto
para Pesquisa Social.
• Em 1931, Horkheimer se tornou diretos do
instituto que também estava ligado a Revista
para Pesquisa Social
• Estavam ligados ao instituto intelectuais como
Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert
Marcuse, Walter Benjamin, Leo Lowenthal,
Franz Newman, Erich Fromm, Otto
Kirchkeimer, Frederick Pollok e Karl Wittfogel
Theodor Adorno
• Theodor Adorno nasceu em Frankfurt, filho de Oscar Alexander Wiesengrund (1870 - 1941) -
próspero negociante alemão de vinhos, de origem judaica e convertido ao protestantismo - e
de Maria Barbara Calvelli-Adorno - uma cantora lírica, católica, italiana.[6] Posteriormente,
Theodor passou a abreviar seu último nome, utilizando o nome de solteira de sua mãe como
sobrenome (Theodor W. Adorno, ou simplesmente Theodor Adorno).

• Estudou música com sua tia (por parte de mãe), Agathe, uma pianista. Frequentou o Kaiser-
Wilhelm-Gymnasium, onde se destacou como estudante.

• Na Universidade de Frankfurt (atual Universidade Johann Wolfgang Goethe), estudou


Filosofia, Musicologia, Psicologia e Sociologia. Completou rapidamente seus estudos,
defendendo em 1924 sua tese sobre Edmund Husserl (A transcendência do objeto e do
noemático na fenomenologia de Husserl), orientado pelo professor Hans Cornelius. Antes do
final de sua graduação, conhece já dois de seus principais parceiros intelectuais - Max
Horkheimer e Walter Benjamin.
• Com a ascensão dos nazistas ao poder em 1933, o teórico da música e filósofo foi proibido de
lecionar na Alemanha na esteira do impedimento de professores judeus.
Theodor Adorno
• Após três anos em Oxford, ele emigrou para os Estados Unidos, onde em 1938 tornou-se membro
oficial do Instituto de Pesquisa Social em Nova York.
• Na célebre obra Dialética do esclarecimento, publicada em 1947 nos Estados Unidos, os alemães
Theodor W. Adorno e Max Horkheimer buscaram uma resposta à seguinte pergunta: "Por que a
humanidade, em vez de adentrar um estado verdadeiramente humano, afunda num novo tipo de
barbárie?“
• Em 1949, poucos anos após o fim da Segunda Guerra, Adorno retornou a Frankfurt, onde
nascera.
• Em 1967, quando o Partido Nacional Democrático da Alemanha (NPD), de extrema direita,
ganhou assentos em seis parlamentos estaduais, ele ministrou uma palestra para estudantes em
Viena intitulada "Aspectos do novo radicalismo de direita".
Theodor Adorno
• Essa palestra, que até então existia apenas em áudio, foi publicada neste ano pela editora Suhrkamp. O posfácio do livro foi escrito pelo historiador
e pesquisador Volker Weiss, especializado em extremismo de direita. Em entrevista à DW, Weiss explica por que a obra de Adorno pode ser vista
como um discurso sobre os dias atuais.
• DW: Crítico do capitalismo, Adorno viveu seu apogeu no início dos anos 1960. Meio século após sua morte, em 6 de agosto de 1969, o patriarca
filosófico de repente volta a ser um dos intelectuais mais publicamente notados. Qual das suas abordagens ainda é essencial para a sociedade
globalizada de hoje?

• Volker Weiss: A filosofia de Adorno não foi apenas uma crítica ao capitalismo, mas um inventário da modernidade como um todo. Foi dada especial
atenção aos efeitos do desenvolvimento civilizatório das sociedades para os indivíduos, ou seja, quanta libertação é criada pelo progresso e
também quantas novas ameaças.Como um marxista inteligente, ele sabia que não era possível nem desejável deter o desenvolvimento tecnológico.
No entanto, ele não caiu num otimismo simplista de progresso, que dominou por um longo tempo o pensamento na ala esquerdista. Para ele, a
experiência era significativa: o que acontece quando o conhecimento se coloca a serviço do domínio, e não da libertação. Assim, em certa medida,
o Iluminismo ou Esclarecimento pôde se transformar numa nova barbárie, numa época de mais alto nível tecnológico. Para tal, os séculos 19 e 20
ofereceram suficiente material ilustrativo.Embora o conceito de "modernidade" seja atualmente visto como ultrapassado – agora preferimos nos
referir a "modernidades" diversas e variadas – as questões centrais de Adorno permanecem atuais mesmo após um longo período de tempo.

• Fonte: https://www.dw.com/pt-br/cinquenta-anos-ap%C3%B3s-sua-morte-adorno-continua-atual/a-49919809
Progresso
• A Filosofia de Theodor Adorno, considerada uma das mais complexas do século XX, fundamenta-
se na perspectiva da dialética
• Dialética - tradução literal de dialética significa "caminho entre as ideias". Demonstrar uma tese
por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos
na discussão cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias
• o texto é uma prefiguração dos temas discutidos em “Dialética negativa” de 1966
• A dificuldade de se definir progresso: sabe-se de maneira vaga mas segura o que se pode
conceber por progresso: por isso mesmo não há como não empregar o conceito de modo
grosseiro. p.217
Progresso
• existe a possibilidade do progresso afastar o desastre extremo?
• História da redenção protótipo da concepção de progresso até Hegel e Marx
• Santo Agostinho: redenção e história existem uma na outra em constante tensão
• o modelo do progresso é o do controle da natureza
• interna e externa ao homem. "quanto mais o espírito dominador
• afirma a identidade tanto mais o não idêntico sofre injustiça"223
Progresso
• "a decadência é o ponto nevrálgico no qual a consciência incorpora como tal a dialética do progresso"
• somente na época da bomba é que se pode visar uma situação em que a violência desapareça de todo"
228
• Progresso como resistência da recaída. Faz parte da dialética do progresso que que os revezes
históricos provocados pelo progresso ofereçam condições para que a humanidade possa evitá-los no
futuro
• progressos no domínio de técnicas não equivalem de modo algum ao progresso da própria arte
• De acordo com Lowy e Varikas (1992) a reflexão de Adorno sobre Progresso é cortada por uma tensão
permanente, devido a duplicidade da condição do progresso entre a produção de conhecimento e o
permanente progresso da humanidade.
• Assim a capacidade humana de manifestação cultual desfaz-se na modernidade, ou seja o
componente humano da cultura é transformado em mercadoria
Walter Benjamim
Walter Benjamim
• Walter Benedix Schönflies Benjamin (Berlim, 15 de julho de 1892 — Portbou,
27 de setembro de 1940) foi um ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e
sociólogo judeu alemão. Associado à Escola de Frankfurt e à Teoria Crítica, foi
fortemente inspirado tanto por autores marxistas, como Bertolt Brecht, como
pelo místico judaico Gershom Scholem. Entre as suas obras mais conhecidas,
contam-se A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica (1936),
Teses Sobre o Conceito de História (1940) e a monumental e inacabada Paris,
Capital do século XIX, enquanto A Tarefa do Tradutor constitui referência
incontornável dos estudos literários.

• Refugiou-se na Itália de 1934 a 1935. Neste momento cresciam as tensões


entre Benjamin e o Instituto para Pesquisas Sociais, associado ao que ficou
conhecida como Escola de Frankfurt, da qual Benjamin foi mais um inspirador
do que um membro. Em 1940, ano da sua morte, Benjamin escreve a sua
última obra, considerada por alguns como o mais importante texto
revolucionário desde Marx; por outros, como um retrocesso no pensamento
benjaminiano: as Teses Sobre o Conceito de História.
Walter Benjamim
• É sobretudo no Livro das passagens parisienses e nos
diferentes textos dos anos 1936-40 que Benjamin vai
desenvolver sua visão da história, dissociando-se, de • A formulação mais espantosa e radical da
modo mais ou menos radical, das "ilusões de progresso" nova filosofia da história — marxista e
hegemônicas no seio do pensamento de esquerda alemã
e européia.  messiânica — de Walter Benjamin se
encontra, indubitavelmente, nas Thèses sur
• Existe uma ligação evidente entre esse panfleto de
Nietzsche e a exortação de Benjamin para escrever a le concept d'histoire, de 1940, um dos
história gegen den Strich. No entanto, as diferenças não documentos mais importantes do
são menos importantes: enquanto a crítica nietzschiana ao pensamento revolucionário desde as Teses
historicismo se faz em nome da "Vida" ou do "Indivíduo
heróico", a de Benjamin fala em nome dos vencidos. Na sobre Feuerbach, de 1845.
sua condição de marxista, ele se situa no lado oposto ao
elitismo aristocrático de Nietzsche e escolhe identificar-se • A exigência fundamental de Benjamin é
com os "danados da Terra", os que jazem sob as rodas escrever a história a contrapelo, ou seja, do
desses carros majestosos e magníficos chamados ponto de vista dos vencidos — contra a
Civilização ou Progresso.
tradição conformista do historicismo
alemão cujos partidários entram sempre
"em empatia com o vencedor"
Charles Baudelaire um lírico no auge do
capitalismo – o Flâneur
• Nas Obras escolhidas vol. III - Charles Baudelaire, um lírico no auge do Capitalismo (2ª ed., 1991),
Walter Benjamin (1892-1940), traça com seu estilo difuso e descontínuo, cheio de ires e vires,
muitas citações colhidas de outros textos de sua cepa e de outros autores, um perfil da vida e
obra de Baudelaire (1821-1867)
• Flâneur – botânica do asfalto, as galerias, as ruas, as multidões . Conhece a natureza humana, a
cidade mais perigosa que a floresta
• Flâneur é um detetive, ele é vigilante. As flores do Mal contém fragmentos dispersos do romance
policial. Vítima, local do crime (Mártir). O assassino (vinha do assassino), a massa (o crepúsculo
vespertino)
• Fantasmagoria- imagens-fantasmas que não correspondem ao real, são percebidas mas não estão
presentes. a arte de fazer surgir, de fazer ver, imagens luminosas por efeito de ilusões de ótica.
• Fetichismo da mercadoria, objetos que não tem valor pelo uso, objetos de luxo
• A UMA PASSANTE

A rua, em torno, era ensurdecedora vaia.


Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,

Charles Uma mulher passou, com sua mão vaidosa


Erguendo e balançando a barra alva da saia;

Baudelaire um Pernas de estátua, era fidalga, ágil e fina.


Eu bebia, como um basbaque extravagante,
lírico no auge do No tempestuoso céu do seu olhar distante,
A doçura que encanta e o prazer que assassina.
capitalismo – o Brilho... e a noite depois! - Fugitiva beldade
Flâneur De um olhar que me fez nascer segunda vez,
Não mais te hei de rever senão na eternidade?

Longe daqui! tarde demais! nunca talvez!


Pois não sabes de mim, não sei que fim levaste,
Tu que eu teria amado, ó tu que o adivinhaste!
Charles Baudelaire um lírico no auge do capitalismo
– o Flâneur
• A luz do gás, vagar pela noite
• A luz elétrica
• Multidão - que rasteja para fora dos antros a noite Poe falando sobre Londres .
Baudelaire descreve homens de negócios na Paris noturna “demônios insepultos
no ócio/acordam do estupor, como homens de negócio”
• Flâneur- ocioso que caminha com personalidade. Um abandonado na multidão
• Baudelaire e Victor Hugo
Bibliografia
• Löwy, Michael e Varikas, Eleni. A crítica do progresso em Adorno. Lua
Nova: Revista de Cultura e Política [online]. 1992, n. 27 
• Löwy, MichaelA filosofia da história de Walter Benjamin. Estudos
Avançados [online]. 2002, v. 16, n. 45 
• MOURÃO, Elder João Teixeira. Charles Baudelaire: modernidades
segundo Walter Benjamin. Cadernos Benjaminianos, [S.l.], n.
5, p. 11-16, jun. 2012.

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