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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO

Alavancagem Operacional e
Financeira

Disciplina: Administração Financeira I


Professor: Me. Rodrigo Raposo da Fonseca
Análise do ponto de equilíbrio

• A quantidade de vendas é a variável mais importante e difícil de


“prever”

• O PE, portanto, é uma ferramenta importante para analisar essa


variável
Custos variáveis
• Aumenta conforme o número produzido

𝑐𝑣=𝑞
  𝑥𝑐

 Onde:
 q é a quantidade total produzida
 c é o custo por unidade produzida
Custos fixos

•  Não variam de forma direta com a quantidade produzida


• Caso a quantidade aumente muito, pode se alterar

• Obs: a longo prazo todos os custos são variáveis


Ponto de equilíbrio (PE)
• Nível de vendas que resulta em um projeto com lucro líquido zero

  𝐶𝐹
𝑃𝐸=
𝑃 −𝐶𝑉𝑢

 Onde,
 CF é o custo fixo
 P é o preço de venda
 CVu é o custo variável por unidade

 Obs: P-CVu é igual a margem de contribuição


PE contábil, financeiro e econômico

•  Relação entre as vendas e o fluxo de caixa operacional

• Temos uma equação de grau 1, onde o FCO está em relação ao Q (quantidade


vendida) e o CF é o intercepto.

• PE Contábil
PE contábil, financeiro e econômica

•  PE Financeiro

• PE Econômico
Alavancagem Operacional
• Grau em que o projeto ou empresa está comprometida com os
custos fixos

CF Alavancagem
Grau de alavancagem operacional (GAO)

• Os custos fixos agem como uma alavanca no fluxo de caixa


operacional (FCO) (EBITDA)

• Uma pequena variação percentual na receita operacional, leva a uma


grande variação no FCO

• Essa variação é para cima ou para baixo

• Portanto, alto nível de GAO implica risco maior


Grau de alavancagem operacional (GAO)
• Uma variação % nas vendas, qual a variação % nos FCOs?

∆  % 𝐹𝐶𝑂=𝐺𝐴𝑂 𝑥 ∆ % 𝑄

  𝐶𝐹
𝐺𝐴𝑂=1+
𝐹𝐶𝑂

GAO > 1, a empresa está alavancada


GAO = 1, não existe alavancagem
GAO Entre 0 e 1, a medida que as vendas variam, o fluxos de caixa
também variam, mas em menor valor que a empresa desalavancada.
GAO < 0, quando as vendas sobem, o FCO cai (margem de
contribuição negativa.
Exemplo
• Uma empresa possui CF de R$ 500 e margem de contribuição (P-
CVu) de R$ 20.

𝐹𝐶𝑂=−500+20
  𝑥𝑞

 Digamos que essa empresa venda 50 unidades.

𝐹𝐶𝑂=−500+20
  𝑥 50
𝐹𝐶𝑂=500
 

 E se q aumentar para 51?


Exemplo
  𝑞= (51− 50)
∆ = 0,02𝑜𝑢 2 %
50

Se a margem de contribuição é de 20, uma unidade de venda a mais dará um


FCO de 520.

  𝐹𝐶𝑂= (5 20 −50 0)
∆ =0,04 𝑜𝑢 4 %
500

Um aumento de 2% nas vendas, aumenta o FCO em 4%. Logo o GAO será de 2.


Prova:

  500
𝐺𝐴𝑂=1+ =2
500
Exemplo
Note que o GAO é para determinado fluxo de caixa. Se o novo fluxo for de 1.000
(q=75) e o q aumentar para 100?

𝐹𝐶𝑂=−500+20
  𝑥 100=1.500

  𝑞= (100− 75)
∆ = 0,33 𝑜𝑢 33 %
75

  𝐹𝐶𝑂= (1500 −10 0 0)


∆ =0,5 𝑜𝑢 50 %
1000

50
  % =1,5
33 %
Exemplo
Note que o GAO é para determinado fluxo de caixa. Se o novo fluxo for de 1.000
e o q aumentar para 100?

  500
𝐺𝐴𝑂=1+ =1,5
1000

O GAO é decrescente a medida que o q aumenta.

O motivo é que os CFs diminuem como proporção do FCO. Logo, o efeito


alavancagem diminui.
Estrutura de capital

25% 25%

50% 50%

75% 75%
Estrutura de capital
• O custo de capital da empresa será a soma ponderada do seu custo de
capital próprio com o custo de capital de terceiros

• O custo total de capital da empresa será o custo médio ponderado de


capital (CMPC) ou, no inglês, WACC:

𝑊𝐴𝐶𝐶
  =𝑤 𝑐𝑝 𝑥 𝐶𝑃 +𝑤 𝑐𝑡 𝑥 𝐶𝑇

  Onde:
 é o peso do capital próprio na estrutura de capital;
 CP é o custo de capital próprio;

 CT é o custo de capital de terceiros


Estrutura de capital
• Custo de capital próprio:

𝐶𝑃=𝐶𝐴𝑃𝑀
  =𝑟 𝑓 +𝛽 (𝑟 𝑚 −𝑟 𝑓 )
  Onde:
 é a taxa de remuneração do ativo livre de risco
 é o retorno da carteira de mercado
 beta é a sensibilidade do ativo em relação à carteira de mercado

 Custo de capital de terceiros:


𝐶𝑇
  =𝑘 𝑑 𝑥 (1 − 𝐼𝑅)
  Onde:
 é o custo da dívida antes do IR
 IR é a alíquota do Imposto de Renda
Alavancagem financeira
• O quanto a empresa se apoia na sua dívida
Alavancagem financeira
Alavancagem financeira
Efeito no LPA
• Ponto de equilíbrio mostra onde o LPA permanece o mesmo

  𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟   𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 = 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟


𝐿𝑃𝐴=
𝑁 º 𝐴 çõ 𝑒𝑠 𝑁 º 𝐴 çõ 𝑒𝑠 𝑁 º 𝐴 çõ 𝑒𝑠

  𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 = ( 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 − 400.000) 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟=2 𝑥 ( 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 −400.000)


400.000 200.000  

𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟
  − 2 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟=− 800.000
  𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 = ( 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 − 400.000)
400.000 200.000
𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟=800.000
 
Imposto influenciando no valor da empresa

• Proposições I e II de Modigliani e Miller


Imposto influenciando no valor da empresa
Dedutibilidade fiscal
• Os juros são despesas financeiras das empresas

• Portanto, reduzem a base de cálculo do imposto

• O mesmo princípio da alavancagem operacional: Utilizar custos


fixos para alavancagem.

• Custo da dívida deve ser menor que o custo de capital próprio

• Juros Sobre Capital Próprio (Lei Nº 9.249/95)


Risco
• Falência
• Custos diretos
• Custos indiretos

• Aumenta o risco, portanto novos recursos serão mais caros

• Gera insegurança dos investidores


Grau de alavancagem financeira e total

  𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎 çã 𝑜 %  𝑛𝑜 𝐿𝑃𝐴 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟


𝐺𝐴𝐹=  
𝐺𝐴𝐹=
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎 çã 𝑜 %  𝑛𝑜 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 𝐿𝑎𝑖𝑟

  𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎 çã 𝑜 %  𝑛𝑜 𝐿𝑃𝐴 𝐺𝐴𝑇=𝐺𝐴𝑂 𝑥 𝐺𝐴𝐹


𝐺𝐴𝑇=  
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎 çã 𝑜 %  𝑛𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠

GAF e GAT > 1, a empresa está alavancada


GAF e GAT = 1, não existe alavancagem
Referências

• ROSS, Stephen A. et al. Fundamentos de administração financeira.


AMGH Editora, 2013.

• Apoio:

• LAWRENCE, J. Gitman-Princípios de Administração Financeira. São


Paulo: Ed, 2001.

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