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SERVIÇO SOCIAL, VIOLÊNCIA,

TRABALHO E CIDADANIA
“Violência, contemporaneidade e cidadania”

Pós-graduação em Políticas Sociais, Coletividade e Trabalho.

Prof. Thiago Prisco


profthiagoprisco@gmail.com / 9 9223.3383
Ementa

 Interpretações teórico-metodológicas da violência na contemporaneidade;

 As diferentes expressões da violência na sociedade brasileira;

 Relações de poder e prática da violência: os obstáculos a democracia e ao exercício da cidadania;

 Experiências do Serviço Social junto a grupos socialmente fragilizados e programas de ampliação da


cidadania.
Violência(s)

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz
violentas as margens que o comprimem” (Bertold Brecht)

“Raramente alguém diz de si mesmo ser violento [...] Violento é sempre


o outro, aquele a quem aplicamos a designação” (MICHEL MISSE,
2006)
Violências e contemporaneidade

 CONTEMPORANEIDADE

 Urich Beck/Bonamigo: teoria da sociedade global de riscos;


 Primeira modernidade (industrialização/tecnologização/globalização);
 Segunda “modernidade” ou “modernização reflexiva”;
 Sociedade de riscos.

“Assim, em virtude de seu inerente dinamismo, a sociedade moderna está acabando com suas formações de
classe, camadas sociais, ocupação, papéis dos sexos, família nuclear, agricultura, setores industriais e, é claro,
também com os pré-requisitos e as formas do progresso técnico-econômico. Esse novo estágio, em que o
progresso pode se transformar em autodestruição, em que um tipo de modernização destrói outro e o modifica, é o
que eu chamo de etapa da modernização reflexiva (BECK, 1997, p. 12).
Violências e contemporaneidade

 CONTEMPORANEIDADE

 Teoria crítica X Teoria dos Riscos;

 Nova ordem social como produto das vitórias do capitalismo;


 Os contornos da sociedade industrial estão sendo destruídos pelo próprio processo de modernização;
Violências e contemporaneidade

 “Sociedade de Riscos”

“[...] uma fase de desenvolvimento da sociedade moderna, em que os riscos sociais, políticos, econômicos e individuais tendem, cada
vez mais, a escapar das instituições para o controle e a proteção da sociedade industrial" (BECK, 1997, p. 15)

 Duas fases da “Sociedade de Riscos”:

1) Os efeitos e as auto-ameaças são produzidos, mas não chegam a se tornar questões públicas ou foco de conflitos políticos;

2) Os perigos da sociedade industrial dominam os debates e conflitos públicos e privados.


Violências e contemporaneidade

Anatgonimsos
políticos

 Sociedade industrial clássica: caracterizada pelos


conflitos da distribuição de renda, emprego e
seguro social;

Antagonismos Antagonismos
 “Sociedade de Risco”: as tensões apresentadas na ideológicos Seguro/Inseguro econômicos

sociedade industrial clássica são encobertas pelos


conflitos de distribuição dos malefícios.

 Conflito fundamental da ”sociedade de risco”


Antagonismos
culturais
Violências e Insegurança Social

 Zygmunt Bauman: Insegurança Social

 Mundo fluído, desregulamentado, flexível, incerto e competitivo: gera insegurança


 Cada um de nós vive a ansiedade, fruto da insegurança, como problema privado, como resultado de falhas
pessoais;
 Procuramos salvação individual de problemas compartilhados;
 Busca por proteção para garantir a integridade do nosso corpo e das nosssas posses;
Violências e Insegurança Social

 Insegurança Social (Bauman/D iogénes/Michaud/Bonamigo)

 O estranho/outro (o não previsto) é colocado sempre como suspeito, representa a coporificação da falta de
proteção e da insegurança;
 Todos aqueles que fogem à imagem ideal do homem ocidental (ariano) são postos à prova (louco, selvagem,
criança, homossexual, favelado, migrante, negro, etc.)
 Preocupação com ameças que não se pode nomear e enfrentar;
 Crença de que a vida urbana está contaminada de perigos e que a medida mais urgente para resturar a
segurança é livrar as ruas dos ostensivos e ameaçadores estranhos.
 A violência era concebida pelas Ciências Sociais como algo vindo de fora, produzindo ruptura com a ordem
e ao equilíbrio.
 Busca pela eliminação da violência: produção de dicotomias (centro/periferia, ordem/desordem,
normalidade/desvio).
Violências e Insegurança Social

“A violência pode tomar a forma de uma desordem


contagiosa, dificilmente controlável,de uma doença da
sociedade que aprisiona o indivíduo e, por extensão, a
coletividade num estado de insegurança que gera o
medo” (BALANDIER)
Violências, sentimento de insegurança e política

 Ambiguidade da atuação Estatal:

 Denúncia das violências e solicitação de segurança para o cidadão,


 Clamor por ordem e controle.

 Discurso sobre segurança busca:


 justificar o aumento do controle social,
 da repressão
 de camuflar perda de liberdades conquistadas.
 Constitui uma estratégia de acesso e manutenção do poder de município, estado ou nação.

Os dispositivos de segurança podem mascarar práticas e discursos de exploração do sentimento de


insegurança e medo, vinculados a preocupações eleitorais e à busca de autoridade e legitimidade.
Violências, sentimento de insegurança e política

“[...]o imaginário do medo permite ao Estado medidas cada vez mais autoritárias, leis cada vez mais
punitivas, legitimadas por demandas sociais de proteções reais e imaginárias, principalmente de alguns
setores da sociedade, em especial, a classe média. Além disso, justifica atitudes como a legalização do porte
de armas, a criação de empresas de segurança e o apoio à privatização da polícia. Cria, ainda, uma indústria
de segurança – grades, seguros, alarmes – que, na maior parte das vezes, fornece mais proteção simbólica
que real. Por fim, legitima discursos oficiais de políticos, da mídia, de chefes religiosos, de “personalidades”
diversas, sobre o aumento da violência e da criminalidade como resultado de uma sociedade em decadência
moral. Famílias desfeitas, liberação das mulheres, liberdade sexual, crise da ética do trabalho, crise da fé
religiosa, crise moral são algumas causas citadas desse aumento” (TEIXEIRA; PORTO, 1998).
Violências, sentimento de insegurança e política

1) o imaginário do medo é alimentado por dados reais ou imaginários;

2) o medo consubstancia-se em objetos historicamente determinados;

3) ao mesmo tempo em que o imaginário do medo coloca todos contra tudo, estabelece uma rede de relações
que fortalece a solidariedade e a sociabilidade entre os membros do grupo, que se unem pelo sentimento
comum de insegurança;

4) a insegurança e o medo, reais ou imaginários, provocam novas medidas de segurança, que, paradoxalmente,
reproduzem-se em novas bases.
Violências, sentimento de insegurança e política
Violências, sentimento de insegurança e política

 Apreensão da mídia como uma instância de subjetivação coletiva:

 Exarcebação do sentimento de insegurança;


 Novas tecnologias de vigilância e controle (gestão da vigilância);
 Aumento de empresas privadas que vendem segurança.;
 Delegação dos efeitos de uma rede a um ator (o ‘outro’, o ‘estranho’), que passa a personificar o ‘mal’.
O que é violência?
O que é violência?

 Fenômeno de grande amplitude.


 Atinge:
 Ricos e pobres
 Em cidades de grande e pequeno porte
 Em casa
 Na escola
 No trabalho
 No lazer
 Na televisão
 No trânsito
 Etc.
Perigos de quando se trabalha violência:

 Caráter consensual

 Representado pela falsa obviedade e unanimidade quando se discute a violência;

 Consensualidade acerca da existência de um CONCEITO TÁCITO de violência;

 Dispensa da necessidade de defini-la, pois todos sabem do que se trata.


Perigos de quando se trabalha violência:

 Coisificação da violência

 Associação de determinado comportamento à palavra violência;

 União da palavras violência à coisa violência, como se fosse um corpo único;

 O processo de coisificação prossegue até a definição, que passa a ser vista como a ÚNICA.

 A violência teria uma única forma de expressão;

 Outras formas de violência são refutadas.


Perigos de quando se trabalha violência:

 Disputa Social

 Luta simbólica para impor uma definição à violência ou significado legítimo;

 A disputa ocorre em um espaço assimétrico de posições, beneficiando alguns grupos específicos;

 Reificação da violência;

 A imposição de um significado legítimo visa atender o próprio grupo/ator que a promoveu.


Perigos de quando se trabalha violência:
Perigos de quando se trabalha violência:

 Disputa pelos sentidos e significados legítimos


Vítima

 Tríade da disputa pelos sentidos e significaos legítimos de


violência; Tríade
da
Violência

 Em um confronto violento, a vítima, o executor e a(s)


testemunha(s) podem divergir quanto ao julgamento social acerca
da situação; Executor Testemunha

 Podem divergir ou concordar acerca da validade e legitimidade da


Perigos de quando se trabalha violência:

Qual a interpretação dada a estes fatos, pensando na Tríade?


O Conceito de Paz

 Paz e Violência são conceitos opostos;

 Ausência de violência constitui a paz;

 Estado de coisas que torna possível a transformação não violenta e criativa do conflito;

 Paz negativa e Paz positiva.


O Conceito de Paz

 Paz negativa

 Consiste na ausência de violência direta;

 Manutenção da violência estrutural;

 Evidencia que a erradicação da violência direta não é uma condição estritamente positiva.;
O Conceito de Paz

 Paz positiva

 Corresponde a asuência das violências direta e estrutural, em um cenário de distribuição igualitária de poder
e recursos;

 Desenvolvimento vertical de sujeitos, grupos e sociedades.


O Conceito de Violência

 “a causa da diferença entre o potencial e o real, entre o que poderia ter sido e o que é” (GALTUNG, 1969);

 Existência de condições objetivas que impedem ou impediriam alguém de alcançar seu máximo potencial;

 A violência está na origem da difrença entre a situação, a condição real e a condição potencial.

“[...]insultos evitáveis para as necessidades humanas básicas e mais amplamente para


a vida, fazendo que o nível real desça abaixo de níveis de satisfação do potencial
possível. Ameaças de violência também são violência” (GALTUNG, 1990).
O Conceito de Violência

TERREMOT
O
Séc. XVIII – morte inevitável, incurável Passado – Inevitável
Séc. XXI – morte evitável, cura mundialmente Atualidade – Inevitável
reconhecida Futuro – ?
Tipologia da Violência
Tipologia da Violência

 Violência DIRETA

 Relação SUJEITO – AÇÃO – OBJETO;


 Fenômeno observável e fácil de ser expresso por meio da linguagem;
 Ex. assalto a mão armada, um homicídio, uma briga, um estupro consumado, um genocídio;
 Envolve situações concretas, observáveis, visíveis;
 Envolve ao menos dois participantes (emissor e vítima);
 Dano de natureza física ou psicológica;
 Natureza dinâmica.
Tipologia da Violência

 Violência ESTRUTURAL (OU INDIRETA)

 É aquela que se establece sobre a estrutura social;


 Situações que envolvem distribuição desigual de recursos ou serviços;
 Acesso limitado ou desigual a bens e serviços;
 Inclinação dos mais ricos dos recursos existentes para a sua auto-satifação;
 Contempla três fatores: econômicos, políticos e sociais;
 Fenômeno “invisível” (pouco visível);
 A violência é embutida na estrutura e aparece como desigualdade de poder e consequentemente como chances
desiguais de vida;
 Natureza estática.
Tipologia da Violência

 Violência CULTURAL
 Valida a violência direta e estrutural;
 Faz com que a violência direta e estrutural pareçam certas ou não sejam vistas como erradas;
 Exemplificada pela religião e a ideologia, a linguagem e a arte, a ciência empírica e formal (lógica,
matemática)

“Culturas inteiras dificilmente podem ser classificadas como violentas; essa é uma razão para preferir a
expressão ‘o Aspecto A da cultura C é um exemplo de violência cultural’ à estereótipos culturais como ‘a
cultura C é violenta’”. (Galtung, 1990, p. 291) 
Tipologia da Violência

ESCRAVIZAÇÃO

 Processo de maus-tratos contra negros (direta)


 Resultado da escravização (direta)
 Negros relegados a posições sociais inferiores (estrutural)
 Ideias racistas (violência cultural)
Modelo Ecológico
para compreender a violência

OMS Urie
BRONFENBRENNER
Modelo Ecológico
para compreender a violência

1. Nível Individual

Para além dos fatores biológicos e demográficos, são tidos em consideração os outros fatores tais como
impulsividade, baixo rendimento escolar, abuso de substâncias [tóxicas] e histórico de agressão e abuso.

Este nível, dá-nos indicação das características da pessoa, avaliando a possibilidade de ser uma vítima ou um
perpetrador da violência.
Modelo Ecológico
para compreender a violência

2. Nível Relacional

Este nível explora como as relações sociais próximas – por exemplo, relações com companheiros, parceiros
íntimos e membros da família aumentam o risco para vitimização violenta e perpetração da violência.
Modelo Ecológico
para compreender a violência

3. Nível Comunitário

Este nível analisa os contextos comunitários em que as relações estão inseridas - como escolas, locais de
trabalho e vizinhança bem como as características desses contextos que podem estar associadas ao fato da
pessoa ser vítima ou perpetrador da violência: mudanças frequentes de residência, falta de vínculos sociais,
elevada densidade populacional, comunidades com problemáticas de tráfico de drogas, elevados níveis de
desemprego ou grande isolamento social.
Modelo Ecológico
para compreender a violência

4. Nível Social

• normas culturais que apoiam a violência como uma forma aceitável para solucionar conflitos, atitudes que
consideram o suicídio como uma questão de escolha individual em vez de um ato de violência que pode ser
evitado;

• normas que dão prioridade aos direitos dos pais sobre o bem-estar da criança;

• normas que reafirmam o domínio masculino sobre as mulheres e crianças;

• normas que validam o uso abusivo da força pela polícia contra os cidadãos;

• normas que apoiam os conflitos políticos.


• normas culturais que apoiam a violência como uma forma aceitável para solucionar conflitos, atitudes que
consideram o suicídio como uma questão de escolha individual em vez de um ato de violência que pode ser
evitado;
Níveis de Intervenção

O modelo ecológico serve a dois propósitos:

1. cada nível do modelo representa um nível de risco

2. e cada nível também pode ser encarado como um ponto principal


para a intervenção.
Níveis de Intervenção

Intervir em fatores de risco


individuais ao nível
comportamental
INDIVIDUAL

Lidar com fatores culturais, sociais Promover relacionamentos pessoais


e econômicos mais abrangentes saudáveis nos diversos contextos
MACROSSOCIAL RELACIONAL

Combater atitudes e práticas Aplicação de medidas preventivas


culturais adversas ao nível da em escolas, bairros e locais de
desigualdade de gênero e garantir a trabalho
igualdade de acesso aos serviços COMUNITÁRIO
SOCIAL
Tipologia da Violência

 Três grandes categorias de violência, que correspondem às características daquele que comete o ato
violento:
Tipologia da violência

Violência
coletiva

Violência
estrutural
Violência Violência
autoinfligida interpessoal
Tipologia da violência

Quatro categorias de violência, com base na natureza dos atos violentos:

1. Violência física

2. Violência psicológica

3. Violência sexual

4. Negligência ou abandono

5. Violência econômica ou financeira

6. Violência institucional
Tipologia da violência

Seis categorias de violência, considerando a qual grupo ou pessoa ela é direcionada:

1. Violência doméstica

2. Violência no casal

3. Violência nas relações afetivas

4. Violência contra mulheres

5. Violência intrafamiliar

6. Violência por parceiros íntimos


Tipologia da violência
Prevenção da Violência

As intervenções de saúde pública são tradicionalmente caracterizadas em três níveis de prevenção:

1. Prevenção Primária – antes da ocorrência da violência

2. Prevenção Secundária – imediatamente depois da violência

3. Prevenção Terciária – longo prazo


Intervenções na violência

1) Intervenções Universais

2) Intervenções Selecionadas

3) Intervenções Indicadas
Intervenções na violência

1) Intervenções Universais

Abordagens direcionadas a grupos ou à população em geral sem considerar o risco individual.

São exemplos disto os programas de prevenção de violência entregues a todos os estudantes de uma escola ou a
crianças de determinada idade e em campanhas nos meios de comunicação de uma comunidade;
Intervenções na violência

2) Intervenções Indicadas

Abordagens direcionadas a pessoas consideradas em alto risco de violência (expostas a um ou mais fatores
de risco).
Intervenções na violência

3) Intervenções Selecionadas

Abordagens direcionadas a pessoas que já demonstraram comportamento violento; isto é, tratamento para
agressores de violência doméstica.
Ao lidar com a violência em uma série de níveis,
sugere-se:

o Analise dos fatores de risco individuais e tomada de medidas para modificar os comportamentos individuais de risco;

o Influencia nas relações individuais próximas e criação de ambientes familiares sadios, assim como fornecer ajuda profissional e apoio
para famílias;

o Monitoramento de espaços públicos, como escolas, locais de trabalho e bairros, e tomar medidas para enfrentar problemas que possam
levar à violência;

o Analise da desigualdade de gênero e atitudes e práticas culturais diferentes;

o Analisa dos fatores abrangentes culturais, sociais e econômicos que contribuem para a violência e tomada de medidas para mudá-los,
incluindo metas que diminuam a distância entre ricos e pobres e assegurem acesso equitativo a bens, serviços e oportunidades.
Referências

 BECK, Ulrich. Sociedade de risco rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Ed. 34, 2010.

 BONAMIGO, Irme Salete. Violências e contemporaneidade. Rev. katálysis,  Florianópolis ,  v. 11, n. 2, p. 204-213,  Dec.  2008 .   Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-49802008000200006&lng=en&nrm=iso>.

 DAHLBERG, Linda L.; KRUG, Etienne G.. Violência: um problema global de saúde pública. Ciênc. saúde coletiva,  Rio de Janeiro ,  v. 11, supl. p. 1163-
1178,    2006 .   Disponível em: http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232006000500007&lng=en&nrm =isso.

 PALHARES, MFS., and SCHWARTZ, GM. A violência. In: Não é só a torcida organizada: o que os torcedores organizados têm a dizer sobre a
violência no futebol? [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015, pp. 11-26. ISBN 978-85-7983-742-5. Available from
SciELO Books .

 TEIXEIRA, Maria Cecília Sanches; PORTO, Maria do Rosário Silveira. Violência, insegurança e imaginário do medo. Cad. CEDES,  Campinas ,  v. 19, n.
47, p. 51-66,  Dec.  1998 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621998000400005&lng=en&nrm=iso>.

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